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Comunicação Científica: Dicas Importantes


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Curso de Comunicação e Escrita Científica 
 
Por: Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, 
Editor Executivo do Journal ACS Applied Materials & Interfaces, 
Professor do Instituto de Física da USP – São Carlos 
 
 
Perguntas & Respostas 
 
 
OBS.: Como muitas perguntas são similares e/ou abordam o mesmo tópico, algumas questões enviadas 
podem não constar na relação abaixo, mas certamente foram contempladas nas respostas às demais 
perguntas ou durante as aulas. 
 
 
 
 
Aula 01 
 
 
 
01. Como melhorar as citações em um artigo? 
Suponho que a pergunta é a de como fazer com que um artigo seja mais citado, certo? Se é essa a 
pergunta, minha sugestão é enviar uma cópia do artigo para possíveis leitores e autores da mesma área. 
 
02. A figura ilustrativa constitui um material obrigatório ou seria material suplementar? 
As revistas da ACS requerem uma figura ilustrativa, sendo portanto item obrigatório. 
 
03. É importante que se use nas referências artigos dos últimos 10 anos ou 5 anos? Qual o melhor prazo? 
(Às vezes encontramos artigos em revistas melhores. Porém, eles são um tanto antigos.) 
É importante ter referências recentes, para comparar com as contribuições mais atuais na literatura. O 
período depende da área e tópico. Por exemplo, o uso de inteligência artificial em materiais é 
relativamente recente e um artigo submetido deve ter referências deste ano e do último. O período de 5 
ou 10 anos seria muito longo para esse caso. Deve-se ressaltar, também, que as referências cruciais para 
o trabalho devem estar presentes, independentemente de quão antigas são. 
 
04. Sobre preprints, como a revista/editor vê isso? Ainda considera o artigo como original? 
A maioria das revistas está aceitando submissões de artigos que foram colocados como preprints em 
algumas plataformas. No caso da ACS, aceitam-se submissões de artigos que já estejam no ChemRxiv 
(https://chemrxiv.org/). 
 
05. Como escolher a minha audiência em termos de revista para publicação? 
A maneira mais direta se escolher a audiência é verificar quais revistas têm trabalhos mais similares aos 
seus. 
 
06. Na introdução do meu trabalho, eu devo colocar apenas os artigos que concordam com meus 
resultados, ou devo também colocar os que dizem o contrário? 
Na Introdução é importante mencionar os resultados que discordam também. 
 
07. Há alguma plataforma gratuita para realizar os desenhos do graphic abstract? 
Não tenho sugestão de plataforma para fazer o graphic abstract. Seria importante que grupos de pesquisa 
e instituições se organizassem para obter apoio, inclusive de artistas gráficos. 
 
08. Sobre o gráfico ilustrativo, onde ele pode ser inserido no corpo do trabalho? 
O gráfico ilustrativo (table of contents graphic, TOC) não vai no corpo do artigo. É colocado em separado 
ao fim do manuscrito ou mesmo em arquivo independente. 
 
09. Como saber se, de fato, preciso ser sucinto na carta ao editor. Na intenção de convencê-lo da 
qualidade do meu trabalho eu não deveria ser mais extenso? 
É importante convencer o(a) editor(a) da qualidade do trabalho com afirmações diretas, exemplos ou 
comparações ilustrativas. Isso pode ser feito de forma concisa. Se a carta for longa demais, o(a) editor(a) 
pode não ler cuidadosamente. 
 
 
10. Quais são as principais considerações na hora de escolher a revista para publicação? 
Nos casos em que o trabalho é altamente inovador, com contribuições que vão além de uma determinada 
área, pode-se escolher uma revista de caráter abrangente. Ou seja, pode-se escolher revistas gerais que 
não são dedicadas a nenhuma área em particular, como o JACS (https://pubs.acs.org/journal/jaaucr). 
Nos demais casos, deve-se procurar revistas que publiquem artigos similares àquele que será submetido. 
 
11. Quais critérios levar em consideração para escolher a melhor revista para a publicação, assim como 
em relação às figuras? Quais as principais dicas de plataformas para montagem de figuras? Quando o 
artigo é submetido, há um tempo mínimo/máximo para a etapa da revisão? Caso leve um tempo maior 
que três meses, por exemplo, o que é recomendado fazer? 
Os critérios para escolha da revista estão mencionados na resposta anterior. 
Sobre as figuras, não tenho sugestão de plataformas, mas incentivo aos autores buscarem softwares e 
maneiras de fazer figuras atraentes. O tempo de análise de um artigo varia de uma revista para outra. 
Nas revistas da ACS, se não houver resposta após 2 ou 3 meses, minha recomendação é que escrevam 
para o(a) editor(a) indagando sobre a situação do manuscrito. 
 
12. Gostaria de receber dicas para as palavras-chave. 
As palavras-chaves podem ser escolhidas a partir da sentença que representa a principal contribuição do 
artigo. Deve-se tentar uma variedade nos termos escolhidos, para refletir a metodologia, o tópico principal 
e tipo de resultado discutido no artigo. 
 
13. Quais cores são indicadas para os gráficos? 
O ACS Guide to Scholarly Communication (https://pubs.acs.org/doi/book/10.1021/acsguide) tem uma 
sessão específica dedicada a essa questão. 
 
14. Existem revistas de assuntos amplos? 
Sim. Revistas como Science e Nature. No caso da ACS, a ACS Central Science 
(https://pubs.acs.org/journal/acscii), a ACS Omega (https://pubs.acs.org/journal/acsodf) e o JACS 
(https://pubs.acs.org/journal/jaaucr) são bons exemplos. 
 
15. Quando se trata de revisão integrativa ou sistemática, isto deve constar no título? 
Como é importante informar o leitor sobre o conteúdo, o tipo de revisão deve constar no título. 
 
16. Pode-se usar figuras/arte para ilustrar um procedimentos ou técnica que foi usado? 
Sim, com a observação de que se deve mencionar quando é ilustração. 
 
17. Em relação ao "TOC", ele é colocado em que parte do artigo? Na introdução, resultados...? 
O TOC é colocado ao final do manuscrito ou em arquivo separado. 
 
18. É recomendável adicionar material suplementar? 
Quando o trabalho tem vários resultados subsidiários, é recomendável colocá-los como Material 
Suplementar. 
 
 
 
 
 
 
19. Quais as dicas para se escrever um bom artigo de revisão sobre um tema específico? 
Minhas recomendações são: 
i) Fazer uma busca na literatura com apoio de ferramentas computacionais; 
ii) Estabelecer um esboço dos principais tópicos, com hierarquização desses tópicos; 
iii) Apresentar uma análise crítica da literatura, e não apenas uma descrição dos artigos escolhidos para a 
revisão. 
 
20. Como construir títulos e conclusões fortes sem inflar o alcance dos resultados da pesquisa? 
O título deve refletir a sentença que traz a principal contribuição do artigo. Identificar essa contribuição é 
essencial para o trabalho científico para gerar conclusões fortes, sem inflar o alcance dos resultados. 
 
21. O trabalho deve ser escrito na língua do país em que estou realizando a pesquisa ou devemos montar 
na nossa língua materna? 
Devido à predominância do inglês para o mundo acadêmico, minha sugestão é usar o inglês para os 
artigos. 
 
22. Quais os benefícios de ter um artigo publicado? 
A publicação de artigos é o critério mais importante na avaliação de um trabalho acadêmico. 
 
23. Todo artigo necessita obrigatoriamente da metodologia? 
Sim. Como o relato da pesquisa no artigo deve ser suficiente para que um leitor capacitado possa 
reproduzir o estudo e os resultados, é essencial incluir a metodologia. Esta pode estar em material 
suplementar, mas sempre precisa ser incluída. 
 
24. Os gráficos ilustrativos podem ser feitos por outra pessoa, que não o autor? 
Sim. Desde que o autor dos gráficos dê seu consentimento, por uma questão dos direitos autorais. 
 
25. Existe alguma referência de um checklist completo para fazer a revisão do artigo? 
Não tenho uma “checklist”. Entretanto, há um curso da ACS chamado Reviewer Lab 
(https://www.acsreviewerlab.org/) , com treinamento para revisão de artigos. 
 
26. Alguma dica sobre a carta aos Reviewers no caso de Major/Minor Review? 
A carta deve ser encaminhada ao (à) editor(a) mencionandoas alterações feitas, seguida de uma resposta 
às perguntas e críticas dos avaliadores, ponto por ponto. É importante responder de maneira direta cada 
pergunta ou crítica. 
 
