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■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ As autoras deste livro e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelas autoras até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação regulamentadora. As autoras e a editora envidaram todos os esforços no sentido de se certificarem de que a escolha e a posologia dos medicamentos apresentados neste compêndio estivessem em conformidade com as recomendações atuais e com a prática em vigor na época da publicação. Entretanto, em vista da pesquisa constante, das modificações nas normas governamentais e do fluxo contínuo de informações em relação à terapia e às reações medicamentosas, o leitor é aconselhado a checar a bula de cada fármaco para qualquer alteração nas indicações e posologias, assim como para maiores cuidados e precauções. Isso é articularmente importante quando o agente recomendado é novo ou utilizado com pouca frequência. As autoras e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondose a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Traduzido de: CLINICAL HANDBOOK FOR BRUNNER & SUDDARTH’S TEXTBOOK OF MEDICALSURGICAL NURSING, FOURTEENTH EDITION Copyright © 2018 Wolters Kluwer. Copyright © 2014, 2010, 2008 by Wolters Kluwer Health | Lippincott Williams & Wilkins. Copyright © 2004, 2008 by Lippincott Williams & Wilkins. Copyright © 2008, 2004, 2000 by Lippincott Williams & Wilkins. All rights reserved. 2001 Market Street Philadelphia, PA 19103 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., USA. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. ISBN: 9781496395917 Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2019 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040040 Tels.: (21) 35430770/(11) 50800770 | Fax: (21) 35430896 www.grupogen.com.br | faleconosco@grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Ficha catalográfica Produção digital: Geethik H555b 14. ed. Brunner & Suddarth : manual de enfermagem médicocirúrgica / revisão técnica Sonia Regina de Souza 14. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2019. 804 p. : il. ; 19 cm. Inclui índice ISBN 9788527735155 1. Enfermagem. 2. Enfermagem em sala de cirurgia. 3. Enfermagem Estudo e ensino. I. Brunner, Lillian Sholtis. II. Suddarth, Doris Smith. III. Souza, Sonia Regina de. 1853240 CDD: 610.736 CDU: 616083.98 Meri Gleice Rodrigues de Souza Bibliotecária CRB7/6439 http://lww.com/ http://www.grupogen.com.br/ mailto:faleconosco@grupogen.com.br http://www.geethik.com/ • • • • • Prefácio Referência para estudantes e profissionais de enfermagem, esta 14a edição de Brunner & Suddarth | Manual de Enfermagem MédicoCirúrgica apresenta informações indispensáveis sobre cerca de 200 doenças e distúrbios mais comuns, sendo uma excelente fonte de consulta rápida. Organização Em conveniente e prático formato de bolso, o livro é organizado de modo didático, em ordem alfabética, para que o leitor tenha acesso mais rápido às informações sobre: Fisiopatologia Manifestações clínicas Avaliação e achados diagnósticos Manejo clínico, cirúrgico e farmacológico Manejo de enfermagem de acordo com o processo de enfermagem. Para conteúdo mais detalhado, esta obra apresenta referências cruzadas com a 14aedição de Brunner & Suddarth | Tratado de Enfermagem MédicoCirúrgica. Principais características Este Manual destaca especialmente a prática de enfermagem em ambientes domiciliar e comunitário, a orientação dos pacientes e os resultados previstos em relação aos cuidados adotados. Outros aspectos importantes são: Considerações gerontológicas. Descrições sucintas e intervenções relacionadas com o atendimento aos idosos, cuja demanda por cuidados de saúde é cada vez maior. Alerta de enfermagem | Qualidade e segurança. Sugestões para a melhor prática clínica e avisos de segurança sobre questões de prioridade e situações perigosas ou potencialmente fatais. Apêndice. Valores laboratoriais importantes, organizados para facilitar a consulta. Que a leitura desta obra seja apreciada por nossos leitores e que, por meio dela, eles sejam bemsucedidos nos estudos e na futura profissão. O Editor Sumário A Abscesso cerebral Abscesso pulmonar Acidente vascular encefálico hemorrágico Acidente vascular encefálico isquêmico Anafilaxia Anemia Anemia aplásica Anemia falciforme | Doença falciforme Anemia ferropriva Anemia megaloblástica Aneurisma da aorta Aneurisma intracraniano Angina de peito Apendicite Arteriosclerose e aterosclerose Artrite reumatoide Asma Asma | Estado de mal asmático Ataque isquêmico transitório Aterosclerose coronariana B Bronquiectasia C Câncer Câncer colorretal | Câncer de cólon e reto Câncer da cavidade oral e da faringe Câncer de bexiga Câncer de colo do útero Câncer de endométrio Câncer de esôfago Câncer de estômago | Câncer gástrico Câncer de fígado Câncer de laringe Câncer de mama Câncer de ovário Câncer de pâncreas Câncer de pele | Melanoma maligno Câncer de próstata Câncer de pulmão | Carcinoma broncogênico Câncer de testículo Câncer de tireoide Câncer de vagina Câncer de vulva Câncer renal | Tumores renais Catarata Cefaleia Cetoacidose diabética Choque anafilático Choque cardiogênico Choque hipovolêmico Choque neurogênico Choque séptico https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec1 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec2 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec3 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec4 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec5 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec6 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec7 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#sec8 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diverticular Doença oclusiva arterial periférica Doença pulmonar obstrutiva crônica Doença renal crônica | Doença renal em estágio terminal E Edema pulmonar agudo Embolia arterial e trombose arterial Embolia pulmonar Empiema Encefalopatia hepática e coma hepático Endocardite infecciosa Endocardite reumática Endometriose Epididimite Epilepsias Epistaxe | Sangramento nasal Esclerose lateral amiotrófica Esclerose múltipla Estenose aórtica Estenose mitral F Faringite aguda Faringite crônica Fenômeno de Raynaud e outras acrossíndromes Feocromocitoma Fraturas G Gastrite Glaucoma Glomerulonefrite aguda Glomerulonefrite crônica Gota H https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#sec51 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#sec52 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#sec53 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https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#sec92 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#sec93 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#sec94 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#sec95 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#sec96 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#sec97 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#sec98 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#sec99 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#sec100 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#sec101 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html Hemofilia Hepatites virais | Tipos A, B, C, D, E e G Hérnia de hiato Hiperplasia