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GE$TÃO FINANCEIRA DE EMPRE$A$F Prof. Uanderson Rebula de Oliveira - 2 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas EMENTA Administração financeira de curto prazo, componentes do fluxo de caixa, construção do fluxo de caixa e sua avaliação, decisões de investimentos em condições de riscos e incertezas, engenharia econômica. OBJETIVO Compreender as políticas e o planejamento financeiro nas organizações, tanto de curto quanto de longo prazo, mensurando o retorno de investimentos em condições de certeza, incerteza e risco em projetos. Compreender os conceitos e técnicas de análise de investimentos. Produção Industrial e Automotiva UANDERSON REBULA DE OLIVEIRA Pós-graduado em Controladoria e Finanças-Universidade Federal de Lavras Pós-graduado em Logística Empresarial-Universidade Estácio de Sá Graduado em Ciências Contábeis-Universidade Barra Mansa GE$TÃO FINANCEIRA DE EMPRE$A$ PARTE ‐ 1 Campus Resende 2 ed. 2010 “Atualmente, todos – estudantes e professores – procuram o Udemy porque é a plataforma onde todos estão”. Fonte: Jornal do Brasil www.udemy.com Junte-se a milhões de estudantes na maior plataforma on-line de cursos curtos e práticos do mundo. Com mais de 45.000 cursos virtuais disponíveis, o Udemy é uma plataforma global de ensino on-line onde 15 milhões de alunos estão dominando novas habilidades. O foco do Udemy são os conhecimentos práticos e úteis para o mercado de trabalho. Há cursos gratuitos e pagos. São cursos curtos e com valores bem acessíveis. Faça o curso online na Udemy Estatística I (para leigos): aprenda fácil e rápido! Com o Prof. MSc. 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Fluxo de caixa operacional (receitas, custos, depreciação e imposto de renda), 18 2.3. Valor residual, 22 2.4. Capital de giro, 23 2.5. TMA, 24 UNIDADE 3 ‐ CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA E SUA AVALIAÇÃO 3.1. Construção do fluxo de caixa a partir de seus componentes, 28 3.2. Avaliação do fluxo de caixa através de técnicas de análise de investimentos, 34 3.2.1. PAYBACK Simples e Descontado, 34 3.2.2. VPL, 40 3.2.3. TIR, 45 3.3. Efeito da inflação sobre o fluxo de caixa, 47 3.4. A carga tributária e a competitividade empresarial 3.5. Análise de Fluxo de caixa após o I. Renda 3.6. Análise com restrição de Capital (Investimentos com capital de terceiros) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, 49 ANEXO A – EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES, 50 ANEXO B – MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA PARA PERÍODOS MÉDIOS NO CICLO OPERACIONAL, 51 ANEXO C – CÁLCULOS DE CAPITAL DE GIRO – DETALHAMENTO, 52 ANEXO D – LIVRO RECOMENDADO, 55 - 4 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas FINANÇAS É a arte e a ciência da gestão do dinheiro (GITMAN, 2004. p.4) CURTO PRAZO Período de até 1 ano ou o ciclo operacional da empresa, valendo o maior (IUDÍCIBUS E MARION, 2007 p.32). As funções de curto prazo são normalmente decorrentes das Atividades de Operação da Empresa, também chamadas atividades operacionais (GUIMARÃES, 2004, p. 7). Unidade 1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO - 5 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 1.1 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA CONCEITO DE CICLO OPERACIONAL Período de TEMPO que vai desde o momento em que a empresa ADQUIRE A MATÉRIA PRIMA, até o momento em que RECEBE O DINHEIRO pela venda do produto. Veja UM EXEMPLO na figura abaixo: O ciclo operacional tem 2 componentes distintos: PERÍODO DE ESTOQUE, que é o TEMPO que se leva para ADQUIRIR A MATÉRIA‐ PRIMA e VENDER O PRODUTO (60 dias em nosso exemplo). PERÍODO DE CONTAS A RECEBER, que é o tempo necessário para RECEBER o DINHEIRO DA VENDA do produto (45 dias em nosso exemplo). Com base em nossas definições, o CICLO OPERACIONAL obviamente é a SOMA DOS PERÍODOS DE ESTOQUE E CONTAS A RECEBER. Em nosso exemplo ficaria assim: Ciclo