27. Qual a opinião sobre a publicação de trabalhos com as mesmas conclusões, ou conclusões similares, 
previamente publicadas em outros artigos: 
a) Usando a mesma metodologia. Aqui não existe novidade de conteúdo, mas pode comprovar as 
conclusões; 
Se as conclusões são as mesmas, a novidade do trabalho é pequeno e não se consegue geralmente 
publicar em revistas mais prestigiosas. 
b) Usando metodologias diferentes. Aqui a relevância é dada mais à metodologia? 
 Sim. A ênfase tem que ser na metodologia, se esta for a novidade. 
 
 
 
28. Muitos artigos apresentam o seguinte argumento para expressar a necessidade (novidade) de fazer 
uma pesquisa e publicar: "muito poucos trabalhos foram realizados nesse assunto...". Com isso, o autor 
quer justificar a necessidade da publicação e, muitas vezes, apresentar isso como sendo a novidade do 
trabalho. Sabemos que a replicação de conclusões são importantes para a ciência. Em função disso, 
gostaria de saber se há um número mínimo de trabalhos publicados com as mesmas conclusões para 
consolidar uma determinada conclusão? 
Não existe um número determinado de trabalhos para consolidar um resultado ou conclusão, pois 
depende do fenômeno ou objeto sob estudo. De qualquer forma, um novo trabalho tem que ter alguma 
inovação para justificar sua publicação. 
 
29. Quando o revisor questiona a metodologia utilizada vale a pena investir na submissão, já que a 
metodologia é algo que não conseguimos mudar? 
Se você estiver seguro de que não há problemas na metodologia, pode insistir na submissão. Por exemplo, 
pedindo reconsideração no caso de rejeição do artigo. 
 
30. Qual a relação entre o artigo científico enquanto gênero textual e a língua em que ele é escrito? 
Em escrita científica (ou seja, nas áreas de ciências exatas, engenharias, biologia, ciências da vida e saúde), 
excluindo-se as ciências sociais e humanidades, não se espera relação do conteúdo do artigo com a língua 
em que é escrito. 
 
31. Qual seria a melhor estratégia: selecionar uma revista que publica muito sobre aquele tema, e seu 
artigo seria mais do mesmo, considerando, claro, que o artigo trará novas contribuições, ou selecionar 
uma revista que pode apresentar algo novo para seu público leitor, algo um pouco diferente? 
Acho que depende muito de cada situação em particular. Por um lado, há que se julgar se um novo artigo 
se sobressairá numa revista que publica e que já têm artigos relacionados; por outro lado, há que se avaliar 
se o artigo conseguirá chamar atenção numa revista cujo público alvo esteja menos acostumado ao tópico 
do artigo. A resposta pode variar de caso a caso. 
 
32. Incluir ou não material suplementar tem implicações na aceitação do artigo? 
Não. 
 
33. Nesse momento de pandemia da COVID muitos artigos estão sendo escritos. Como fazer o nosso artigo 
ter um deferencial para ser publicado? 
Com a pandemia não parece ter havido aumento do número de submissões. As recomendações para que 
um artigo se sobressaia são as mesmas. Buscar fazer um trabalho de qualidade, em que o artigo seja 
suficientemente bem escrito e preparado para ressaltar essa qualidade. 
 
34. Quantos autores pode ter um artigo? É comum vermos artigos com mais de 10 autores. Isso pode 
afetar a credibilidade do artigo? 
Depende do tipo de trabalho. Não há limitações. 
 
35. Se meu artigo foi aceito numa revista em um ano específico sobre um produto X, no ano seguinte eu 
possa indicar que sob certas condições esse mesmo produto não é tão "bom" quanto falei no ano 
anterior? A revista aceitaria? 
É possível fazer duas coisas a esse respeito: i) Escrever novo artigo com novas idéias e resultados, o que 
alterará as conclusões que foram feitas no artigo anterior; 
ii) Escrever uma Errata ou Corrigendum se for apenas para alterar algum resultado ou avaliação do artigo 
anterior. 
36. Quantas páginas, no máximo, deve conter uma cover letter? 
Na minha opinião, não mais que uma página ou uma página e meia. 
 
37. Existem diferenças particulares entre artigos submetidos a revistas e artigos de congressos? 
Depende da área. Em algumas, como computação, os artigos submetidos a alguns congressos são como 
os de revista. Em outras áreas, como a física e a química, já não há tradição de artigos completos em anais 
de congressos. 
 
38. Pensando em estudo empírico, quando é necessário colocar o público-alvo no título? 
O título deve conter a principal contribuição do artigo e ter a terminologia adequada para o público-alvo. 
Ou seja, o público-alvo deve facilmente reconhecer a contribuição e conteúdo do artigo a partir do título. 
 
39. O que são templates? 
Os “templates” são fornecidas por algumas revistas como guia do que se espera num artigo científico. São 
excelentes para verificar se o artigo tem o conteúdo adequado. 
 
40. Existem revistas com foco ou que aceitam trabalhos da Educação em Química na ACS? 
Sim, a revista Journal of Chemical Education - https://pubs.acs.org/journal/jceda8. 
 
41. Em algumas revistas os artigos não apresentam o capítulo “Considerações Finais”, mas em outras, sim. 
Qual seria o indicado? 
Há variação entre revistas e mesmo entre estilos de autores. Quando os autores julgam que não precisam 
repetir os principais resultados e sua interpretação, podem optar por escrever “Final Remarks” ao invés de 
uma Conclusão. Nesses “Final Remarks” esperam-se menções a implicações e limitações do estudo. 
 
42. Quais as dicas para a sistematição de artigos na áreas de Humanidades? 
Para as Humanidades, minha recomendação é buscar uma sistematização dos artigos e revistas do tópico 
(ou área) de interesse, assim como já foi feito para as outras áreas por especialistas em escrita científica. 
 
43. Existe algum preconceito em relação às revistas citadas nas referências? Por exemplo, eu submeto um 
artigo para alguma revista da ACS, mas a maioria dos artigos que eu citei é de outra editora. Isso influencia 
de alguma forma? 
Não deveria haver preconceito. Entretanto, espera-se que as revistas que são citadas nas referências sejam 
de áreas correlatas à revista que está avaliando o artigo para publicação. 
 
44. A revista informa qual é sua audiência? No site da revista existe esta informação? 
Cada revista divulga seu escopo e o que se espera dos artigos nela publicados. Isso traz uma informação 
indireta da audiência. 
 
45. Caso eu queira publicar um artigo e ser o único autor, sem, por exemplo, um professor orientador, há 
menos chances de ser aceito? Os editores levam isso em consideração? 
A princípio editores e avaliadores não deveriam considerar. Entretanto, em algumas áreas essa é uma 
situação atípica. É difícil encontrar um artigo escrito por estudante sem participação de um autor mais 
sênior. 
 
46. Qual a opinião em relação ao título em forma de pergunta? 
O título pode vir em forma de pergunta, mas há que se julgar se a pergunta é suficientemente importante 
para fazer parte do título. 
 
47. No caso de uma revista com uma boa audiência para um assunto, mas ainda sem avaliação de impacto, 
será que posso considerá-la mesmo assim? 
Publicar numa revista sem fator de impacto é como um investimento. Se você tem a expectativa de que a 
revista será de qualidade, será bom investimento. 
 
48. Vale a pena investir em uma figura final compilando os resultados de forma artística (para aquelas 
revistas onde o TOC não é uma opção)? 
Sim. Vale a pena caprichar nas figuras. 
 
49. Muitos artigos são frutos (recortes) de teses e dissertações. Nesse sentido, boa parte das revistas 
alegam que o trabalho tem muito em comum com a pesquisa que já foi publicada. Qual seria a dica para 
escrevermos um artigo de forma que não seja rejeitado por conta de "não" originalidade? 
A originalidade é essencial para um artigo científico, e o grau de novidade deveser alto para uma revista 
prestigiosa. Se o que se recorta de teses e dissertações tem muito em comum com a literatura, uma 
possibilidade que vejo de inovar é tentar extrair novas ideias e conceitos a partir dos resultados, 
principalmente com generalização ou racionalização do que já se sabe naquele tópico. 
 
50. Pensando nas áreas de humanas, é possível usar o TOC também? 
Não sei se revistas de humanidades e ciências sociais utilizam TOCs, mas acho que é possível fazer TOCs 
criativas. Podem ser fluxogramas ou ilustrações artísticas de ideias contidas no artigo. É sempre possível 
criar arte em qualquer tópico. 
 
51. Um aluno de graduação que está iniciando um projeto em determinado tema poderia escrever um 
artigo de revisão sobre este mesmo tema ou nao seria recomendado, pela falta de autoridade no assunto? 
Um artigo de revisão para uma revista prestigiosa sempre requer uma certa autoridade dos autores. 
Embora um aluno de graduação não preencha esse requisito, seu(sua) orientador(a) pode preencher e 
auxiliar na confecção do artigo. 
 
