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Oxigenoterapia

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Oxigenoterapia
Profª Enfª Fernanda de O. Cerqueira
▶ É a administração de oxigênio em uma concentração maior do que a encontrada na
atmosfera, é útil no tratamento de estados hipoxêmicos que resultam de transporte
inadequado de oxigênio pelo sangue.
▶ Objetivo: Proporcionar um transporte adequado de oxigênio no sangue enquanto
diminui o trabalho da respiração e reduz o estresse sobre o miocárdio.
▶ Indicações: Correção da Hipoxemia e melhorar a oferta de O2 aos tecidos,
Melhorar a oxigenação tissular, no caso de deficiência do transporte de O2, Reduzir
a sobrecarga cardíaca, Insuficiência respiratória (aguda ou crônica)
▶ Sinais clínicos de hipoxemia incluem alterações no estado mental (agitação,
desorientação, confusão, letargia e coma), elevação da pressão sangüínea,
alterações na freqüência cardíaca, arritmias, cianose (tardia) e extremidades
frias. Pao2 menor que 60mmHg e/ou SatO2 menor que 88‐90% em ar ambiente
(FiO2 21%).
Efeitos fisiológicos do O2
▶ Melhora da troca gasosa pulmonar
▶ ‐ Vasodilatação arterial pulmonar
▶ ‐ Diminuição da resistência arterial pulmonar
▶ ‐ Diminuição da pressão arterial pulmonar
▶ ‐ Melhora do débito cardíaco
▶ ‐ Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca
▶ Vasoconstrição sistêmica
▶ Pacientes retentores crônicos de CO2 podem apresentar hipercapnia
durante a aplicação de O2 porque o estímulo da respiração, no SNC,
depende, basicamente, da hipoxemia e como ela é corrigida com a
aplicação da oxigenoterapia a tendência será reter mais CO2, podendo
gerar desorientação, sudorese, cefaléia, taquicardia.
Formas de administração de
oxigenoterapia
▶ Sistema de baixo fluxo: fornecem oxigênio por meio de um fluxo inferior à
demanda do paciente. Desta forma, ocorre diluição do O2 fornecido com o
gás inspirado. Os sistema de baixo fluxo compreendem:o cateter nasal,
máscara facial simples e transtraqueal.
▶ Sistema da alto fluxo: suplantam a demanda inspiratória do paciente,
podendo regular a FiO2 de acordo com as necessidades terapêuticas. É
importante que neste sistema, não é possível manter valor fixo da FiO2 que
vai variar em função do Volume minuto do paciente. E é composto por:
máscara com sistema reservatório, máscara com sistema de veturi, tenda
facial (máscara de Hudson ou macronebulização), máscara/colar para
traqueostomia e peça T (tubo T).
Perigos da Oxigenoterapia
▶ Toxicidade: pode comporta‐se como uma potente droga cujos efeitos
deletérios podem acometer o sistema neurológico. o paciente submetido a
altas pressões pode apresentar dor retroesternal, tosse seca, diminuição da
expansão pulmonar, até chegar a síndrome da angústia respiratória.
▶ Inflamável
▶ Fonte potencial de infecção
▶ Nunca deve ser administrado seco
Outros efeitos deletérios
▶ Depressão do sistema respiratório e aumento da PCO2
▶ ‐ Atelectasia
▶ ‐ Diminuição da capacidade vital, pela redução ao estímulo respiratório
▶ ‐ Redução do surfactante
▶ ‐ Desidratação das mucosas
Efeitos tóxicos do O2
▶ O tempo e as concentrações de O2 dependendo da forma administrada, podem
levar a disfunções pulmonares devido a alterações no SNC, cardiovascular, pela
liberação de radicais livres e até mesmo por efeitos citotóxicos.
▶ Toxidade do O2 em relação ao tempo de exposição (FiO2 100%)
▶ ‐ 12 ‐ 24 horas – traqueobronquite, tosse seca, redução da CV, dor subesternal,
diminuição da atividade mucociliar.
▶ ‐ 24 ‐ 36 horas – parestesias, náuseas, vômitos, diminuição acentuada da CV,
alteração da síntese protéica nas células endoteliais.