operacional = Período de estoque + Período de contas a receber 105 dias = 60 dias + 45 dias IMPORTÂNCIA DO CICLO OPERACIONAL Por meio do ciclo operacional é possível estabelecer o quanto a empresa necessita de capital de giro (veremos este conceito mais adiante) para garantir o operacionalização da empresa. CICLO OPERACIONAL Venda do produto AQUISIÇÃO de Matéria-prima RECEBIMENTO pela venda do produto tempo Período de estoque Período de contas a receber (60 dias) (45 dias) (105 dias) FONTE: Adaptado de Ross et al (2002, p. 415) - 6 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas EXEMPLOS DE CICLOS OPERACIONAIS (Iudícibus e Marion, 2007, p. 32): SUPERMERCADO relativamente rápido (em média 30 DIAS), pois as vendas são A VISTA e o período de ESTOQUE É RÁPIDO. METALÚRGICA mais lento que supermercado (em média 90 DIAS), pois, além de produzir, tradicionalmente vende a prazo. INDÚSTRIA NAVAL tem um ciclo operacional mais demorado (mais de 1 ANO). PECUÁRIA o ciclo, que vai desde o nascimento dobezerro até a venda do boi e o respectivo recebimento, pode ultrapassar 4 ANOS. CONCEITO DE CICLO DE CAIXA Período de TEMPO que vai desde o momento em que a empresa PAGA A MATÉRIA PRIMA adquirida, até o momento em que RECEBE O DINHEIRO pela venda do produto. Veja o exemplo abaixo: CICLO OPERACIONAL Venda dos produtos RECEBIMENTO pela venda dos produtos tempo (30 dias) Período de estoque Período de contas a receber (30 dias) AQUISIÇÃO dos produtos CICLO OPERACIONAL Venda do produto AQUISIÇÃO de matéria prima RECEBIMENTO pela venda do produto tempo Período de estoque Período de contas a receber CICLO DE CAIXA (60 dias) (45 dias) (105 dias) (75 dias) Período de contas a pagar (30 dias) PAGAMENTO da matéria-prima FONTE: Adaptado de Ross et al (2002, p. 415) FONTE: Adaptado de Ross et al (2002, p. 415) - 7 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas No ciclo de caixa aparece um componente: PERÍODO DE CONTAS A PAGAR, que é o tempo desde a AQUISIÇÃO DA MATÉRIA‐ PRIMA até seu PAGAMENTO (30 dias, em nosso exemplo). NOTE que GASTAMOS dinheiro no dia 30, mas NÃO RECEBEMOS até o dia 105, totalizando 75 dias sem entrada de dinheiro no caixa. Esse período é o ciclo de caixa. O ciclo de caixa, portanto, é o numero de dias transcorridos do pagamento do estoque adquirido até o recebimento da venda do produto. Note que, com base em nossas definições, o ciclo de caixa é a diferença entre o ciclo operacional e o período de contas a pagar: Ciclo de caixa = ciclo operacional – período de contas a pagar 75 dias = 105 dias – 30 dias 1º EXERCÍCIO ‐ CICLO OPERACIONAL E DE CAIXA 1. Com base no quadro abaixo, informe os valores do Ciclo operacional e Ciclo de caixa. 2. Com base no quadro abaixo, informe os valores do Período de contas a receber e a pagar. - 8 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3. Elabore o ciclo operacional e o ciclo de caixa a partir das seguintes informações: Período de estoque: 40 dias Período de contas a receber: 25 dias Período de contas a pagar: 35 dias 4. Elabore os períodos de contas a pagar e receber a partir das seguintes informações: Ciclo operacional: 205 dias Período de estoque: 120 dias Ciclo de caixa: 105 dias - 9 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 1.2 NOÇÕES DE CAPITAL DE GIRO CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO Observe em nosso exemplo que, no período de 75 DIAS, NÃO HAVERÁ ENTRADA DE DINHEIRO e a empresa necessitará de dinheiro para financiar os gastos operacionais. O CAPITAL DE GIRO É O DINHEIRO NECESSÁRIO PARA ASSEGURAR A CONTINUIDADE DA ATIVIDADE OPERACIONAL DA EMPRESA, CONSTITUINDO UMA ESPÉCIE DE RESERVATÓRIO PARA FINANCIAR OS GASTOS OPERACIONAIS COM OS ESTOQUES DE MATÉRIAS‐PRIMAS E PRODUTOS ACABADOS, OS CUSTOS DO PROCESSO EM OPERAÇÃO ETC, Exemplos de GASTOS OPERACIONAIS: ‐ SALÁRIOS do pessoal da produção; ‐ PLR, FÉRIAS e 13º do pessoal da produção; ‐ REFEIÇÃO do pessoal da produção; ‐ ALUGUÉIS E SEGUROS do prédio