prostática benigna e prostatectomia Hipertensão arterial | Crise hipertensiva Hipertensão pulmonar Hipertireoidismo | Doença de Graves Hipoglicemia | Reação à insulina Hipoparatireoidismo Hipopituitarismo Hipotireoidismo e mixedema I Impetigo Infecção pélvica | Doença inflamatória pélvica Infecções sexualmente transmissíveis Influenza Insuficiência aórtica | Regurgitação Insuficiência cardíaca Insuficiência hepática fulminante L Lesão raquimedular Lesão renal aguda Leucemia Leucemia linfocítica aguda Leucemia linfocítica crônica Leucemia mieloide aguda Leucemia mieloide crônica Linfedema e elefantíase Linfoma de Hodgkin Linfomas não Hodgkin Lombalgia Lúpus eritematoso sistêmico M Manejo de enfermagem no período peroperatório Mastoidite e cirurgia de mastoide Meningite Miastenia gravis Mieloma múltiplo Miocardiopatias Miocardite N Necrólise epidérmica tóxica e síndrome de StevensJohnson Neuralgia do trigêmeo O Obesidade Obesidade extrema e cirurgia bariátrica Obstrução do intestino delgado Obstrução do intestino grosso Osteoartrite | Doença articular degenerativa Osteomalacia Osteomielite Osteoporose Otite média aguda Otite média crônica P https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#sec102 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#sec103 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#sec104 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#sec105 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#sec106 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(inconsciente) Pancreatite aguda Pancreatite crônica Parada cardíaca Paralisia de Bell Pênfigo Pericardite | Tamponamento cardíaco Peritonite Pielonefrite aguda Pielonefrite crônica Pleurite Pneumonia Pneumotórax e hemotórax Policitemia Pressão intracraniana, elevação Prolapso da valva mitral Prostatite Prurido Psoríase Púrpura trombocitopênica imune Q Queimaduras R Regurgitação (insuficiência) mitral S Sarcoma de Kaposi Síndrome coronariana aguda e infarto agudo do miocárdio Síndrome da angústia respiratória aguda Síndrome de Cushing Síndrome de GuillainBarré | Polirradiculoneurite Síndrome de imunodeficiência adquirida | Infecção pelo HIV Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica Síndrome nefrítica aguda Síndrome nefrótica T Tempestade tireoidiana | Crise tireotóxica Tireoidite aguda Tireoidite crônica | Tireoidite de Hashimoto Traumatismo cranioencefálico Traumatismo musculoesquelético | Contusões, entorses, estiramentos e luxações articulares Trombocitopenia Tuberculose pulmonar Tumores cerebrais Tumores hipofisários Tumores ósseos U Úlcera péptica Urolitíase | Nefrolitíase V Varizes esofágicas, sangramento Apêndice | Valores Laboratoriais https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec151 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec152 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec153 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec154 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec155 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec156 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec157 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#sec158 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https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec185 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec186 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec187 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec188 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec189 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec190 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec191 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter18.html#sec192 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter19.html https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter19.html#sec193 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter19.html#sec194 https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter20.html https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter20.html#sec195 • • • • • • • • • • Abscesso cerebral O abscesso cerebral consiste em acúmulo de material infeccioso no tecido cerebral. É raro em indivíduos imunocompetentes e diagnosticado com maior frequência em indivíduos que estão imunossuprimidos em consequência de doença subjacente ou uso de medicamentos imunossupressores. Fisiopatologia Pode ocorrer abscesso cerebral em consequência de cirurgia intracraniana, traumatismo cranioencefálico penetrante ou piercing na língua. Os microrganismos que provocam abscesso cerebral alcançam o cérebro por disseminação hematológica a partir dos pulmões, das gengivas, da língua ou do coração, ou de lesão ou infecção intraabdominal. As condições predisponentes mais comuns em adultos consistem em otite média e rinite. Prevenção Para evitar o desenvolvimento de abscesso cerebral, o tratamento de otite média, mastoidite, rinossinusite, infecções dentárias e infecções sistêmicas deve ser instituído imediatamente. Manifestações clínicas Em geral, os sinais e sintomas resultam de alterações na dinâmica intracraniana (edema, deslocamento do cérebro), de infecção ou da localização do abscesso O sintoma mais prevalente consiste em cefaleia, que costuma ser mais intensa pela manhã Pode ou não ocorrer febre Ocorrem também vômitos e déficits neurológicos focais (fraqueza e diminuição progressiva da visão) Conforme o abscesso se expande,são observadas manifestações de elevação da pressão intracraniana (PIC) como diminuição do nível de consciência e crises convulsivas. Avaliação e achados diagnósticos O hemograma completo inclui contagem diferencial, contagem de plaquetas, velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR) O exame neurológico cuidadoso pode identificar alterações na PIC Os exames de neuroimagem, tais como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), conseguem identificar o tamanho e a localização do abscesso A aspiração do abscesso é guiada pela TC ou pela RM para cultura e identificação do microrganismo infeccioso São obtidas hemoculturas antes de iniciar antibioticoterapia, radiografia de tórax e eletroencefalograma (EEG). Manejo clínico A meta é controlar a PIC e instituir uma terapia antimicrobiana direcionada, a fim de eliminar o abscesso e a fonte primária de infecção. As modalidades de tratamento incluem antimicrobianos, com base nos resultados de cultura e antibiograma, incisão cirúrgica ou aspiração (biopsia estereotáxica guiada por TC). Corticosteroides são prescritos para reduzir o edema inflamatório cerebral, e anticonvulsivantes são prescritos para profilaxia contra convulsões (fenitoína, fenobarbital). A resolução do abscesso é monitorada com TC. • • • • • • • Manejo de enfermagem As intervenções de enfermagem enfatizam o monitoramento do estado neurológico, dão suporte ao tratamento clínico e fornecem orientação ao paciente. Monitorar o estado neurológico de modo contínuo para identificar alterações na PIC Administrar o agente antimicrobiano intravenoso Avaliar e documentar a resposta aos medicamentos Monitorar os exames laboratoriais de sangue (glicose e potássio) quando são prescritos corticosteroides Monitorar o ambiente para garantir a segurança do paciente e evitar quedas em casos de nível diminuído de consciência, fraqueza motora ou possíveis convulsões Avaliar as necessidades do paciente