▶ ‐ 36 ‐ 48 horas – diminuição da complacência pulmonar, capacidade de difusão e
aumento de diferença arterio‐ alveolar de O2
▶ ‐ 48 ‐ 60 horas ‐ inativação do surfactante, edema alveolar por aumento da
permeabilidade
▶ ‐ acima de 60 horas: SARA e morte.
Resultados Esperados
▶ O oxigênio demora, em média, de 20 a 30 minutos para começar a elevar as
concentrações da fração de oxigênio no sangue arterial, portanto esse é o
tempo que devemos esperar para avaliar os resultados do procedimento.
▶ A clínica do paciente de angústia respiratória deverá diminuir com a
utilização cada vez menor da musculatura acessória da respiração.
▶ Avaliar a FR e FC se estão mais baixas do que quando do início do quadro.
▶ Avaliar a melhora do quadro de desorientação e agitação.
Cuidados gerais na administração do O2
▶ Não administra‐lo sem o fluxômetro;
▶ ‐ Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado;
▶ ‐ Colocar aviso de "Não Fumar" na porta do quarto do paciente;
▶ ‐ Controlar a quantidade de litros por minutos;
▶ ‐ Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento;
▶ ‐ Dar apoio psicológico ao paciente;
▶ ‐ Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à
umidade;
▶ ‐ Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do
umidificador e a quantidade de litros por minuto;
▶ ‐ Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e
pedir para não fumar;
▶ ‐ Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar
assistência adequada;
▶ ‐ Manter vias aéreas desobstruídas;
▶ ‐ Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor;
▶ ‐ Controlar sinais vitais.
Oximetria de pulso
▶ É um procedimento simples e não invasivo para monitorar a saturação de O2.
▶ O aparelho mede a luz infravermelha que atravessa os tecidos do dedo ou do
lóbulo da orelha, o que reflete na concentração de oxigênio existente no
sangue.
▶ Valores normais da saturação de O2 – 95% a 100%.
▶ A hipotermia, a hipotensão e insuflação do manguito para verificar a pressão
durante a verificação da oximetria interfere na medida de saturação de O2.
▶ A oximetria de pulso indica valores de O2 com o símbolo SpO2. Os valores de
O2 arterial medidos de maneira invasiva é indicado com o símbolo SaO2.
Sistemas de liberação de O2
▶ Cateter Nasal e cânula nasal ‐ É utilizado quando não se precisa oferecer uma
concentração elevada de O2‐ 2l a 6l (inferior a 40%). É a melhor opção para o
paciente consciente e com reflexo da tosse.
▶ Vantagens:  
▶ ‐ Método econômico e que utiliza dispositivos simples;
▶ ‐ Facilidade de aplicação. Permite que o paciente fale, coma e tussa. 
▶ Desvantagens: 
▶ ‐ Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;
▶ ‐ A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2;
▶ ‐ Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
▶ ‐ Facilidade no deslocamento do cateter;
▶ ‐ Não permite nebulização;
▶ ‐ Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas (no caso do cateter). .
Técnica de Colocação do Cateter Nasal
▶ Preparar o material (fluxômetro, umidificador, água destilada, borracha para
oxigênio, cateter e esparadrapo).
▶ Medir o tamanho do cateter a ser introduzido na narina.
▶ A medida do cateter pode ser feita de duas maneiras: (a) mede‐se da ponta do
nariz ao lóbulo da orelha e com isso projeta‐se que o cateter nasal ficará na glote
ou (b) da ponta do nariz à região entre os supercílios, o que situará o cateter um
pouco acima da glote. Esta última medida é mais recomendável aos pacientes
lúcidos, cooperativos e com os reflexos protetores de vias aéreas íntegros.
▶ Se necessário, colocar 0,5mL de xilocaína na narina escolhida, para atenuar o
desconforto da passagem do cateter. Lubrificar o cateter.
▶ Introduzir o cateter com o fluxômetro fechado.
▶ Abrir o fluxômetro até 6 litros no máximo. Fluxos acima deste valor não
aumentarão a saturação de oxigênio no espaço morto que vai da glote aos
brônquios. Por este motivo não adianta colocar fluxos mais altos porque não farão
diferença.
▶ Máscara Simples Facial: Fluxo de oxigênio entre 5l a 10l (concentração até
50%). Permite a inspiração e expiração do ar ambiente . É indicada para
pacientes conscientes e mal tolerada em pacientes dispnéicos ou ansiosos.