da fábrica; ‐ MANUTENÇÃO das máquinas da fábrica; ‐ ENERGIA ELÉTRICA das instalações industriais, inclusive locais de estocagem; ‐ TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS‐PRIMAS para as áreas de produção; ‐ COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES usados nas máquinas e equipamentos da fábrica; ‐ EMBALAGEM dos produtos. CICLO OPERACIONAL Venda do produto AQUISIÇÃO de matéria prima Recebimento pela venda do produto tempo Período de estoque Período de contas a receber CICLO DE CAIXA (60 dias) (45 dias) (105 dias) (75 dias) Período de contas a pagar (30 dias) Pagamento de matéria-prima NECESSIDADE CAPITAL DE GIRO FONTE: Adaptado de Ross et al (2002, p. 415) - 10 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas ESTOQUE MATÉRIAS‐PRIMAS Totalidade das matérias‐ primas já requisitadas que estão em processo de transformação para o produto acabado. 1.3 CÁLCULO E DIMENSIONAMENTO DE CAPITAL DE GIRO A NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) ANUAL (365 DIAS) PODE SER ESTIMADA CONSIDERANDO AS ESTIMATIVAS RELEVANTES SEGUINTES, referentes à estimativa de venda de um ano: CONTAS A RECEBER Das vendas anuais e do período de contas a receber, como porcentagem de um ano, obteremos o valor financiando por ano pela empresa. ESTOQUE MATÉRIAS‐ PRIMAS Para atender à produção é necessário manter um estoque mínimo de matéria‐prima, definido por um determinado número de dias, considerando o risco de não conseguir produzir por falta de estoque. Normalizando os dados, o valor monetário do estoque de matéria‐prima será determinado em função do coeficiente de custo sobre o preço do produto. ESTOQUE PRODUTOS EM PROCESSO Como a produção de uma unidade de produção demora um determinado número de dias, o produto em processo incorporará matéria‐prima, mão‐ de‐obra e despesas gerais. Normalizando os dados, o valor monetário do produto em processo será determinado em função do coeficiente de custo sobre o preço do produto. ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS Para atender as vendas, considerando o risco de perder vendas por falta de estoque, a empresa necessita manter um estoque mínimo de produto acabado, definido por um determinado número de dias. Considerando as vendas anuais, o capital de giro desta estimativa será obtido a partir do número de dias de estoque, como porcentagem de um ano. CONTAS A PAGAR Como o fornecedor de matéria‐prima vende a prazo, a empresa estará recebendo financiamento sem nenhum custo aparente. Normalizando os dados, o valor monetário do pagamento de fornecedores será determinado em função do coeficiente de custo sob o preço do produto. CONCEITO DE: ESTOQUE MATÉRIAS‐PRIMAS/PRODUTOS EM PROCESSO/PRODUTOS ACABADOS. ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS ESTOQUE PRODUTOS EM PROCESSO Produtos já terminados oriundos da produção da empresa e disponíveis para venda. Componentes que estão para ser consumidos na produção de bens que se tornarão disponíveis para a venda. - 11 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas Demonstrativo de cálculos (45/365) * 1.000.000 (30/365) * (0,16*1.000.000) (15/365) * (0,48*1.000.000) (30/365) * 1.000.000 (60/365) * (0,16*1.000.000) 123.288+13151+19726+82192‐(26.301) (212.055/1.000.000)*100 EXEMPLO DE CÁLCULO DE NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ‐ NCG Conhecidos os dados que participamdo cálculo do capital de giro do novo produto, registrados na tabela seguinte, calcular o capital de giro anual, mostrando a participação de cada estimativa relevante. VENDAS ANUAIS (365 DIAS) $1.000.000 PERÍODOS EM DIAS PERÍODO DE CONTAS A RECEBER 45 DIAS PERÍODO DE ESTOQUE Estoque matérias‐primas 30 DIAS Estoque produtos em processo 15 DIAS Estoque produtos acabados 30 DIAS PERÍODO DE CONTAS A PAGAR 60 DIAS CUSTOS PROPORCIONAIS SOBRE O PRODUTO ACABADO Matérias ‐ primas 16% Produtos em processo 48% CÁLCULO DA NCG DE CADA ESTIMATIVA RESULTADOS VENDAS ANUAIS/RECEITAS $1.000.000 