e de sua família e avisálos de que os déficits neurológicos podem persistir após o tratamento (hemiparesia, convulsões, déficits visuais e paralisia de nervos cranianos) Avaliar a capacidade da família de expressar sua angústia diante da condição do paciente, lidar com a doença e os déficits e obter apoio. Ver “Manejo de enfermagem” em condições neurológicas associadas (p. ex., Epilepsia, Meningite ou Pressão intracraniana, elevação) para informações mais detalhadas. __________ Para mais informações, ver o Capítulo 69 em Hinkle JL, Cheever KH. (2018). Brunner and Suddarth’s textbook of medicalsurgical nursing (14th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins. Abscesso pulmonar O abscesso pulmonar consiste em necrose do parênquima pulmonar, causada por infecção microbiana. Em geral, o abscesso pulmonar é provocado pela aspiração de bactérias anaeróbicas e é definido, na radiografia de tórax, como uma cavidade de pelo menos 2 cm. Os pacientes que correm risco de aspiração de material estranho com desenvolvimento de abscesso pulmonar incluem os que apresentam comprometimento dos reflexos da tosse, que perderam a capacidade de fechamento da glote ou que têm dificuldades de deglutição. Outros pacientes de risco incluem aqueles com transtornos do sistema nervoso central (p. ex., convulsões, acidente vascular encefálico), drogadição, alcoolismo, doença esofágica ou imunocomprometimento; pacientes com dentição em estado de conservação precário e aqueles submetidos à alimentação por tubo nasogástrico; pacientes com estado alterado da consciência, devido à anestesia. Fisiopatologia Os abscessos pulmonares são, em sua maioria, uma complicação de pneumonia bacteriana ou são causados pela aspiração de anaeróbios orais para os pulmões. Além disso, podem ocorrer em consequência de obstrução mecânica ou funcional dos brônquios por tumor, corpo estranho ou estenose brônquica, ou devido a pneumonia necrosante, tuberculose, embolia pulmonar ou traumatismo torácico. A localização do abscesso pulmonar está relacionada com a gravidade e é determinada pela posição do indivíduo. No caso de pacientes confinados ao leito, o segmento posterior de um lobo superior e o segmento superior do lobo inferior constituem as áreas mais comuns. Dependendo da posição do paciente quando houve a aspiração, podem ocorrer apresentações atípicas. No início, a cavidade no pulmão pode ou não estenderse diretamente para um brônquio. O abscesso acaba sendo encapsulado por uma parede de tecido fibroso. O processo necrótico pode estenderse até alcançar o lúmen de um brônquio ou espaço pleural, estabelecendo uma comunicação com o sistema respiratório e/ou com a cavidade pleural. Se o brônquio estiver acometido, o conteúdo purulento é expectorado na forma de escarro. Se houver comprometimento da pleura, verificase o desenvolvimento de empiema. Uma comunicação entre o brônquio e a pleura é conhecida como fístula broncopleural. Os microrganismos frequentemente associados a abscessos pulmonares incluem S. aureus, Klebsiella e outras espécies gramnegativas. No entanto, também podem ser encontrados microrganismos anaeróbicos. Os microrganismos variam, dependendo dos fatores predisponentes subjacentes. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Manifestações clínicas As manifestações clínicas variam desde tosse produtiva leve até doença aguda A febre é acompanhada por tosse produtiva, com volumes moderados a copiosos de escarro de odor fétido, algumas vezes sanguinolento Pode ocorrer leucocitose É comum a ocorrência de pleurite ou dor torácica difusa, dispneia, fraqueza, anorexia e perda de peso. Avaliação e achados diagnósticos Há macicez do tórax à percussão e diminuição ou ausência de murmúrio vesicular, com atrito pleural intermitente e, possivelmente, estertores à ausculta. São realizadas radiografias de tórax, cultura do escarro e, em alguns casos, broncoscopia de fibra óptica. A TC do tórax pode ser necessária para obter imagens mais detalhadas. Prevenção Para reduzir o risco de abscesso pulmonar, instituir antibioticoterapia apropriada antes de qualquer procedimento dentário e manter higiene dentária e oral adequada. Para pacientes com pneumonia, administrar terapia antimicrobiana prescrita. Manejo clínico Os achados na história da saúde, no exame físico, nas radiografias de tórax e na cultura de escarro indicam o tipo de microrganismo e o tratamento necessário. A fisioterapia respiratória (percussão/drenagem postural) é realizada para possibilitar drenagem adequada Um cateter percutâneo pode ser inserido para drenagem prolongada O uso de broncoscopia para drenagem de abscesso é incomum O paciente é aconselhado a consumir uma dieta hiperproteica e hipercalórica A intervenção cirúrgica é rara. A ressecção pulmonar (lobectomia) é realizada quando ocorre hemoptise maciça, ou quando não há resposta ao manejo clínico A terapia antimicrobiana intravenosa (IV) depende dos resultados da cultura de escarro e do antibiograma. Clindamicina, ampicilina/sulbactam e outros carbapenêmicos são os medicamentos mais usados para infecções pulmonares por anaeróbios. São necessárias altas doses IV, visto que o antibiótico precisa penetrar no tecido necrótico e no líquido do abscesso São administrados antibióticos orais em vez de intravenosos após melhora dos sinais clínicos (temperatura normal, diminuição da contagem de leucócitos e melhora na radiografia de tórax, mostrando resolução do infiltrado, redução do tamanho da cavidade e ausência de líquido). A antibioticoterapia oral é mantida por 4 a 12 semanas. Manejo de enfermagem Administrar antibióticos e tratamento IV, conforme prescrição,e monitorar o aparecimento de efeitos adversos Iniciar a fisioterapia respiratória, conforme prescrição, para a drenagem do abscesso Avaliar se o paciente apresenta tosse adequada; ensinar a realizar exercícios de respiração profunda e tosse Incentivar o consumo de dieta hiperproteica e hipercalórica Fornecer apoio emocional, visto que a resolução do abscesso pode levar muito tempo. Promoção dos cuidados domiciliar, comunitário e de transição Orientação ao paciente sobre autocuidados Instruir o paciente ou os cuidadores a respeito da técnica de troca dos curativos para evitar o odor e a escoriação da pele; o método de monitorar os sinais e sintomas de infecção; e a maneira de manipular o dreno ou o tubo e mantêlo operante Lembrar ao paciente a necessidade de realizar exercícios de respiração profunda e tosse a cada 2 horas durante o dia Demonstrar a percussão do tórax e técnicas de drenagem postural aos cuidadores. • • • • • • • • • • • • Cuidado continuado e de transição O paciente pode necessitar de revisão das orientações para cuidados domiciliares. Durante as visitas domiciliares, o enfermeiro deve: Avaliar o estado físico, o estado nutricional e o ambiente domiciliar do paciente, bem como a capacidade do paciente e do cuidador de realizar o esquema terapêutico Reforçar as instruções, fornecendo aconselhamento para alcançar e manter um estado ideal de nutrição Ressaltar a importância de completar o esquema antibiótico, manter o repouso e níveis apropriados de atividade para evitar a ocorrência de recidiva Providenciar o serviço de atendimento domiciliar para iniciar a antibioticoterapia IV, caso necessário Considerar estratégias de promoção e triagem de saúde. __________ Para mais informações, ver o