52. Como lidar com trabalhos com pouco aprofundamento na literatura? Essa situação pode implicar na 
rejeição potencial do artigo? 
O nível de profundidade do estudo da literatura pode ser variável independentemente do tópico. Se há 
aparentemente poucos trabalhos para discutir é porque os autores do estudo estão considerando apenas 
um tópico muito específico. É sempre possível alargar o estudo, considerando áreas correlacionadas ao 
tópico em questão. Embora uma análise muito reduzida da literatura possa não acarretar em rejeição, 
uma visão mais abrangente da literatura ajuda na aceitação do artigo. 
 
53. É comum encontrar dificuldades para discutir o artigo? Como melhorar isso? 
É muito comum, porque a discussão é uma das partes mais difíceis. Minha dica para lidar com essa 
dificuldade é ser sistemático na análise com duas ações: 
i) Analise cada resultado apresentado e compare com o que se sabe da literatura. Essa análise e 
comparação pode ser uma simples lista de observações para dar início à discussão; 
ii) Use um molde (vou apresentar exemplo na terceira aula) de como uma discussão é feita e tente 
preencher as lacunas do molde. 
 
54. Devemos evitar a publicação de resultados negativos? 
Não se deve evitar publicar resultados negativos. Entretanto, há que se reconhecer que é mais difícil 
publicá-los. 
55. Posso usar a primeira pessoa na escrita de um artigo? 
Sim. Pode-se hoje empregar a primeira pessoal do plural ou do singular. 
 
56. Para quem está começando a escrever o primeiro artigo experimental, por onde começar a escrita e 
quais etapas podem ser feitas por último: Abstract, Intro, Material e Methods, Results, 
Discussion/Conclusion? 
Para quem está iniciando, minha recomendação é escrever o artigo na seguinte ordem: 
i) Metodologia; 
ii) Resultados e Discussão - com as dicas dadas acima, analise primeiro cada resultado apresentado e 
compare com o que se sabe da literatura. Essa análise e comparação pode ser uma simples lista de 
observações para dar início à discussão. Depois, use um molde (vou apresentar exemplo na terceira aula) 
de como uma discussão é feita, e tente preencher as lacunas do molde); 
iii) Introdução; 
iv) Conclusões e Resumo. 
 
57. O que é mais recomendado: você mesmo traduzir o artigo e pedir revisão do nativo ou enviar para 
uma tradução direta? 
Se não for possível escrever o artigo diretamente em inglês, o mais eficaz é pedir a tradução do original 
em português. 
 
58. O currículo do pesquisador é considerado na escolha de publicações? Serve como "filtro"? 
A princípio a identidade dos autores (ou suas instituições) não deve afetar a avaliação do artigo, e essa é 
uma recomendação nas revistas da ACS. Na prática, muitas vezes é difícil evitar o viés (positivo) para 
autores famosos, até porque provavelmente há uma correlação positiva entre a fama dos autores e a 
qualidade de seu trabalho. 
 
59. O que é exatamente o "Manuscript" do artigo? 
O termo “Manuscript” é usado para o artigo submetido ou em processamento. 
 
60. Existem ferramentas de verificação de autenticidade disponíveis à comunidade? Se sim, quais 
recomendaria? 
Há ferramentas que verificam a similaridade de um documento com a literatura. Algumas universidades 
brasileiras têm acordos para usar esse tipo de ferramenta. 
 
61. Qual a política da ACS em relação aos Preprints? 
A ACS aceita artigos colocados em repositório como o ChemRxiv - https://chemrxiv.org/. 
 
62. O que acontece quando uma revista recebe dois artigos com temas parecidos de dois grupos 
diferentes? 
A tendência é que os dois artigos sejam designados a um mesmo editor, que poderá verificar se a 
publicação de um artigo não invalida o outro. Provavelmente, os artigos serão enviados para os mesmos 
referees para comparação. 
 
63. Em uma revisão, ao falar, por exemplo, sobre proteínas relacionadas com uma determinada doença, 
seria importante abordar também o papel fisiológico de tais proteínas? 
Depende do público-alvo do artigo de revisão. Se for um trabalho sobre biossensores, por exemplo, em que 
serão usadas proteínas na camada ativa ou forem detectadas as proteínas, os leitores provavelmente não 
estarão familiarizados com o papel fisiológico. Então, vale a pena incluir comentários. 
 
64. Qual o limite de rejeição em revistas internacionais? 
Não há limite de rejeição, e sua taxa varia muito de uma revista para outra. 
 
65. A divulgação prévia do artigo (como nas redes sociais, nos repositórios de preprints etc.) afeta a 
aceitação do artigo pelos revisores? 
Depende da revista. Algumas, como as da ACS, permitem que os autores coloquem os artigos em 
repositórios como o ChemRxiv. Outras revistas não permitem nenhuma divulgação prévia. 
 
 
Aula 02 
 
 
01. Quanto ao nível de similaridade, qual a tolerância para um artigo de revisão ou qualquer outro artigo? 
Um artigo de revisão também não pode ter muita similaridade com itens da literatura e, portanto, a 
tolerância é a mesma. 
 
02. Os valores das publicações em revistas internacionais giram em torno de quanto? 
A publicação em formato tradicional não custo algum. Os preços para publicação em Open Access 
podem variar muito. Nas revistas mais conceituadas, o valor pode ser de US$ 2.000 a US$ 5.000. 
 
03. Poderiam indicar listagem de endereços com acesso a materiais complementares para o assunto em 
pauta? 
Minha sugestão é o Portal da Escrita da USP (http://www.escritacientifica.sc.usp.br/). 
 
04. Os resultados colocados no abstract devem ser inseridos de forma quantitativa (valores) ou apenas 
de forma qualitativa (mencionar se houve melhora ou piora, por exemplo)? 
Podem ser colocados de forma quantitativa, preferencialmente. Tomar cuidado de só incluir valores de 
resultados essenciais, para não “poluir” o Resumo com números. 
 
05. Um ‘gap’ bem definido teria 2 elementos: 
i) A especificação da lacuna (qual é); 
ii) Demonstrar porque é importante preencher esse gap. 
Essa colocação procede? 
Concordo. Muitas vezes a demonstração da importância de preencher o gap vem no propósito do Resumo. 
 
06. É possível uma mesma pesquisa ser classificada como quantitativa e qualitativa? 
Sim. Uma pesquisa pode ter esses dois aspectos. 
 
07. Seria correto/adequado colocar as técnicas e metologias em um só lugar no artigo? 
Sim. As técnicas e metodologias só devem ser separadas em subseções se forem descrições longas. 
 
08. Pode haver uma sentença falando da aplicação do trabalho no Abstract? 
Sim. Pode ser a sentença de fechamento (conclusão) do Abstract. 
 
 
09. Como distinguir de maneira clara os resultados e a discussão, para não deixar o leitor com dúvidas? 
Uma maneira de distinguir resultados e discussão é empregar afirmações que são inequívocas. Para os 
resultados, pode-se dizer “A figura X mostra ....” ou “Os resultados da Tabela X indicam....”. Para a 
discussão, usar expressões que indicam interpretação. Por exemplo, “Esse fenômeno pode ser explicado 
por...”ou “De acordo com a literatura, o aumento de X é devido a Y...” 
 
10. Um artigo negado pode ser reenviado para a mesma revista depois de reescrito (com mudanças no 
título, introdução e discussão dos resultados)? 
A maioria das revistas aceita que um autor peça reconsideração de uma decisão de rejeição e o artigo 
pode ser ressubmetido. 
 
11. Poderia utilizar o modelo de montagem da introdução para um resumo expandido? 
Essa é uma ótima ideia, pois um resumo expandido deve conter uma contextualização mais longa. 
 
12. Como escolher para qual revista mandar meu manuscrito e onde encontrar as opções de revista? 
Posso mandar o mesmo artigo para mais de uma? Como proceder? 
Uma boa dica para escolher a revista é verificar quais são as mais frequentes nas referências do artigo a 
ser submetido. Provavelmente nessas revistas está o público-alvo. Para encontrar as melhores opções, há 
que se conhecer a literatura da área do artigo a ser submetido. Desse conhecimento deve ser possível 
identificar as revistas mais prestigiosas. Um artigo só pode ser submetido a uma única revista. Se não for 
aceito, pode ser submetido a outra. Mas em cada ponto no tempo o artigo só pode estar submetido a uma 
revista. 
 
13. Pode-se colocar figura no resumo? Para revistas como ACS, o resumo só pode ser informativo? 
Não se colocam figuras no resumo. Nas revistas da ACS, o resumo sempre tem que ser informativo, com 
exceção dos artigos de revisão (reviews). 
 