NCG DAS CONTAS A RECEBER $123.288 NCG ESTOQUE MATÉRIAS‐PRIMAS $13.151 NCG ESTOQUE PRODUTOS PROCESSO $19.726 NCG ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS $82.192 NCG DAS CONTAS A PAGAR ($26.301) VALOR DO CAPITAL DE GIRO ANUAL $212.055 TAXA DE CAPITAL DE GIRO ANUAL 21,2% OU SEJA, 21,2% SOBRE A RECEITA COMENTÁRIOS AOS CÁLCULOS • NCG DAS CONTAS A RECEBER. Das vendas anuais $1.000.000 e do período de contas a receber como porcentagem de um ano 45/365 se obtém o valor financiado por ano pela empresa de $123.288. • NCG ESTOQUE MATÉRIAS‐PRIMAS. Considerando que os custos da matéria‐prima representam 16% do preço de venda, o capital de giro relevante no estoque de matéria‐ prima será igual a $13.151 obtido como resultado de 0,16 x $1.000.000 x 30/365. • NCG ESTOQUE PRODUTOS PROCESSO. Considerando que os custos dos produtos em processo representam 48% do preço de venda, o capital de giro relevante dos produtos em processo será igual a $19.726, obtido como resultado de 0,48 x $1.000.000 x 15/365. • NCG ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS. Considerando a venda anual de $1.000.000, o capital de giro desta estimativa é $82.192, valor obtido a partir do número de dias de estoque como porcentagem de um ano 30/365. - 12 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas • NCG DAS CONTAS A PAGAR. Considerando que os custos da matéria‐prima representam 16% do preço de venda, o capital de giro relevante do benefício dado pelos fornecedores de matéria‐prima será $26.301, valor obtido como resultado de 0,16 x $1.000.000 x 60/365. Como este valor deve ser subtraído, ele é registrado com sinal negativo. EM UM CICLO OPERACIONAL, A NCG CALCULADA NO EXEMPLO ACIMA FICARIA ASSIM: RESUMINDO, DEVEMOS TER PRESENTE QUE: • Como as vendas anuais podem variar, o capital de giro também poderá variar. • O capital de giro é um investimento que não tem depreciação nem tributação, apenas o plano de negócios de investimento deverá assumir o custo pelo uso deste capital. • ESSE CALCULO É APENAS UMA ESTIMATIVA. ($26.301) - 13 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2º EXERCÍCIO – CÁLCULO DE CAPITAL DE GIRO Conhecidos os dados que participam do cálculo do capital de giro do novo produto, registrados na tabela seguinte, calcular o capital de giro anual, mostrando a participação de cada estimativa relevante. VENDAS ANUAIS (365 DIAS) $10.000.000 PERÍODOS EM DIAS PERÍODO DE CONTAS A RECEBER 21 DIAS PERÍODO DE ESTOQUE Estoque matérias‐primas 08 DIAS Estoque produtos em processo 10 DIAS Estoque produtos acabados 46 DIAS PERÍODO DE CONTAS A PAGAR 14 DIAS CUSTOS PROPORCIONAIS SOBRE O PRODUTO ACABADO Matérias ‐ primas 25% Produtos em processo 75% RESULTADOS VENDAS ANUAIS (365 DIAS)/RECEITAS $10.000.000 NCG DAS CONTAS A RECEBER NCG ESTOQUE MATÉRIAS‐PRIMAS NCG ESTOQUE PRODUTOS PROCESSO NCG ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS NCG DAS CONTAS A PAGAR VALOR DO CAPITAL DE GIRO ANUAL TAXA DE CAPITAL DE GIRO ANUAL Resposta: O Capital de giro equivale a 20% das vendas anuais. Demonstrativo de cálculos - 14 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 1.4 CUSTO DE CAPITAL DE GIRO Analisando o ciclo operacional acima e supondo‐se uma TAXA DE 4% AO MÊS para operações financeiras junto às INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS (excluindo‐se o BNDES), para uma necessidade de pagamento de fornecedores apenas de $ 10.000, gerar‐se‐á uma necessidade de CAPITAL DE GIRO de $750.000, que impactará em um CUSTO FINANCEIRO de R$ 30.000,00. $750.000*4%=$30.000 Exatamente por isso, que a gestão do ciclo operacional da organização é de fundamental importância à sua sobrevivência! Nota: As instituições financeiras possuem linhas de créditos especiais para capital de giro. Geralmente cobram‐se taxas de juros anuais em torno de 30%, mais encargos financeiros. Compra a Matéria-prima Paga a matéria-prima Ao fornecedor Vende o produto acabado Recebe pela venda Período de contas a pagar Período de contas a receber Período de estoque tempo 30 dias 45 dias 60 dias Data Quanto Paga à Fornecedor Recebimento de Vendas Saldo CG Necessário 30 $10.000 $0 $10.000 31 $10.000 $0 $20.000 32 $10.000 $0 $30.000 ... ... .. .. ... ... .. .. 