Capítulo 23 em Hinkle JL, Cheever KH. (2018). Brunner and Suddarth’s textbook of medicalsurgical nursing (14th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins. Acidente vascular encefálico hemorrágico Aproximadamente 13% dos acidentes vasculares encefálicos (AVE) são causados por hemorragia, principalmente hemorragia intracraniana (7%) e hemorragia subaracnóidea (8%), entre outras. O AVE hemorrágico decorre de sangramento para o tecido cerebral, para os ventrículos ou para o espaço subaracnóideo. A hemorragia intracerebral primária em consequência de ruptura espontânea de pequenos vasos é responsável por aproximadamente 80% dos casos de AVE hemorrágico e é causada principalmente por hipertensão arterial não controlada. A hemorragia subaracnóidea resulta da ruptura de um aneurisma (enfraquecimento da parede arterial) intracraniano em aproximadamente metade dos casos. As artérias cerebrais mais comumente afetadas por um aneurisma são a artéria carótida interna (ACI), a artéria cerebral anterior (ACA), a artéria comunicante anterior (ACoA), a artéria comunicante posterior (ACoP), a artéria cerebral posterior (ACP) e a artéria cerebral média (ACM). As hemorragias intracerebrais secundárias estão associadas a malformações arteriovenosas (MAV), aneurismas intracranianos, neoplasias intracranianas ou certos medicamentos (p. ex., anticoagulantes, anfetaminas). Fisiopatologia A fisiopatologia do AVE hemorrágico depende da causa e do tipo de distúrbio vascular cerebral. Os sinais/sintomas são provocados por hemorragia primária, aneurisma ou MAV que comprime os nervos cranianos ou o tecido cerebral ou, de modo mais dramático, quando um aneurisma ou MAV se rompe, causando hemorragia subaracnóidea (hemorragia no espaço subaracnóideo craniano). O metabolismo cerebral normal é afetado por qualquer um dos seguintes fatores: exposição do encéfalo ao sangue extravascular, elevação da pressão intracraniana (PIC), devido ao volume sanguíneo extravascular aumentado que comprime e lesiona o tecido cerebral, ou por isquemia secundária, em consequência da redução do fluxo sanguíneo e do vasospasmo, que frequentemente acompanham a hemorragia subaracnóidea. Fatores de risco Não modificáveis Idade avançada (acima de 55 anos) Angiopatia amiloide cerebral Sexo (masculino). Modificáveis ou passíveis de tratamento Hipertensão arterial Consumo excessivo de bebidas alcoólicas MAV (pacientes mais jovens), aneurismas intracranianos, neoplasias intracranianas Certos fármacos (p. ex., anticoagulantes, anfetaminas, substâncias psicoativas ilícitas) • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Aterosclerose. Manifestações clínicas Cefaleia intensa de ocorrência súbita (no paciente consciente) Vômitos Alterações súbitas iniciais no nível de consciência Possivelmente, convulsões focais (devido ao comprometimento frequente do tronco encefálico) Déficits neurológicos, incluindo motores, sensoriais, de nervos cranianos, cognitivos e outras funções semelhantes ao AVE isquêmico Cefaleia súbita e intensa, perda da consciência por um período variável de tempo; dor e rigidez de nuca e coluna vertebral, característica de ruptura de aneurisma intracraniano ou MAV Possivelmente, distúrbios visuais (perda visual, diplopia, ptose) se houver comprometimento do nervo oculomotor É também possível a ocorrência de tinido, tontura ou hemiparesia Podem ser observados outros déficits neurológicos semelhantes aos que ocorrem no AVE isquêmico Sangramento grave, que pode resultar em coma e morte. Avaliação e achados diagnósticos História da saúde e exame físico e neurológico completo TC ou RM Angiografia cerebral (para confirmar o diagnóstico de aneurisma intracraniano ou MAV) Punção lombar (realizada apenas se a TC for negativa e não houver evidências de elevação da PIC) Rastreamento toxicológico para pacientes com menos de 40 anos de idade. Prevenção Ajudar os pacientes a modificar os fatores de risco para AVE; incentiválos a controlar a hipertensão arterial, manter peso corporal saudável, seguir dieta equilibrada (incluindo consumo moderado de bebidas alcoólicas) e realizar diariamente exercícios físicos. Complicações As complicações imediatas do AVE hemorrágico incluem hipoxia cerebral, diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e aumento da área de lesão. As complicações subsequentes incluem novo sangramento ou expansão do hematoma; vasospasmo cerebral, resultando em isquemia cerebral; hidrocefalia aguda (impede a reabsorção do líquido cerebrospinal [LCS]); e convulsões. Manejo clínico As metas do tratamento clínico para o AVE hemorrágico consistem em possibilitar a recuperação do cérebro do agravo inicial (sangramento), prevenir ou minimizar o risco de novo sangramento, evitar e tratar as complicações. O manejo consiste em repouso no leito com sedação para que não haja agitação e estresse, tratamento do vasospasmo e tratamento clínico ou cirúrgico para evitar a ocorrência de novo sangramento. Se o sangramento for causado por anticoagulação com varfarina, a razão normalizada internacional (INR) pode ser corrigida com plasma fresco congelado e vitamina K. A reversão do efeito anticoagulante dos fármacos anticoagulantes mais recentes é mais complexa. São instituídas medidas profiláticas para evitar a ocorrência de tromboembolismo venoso, incluindo dispositivos de compressão sequencial (ou meias elásticas compressivas). Terapia farmacológica As convulsões são tratadas com anticonvulsivantes, como fenitoína A hiperglicemia também deve ser tratada São administrados agentes analgésicos para cefaleia e cervicalgia • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • São administrados agentes antihipertensivos para controlar a hipertensão arterial. Manejo cirúrgico As indicações para cirurgia incluem sinais de agravamento no exame neurológico, elevação da PIC ou sinais de compressão do tronco encefálico A cirurgia pode evitar o sangramento em um aneurisma não rotoou a ocorrência de sangramento subsequente em um aneurisma que já se rompeu, isolando o aneurisma por meio de ligadura ou clipe através de seu colo. O aneurisma pode ser reforçado se for envolvido com alguma substância que proporcione suporte e induza cicatrização A evacuação cirúrgica é mais frequentemente realizada por meio de craniotomia É possível utilizar técnicas endovasculares em pacientes selecionados para ocluir o fluxo sanguíneo da artéria que alimenta o aneurisma com molas, ou outras técnicas podem ser usadas para ocluir o próprio aneurisma. Em aneurismas grandes ou largos, um dispositivo semelhante a um stent pode ser usado para desviar seu fluxo sanguíneo As complicações pósoperatórias incluem sintomas psicológicos (desorientação, amnésia, síndrome de Korsakoff, alterações da personalidade); embolização intraoperatória ou ruptura de artéria; oclusão pósoperatória da artéria; distúrbios hidreletrolíticos (em consequência da disfunção do sistema neurohipofisário) e hemorragia digestiva. PROCESSO DE ENFERMAGEM Paciente que se recupera de um AVE hemorrágico Avaliação Alteração do nível de consciência ou da responsividade, capacidade de falar e orientação Reação pupilar lenta à luz e posição ocular Déficits motores e sensitivos Déficits de nervos cranianos (movimentos extraoculares, queda da face, ptose) Dificuldades da fala e distúrbio visual Cefaleia e rigidez de nuca ou outros déficits neurológicos Avaliação continuada