14. Qual a importância de contextualizar na introdução as histórias sobre a descoberta em questão e a 
técnica utilizada? E o que é melhor: trazer uma revisão sobre o que já se tem recentemente sobre o 
assunto ou relembrar a descoberta? Ou ambos? 
A decisão do que incluir na introdução depende do artigo em questão. Uma revisão de trabalhos recente 
é obrigatória, ao passo que incluir detalhes de história nem sempre é necessário. Depende também do 
público-alvo. Se a história do tópico é conhecida pelos leitores da revista, não é necessário recontá-la. 
 
15. Para ensinar o uso da escrita científica e acadêmica na graduação, é melhor oferecer essa abordagem 
desde o início do curso, ou melhor seria “ir fazendo” através de um projeto de iniciação cientifica? Como 
ensinar abordagens atuais, sem peso dos mitos e abordagens antigas? 
O ideal seria ter um curso de escrita logo no começo da graduação. Para ensinar abordagens atuais, é 
necessário recorrer à literatura recente na área. 
 
 
 
 
 
 
 
16. Se os dados estatísticos não tem diferença significativa, podem ser rejeitados pelas revistas? Sobre o 
material complementar, todas as revistas cobram isso? Posso enviar o resumo para um congresso e o 
artigo para outra revista sem perder a ineditismo? 
Se os dados estatísticos não têm diferença significativa é uma indicação de que dois fenômenos ou objetos 
não são distinguíveis. Este resultado pode ser muito importante e, portanto, passível de publicação. Se a 
não distinção não tiver relevância, então não se pode publicar. 
Nem todas as revistas incluem material complementar, e ele nunca é obrigatório. 
Um resumo em um congresso não tira o ineditismo do trabalho e, assim, pode-se publicar o artigo 
correspondente. Há que se tomar cuidado, de qualquer forma, em não ter resumos idênticos no congresso 
e no artigo. 
 
17. É aceita a escrita em primeira pessoa nos artigos científicos? 
Atualmente é aceito usar a primeira pessoa e, em alguns casos, é até recomendado. Por exemplo, quando 
os autores estão emitindo opinião e descrevendo resultados. 
 
18. Graduandos já podem começar a estudar e, principalmente, trabalhar como editores(as)? 
É difícil imaginar que estudantes possam atuar como editores de revistas, mas certamente já devem 
começar a estudar escrita científica e como fazer revisão e avaliação de artigos. 
 
19. Vale a pena publicar em boletins ou revistas de Qualis mais baixas? 
É sempre recomendável publicar em revistas prestigiosas, que normalmente têm classificações altas no 
Qualis. Entretanto, pode-se publicar em revistas novas, promissoras, que ainda não têm essa classificação. 
 
20. Se não entendemos o que o revisor pediu em uma correção, devemos responder que não ficou claro 
ou devemos tentar escrever de um jeito diferente aquele trecho? 
Como não há diálogo direto com o revisor, há que se interpretar o que ele (ou ela) disse. O melhor é 
verificar quais são as possibilidades e respondê-las todas, para que o comentário do revisor não fique sem 
resposta. 
 
21. Quanto à identificação de plágio num trabalho científico, como saber se o que você fez é original, já 
que temos milhares de pesquisas sobre o mesmo tema? 
Hoje isso é feito através de ferramentas de software que verificam a coincidência de palavras do artigo 
submetido com outros documentos da literatura (ou Internet). Não há uma ferramenta eficaz para 
detectar plágio propriamente dito. 
 
22. Em relação ao Graphical Abstract e ao Highlights, quais informações devemos focar? Resultados, 
processamento etc.? 
O Graphical Abstract é um item separado do artigo. Ele deve ser feito de maneira a expressar a principal 
contribuição do mesmo, podendo incluir figuras, gráficos, imagens. Recomenda-se que ele seja feito de 
forma artística, ou seja, que se empregue arte na elaboração. 
 
23. Mesmo que o editor já tenha lido o resumo, colocar algumas coisas do resumo, não seria bom? Porque 
ele pode esquecer das ideias apresentadas, não? 
Pode-se incluir informação do resumo na carta, mas deve-se evitar o uso do mesmo texto (copia do 
resumo). 
 
 
 
24. Como fazer um título impactante? É correto descrever o resultado da pesquisa nele? 
Sim. O título deve conter o resultado mais importante. 
 
25. Sobre a elaboração da tese ou dissertação em formato de artigo, é recomendável? 
Só se recomenda fazer na forma de artigo se houver três ou mais contribuições que gerem artigos 
independentes. 
 
26. Sobre o tempo de espera da resposta das revistas, as da enfermagem, por exemplo, levam meses ou 
até anos para responder se vão submeter aos revisores por pares. Isso é normal? 
O tempo de espera varia muito de uma revista para outra. Nas revistas da ACS, o tempo nunca é tão longo. 
 
27. É correto ou não fazer a contextualização na introdução? Isso não seria “batido”…? 
Você deve incluir a contextualização na Introdução. Entretanto, não deve incluir informações que já são 
de amplo conhecimento dos leitores, que é o que você chama de “batido”. 
 
28. Se eu tenho um trabalho escrito é seguro/necessário que eu o registre em cartório para resguardar 
minha produção científica? 
Não é necessário registrar em cartório um trabalho. Pode fazer submissão a uma revista, colocar em um 
repositório de artigos ou submeter uma patente. 
 
29. É o autor quem escolhe se a discussão deve estar junto com os resultados ou é a revista? 
Em geral é o autor que escolhe. 
 
30. No processo de submissão da ACS Nano, além de perguntar se o manuscrito já foi submetido, também 
é perguntado a qual revista foi feita a submissão anterior. Qual a necessidade de saber isso? 
Os editores da ACS Nano querem saber se o artigo já foi submetido a outra revista da ACS, por exemplo. 
 
31. Se os resultados não dão suporte à hipótese ou rejeitam a mesma, o trabalho deixaria de ter uma 
contribuição? A hipótese deve ser repensada? O que fazer com todo o trabalho e energia investidos? 
Um trabalho que refuta uma hipótese pode ter grande valor. Minha recomendação é que você analise a 
contribuição do seu trabalho à luz da literatura. Pode ser que a contribuição de um resultado 
supostamente “negativo” seja considerável. 
 
32. Em síntese, podemos dizer que os resultados são os dados, a discussão são as informações e as 
conclusões são as evidências? 
Grosso modo, a classificação está boa. 
 
33. Qual o objetivo que devo ter em mente ao escrever a seção de revisão da literatura? 
Você precisa decidir qual é o objetivo de incluir a revisão. Se você acha que é importante contar a história 
de um tópico, ou o histórico decontribuições de autores, ou uma avaliação geral dos avanços e desafios 
relacionados ao tópico. Com essa decisão, você pode escolher os subcomponentes da introdução. 
 
34. Como devemos incluir as informações sobre a metodologia, resultados e discussão na introdução? 
A introdução pode ter alguma informação sobre metodologia, se for importante já informar o leitor. 
Porém, não é item obrigatório. O mesmo se aplica a resultados e discussão. De qualquer forma, 
informações sobre esses itens têm que ser sucintas. 
 
35. O material suplementar pode ter a discussão dos resultados? Ou só devemos colocar como material 
suplementar tabelas ou figuras quando se excede o número de paginas permitido pela revista? 
O Material Suplementar pode ter a descrição e discussão de resultados que não são essenciais para o 
artigo. Mesmo não sendo essenciais, esses resultados precisam ser discutidos. 
 
36. Em relação aos dados negativos ou dados que vão “contra” a nossa hipótese, mas que acabam por 
confirmar se algo funciona ou não, o que fazer? Por exemplo, ao estudar se dez compostos funcionam 
contra um fungo Y e descobrir que apenas três realmente tiveram o efeito previsto, não deveríamos 
publicar na mesma revista esses dados para que a comunidade científica tenha conhecimento? 
No exemplo que você deu, todos os resultados têm que ser relatados, e não apenas os dos compostos que 
funcionaram. 
 
37. Como a ACS trata dos casos envolvendo plágio e autoplágio, lembrando que autoplágio não é uma 
figura jurídica, mas ligada à ética em pesquisa científica”? 
O reuso de texto não é aceito, independentemente de ser autoplágio. 
 
38. Há algumas revistas que solicitam informar o arcabouço teórico no resumo a partir da citação de 
alguns autores. É correto ou não trazer autores no resumo? 
Raramente são colocados nomes de autores no resumo. Mas isso poderá ocorrer quando o trabalho de 
um autor é essencial para o artigo que está sendo submetido. 
 
39. Algumas revistas cobram uma taxa adicional de publicação por excesso de palavras (por exemplo, livre 
de taxas até 12 mil palavras). No entanto, a revista ressalta que essa taxa pode não ser cobrada a critério 
do editor da revista. Quais critérios são esses? 
Eu não saberia responder quais critérios os editores usam para cobrar ou não. 
 