74 $10.000 $0 $ 740.000 75 $10.000 $0 $750.000 76 $10.000 $10.000 $750.000 7 7 $10.000 $10.000 $750.000 - 15 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas FLUXO DE CAIXA A expressão FLUXO DE CAIXA é utilizada para indicar as ENTRADAS e SAÍDAS de DINHEIRO DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO. Em outras palavras, o fluxo de caixa de um projeto é, portanto, um QUADRO ONDE SÃO ALOCADAS, AO LONGO DA VIDA ÚTIL DO PROJETO, A CADA INSTANTE DE TEMPO, AS ENTRADAS E SAÍDAS de DINHEIRO. A seguir, estudaremos os elementos que compõem o fluxo de caixa de uma empresa, que são: INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL (Receita, custo, depreciação e IR) VALOR RESIDUAL CAPITAL DE GIRO e TMA ou TAXA DE DESCONTO Unidade 2 COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA - 16 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2.1 INVESTIMENTO É toda SAÍDA DE DINHEIRO da empresa para APLICAÇÃO EM RECURSO OU ATIVO, para a obtenção de determinado retorno futuro. EXEMPLOS DE INVESTIMENTOS: Aquisição de novas linhas de produção, projetos industriais, criação de uma nova empresa, aquisição de maquinários, veículos, construção de galpões, oficinas etc. ESTIMATIVAS RELEVANTES EM UM PROJETO DE INVESTIMENTO São considerados como investimento a aquisição de equipamentos ou outros ativos, incluindo os desembolsos para pagamento de fretes, seguros, instalações, gastos operacionais iniciais com materiais e mão‐de‐obra, treinamento do pessoal de operação emanutenção etc. Veja abaixo os desembolsos citados: DESEMBOLSOS NECESSÁRIOS PARA UM INVESTIMENTO (‐) Valor dos ativos comprados (frete e seguros inclusos) (‐) Gastos com instalação: materiais e mão de obra na montagem (‐) Gastos operacionais iniciais: materiais e mão de obra (‐) Gastos com treinamentos. (=) INVESTIMENTO RELEVANTE EXEMPLO: Um PROJETO DE INVESTIMENTO exige que sejam realizados investimentos em diversos equipamentos no VALOR TOTAL de $1.500.000 (frete e seguros inclusos). Para a instalação desses ativos será necessário desembolsar $250.000 em materiais de montagem e $100.000 em mão de obra para montagem. Os gastos operacionais iniciais com materiais e mão de obra são $55.000. Os gastos com treinamentos do pessoal de operação e manutenção são $85.000. QUAL O INVESTIMENTO relevante? SOLUÇÃO: Com os dados preparamos uma tabela, onde obtemos o valor do investimento. (‐) Valor dos ativos comprados (fretes e seguros inclusos) $1.500.000 (‐) Gastos com Instalação: materiais, mão de obra na montagem $350.000 (‐) Gastos operacionais iniciais: materiais e mão de obra $55.000 (‐) Gastos com treinamentos $85.000 (=) INVESTIMENTO RELEVANTE $1.990.000 - 17 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3º EXERCÍCIO – CÁLCULO DE INVESTIMENTO RELEVANTE Um PROJETO DE INVESTIMENTO exige que sejam realizados investimentos em diversos equipamentos no VALOR TOTAL de $2.000.000 (fretes e seguros inclusos). Para a instalação desses ativos será necessário desembolsar $150.000 em materiais e $300.000 em mão‐de‐obra. Gastos operacionais iniciais com materiais e mão de obra montagem de $60.000 Gastos com treinamento do pessoal de operação e manutenção de $75.000. QUAL O INVESTIMENTO relevante? MATERIAL ADICIONAL: EM CASO DE VENDA DO EQUIPAMENTO SUBSTITUÍDO: Se o equipamento substituído for vendido, deverá ser preparado para a venda gerando gastos de desmontagem e manutenção. Na data da venda, o equipamento substituto tem um valor contábil, em geral, diferente do valor de mercado, seja para continuar como equipamento de segunda mão ou como simples sucata. O resultado da diferença entre o valor da venda as despesas de preparação do equipamento e seu valor contábil gera um