para qualquer comprometimento no desempenho das atividades diárias do paciente. Diagnóstico DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Perfusão tissular (cerebral) ineficaz, relacionada com sangramento ou vasospasmo Ansiedade relacionada com a doença ou com restrições clinicamente impostas (precauções contra o aneurisma). PROBLEMAS COLABORATIVOS/COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Vasospasmo Convulsões Hidrocefalia Novo sangramento Hiponatremia. Planejamento e metas As principais metas para o paciente (e para sua família) podem incluir melhora da perfusão tissular cerebral, alívio da ansiedade e ausência de complicações. Intervenções de enfermagem OTIMIZAÇÃO DA PERFUSÃO TISSULAR CEREBRAL Monitorar a ocorrência de alterações na deterioração neurológica; registrando os resultados por meio de fluxograma neurológico • • • • • • • • • • • • • • • • • Verificar a cada hora a pressão arterial, o pulso, o nível de consciência (indicador da perfusão cerebral), as respostas pupilares e a função motora Monitorar o estado respiratório, visto que a redução do oxigênio em áreas do encéfalo com autorregulação prejudicada aumenta a probabilidade de infarto cerebral Implementar precauções para o aneurisma, que consistem em fornecer um ambiente tranquilo; planejar os cuidados para prevenir elevações da PIC e minimizar o risco de sangramento subsequente, proporcionando alívio da dor e minimizando a ansiedade Elevar a cabeceira do leito a 15 a 30° para promover a drenagem venosa e diminuir a PIC Evitar todo tipo de esforço ou manobra de Valsalva; qualquer atividade que exija esforço está contraindicada A diminuição da intensidade da luz é útil, visto que a fotofobia (intolerância à luz) é comum; os estímulos externos são mantidos em nível mínimo, incluindo não assistir à televisão, não ouvir rádio e evitar qualquer leitura Evitar bebidas cafeinadas Emolientes fecais e laxantes suaves são prescritos para evitar a constipação intestinal; não é permitido o uso de enemas Realizar todos os cuidados pessoais, incluindo alimentação e higiene pessoal do paciente; evitar qualquer esforço que possa elevar a pressão arterial. ALÍVIO DA ANSIEDADE Manter a estimulação sensorial em nível mínimo; reorientar frequentemente o paciente para ajudar a manter a orientação Manter o paciente bem informado sobre o plano de cuidado; proporcionar tranquilização apropriada para ajudar a reduzir o medo e a ansiedade Incluir a família na discussão e tomada de decisões dos cuidados e apoiar os familiares. MONITORAMENTO E MANEJO DAS COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Vasospasmo: avaliar se há sinais de vasospasmo, incluindo cefaleias intensificadas, diminuição do nível de responsividade (confusão mental, desorientação, letargia) ou evidências de afasia ou paralisia parcial. Administrar, se prescrito, o bloqueador dos canais cálcio nimodipino para a prevenção do vasospasmo; expansores do volume também podem ser prescritos Convulsões: caso ocorra uma convulsão, as metas primárias são manutenção das vias respiratórias desobstruídas e prevenção de lesão. A terapia medicamentosa é iniciada nessa ocasião Hidrocefalia: pode ocorrer nas primeiras 24 horas (aguda) após hemorragia subaracnóidea ou alguns dias (subaguda) ou várias semanas (tardia) depois. Os sintomas variam de acordo com o momento de início e podem ser inespecíficos. A hidrocefalia aguda caracterizase por instalação abrupta de torpor ou coma, e o tratamento consiste em colocação de dreno de ventriculostomia para diminuir a PIC; os sinais/sintomas de hidrocefalia subaguda e tardia incluem início gradual de sonolência, alterações comportamentais e marcha atáxica. Colocase uma derivação (shunt) ventriculoperitoneal (VP) para tratar a hidrocefalia crônica Novo sangramento: a hipertensão arterial constitui o fator de risco mais grave e modificável. O novo sangramento do aneurisma ocorre mais frequentemente durante as primeiras 2 semanas após a hemorragia inicial; é considerado como uma complicação importante e sua ocorrência é confirmada por TC. Os sinais/sintomas de novo sangramento consistem em cefaleia intensa súbita, náuseas, vômitos, nível diminuído de consciência e déficit neurológico Hiponatremia: ocorre em 50% dos pacientes com hemorragia subaracnóidea e precisa ser identificada precocemente. Em seguida, o paciente é avaliado para a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH) ou síndrome cerebral perdedora de sal. O tratamento mais frequente consiste na administração por via intravenosa de solução de cloreto de sódio hipertônica a 3%. PROMOÇÃO DOS CUIDADOS DOMICILIAR, COMUNITÁRIO E DE TRANSIÇÃO Orientação ao paciente sobre autocuidados • • • • • • • • • • • • • Rever com o paciente e a sua família os cuidados e a justificativa para as restrições necessárias durante a fase aguda Incentivar o paciente a reiniciar o autocuidado assim que possível; fornecer dispositivos auxiliares, quando indicado. Pode ser necessário realizar modificações na residência Fornecer orientação ao paciente e aos seus familiares sobre as causas do AVE hemorrágico, possíveis consequências, tratamentos clínicos ou cirúrgicos relevantes e importância das intervenções para evitar e detectar complicações Instruir a família a apoiar o paciente e fornecer reforço positivo. Cuidado continuado e de transição Avaliar e abordar as necessidades e déficits evidentes do paciente após o AVE hemorrágico Reiterar ao paciente e a sua família a importância de seguir as recomendações para evitar a ocorrência de outro AVE hemorrágico e manter as consultas de acompanhamento com profissionais de saúde para monitorar os fatores de risco Rever os sinais e sintomas de complicações específicas Identificar medidas de segurança para evitar quedas Orientar o paciente e sua família sobre medicamentos, incluindo nome, esquema posológico e efeitos colaterais; identificar qualquer barreira ao acesso de medicamentos e orientar como resolver essas barreiras Encaminhar o paciente ao serviço de cuidados domiciliares (home care), se necessário. Reavaliação RESULTADOS ESPERADOS DO PACIENTE Demonstra estado neurológico estável e padrões respiratórios normais Relata redução do nível de ansiedade Não apresenta complicações. __________ Para mais informações, ver o Capítulo 67 em Hinkle JL, CheeverKH. (2018). Brunner and Suddarth’s textbook of medicalsurgical nursing (14th ed.). Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins. Acidente vascular encefálico isquêmico O acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico consiste em perda súbita da função cerebral em consequência da interrupção da irrigação para uma parte do cérebro. O AVE é uma doença tempodependente, ou seja, o tratamento rápido aumenta a chance de recuperação completa. Por ser uma emergência médica, o paciente deve ser imediatamente atendido.1 A aprovação da trombólise para o tratamento do AVE isquêmico agudo, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico, revolucionou o atendimento aos pacientes após um AVE. Esse tratamento precoce diminui os sintomas de AVE e a perda de função. Fisiopatologia O AVE é uma lesão do neurônio motor superior, que resulta em perda do controle voluntário sobre os movimentos motores. Em geral, os AVE são hemorrágicos (15%) ou isquêmicos (não hemorrágicos) (85%). Os AVE isquêmicos são subdivididos em cinco diferentes tipos, de acordo com sua causa: AVE trombóticos em artérias de grandes calibres (20%), AVE em pequenas artérias penetrantes (25%), AVE embólicos cardiogênicos (20%), AVE criptogênicos (30%) e outros (5%). Os AVE criptogênicos não têm causa conhecida, e os outros tipos de AVE resultam de uso de drogas ilícitas, coagulopatias, enxaqueca e dissecção espontânea das artérias carótidas e vertebrais. O resultado consiste em interrupção da irrigação do cérebro, causando perda temporária ou permanente dos movimentos, pensamento, memória, fala ou sensibilidade. As intervenções precoces no processo isquêmico com medicamentos, tais como o ativador do plasminogênio tecidual (tPA) e fármacos que protejam o cérebro de lesão secundária (denominados agentes neuroprotetores), conseguem limitar a extensão da lesão encefálica secundária a um AVE. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html?create=true#fn1 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Fatores de risco Não modificáveis Idade avançada (mais de 55 anos) Sexo (masculino) Raça (afrodescendentes). Modificáveis ou passíveis de tratamento Hipertensão arterial Fibrilação atrial Hiperlipidemia Obesidade Tabagismo Diabetes melito Estenose assintomática da artéria carótida e valvopatia cardíaca (p. ex., endocardite, próteses de valvas cardíacas) Doença falciforme Doença periodontal Condições inflamatórias crônicas (p. ex., lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Manifestações clínicas Os sinais e sintomas gerais incluem dormência ou fraqueza da face, dos braços ou das pernas (sobretudo em um lado do corpo); confusão mental ou alteração do estado mental; dificuldade em falar ou compreender a fala; distúrbios visuais; perda de equilíbrio ou de coordenação; tonturas; dificuldade na marcha; ou cefaleia intensa e súbita. Perda motora Distúrbio do controle motor voluntário em um lado do corpo, refletindo, possivelmente, lesão dos neurônios motores superiores do lado oposto do cérebro Hemiplegia, hemiparesia Paralisia flácida e perda ou diminuição dos reflexos tendinosos profundos (manifestação clínica inicial), seguidas de reaparecimento (depois de 48 horas) dos reflexos profundos e tônus muscular anormalmente aumentado (espasticidade). Perda da comunicação Disartria (dificuldade de falar) Disfasia (comprometimento da fala) ou afasia (perda da fala) Apraxia (incapacidade de realizar uma ação previamente aprendida). Distúrbios de percepção e perda sensorial Disfunções perceptivas visuais (hemianopsia homônima [perda da metade do campo visual]) Distúrbios nas relações visuoespaciais (percepção da relação de dois ou mais objetos em áreas espaciais), frequentemente observados em pacientes com lesão do hemisfério direito Perdas sensoriais: comprometimento leve do tato ou comprometimento mais grave, com perda da propriocepção; dificuldade na interpretação de estímulos visuais, táteis e auditivos; agnosia (perda da capacidade de reconhecer objetos anteriormente familiares percebidos por um dos sentidos). Comprometimento cognitivo e efeitos psicológicos • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Lesão do lobo frontal: pode haver comprometimento da capacidade de aprendizagem, memória ou outras funções intelectuais corticais superiores. Essa disfunção pode ser refletida em tempo de atenção limitado, dificuldades na compreensão, esquecimento e falta de motivação Depressão, outros problemas psicológicos: é possível observar a ocorrência de labilidade emocional, hostilidade, frustração, ressentimento e falta de cooperação. Avaliação e achados diagnósticos História clínica; avaliação inicial com foco na desobstrução das vias respiratórias, que pode ser comprometida pela perda dos reflexos faríngeos e pela alteração no padrão respiratório; estado cardiovascular (incluindo pressão arterial, frequência e ritmo cardíacos, sopro carotídeo); e déficits neurológicos graves. TC sem contraste ECG de 12 derivações e ultrassonografia (US) das artérias carótidas Angiotomografia computadorizada (ATC) ou angiorressonância magnética (ARM) Estudos de fluxo com Doppler transcraniano Ecocardiografia transtorácica ou transesofágica TC contrastada (xenônio) TC com emissão de fóton único (SPECT). Prevenção Ajudar o paciente a modificar os fatores de risco para AVE; incentivar o paciente a abandonar o tabagismo, manter peso saudável, seguir dieta saudável (incluindo consumo moderado de bebidas alcoólicas) e praticar diariamente uma atividade física Preparar e dar suporte para o paciente que se submeterá a endarterectomia carotídea Administrar agentes anticoagulantes, conforme prescrição (p. ex., baixas doses de ácido acetilsalicílico). Manejo clínico O diagnóstico e o tratamento imediatos são essenciais para preservar a função cerebral. Os pacientes que sofreram ataque isquêmico transitório (AIT) ou AVE devem receber manejo clínico para prevenção secundária. As condições subjacentes modificáveis ou passíveis de tratamento devem ser consideradas e tratadas (p. ex., a fibrilação atrial é tratada com varfarina com dose ajustada para anticoagulação). As intervenções iniciais para o tratamento do AVE isquêmico incluem agentes trombolíticos, que são usados para a lise do coágulo sanguíneo que bloqueia o fluxo sanguíneo para o cérebro, e agentes anticoagulantes. Terapia farmacológica Administrase tPA recombinante, a não ser que haja contraindicação; monitorar a ocorrência de sangramento Iniciase a terapia anticoagulante (heparina IV ou heparina de baixo peso molecular) O manejo da pressão intracraniana (PIC) elevada envolve o uso de diuréticos osmóticos, manutenção da PaCO2 em 30 a 35 mmHg, e posicionamento do paciente para evitar hipoxia (elevação da cabeceira do leito para promover a drenagem venosa e reduzir a PIC elevada). Manejo cirúrgico É possível realizar hemicraniectomia para a PIC elevada decorrente de edema cerebral em um AVE muito grande A intubação com tubo endotraqueal é realizada para estabelecer acesso respiratório, se necessário Devese instituir monitoramento hemodinâmico contínuo. (As metas para a pressão arterial continuam controvertidas para um paciente que não recebeu terapia trombolítica; o tratamento antihipertensivo pode ser suspenso, a não ser que a PA sistólica ultrapasse 220 mmHg ou que a PA diastólica exceda 120 mmHg) • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Efetuase uma avaliação neurológica para determinar se o AVE está evoluindo e se outras complicações agudas estão se desenvolvendo O principal procedimento cirúrgico para pacientesselecionados com AIT e AVE leve é a endarterectomia carotídea (EAC); a colocação de stent na artéria carótida, associada ou não a angioplastia, constitui um procedimento menos invasivo que é utilizado para pacientes selecionados com estenose grave. Manejo das complicações No caso de diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, instituir cuidados pulmonares, manutenção de acesso respiratório desobstruído e administração de oxigênio suplementar, quando necessário Monitorar a ocorrência de infecções urinárias, arritmias cardíacas e complicações da imobilidade Controlar a ocorrência de hiperglicemia e tratar se a glicemia estiver acima de 140 mg/dℓ. PROCESSO DE ENFERMAGEM Paciente que se recupera de um AVE isquêmico Avaliação DURANTE A FASE AGUDA | 1 A 3 DIAS Pesar o paciente (para determinar as doses dos medicamentos) e manter um fluxograma