40. Posso usar o autor central da pesquisa como uma palavra-chave na string de busca para limitar a 
quantidade total de trabalhos filtrados? 
Eu não aconselharia, pois você pode perder trabalhos importantes na sua busca. 
 
41. Posso usar exatamente as mesmas figuras que publiquei em um artigo no meu trabalho de tese? 
Sim. Mencionando a fonte. 
 
42. Ao escrever um manuscrito de continuação de um trabalho publicado, se alterar levemente algumas 
figuras-chave posso reusá-las para completar o novo trabalho? 
Você só pode reusar figuras se houver permissão. Raramente isso é feito em revistas da ACS, porque se 
figuras estão sendo reusadas, provavelmente não há grande novidade no artigo e o mesmo não será 
adequado a uma revista da ACS. 
 
43. Qual a recomendação em relação ao apud? 
Nas áreas de ciências exatas, da vida, e engenharias o “apud” é muito pouco usado. Hoje há acesso a 
quase toda literatura relevante, dispensando o uso do apud. 
 
44. Na revisão sistemática da literatura podemos adicionar outras referências pertinentes ao tema (Ex.: 
autores clássicos e outros)? Será que isso tira o peso da RSL? E qual a diferença entre as considerações 
finais e conclusão em uma tese ou dissertação? 
Incluir referências que são importantes para o tópico (área), como as de autores clássicos, é sempre 
recomendado. Numa conclusão retomam-se os principais resultados da tese. 
45. Sobre a carta ao Editor, o que é interessante apontar? 
Duas informações principais que precisam ser incluídas: a razão pela qual você acha que a revista é 
adequada para o seu trabalho, e quais são as principais contribuições do trabalho. 
 
46. Em um artigo de revisão quantos artigos devem ser utilizados? 
Isso depende muito do tipo de artigo que se está fazendo. Certamente deve ser de muitas dezenas para 
valer a pena fazer a revisão. 
 
47. Se não citar a estatística utilizada (Ex.: Tukey, com interação a 5% de significância) e delineamento no 
Abstract, estarei cometendo um erro? 
Depende do resultado que se quer passar. Se a relevância estatística pode ser questionada, então vale a 
pena incluir a estatística utilizada. 
 
48. Qual o objetivo que devo ter em mente ao escrever a seção de revisão da literatura? 
O objetivo dependerá da mensagem global do seu artigo. Se você está apresentando uma inovação que 
resolve um problema da literatura, terá que esclarecer a situação da área no que tange o seu trabalho. 
Por outro lado, você pode querer contar um histórico da área para contextualizar sua contribuição. 
 
49. Quais seriam os principais tópicos e características a serem abordadas em um artigo de revisão para 
que ele possa ser considerado um bom artigo? 
Os tópicos dependem do assunto que está sendo abordado no artigo de revisão. Já sobre as características, 
um bom artigo de revisão tem que conter uma análise crítica da área, comentando avanços, limitações e 
o que se espera no futuro. 
 
50. Generalizar as conclusões também é sempre um problema. Poderia comentar sobre isso? 
Um bom exercício é se perguntar (e responder): Para que servem os resultados e ideias que estou 
mostrando no artigo? O que se pode fazer no futuro na área ou em outras, empregando os conhecimentos 
passados no artigo? O que meus resultados trazem de avanço para a área e mesmo outras áreas? 
 
51. Nas conclusões podemos/devemos dizer se os objetivos do trabalho foram alcançados e o que ocorreu 
para que estes resultados fossem observados? 
Correto. Retomam-se os objetivos, comentando se e como foram obtidos. 
 
52. Algumas revistas separam os resultados da discussão. Nesse caso, os resultados seriam descritivos e 
na discussão eu poderia retomar valores, remeter as figuras que foram descritas para discutir meus 
resultados, ou ficaria repetitivo? 
Correto. E de fato pode ficar repetitivo, razão pela qual a maioria dos autores (e revistas) agora adotam 
uma seção única para resultados e discussão. 
 
53. Quais as principais dicas para um trabalho de conclusão de curso? 
A estruturação de um artigo pode ser estendida para um trabalho de conclusão de curso (TCC). O resumo, 
por exemplo, tem as mesmas características. A Introdução será obviamente mais longa no TCC, mas deve 
obedecer ao movimento do geral para o específico. A apresentação dos resultados será mais detalhada, 
provavelmente em mais de um capítulo, mas as recomendações sobre como fazer uma seção de resultados 
e discussão permanecem as mesmas do que para um artigo. 
 
 
54. É fato que a diversidade linguística ajuda a expressar a mesma coisa de maneira diferentes ao longo 
do paper. Quais leituras um autor deve ter para obter essa diversidade, além dos papers da própria área? 
Artigos de revistas de outras áreas, artigos de revistas abrangentes (como Journal of the American 
Chemical Society, Nature, Science) e livros/obras em geral. 
 
55. Qual a opinião sobre "Salami Science" e "Your Paper, Your Work", que algumas revistas tem utilizado? 
Deve-se evitar a chamada “Salami Science”, porque ao se fatiar as contribuições em vários artigos, perde-
se densidade. Ou seja, a contribuição de cada artigo fica diluído e a chance de ter impacto diminui. 
 
56. Num artigo devemos citar as limitações do mesmo? Isso é relevante para o editor do periódico? 
As limitações trazem informação relevante para o leitor, e devem ser incluídas. 
 
57. Na introdução, qual a importância dos trabalhos "seminais"? Devem aparecer ou preciso me 
preocupar mais com trabalhos atuais? 
Os trabalhos seminais são sempre relevantes para uma pesquisa. A descrição e discussão deles num artigo, 
entretanto, pode não ser necessária, dependendo do público-alvo. 
 
58. Sobre o tópico “Discussão”, geralmente as revistas nãodesejam mais artigos antigos, com mais de 
dez anos, por exemplo, e também limitam o número de referências. Alguma orientação nesse sentido? 
Para fazer uma boa discussão, vale a pena verificar quais são os componentes e subcomponentes (como 
no software Scipo-Farmácia), e verificar se estão incluídos na sua discussão. Se houver restrição ao número 
de referências, escolha só as mais relevantes. 
 
59. Nas conclusões, no parágrafo de "contibuição para o campo de estudo", posso falar também sobre 
quais perguntas o meu trabalho não respondeu e poderiam ser investigadas em trabalhos futuros? 
Sim. 
 
60. Um artigo descritivo tem menos mérito do que aquele que se propõe a realizar prognósticos e 
construir soluções para os problemas da pesquisa? 
Depende muito do caráter da descrição. Se a descrição for pioneira e muito relevante para um tópico ou 
área, o artigo pode ter muito valor. 
 
61. Na metodologia, é importante dar um panorama geral logo no primeiro parágrafo, como amostra, 
gênero etc.? 
Em geral não se coloca um panorama geral, e já se faz a descrição. 
 
62. Em um artigo científico é interessante haver uma seção de revisão bibliográfica para servir também 
como suporte a discussões dos resultados obtidos? 
Na maioria das áreas de química e física não se tem uma seção separada para a revisão. Por outro lado, 
isso é comum em revistas de ciência da computação. Depende, então, da área. 
 
63. Quais as principais dicas para construir o título do artigo? Existem restrições em termos de número de 
palavras, uso de adjetivos ou advérbios ou questões extremamente especificas? É recomendável fazer 
isso ao início ou ao final do processo de escrita? 
O título não pode ser longo demais, porque se torna difícil compreendê-lo; não pode ser curto demais, pois 
corre-se o risco de não mencionar a principal contribuição do trabalho. Deve-se evitar o uso de adjetivos e 
advérbios ou incluir detalhes. O melhor é escolher o título ao final do processo de escrita, embora uma 
ideia sobre o título deva estar presente desde o início. 
64. Sobre citações, existe um número de citações diretas ou indiretas que devo usar? 
Não existe um critério único para escolher citações. Devem ser as mais relevantes para o artigo que está 
sendo escrito. 
 
65. Alguns editores pedem que sejam destacadas as limitações do estudo. Como essa informação deve 
ser colocada para não desmerecer o trabalho? 
As limitações podem ser escritas no contexto das contribuições do trabalho. Ou seja, você pode exaltar as 
contribuições, mas mencionar que há limitações. 
 
66. Existe um limite de autores para o referencial teórico em um artigo? Existem alguns orientadores que 
dizem que o ideal são 25 autores ou mais. Essa informação procede? 
Não há um limite para o número de autores de um referencial teórico. Ou, se houver, deve ser específico 
de uma área. 
 