ganho de capital sujeito à tributação. Se o ganho de capital for positivo, então a venda será tributada, diminuindo o valor recebido da venda; caso contrário, se o ganho de capital for negativo, a empresa poderá considerar esse prejuízo como despesa, assunto analisado mais adiante quando tratarmos do valor residual. Nos dois casos possíveis, o resultado do impacto tributário do ganho de capital é relevante, pois somente acontecerá se o projeto de investimento for aprovado. Continuação do exemplo anterior: (‐) Valor dos ativos comprados, incluindo fretes, seguros etc $1.500.000 (‐) Instalação de equipamentos, materiais, mão‐de‐obra etc $350.000 (‐) Despesas operacionais iniciais $55.000 (‐) Despesas de treinamento $85.000 (=) Investimento sem venda dos equipamentos substituídos $1.990.000 (+) Venda dos equipamentos substituídos (entrada de capital) $180.000 (‐) Despesas de preparação dos equipamentos $30.000 (‐) Tributação da venda $8.750 (=) Investimento relevante na data zero $1.848.750 Tabela auxiliar para cálculo da tributação na venda de equipamentos (+) Venda líquida dos equipamentos substituídos $150.000 (–) Valor contábil dos equipamentos substituídos $125.000 (=) Ganho de capital $25.000 (=) Imposto de renda = $ 25.000 x 35% $8.750 (‐) Valor dos ativos comprados (fretes e seguros inclusos) (‐) Gastos com Instalação de equipamentos, materiais, mão‐de‐obra (‐) Gastos operacionais iniciais: materiais e mão de obra (‐) Gastos com treinamentos (=) INVESTIMENTO RELEVANTE - 18 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2.2 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL-FCO (RECEITAS, CUSTOS, DEPRECIAÇÃO E IMPOSTO DE RENDA-IR). RECEITA É a ENTRADA de DINHEIRO ou DIREITOS A RECEBER correspondente à VENDA dos produtos. O DEPARTAMENTO DE MARKETING PREPARA AS ESTIMATIVAS DAS RECEITAS de um projeto de investimento. Para isto realiza as seguintes atividades: PESQUISAS DE MERCADO ‐ Identifica público alvo do produto; ‐ Identifica tamanho do mercado; ‐ Participação da empresa nesse mercado; ‐ Volume de vendas; ‐ Preço unitário do produto; PESQUISAS DO COMPORTAMENTO DA RELAÇÃO “PREÇO‐VOLUME” ‐ Estados da economia; ‐ Efeitos da publicidade; ‐ Reação dos concorrentes; ‐ Impostos incidentes (ICMS, PIS, COFINS, IPI etc) • A pesquisa de mercado é o ponto de partida na maioria dos projetos. As informações geradas pelo estudo de mercado são fundamentais para os demais estudos porque, a partir desta, podem ser estimadas a capacidade de produção instalada, a necessidade de matérias primas dentre outras variáveis. CUSTO São todos os GASTOS relativos à PRODUÇÃO de um BEM. NO FLUXO DE CAIXA DO PROJETO DE INVESTIMENTO DEVEM SER INCLUÍDOS OS CUSTOS relevantes provocados pela aprovação do projeto, como exemplo: ‐ MATÉRIAS‐PRIMAS para a produção; ‐ SALÁRIOS do pessoal da produção; ‐ REFEIÇÃO do pessoal da produção; ‐ MANUTENÇÃO das máquinas da fábrica; ‐ ENERGIA ELÉTRICA das instalações industriais, inclusive locais de estocagem; ‐ TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS‐PRIMAS para as áreas de produção; ‐ COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES usados nas máquinas da fábrica; ‐ EMBALAGEM DOS PRODUTOS acabados; ‐ ALUGUÉIS E SEGUROS do prédio da fábrica; NA CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA do projeto agruparemos todos os custos relevantes, numa única estimativa DENOMINADA SIMPLESMENTE “CUSTOS”. - 19 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas DEPRECIAÇÃO É a DIMINUIÇÃO do VALOR de um BEM (máquina, equipamento etc) em decorrência de seu DESGASTE pelo USO ou OBSOLESCÊNCIA. Quando uma empresa compra uma máquina, ela sabe que um dia terá de substituir por outra máquina nova e mais moderna. Por isso, durante a “vida útil” da máquina a empresa vai calculando o seu desgaste, que é incluído no custo do produto, e vai formando uma reserva como “depreciação” usada para adquirir a máquina nova. TAXAS ANUAIS DE DEPRECIAÇÃO