neurológico para refletir os seguintes parâmetros de avaliação de enfermagem: Alteração do nível de consciência ou responsividade, capacidade de falar e orientação Existência ou não de movimentos voluntários ou involuntários dos membros: tônus muscular, postura corporal e posição da cabeça Abertura dos olhos, tamanho comparativo das pupilas e reações pupilares à luz e posição ocular Coloração da face e dos membros; temperatura e umidade da pele Qualidade e frequências do pulso e da respiração; valores da gasometria arterial, temperatura corporal e pressão arterial Volumes de líquidos ingeridos ou administrados e volume de urina excretada a cada 24 horas Sinais de sangramento Manutenção da pressão arterial nos limites normais. FASE PÓSAGUDA Avaliar as seguintes funções: Estado mental (memória, capacidade de atenção, percepção, orientação, afeto, fala e linguagem) Sensibilidade e percepção (em geral, a percepção do paciente de dor e temperatura está diminuída) Controle motor (movimento dos membros superiores e inferiores), capacidade de deglutição, estado de nutrição e de hidratação, integridade da pele, tolerância à atividade e funções intestinal e vesical Manter foco contínuo em qualquer comprometimento funcional nas atividades diárias do paciente. Diagnóstico DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Mobilidade física prejudicada, relacionada com hemiparesia, perda do equilíbrio e da coordenação, espasticidade e lesão cerebral Dor aguda, relacionada com hemiplegia e desuso Déficit de autocuidado (tomar banho, realizar higiene pessoal, usar o banheiro, vestirse, arrumarse e alimentarse), relacionado com as sequelas do AVE Percepção sensorial perturbada (cinestésica, tátil ou visual) relacionada com alteração da recepção, transmissão ou integração sensorial Deglutição prejudicada Eliminação urinária prejudicada, relacionada com bexiga flácida, instabilidade do detrusor, confusão mental ou dificuldade na comunicação • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Processo do pensamento perturbado e comprometimento da comunicação verbal relacionados com lesão cerebral Risco de integridade da pele prejudicada, relacionado com hemiparesia ou hemiplegia e mobilidade diminuída Processos familiares interrompidos, relacionados com doença que onera a família (p. ex., queimaduras extensas, traumatismo que resulta em tetraplegia) e a carga imposta aos cuidadores Disfunção sexual, relacionada com os déficits neurológicos ou o medo de fracasso. PROBLEMAS COLABORATIVOS/COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Diminuição do fluxo sanguíneo cerebral em razão da PIC elevada Aporte inadequado de oxigênio ao cérebro Pneumonia. Planejamento e metas As principais metas para o paciente (e a sua família) incluem melhora da mobilidade; prevenção da dor no ombro; realização do autocuidado; minimização da privação sensorial e perceptiva; prevenção da aspiração; continência intestinal e vesical; melhora da interpretação ambiental; obtenção de comunicação efetiva; manutenção da integridade da pele; restauração do funcionamento familiar; melhora da função sexual e ausência de complicações. As metas são afetadas pelo conhecimento de como estava o paciente antes do AVE. Intervenções de enfermagem MELHORA DA MOBILIDADE E PREVENÇÃO DE DEFORMIDADES ARTICULARES Posicionar o paciente corretamente para evitar contraturas; usar medidas para aliviar compressão, ajudar na manutenção do bom alinhamento corporal e evitar neuropatias compressivas Aplicar uma tala à noite para evitar flexão do membro afetado Evitar a adução do ombro afetado com um travesseiro colocado na axila Elevar o braço afetado para evitar que ocorram edema e fibrose Posicionar os dedos das mãos de modo que fiquem pouco flexionados; posicionar a mão em supinação leve. Se for observada espasticidade do membro superior, não utilizar um rolo de mão; é possível usar uma tala dorsal para o punho Mudar a posição do paciente a cada 2 horas; posicionálo em decúbito ventral por 15 a 30 minutos, várias vezes ao dia; utilizar travesseiros entre os membros inferiores para mudanças de posição lateral, a fim de manter o alinhamento adequado. ESTABELECIMENTO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS Efetuar movimentos de amplitude total 4 a 5 vezes/dia para manter a mobilidade articular, ajudar o paciente a readquirir o controle motor, prevenir contraturas no membro paralisado, evitar deterioração adicional do sistema neuromuscular e melhorar a circulação. Se houver retesamento em qualquer área, efetuar exercícios de amplitude de movimento com mais frequência Os exercícios são úteis para evitar estase venosa, que pode predispor o paciente a trombose e embolia pulmonar Observar o paciente à procura de sinais de embolia pulmonar ou sobrecarga cardíaca durante o exercício (p. ex., dispneia, dor torácica, cianose e aumento progressivo da frequência de pulso) Supervisionar e apoiar o paciente durante os exercícios; planejar períodos curtos e frequentes de exercícios; incentivar o paciente a exercitar o lado não afetado a vários intervalos durante o dia Exercícios de fortalecimento dos músculos quadríceps femoral e glúteos são iniciados precocemente para melhorar a força muscular necessária para caminhar. PREPARO PARA A DEAMBULAÇÃO Iniciar um programa de reabilitação ativa quando a consciência retornar (e não houver mais evidências de sangramento) • • • • • • • • • • • • • • • • • • Ensinar o paciente a manter o equilíbrio em posição sentada e, em seguida, a equilibrarse quando estiver em pé (utilizar uma mesa inclinável, se necessário) O paciente começa a caminhar tão logo alcance equilíbrio em pé; usar barras paralelas e dispor de uma cadeira de rodas para o caso de tontura Manter períodos de treinamento curtos e frequentes para a deambulação. Alerta de enfermagem | Qualidade e segurança Iniciar um programa completo de reabilitação, independentemente da faixa etária do paciente.2 PREVENÇÃO DA DOR NO OMBRO Nunca levantar o paciente pelo ombro flácido, nem tracionar o braço ou ombro afetado Usar movimento e posicionamento apropriados do paciente (p. ex., o braço flácido é posicionado sobre uma mesa ou travesseiros quando o paciente estiver sentado; uso de tipoia quando o paciente estiver deambulando) Os exercícios de amplitude de movimento são benéficos; no entanto, é preciso evitar movimentos excessivamente vigorosos do braço Elevar o braço e a mão do paciente para evitar a ocorrência de edema postural da mão; administrar analgésicos, quando indicado. MELHORA DO AUTOCUIDADO Incentivar as atividades de higiene pessoal assim que o paciente conseguir se sentar; escolher atividades de autocuidado apropriadas, que possam ser realizadas com apenas uma das mãos Ajudar o paciente a estabelecer metas realistas; acrescentar uma nova tarefa diariamente Como primeira etapa, incentivar o paciente a realizar todas as atividades de autocuidado com o lado não afetado Certificarse de que o paciente não negligencie o lado afetado; fornecerdispositivos de assistência, quando indicado Melhorar a imagem corporal do paciente, certificandose de que ele esteja totalmente vestido durante as atividades de deambulação Ajudar nas atividades de vestirse (p. ex., roupas com fecho de Velcro®; colocar as roupas do lado afetado em primeiro lugar); manter o ambiente arrumado e organizado Fornecer apoio emocional e estímulo para