67. Há um número ideal para referências no artigo? 
Não. Depende do artigo. 
 
68. Preciso descrever as metodologias no resumo ou apenas citá-las? 
As metodologias só devem ser descritas no Resumo se apresentarem inovações. Caso contrário, basta citar 
ou mesmo dar os resultados a elas relacionados. 
 
69. Vale a pena publicar um protocolo de revisão sistemática (Por exemplo, registrado na Próspero)? 
Se o protocolo for inovador, com potencial de ser útil para os leitores da revista, então vale a pena. 
 
70. Atualmente, são vários os artigos científicos publicados somente com discussão de resultados 
(resultados incorporados). Qual a opinião sobre isso? 
Se entendi bem, você pergunta sobre colocar resultados e discussão numa única seção. Se é esta a 
pergunta, então a resposta é sim. 
 
71. Se na parte experimental eu utilizar mais de uma seção, na parte dos resultados e discussões é 
interessante apresentar tudo junto ou por seção? 
Não necessariamente. Depende dos resultados considerados essenciais que serão colocados no corpo do 
artigo. Pode ser que resultados referentes a alguma subseção da metodologia sejam colocados como 
Material Suplementar. 
 
72. Poderia falar um pouco mais sobre a metodologia na área de humanas, já que é bem diferente da 
metodologia nas áreas de exatas e biológicas. 
Não tenho experiência com os textos na área de humanas. Minha sugestão é você fazer uma análise de 
corpus para saber como os autores consagrados descrevem a metodologia. 
 
73. Quais as principais recomendações sobre os títulos de tabelas e figuras? Posso utilizar as legendas 
para descrever os resultados relacionados? 
A descrição dos resultados de tabelas e figuras na legenda é uma boa prática. Por outro lado, a legenda 
não pode ficar grande demais. 
 
74. Sobre a Conclusão, é recomendável que seja apresentada em parágrafo único? 
Isso depende da extensão do artigo e da quantidade de resultados apresentados. Se houver resultados de 
mais de um tipo, é provável que a Conclusão tenha mais que um parágrafo. 
75. Sobre a seção de Fundamentação Teórica, o que deve ser apresentado? 
Numa Seção de Fundamentação Teórica você deve descrever os principais conceitos e teorias utilizadas 
na análise dos resultados. 
 
76. A realização de “Revisão Sistemática” potencializa a chance de aceitação para publicação? 
Em princípio ajuda, porque mostra ao editor e revisores que foi feita uma análise cuidadosa da literatura. 
 
77. Como proceder na discussão quando há pouco material disponível na literatura sobre o tema? Por 
exemplo, quando você está abordando um antimicrobiano nunca antes utilizado para aquele propósito. 
Sempre é possível encontrar literatura em temas correlatos. Ainda que um antimicrobiano nunca tenha 
sido utilizado (o que é bom para o seu trabalho, pois traz inovação), há muitos antimicrobianos 
empregados para aplicações semelhantes. Então, a literatura deve ser vasta. 
 
78. O que seria mais fácil para publicar: revisão sistematica ou revisão de literatura? Qual seria a mais 
aceita? 
Uma revisão da literatura pode também ser uma revisão sistemática. A aceitação de um artigo de revisão 
depende da qualidade do trabalho que foi feito. Minhas recomendações são: 
i) Fazer uma busca na literatura com apoio de ferramentas computacionais; 
ii) Estabelecer um esboço dos principais tópicos, com hierarquização desses tópicos; 
iii) Apresentar uma análise crítica da literatura, e não apenas uma descrição dos artigos escolhidos para a 
revisão. 
 
79. Por quanto tempo esperar pela resposta de uma revista? 
Isso varia muito de uma revista para outra. Na ACS, isso geralmente não passa de 2 ou 3 meses. 
 
80. Como é vista a nova revisão do Qualis? Parece que será extinto e será levado em consideração o fator 
de impacto. Isso não prejudica de alguma maneira as ciências humanas? 
Não vi em detalhes o novo Qualis. O uso do fator de impacto é uma boa medida para algumas áreas, por 
empregar uma métrica aceita internacionalmente (apesar de seus defeitos). Para as ciências humanas, o 
fator de impacto não me parece tão útil. Não sei se haverá prejuízo para as ciências humanas porque a 
classificação das revistas depende da área. 
 
81. Quais as diferenças entre Academic e Scientific Writing? 
O termo “Scientific Writing” é mais empregado para áreas em que os artigos são padronizados, como 
mencionei nas aulas. Essas áreas não incluem as humanidades e ciências sociais. Já o termo “Academic 
Writing” é aplicado a todas as áreas. Por isso é importante fazer a distinção. 
 
82. Posso submeter um artigo que foi apresentado em um Congresso? 
Depende da política editorial da revista. Normalmente isso só é possível se houver uma expansão 
considerável do artigo apresentado no congresso. 
 
83. Na discussão dos resultados de um artigo, geralmente vemos alguns autores descrevendo fenômenos 
associados aos seus resultados e, em seguida, estes citam uma determinada referência que foi usada para 
embasar a discussão. Qual a maneira correta de citar um artigo nesta situação, no sentido de se evitar 
uma confusão na interpretação dos resultados? 
Na discussão do resultado deve-se deixar claroque a interpretação é baseada no artigo da literatura, e 
portanto, não deve haver confusão para o leitor. 
 
84. Como funciona a questão da citação de artigos em um artigo de revisão, para que ele não seja 
considerado plágio? 
Mesmo num artigo de revisão, não se pode copiar trechos de outros artigos (ainda que sejam dos mesmos 
autores). 
 
85. Há alguma limitação em relação ao número de figuras principais e suplementares dentro do artigo? 
Algumas revistas impõem limite de figuras, e então você precisa verificar nas Instruções para os Autores. 
 
86. Principalmente em Journals da ACS, a realização da “Revisão Sistemática” deve ser mencionada no 
texto do artigo? 
Espera-se que para cada artigo tenha sido feita uma revisão sistemática, de maneira que não é preciso 
citar. Entretanto, se houve um trabalho adicional com ferramentas para busca e análise da literatura, 
então vale a pena mencionar. 
 
87. Quais profissionais/empresas fazem boas revisões da qualidade do inglês do artigo? É frequente 
receber críticas sobre a qualidade do inglês do artigo que submetemos para revistas do exterior. 
Não tenho indicações, mas sei que há muitos profissionais fazendo esse trabalho. 
 
88. Para escrever e publicar um artigo de revisão (Review) os autores precisam (obrigatoriamente) ter 
experiência de publicação de artigos nesse tema específico? 
Sim. 
 
89. Dados numéricos retirados dos resultados devem ser colocados nas conclusões? 
Resultados numéricos podem ser colocados, se forem importantes na contextualização da conclusão. 
 
90. Quando fazemos uma revisão de literatura para fundamentar um artigo, existe alguma regra em 
termos de período temporal e sobre a quantidade de artigos? 
Não há nenhuma regra sobre isso. O mais importante é que a literatura seja relevante para o seu trabalho. 
 
91. Na descrição do resultados no Abstract é necessário citar valores, ou basta afirmar que um tratamento 
foi estatísticamente melhor ou pior? 
Se os números forem essenciais para mostrar a contribuição, devem ser mencionados. 
 
92. Quanto à apresentação em congressos e afins, alguns eventos não pedem trabalhos originais. Ou seja, 
podemos/devemos apresentar o mesmo trabalho em diversos eventos? 
Não faz sentido apresentar o mesmo trabalho em vários eventos, a não ser que sejam públicos muito 
distintos e os trabalhos multidisciplinares. 
 
93. No caso de uma revisão sistemática de intervenção da saúde mental infantil, é relevante que ela seja 
qualitativa ou quantitativa? 
O ideal é que seja qualitativa e quantitativa. 
 
94. Como estruturar uma revisão bibliografica frente a uma grande gama de informações? 
Minhas recomendações são: 
i) Fazer uma busca na literatura com apoio de ferramentas computacionais; 
ii) Estabelecer um esboço dos principais tópicos, com hierarquização desses tópicos; 
iii) Apresentar uma análise crítica da literatura, e não apenas uma descrição dos artigos escolhidos para a 
revisão. 
95. Qual a principal dica para quem pretende escrever o primeiro artigo? 
Fazer um amplo trabalho de análise do Corpus relacionado. 
 
96. Qual é a diferença entre considerações finais e conclusão? Podemos colocar os dois em uma tese? 
Quando os autores julgam que não precisam repetir os principais resultados e sua interpretação, podem 
optar por escrever “Final Remarks” ao invés de uma “Conclusão”. Nesses “Final Remarks” esperam-se 
menções a implicações e limitações do estudo. Numa tese acho que devem ser colocadas “Conclusões”, e 
as “Considerações Finais” aparecerão ao final do capítulo (que não precisa ser curto, se houver muitas 
conclusões). 
 