A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal ‐ SRF 162, de 31/12/98 (art. 1º) estabelece as quotas de depreciação dos bens das empresas: Depreciações autorizadas, tabela reduzida: BENS Prazo de vida útil Taxa anual de depreciação Instalações 10 ANOS 10% Edificações 25 ANOS 4% Construções pré‐fabricadas 25 ANOS 4% Máquinas e equipamentos 10 ANOS 10% Móveis e utensílios 10 ANOS 10% Veículos (cargas ou passageiros) 5 ANOS 20% Sistema de Processamento de Dados 2 ANOS 50% EXEMPLO: DEPRECIAÇÃO DE UMA MÁQUINA (10% ao ano) Como se vê, é adotado no Brasil o método de DEPRECIAÇÃO LINEAR, segundo o qual a CARGA DE DEPRECIAÇÃO ANUAL SERÁ A MESMA, até o final do prazo de depreciação, isto é, A CARGA TOTAL DE DEPRECIAÇÃO SERÁ RATEADA POR IGUAL, AO LONGODOS ANOS. OUTRAS TAXAS ANUAIS DE DEPRECIAÇÃO A referida IN SRF 162 (art. 310) PERMITE ÀS EMPRESAS ADOTAREM QUOTAS ADEQUADAS ÀS CONDIÇÕES DE DEPRECIAÇÃO DE SEUS BENS, desde que faça a prova dessa adequação, podendo pedir perícia do Instituto Nacional de Tecnologia, prevalecendo os prazos de vida útil recomendados por essas instituições. 1999 $9.000 2000 $8.000 2001 $7.000 2002 $6.000 2003 $5.000 2004 Máquina = taxa 10% ao ano $4.000 2005 $3.000 2006 $2.000 2007 $1.000 2008 $0.0 2009 Compra Máquina $10.000 1999 $9.000 2000 $8.000 2001 $7.000 2002 $6.000 2003 $5.000 2004 Máquina = taxa 10% ao ano $4.000 2005 $3.000 2006 $2.000 2007 $1.000 2008 $0.0 2009 Compra Máquina $10.000 - 20 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas IMPOSTO DE RENDA As empresas devem pagar ao Governo Federal o Imposto de Renda, tendo como fato gerador o LUCRO proveniente das VENDAS. FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL – FCO Ao se deduzir o valor do imposto de renda (IR) do lucro bruto operacional (Receitas – Custos), obtém‐se o Fluxo de Caixa Operacional FCO, conforme demonstrado a seguir: R representa as Receitas líquidas, livre de impostos. C representa os Custos FCO = R – C – IR IR representa o valor do Imposto de Renda a ser pago O valor do IR pode ser obtido através dos seguintes cálculos: R representa Receitas líquidas, livre de impostos. C representa Custos IR=(R – C – D)*alíquota IR D representa o valor da Depreciação ___________________ EXEMPLO DE CÁLCULO DE FCO Calcular o FCO sendo a alíquota IR de 35% e as estimativas do fluxo de caixa do projeto são: Receita = $3.000 Custos = $1.850 IR=(R–C–D)*alíquota IR Depreciação = $520 IR = ($3.000 ‐ $1.850 ‐ $520) * 0,35 = $220 FCO = R – C – IR → FCO = $3000 ‐ $1.850 ‐ $220 = $930 ___________________ 4º EXERCÍCIO ‐ CÁLCULO DE FCO Calcular o FCO sendo a alíquota IR de 15% e as estimativas do fluxo de caixa do projeto são: Receita = $4.000 Custos = $1.950 IR=(R–C–D)*alíquota IR Depreciação = $620 - 21 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas CONCLUSÃO. Concluindo esta parte destacamos as premissas incluídas na construção e avaliação do fluxo de caixa de um projeto de investimento: ANTES DE SER APROVADO O INVESTIMENTO ESTÁ SOMENTE NO PAPEL. O INVESTIMENTO É APENAS UM PROJETO UTILITÁRIO E OS VALORES MONETÁRIOS DO SEU FLUXO DE CAIXA SÃO ESTIMATIVAS. AS DECISÕES DE INVESTIMENTO DE CAPITAL SÃO REALIZADAS A PARTIR DO FLUXO DE CAIXA GERADO PELO PROJETO E NÃO DO FLUXO DE LUCRO GERADO. A FORMAÇÃO DO FCO MOSTRA A GERAÇÃO DE CAIXA REALIZADO PELO INVESTIMENTO PARA ATENDER ÀS OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS DO CAPITAL INVESTIDO, O FLUXO DE CAIXA PARA O INVESTIMENTO. O fluxo de caixa de um projeto de investimento é o fluxo de caixa adicional que a empresa espera obter se aprovar o investimento. - 22 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2.3 VALOR RESIDUAL É o VALOR que se espera obter pela VENDA DE UM BEM DEPRECIADO (máquina, equipamento etc), quando este for SUBSTITUÍDO ou retirado de serviço. UM BEM, MESMO DEPRECIADO, TEM ALGUM VALOR DE MERCADO. CÁLCULO DO VALOR RESIDUAL EXEMPLO 1. A venda de um equipamento gerará uma receita de $155.000. Calcular o valor residual