evitar fadiga e desânimo. ALÍVIO DO DESCONFORTO Administrar analgésicos para ajudar a controlar a dor após o AVE, incluindo amitriptilina; os anticonvulsivantes lamotrigina e pregabalina constituem boas alternativas para pacientes que não conseguem tolerar a amitriptilina. MANEJO DAS DIFICULDADES VISUAIS E PERCEPTIVAS Abordar o paciente com campo de visão diminuído pelo lado em que a percepção visual está intacta; colocar todos os estímulos visuais desse lado Ensinar o paciente a virar a cabeça e olhar na direção do campo visual deficiente para compensar a perda; fazer contato ocular com o paciente e chamar a sua atenção para o lado afetado Aumentar a iluminação natural ou artificial no quarto; fornecer óculos, se prescritos, para melhorar a acuidade visual “Lembrar” ao paciente com hemianopsia o outro lado do corpo; colocar os membros do paciente de modo que seja possível vêlos. AUXÍLIO À NUTRIÇÃO https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527735162/epub/OEBPS/Text/chapter01.html?create=true#fn2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Após a chegada do paciente ao serviço de emergência, é necessário fazer um teste de deglutição o mais cedo possível, antes de qualquer ingestão Observar o paciente quanto a paroxismos de tosse, alimentos escorrendo ou acumulados em um lado da boca, alimentos retidos por um longo período na boca ou regurgitação nasal ao deglutir líquidos Consultar um fonoaudiólogo para avaliar o reflexo do vômito (faríngeo); ajudar na orientação ao paciente sobre técnicas alternativas de deglutição, aconselhar o paciente a ingerir porções menores de alimento e orientálo a respeito de alimentos de deglutição mais fácil; oferecer líquidos mais espessos ou alimento pastoso, quando indicado Colocar o paciente sentado com as costas retas, de preferência em uma cadeira, quando se alimentar ou beber; a dieta deve ser compatível com a tolerância do paciente Preparar nutrição enteral, quando indicado; elevar a cabeceira do leito durante a alimentação, verificar a posição do tubo antes da alimentação, administrar lentamente a alimentação e assegurar que o cuff da cânula de traqueostomia esteja inflado (quando aplicável); monitorar e registrar o alimento retido ou residual em excesso. OBTENÇÃO DO CONTROLE VESICAL E INTESTINAL Efetuar um cateterismo intermitente com técnica estéril durante o período de perda do controle do esfíncter, atonia vesical ou espasticidade Analisar o padrão de micção e oferecer urinol ou comadre de acordo com o horário de micção do paciente Ajudar o paciente do sexo masculino a permanecer na postura ortostática durante a micção A dieta deve ser rica em fibras e o consumo de líquidos deve ser adequado (2 a 3 ℓ por dia) para evitar constipação intestinal, a não ser que haja contraindicação Estabelecer um horário regular (depois do desjejum) para uso do banheiro. MELHORA DOS PROCESSOS DE PENSAMENTO Reforçar programas de treinamento estruturados por meio de retreinamento cognitivoperceptivo, imagens visuais, orientação quanto à realidade e procedimentos de pistas para compensar as perdas Apoio ao paciente: observar o desempenho e o progresso, fornecer feedback positivo, transmitir uma atitude de confiança e esperança; providenciar outras intervenções para melhorar a função cognitiva após lesão cranioencefálica. MELHORA DA COMUNICAÇÃO Antecipar problemas de comunicação em pacientes com paralisia do lado direito. A área de Broca (área do cérebro responsável pela fala) está localizada tão próximo da área motora esquerda, que um distúrbio na área motora frequentemente compromete a área da fala Estabelecer metas em conjunto, com o paciente tendo participação ativa Tornar a atmosfera propícia à comunicação, permanecendo sensível às reações e necessidades do paciente e responder a elas de maneira apropriada; tratar o paciente como um adulto Fornecer forte apoio emocional e compreensão para aliviar a ansiedade; evitar completar as frases do paciente Manter horários, rotinas e repetições consistentes. Uma cópia por escrito dos horários, listas de verificações e fitas de áudio podem ajudar a memória e a concentração do paciente; podese utilizar um quadro para comunicação. Além disso, pode ser útil um software para comunicação que possa ser usado em tablets Manter a atenção do paciente enquanto estiver falando com ele – falar lentamente e fornecer uma instrução de cada vez; fornecer tempo suficiente ao paciente para processar a informação. O uso de gestos pode melhorar a compreensão Conversar com pacientes afásicos durante as atividades de cuidado para proporcionar contato social. MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE DA PELE • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Avaliar frequentemente a pele à procura de sinais de solução de continuidade, com ênfase nas proeminências ósseas e partes mais baixas do corpo Empregar dispositivos de alívio de pressão; continuar a mudança regular de decúbito e posicionamento (a cada 2 horas no mínimo); minimizar as forças de cisalhamento e atrito quando o paciente for posicionado Manter a pele limpa e seca; efetuar massagem delicada da pele saudável e manter nutrição adequada. MELHORA DA CAPACIDADE DE ENFRENTAMENTO DA FAMÍLIA Oferecer aconselhamento e apoio à família Envolver outras pessoas nos cuidados do paciente; fornecer orientação sobre as técnicas de controle de estresse e manutenção da saúde pessoal para enfrentamento familiar Fornecer informações à família sobre os resultados esperados do AVE e aconselhar os familiares a evitar atividades que o paciente não seja capaz de realizar Desenvolver metas passíveis de serem alcançadas pelo paciente no domicílio, envolvendo toda a equipe de saúde, o paciente e a família Incentivar todas as pessoas a abordar o paciente com atitude de apoio e otimismo, enfocando as capacidades remanescentes do paciente; explicar aos familiares que a labilidade emocional geralmente melhora com o passar do tempo. AUXÍLIO AO PACIENTE NO ENFRENTAMENTO DA DISFUNÇÃO SEXUAL Efetuar uma avaliação sensível e em profundidade para determinar a história sexual antes e depois do AVE As intervenções para o paciente e seu(sua) parceiro(a) enfocam o fornecimento de informações relevantes, orientação, tranquilização, ajustes dos medicamentos, aconselhamento sobre as capacidades de enfrentamento, sugestões de posições sexuais alternativas e meios de expressão e satisfação sexuais. PROMOÇÃO DOS CUIDADOS DOMICILIAR, COMUNITÁRIO E DE TRANSIÇÃO Orientação ao paciente sobre autocuidados Incentivar o paciente a retomar o máximo de autocuidado possível; oferecer dispositivos auxiliares, quando indicado Avisar a família que o paciente pode se cansar facilmente, ficar irritadiço e contrariado por pequenos eventos e demonstrar menos interesse que o habitual por eventos diários Fornecer ao paciente informações sobre “grupos de apoio de AVE” comunitários, de modo a proporcionar um sentimento de integração e compartilhamento de suas experiências com outros Incentivar o paciente a continuar com seus passatempos favoritos, interesses recreativos e de lazer e estabelecer contato com amigos para evitar o isolamento social. Cuidado continuado e de transição Encaminhar o paciente a um terapeuta ocupacional para efetuar uma avaliação do ambiente doméstico e fazer recomendações que o ajudem a se tornar
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