97. Quando a pesquisa envolveu seres humanos com aprovação pelo comite de ética, como mencionar 
isso? 
Há que se mencionar o número da aprovação e por qual comitê de ética. 
 
98. Alguns autores compartilham seus artigos em redes como ResearchGate. Existe algum problema 
nisso? É algo mal visto pela revista? 
Os artigos só devem ser disponibilizados para público em geral no ResearchGate se a política da revista 
permitir. As revistas da ACS, por exemplo, não permitem. 
 
99. Sobre a revisão sistemática da literatura, posso usar artigos de autores de referência e livros fora desta 
revisão? 
Pode, se os tópicos forem relacionados com os da sua revisão. 
 
100. Autocitação – usar ou não? E citar artigos da própria revista: isso é bom? 
É melhor usar o menor número possível de autocitações. Incluir referências da própria revista pode ser 
positivo, pois é indicação de que os leitores do seu artigo são os mesmos da revista. Mas só devem ser 
incluídas referências que realmente sejam relevantes, não só porque são da revista. 
 
101. Se escrevi um capítulo de livro, posso transformá-lo em um artigo e submetê-lo a um periódico? Isso 
pode ser considerado autoplágio? 
Se o capítulo de livro já foi publicado, não pode ser usado como artigo. 
 
102. Quando cito um parágrafo de um Review, geralmente ele é composto por várias citações. Ao citar de 
maneira geral a ideia do parágrafo, devo mencionar apenas o autor do Review? 
Um parágrafo pode conter referências de vários autores. Não há problema nisso. 
 
103. Sobre o material suplementar com DOI, algumas revistas falam sobre um Data of brief também com 
DOI. Como saber ou se preparar para um artigo assim? Ele seria semelhante ao "short communication"? 
Se um documento tem DOI, então ele serve como referência e não precisa ir para o material suplementar. 
 
104. Quanto tempo, após a publicação, os dados do material suplementar devem ser disponibilizado para 
os solicitantes? 
O Material Suplementar tem que ser incluído junto com o artigo e tem a mesma data de publicação. 
 
105. Como faço para ser revisor de periódicos? 
Você pode escrever para editores de revistas e dizer que é voluntário para ser revisor. Recomendo fazer o 
minicurso online e gratuito da ACS, o “ACS Reviewer Lab” - www.acsreviewerlab.org . 
 
106. Quais critérios devemos usar na hora de indicar revisores quando a revista exige isso? 
Os revisores precisam ser especialistas no assunto. É importante demonstrar que os revisores sugeridos 
não têm conflito de interesse com você e com os co-autores. Por isso, os revisores sugeridos não podem 
ser colaboradores seus, nem da mesma instituição. Para uma revista internacional eu também não 
indicaria brasileiros. 
 
107. Enquanto revisora, posso acrescentar conteúdos literários? 
Se você está atuando como revisora, pode sugerir aos autores incluírem referências. Eu sempre evito 
sugerir uma referência minha para não revelar a minha identidade (porque o revisor deve ser anônimo na 
maioria das revistas). 
 
108. Posso submeter tópicos da minha dissertação/tese em artigos? 
Sim. Informando que o material já está contido na tese. 
 
109. Quando estamos procurando artigos de determinado assuntos para referência, como saber a 
relevância de um artigo no meio científico? 
Não há uma métrica única para indicar a relevância de um artigo. Uma maneira indireta é o número de 
citações. Mas eu não acho que você deva se preocupar com isso. O mais importante é citar os artigos que 
são os mais relevantes para a sua pesquisa, independentemente de serem considerados importantes ou 
bem citados. 
 
110. Adaptar figuras de outros artigos em um Review ou Mini-review seria mal visto? Além disso, seria 
necessário pedir Copyright mesmo se essas figuras fossem adaptadas? 
Num artigo de Review você pode não só adaptar como reproduzir figuras da literatura. Nos dois casos é 
necessário pedir permissão. 
 
111. No resumo, devo trazer na parte da metologia o nome de alguns autores utilizados durante a 
pesquisa? 
Normalmente não se coloca nomes de autores no Resumo, a não ser que o artigo tenha como base um 
trabalho do autor mencionado. 
 
112. Como é feita a autorização para utilizar uma figura de um artigo já publicado? Fala-se com a revista 
onde foi publicado o artigo ou com autor? Ou basta apenas citar a fonte da figura? 
As revistas têm políticas diferentes para autorizar o uso de uma figura de artigosque elas publicaram. 
Algumas, inclusive, cobram para autorizar a reprodução de figuras. Então, é necessário saber qual é a 
política da revista de onde você quer reproduzir a figura. 
 
113. Imagine um artigo no qual é abordada, num certo parágrafo, uma visão geral sobre metais 
detectados. Isso é achado em um Review que tem conclusões importantes para o parágrafo, mas também 
para a detecção de metais X, Y e Z. Eu devo citar apenas o Review e/ou cada um dos artigos que fizeram 
o estudo da detecção de cada metal? Eu costumo fazer os dois, mas tenho dúvida se isso é redundante. 
O melhor é fazer os dois, como você costuma fazer. Pode colocar as referências no mesmo local, o que 
elimina a redundância. 
 
114. Como evitar a redundância entre a contextulização presente na introdução e a discussão/ 
comparação dos resultados com as referências já citadas na introdução? 
É necessário ser sucinto nas descrições e usar frases diferentes nas menções a essas referências. 
 
115. Porque valores tão elevados para publicação? Algumas chegam a 2 ou 3 mil dólares. Se os Referees 
não recebem pelo trabalho e se as publicações hoje são online (com baixíssimos custos), qual a razão? 
Eu não tenho informações detalhadas sobre custos de publicações em Open Access para responder com 
precisão. De qualquer forma, lembro que os custos de edição podem ser altos, mesmo para revistas online, 
por que há que se pagar o serviço dos editores (cientistas) e profissionais que auxiliam no processo de 
edição, além de ferramentas tecnólogias, de armazenamento e busca dos artigos científicos etc. 
 
116. Em relação à defesa de dissertação de mestrado por artigo no qual você não é primeiro autor, como 
proceder? 
Se a dissertação for baseada apenas em artigos, o autor precisa esclarecer suas contribuições para 
justificar que não é o primeiro autor dos artigos. 
 
117. Devo citar que o artigo foi primeiro feito como tese ou dissertação? Qual melhor lugar pra citar isso? 
Provavelmente o artigo que você está submetendo tem menos informações do que está na tese ou 
dissertação, principalmente na metodologia e resultados. Então, você pode mencionar que informações 
adicionais estão na tese, e colocá-la como referência na metodologia. 
 
118. Uma vez enviei artigo para uma determinada revista e o avaliador solicitou algumas alterações; fiz, 
reenviei e outro avaliador me pediu outras coisas; novamente refiz e reenviei, e novamente caiu para 
outro avalilador. Porque isso acontece? 
Um editor raramente toma decisão com apenas uma opinião de um revisor. Então, na ressubmissão pode 
ser que o editor tenha acrescentado revisores. 
 
 
Aula 03 – 21/10/20 
 
 
01. Quais as principais dicas para fazermos a escrita no formato de divulgação científica e construirmos 
um texto que possa, ao mesmo tempo, ter a precisão científica e alcançar o público leigo? 
Os textos de divulgação científica são muito distintos porque a linguagem precisa ser acessível a não 
especialistas. É muito difícil aprender a escrever artigos de divulgação que sejam eficazes. Só a prática e 
análise de bons textos de divulgação podem ajudar. 
 
02. As palavras-chave têm que obrigatoriamente constarem no título do artigo? Há regras para elas? 
As palavras-chave não precisam estar no título. Por outro lado, espera-se que o título reflita a contribuição 
mais relevante do artigo, e talvez deva incluir alguma palavra-chave. 
 
03. As referências utilizadas no trabalho influenciam na aceitação do artigo? Por exemplo, eu submeto 
um artigo para alguma revista da ACS, mas os artigos que utilizei como referência são, na maioria, de 
revistas de outra editora. Isso influencia de alguma forma? 
Nas revistas da ACS não há preocupação de que as referências sejam da própria revista. Entretanto, as 
referências dão o indicador do público-alvo e, assim, espera-se que sejam de revistas de áreas correlatas 
à revista escolhida para a submissão. 
 
04. Como se deve construir uma resenha? 
Assim como na construção de um artigo, é necessário analisar resenhas bem feitas na área para você 
verificar quais estruturas e conteúdos são eficientes. Ou seja, fazer análise de Corpus de resenhas. 
05. Como classificar um bom artigo para montar o Corpus. Teríamos que observar os autores (nativos) ou 
só a revista (boa qualidade) ou os dois aspectos? 
Eu escolheria livros (que são quase sempre bem editados) e artigos de revistas e autores importantes 
(nativos). 
 