▶ Máscara com Reservatório: As válvulas unidirecionais permitem que o ar
exalado escape e impedeque o ar ambiente seja inspirado. O paciente inala
100% do oxigênio ofertado.
▶ Máscara Venturi: Fluxo de oxigênio entre 5l a 15l (24% a 50%). São ideais
para pacientes com DPOC por regular a concentração de oxigênio. Libera
concentração exata de oxigênio. Impede o paciente de se alimentar ou falar.
▶ Máscara de CPAP: Este sistema possibilita que o paciente com respiração
espontânea receba pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP).
Aspiração de vias aereas
▶ Visa a manutenção da permeabilidade das vias aéreas.
▶ É um procedimento necessário e rotineiro que consiste na introdução de uma
sonda nas vias respiratórias do paciente para a extração de secreções.
▶ Para que a secreção seja removida, a sonda de aspiração deve ser conectada
a um aspirador com pressão de sucção ou pressão negativa.
▶ Equipamento e material necessário:
▶ Fonte de vácuo canalizado ou aspirador portátil montados com seus
complementos;
▶ Cateteres de aspiração traqueal estéreis descartáveis;
▶ Luvas estéreis
▶ Usar avental, máscara e protetor ocular em caso de risco de aspersão de
secreção;
▶ Seringas de 5 a 10 ml;
▶ Solução salina estéril ou água destilada estéril;
▶ Bolsa auto‐inflável (ambú) específico para o paciente
▶ Avaliar a necessidade de aspiração auscultando bilateralmente os pulmões.
Constada a necessidade, explicar o procedimento ao paciente e, se permitido,
colocá‐lo em posição de Fowler.
▶ Proceder à hiper insuflação pulmonar utilizando uma bolsa auto‐inflável ligada à
fonte de oxigênio ou solicitar ao paciente que execute inspirações profundas.
▶ Lavar as mãos e abrir o recipiente de solução fisiológica e a embalagem do cateter.
▶ Calçar as luvas e adaptar o cateter ao sistema de sucção, cuidando para não
contaminar a porção do cateter que será introduzida na traqueostomia e nem a
luva da mão dominante.
▶ Segurar a porção estéril do cateter com a mão dominante e introduzi‐lo
delicadamente sem aplicar o vácuo.
▶ Iniciar a aplicação do vácuo, ocluindo a entrada de ar do cateter com o polegar da
mão auxiliar.
▶ Enquanto gira delicadamente o cateter entre o indicador e o polegar aplique o
vácuo intermitentemente, retirando e colocando o polegar da mão auxiliar na
entrada de ar do cateter (pressão máxima 120mmHg).
▶ Tempo máximo para aplicação contínua do vácuo é de 20segundos.
▶ Monitorize a tolerância do paciente observando expressão e coloração facial, ao
primeiro sinal de “angústia respiratória”,
▶ interrompa a aplicação do vácuo.
▶ Se o paciente respira espontaneamente, interrompa aaplicação do vácuo liberando
a entrada de ar no sistema de aspiração e solicite que respire, mantendo o cateter
dentro da traqueostomia.
▶ Se o paciente faz uso de respiradores, reconecte‐o ao equipamento ou ventíle‐o
com bolsa auto‐inflável ligada à fonte de oxigênio.
▶ Repita a aspiração enquanto houver secreção nas vias respiratórias.
▶ Para prevenir hipoxemia induzida pela aspiração, reoxigene o paciente após o
procedimento.
▶ Lave o cateter com solução salina estéril ou água destilada estéril e se necessário,
aspire a cavidade nasal e a cavidade oral, nesta ordem.
▶ Aspire água destilada ou solução fisiológica estéril até que a conexão esteja limpa.
▶ Descarte o cateter, as luvas e o recipiente com o líquido estéril utilizado para a
limpeza do sistema;
▶ Proteja a conexão do aspirador.
▶ Avalie a necessidade de esvaziar o frasco coletor. Não permita que o aspirado
atinja a válvula do vacuômetro.
▶ Trocar o sistema de aspiração a cada 24 horas ou quando 1/3 da capacidade
▶ volumétrica for atingida do coletor.

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