06. Qual seria a melhor ferramenta gratuita para traduação automática? O Google tradutor, por exemplo, 
apresenta algumas falhas. 
Não acredito haver tradutores gratuitos melhores. 
 
07. Sobre o uso de conectivos, acredito que um bom texto não precisaria de muitos deles para deixar claro 
os seus argumentos, principalmente os de conclusão. Os conectivos muitas vezes não seriam palavras em 
excesso? 
Concordo que há um excesso de uso de conectivos. Eles só devem ser usados se forem essenciais para a 
coesão e coerência do texto. 
 
08. Quando escrevemos um artigo, começamos escolhendo frase à frase do Corpus para preencher a 
estrutura, ou se faz uma escrita “corrida” primeiro e depois se edita o texto usando as expressões, 
conectivos etc. do Corpus em questão? 
Você pode empregar qualquer dessas estratégias, dependendo da sua confiança no texto que consegue 
gerar sem se apoiar no Corpus. 
 
09. Nos muitos artigos que tenho visto na licenciatura, inclusive os mais recentes, percebo a utilização de 
muitas palavras inúteis ou rebuscadas que não contribuem para a objetividade e clareza do texto. 
Eu tenho a mesma constatação. 
 
10. Qual é o caminho (formação, especialização) para se tornar um editor de uma revista científica (ou, 
especificamente, da ACS)? 
Não se pode estabelecer como meta ser editor de uma revista, nem se oferecer para sê-lo. O que nossa 
comunidade deve buscar é produzir ciência que seja cada vez melhor e com maior visibilidade, para que 
alguns de nossos cientistas sejam escolhidos como editores. 
 
11. Temos o Lattes para encontrar pesquisadores brasileiros. Qual a melhor plataforma para encontrar 
pesquisadores estrangeiros e suas produções? 
Não há uma plataforma única para essa busca. As bases de dados como Web of Science ou SciFinder 
podem ser usadas. 
 
12. Quando uma citação direta originalmente em outro idioma é traduzida, ela pode ser considerada uma 
citação indireta, devido à tradução feita pelo autor? 
É uma citação direta, que deve aparecer com a informação de que foi traduzida pelo autor. 
 
13. Qual a relação entre a linguagem do Corpus e a noção de estilo autoral? 
Empregar um Corpus como base pode reduzir as chances de um texto “autoral”. Entretanto, um texto 
científico já é naturalmente estereotipado e a criatividade dos autores aparece no conteúdo, não na forma. 
 
14. Até que ponto as partes retiradas do Corpus podem ser consideradas como plágio? Em outras palavras, 
as partes retiradas de um Corpus correriam risco de serem consideradas como plágio? 
Não se pode usar sequências de mais do que algumas palavras. Eu, por exemplo, não usaria uma sequência 
de mais de 3 ou 4 palavras. 
15. Como utilizar o Scipo-Farmácia? 
Mais informações podem ser encontradas em http://www.nilc.icmc.usp.br/scipo-farmacia/ . 
 
16. A leitura de outras literaturas que não estão exatamente relacionadas à nossa pesquisa pode auxiliar 
no ganho de vocabulário ou pode atrapalhar na escrita em inglês? 
Auxiliará e muito, sem dúvida! 
 
17. Na elaboração do artigo, qual é a importância de um parágrafo com as "limitações" do trabalho? 
Se as limitações forem relevantes e puderem levar à rejeição do artigo, é melhor explicitá-las de antemão. 
 
18. Quais os principais exemplos de mensagens retóricas? 
Mensagens retóricas são “definir”, “descrever”, “contrastar”, “comparar” etc. Minha sugestão é buscar 
no Corpus expressões que sirvam para essas mensagens. 
 
19. Quais as principais diferenças entre artigo, case report, technical note e research? 
Um “case report” é um trabalho científico específicopara um estudo de caso, normalmente menos 
abrangente do que um artigo. Uma “technical note” normalmente é sobre metodologias e procedimentos, 
também menos abrangente do que um artigo (full research paper). 
 
20. Ao publicar um artigo numa revista internacional, é obrigatório o auxílio de um tradutor para que o 
texto seja publicado ou isso varia de acordo com cada revista? 
Depende não da revista, mas da qualidade do inglês do texto. Se os autores conseguem produzir um texto 
de qualidade, não precisam de tradutores. 
 
21. Editores de revistas européias são mais familiarizados com o inglês britânico? Isso pode influenciar na 
análise? 
Não acho que esse fator seja relevante. 
 
22. Sobre a expressão “To the best of our knowledge” em artigos científico, por que ela é comum? 
Essa expressão é comum em artigos para dizer que os autores fizeram uma busca na literatura e não 
encontraram evidência contrária ao que estão afirmando. Não vejo problema em seu uso. 
 
23. Existe alguma ferramenta para verificar o quão formal é uma conexão? Artigo com muitos 
contrapontos exigem muitos links, e talvez o Corpus não venha a contribuir tanto. 
Não tenho ferramenta para indicar. 
 
24. Quantos artigos devemos ler a fim de criar um Corpus? 
Segundo minha experiência, são necessários cerca de 100 artigos. 
 
25. Há uma tendência de diminuição no tamanho de artigos publicados? Podemos chegar ao ponto em 
que artigos longos (com mais de 12 páginas, por exemplo) não sejam publicados? 
Também percebo essa tendência. É provável que artigos terão limitações de páginas, pois hoje é possível 
colocar conteúdo em Material Suplementar. 
 
 
 
 
26. Como podemos ultrapassar a barreira do "artigo regional"? Qual seria a sugestão ou estratégia para 
se conseguir publicar em boas revistas internacionais? 
O primeiro passo é escolher problemas científico-tecnológicos que sejam de interesse global, e não apenas 
regional. Depois, é preciso estar a par da literatura para que você produza trabalho de pesquisa (e artigos) 
que sejam competitivos com aquilo que se publica nas melhores revistas da área. 
 
27. Sobre os repostiórios de preprint, devemos submeter o manuscrito na versão original ou numa versão 
beta? 
Como preprint deve-se colocar o artigo em sua forma final, como será submetido. 
 
28. Quais os principais conselhos acerca de pesquisas que abordam temas de regiões virgens, onde quase 
não se têm informações científicas sobre o assunto? 
O trabalho científico para resolver questões locais (geográficas) pode ser de interesse internacional e 
global, de maneira que pode-se buscar publicações de qualidade. 
 
29. É necessário colocar referências bem antigas, por exemplo, na definição da doença? Ou somente 
referências dos últimos cinco anos? 
Isso depende da revista em que será publicado o artigo. Se a audiência da revista já estiver familiarizada 
com a doença, não é necessário incluir referências antigas. 
 
30. Sobre os tempos gramaticais em cada seção do artigo, o que devo levar em conta? 
Não há regras bem definidas. Na metodologia, deve-se usar o passado, porque é descrição do que foi feito; 
nos resultados, usa-se o presente na descrição de figuras e tabelas, mas emprega-se o passado quando 
for se referir a um resultado obtido. 
 
 
Ferramentas citadas durante o curso: 
 
The Best Referee Report - 
https://app.acspubs.org/e/er?s=1913652004&lid=30801&elqTrackId=76A7DCB2D4EA67F01A4DD90897
91B716&elq=ac2c8b2bd8144f68802d27a06a9312ec&elqaid=14450&elqat=1 
The Art of the Cover Letter - 
https://app.acspubs.org/e/er?s=1913652004&lid=30800&elqTrackId=930849BA5CBCECD5344FBFB64B5
CFDD8&elq=ac2c8b2bd8144f68802d27a06a9312ec&elqaid=14450&elqat=1 
Summarize Your Work in 100 Milliseconds or Less... The Importance of the Table of Contents Image - 
https://app.acspubs.org/e/er?s=1913652004&lid=30799&elqTrackId=22C90B9C4C0E1C4620B73ABF3D9
437D9&elq=ac2c8b2bd8144f68802d27a06a9312ec&elqaid=14450&elqat=1 
Redefining the Experimental and Methods Sections - 
https://app.acspubs.org/e/er?s=1913652004&lid=30797&elqTrackId=B535FF8B8BBB28EB158324267DA
0D1C5&elq=ac2c8b2bd8144f68802d27a06a9312ec&elqaid=14450&elqat=1 
Using network science and text analytics to produce surveys in a scientific topic - 
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1751157715301966?via%3Dihub 
Vis-KT - Interactive keyterm-based document clustering and visualization via neural language models - 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/55/55134/tde-20082020-093906/pt-br.php