do investimento, considerando o valor contábil dos ativos na data terminal do projeto de $100.000, a alíquota do imposto de renda 30% e os gastos com desmontagem de $5.000. (+) Venda bruta de equipamento $155.000 (‐) Valor contábil $100.000 (‐) Gastos com desmontagem $5.000 (=) Ganho de capital $50.000 (=) Imposto de Renda sobre o ganho de capital (50.000 x 30%) $15.000 Valor residual = Vendas brutas – gastos com desmontagem – Imposto de Renda Valor residual = $155.000 – $5.000 – $15.000 Valor residual = $ 135.000 INFORMAÇÕES SOBRE OS CÁLCULOS: A venda bruta refere‐se ao valor que o BEM foi vendido; O valor contábil corresponde ao valor do BEM – depreciação acumulada. A diferença entre o valor de venda menos os gastos com desmontagem do equipamento e seu valor contábil gera um ganho de capital, sujeito à tributação; O valor do imposto de renda foi obtido da tributação em cima do ganho de capital. GANHO DE CAPITAL POSITIVO = VENDA TRIBUTADA. GANHO DE CAPITAL NEGATIVO = CONSIDERAR O PREJUÍZO COMO DESPESA EXEMPLO 2 ( + ) Venda bruta de equipamento $85.000 ( ‐ ) Valor contábil $100.000 ( ‐ ) Gastos com desmontagem $5.000 ( = ) Ganho de capital ‐ $20.000 ( = ) Imposto de Renda sobre o ganho de capital (‐20.000 x 30%) ‐ $6.000 Valor residual = Vendas brutas – gastos com desmontagem – Imposto de Renda Valor residual = $85.000 – $5.000 – (–$6.000) Valor residual = $ 86.000 Neste caso o ganho de capital estimado será negativo e igual a $20.000. O efeito tributário originará um crédito de imposto de renda a pagar igual a $6.000 = 0,30 x $20.000. - 23 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2.4 CAPITAL DE GIRO O CAPITAL DE GIRO é o investimento relevante que DEVE SER INCLUÍDO NO FLUXO DE CAIXA DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO. • O CAPITAL DE GIRO NECESSÁRIO PARA O 1º ANO DE OPERAÇÃO É UM INVESTIMENTO REALIZADO NA DATA ZERO. • O CAPITAL DE GIRO É RECUPERADO NA DATA TERMINAL DO PROJETO. • Se num determinado ano a necessidade de capital de giro aumentar, o acréscimo anual deverá ser incluído no fluxo de caixa do plano de negócios como investimento em capital de giro. • Se num determinado ano a necessidade de capital de giro diminuir, o decréscimo anual deverá ser incluído no fluxo de caixa do plano de negócios como recuperação do investimento em capital de giro. • Qualquer que seja a situação, o investimento ou a recuperação do capital de giro em cada ano ocorrerá no início do próprio ano ou, pela convenção do fluxo de caixa, no final do ano anterior. • O capital de giro pode ser parcialmente recuperado durante o prazo de análise do plano de negócios. Na data terminal do plano de negócios será recuperado o restante do capital de giro ainda não recuperado. - 24 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 2.5 TMA TMA significa TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE É A TAXA MÍNIMA DE JURO QUE A EMPRESA EXIGE PARA ACEITAR UM PROJETO EXEMPLO SIMPLES: Uma empresa pretende retirar R$100.000 da caderneta de poupança,com rentabilidade de 7% ao ano (R$7.000), para investir no projeto de uma Máquina Industrial que lucra R$6.000 ao ano (6% s/ capital investido). Esse investimento é viável? Tipo de investimento POUPANÇA MÁQUINA Capital investido R$100.000 R$100.000 Rentabilidade (anual) R$7.000 R$6.000 Taxa de retorno (anual) 7% 6% - Analisando esse caso, não é atrativo investir na Máquina, pois terá uma rentabilidade MENOR do que em uma aplicação financeira (Poupança). - Portanto, a taxa mínima de juro para aceitar este projeto seria de7 % ao ano; TMA = 7% a.a - Em finanças, quando avaliamos a rentabilidade de um projeto de investimento, confrontamos os resultados estimados com outras oportunidades de investimentos, como exemplo, os produtos ofertados no mercado financeiro. - É pertinente averiguar se o retorno do capital investido consegue superar a remuneração proporcionada por outras opções de investimentos, como no mercado financeiro. OPORTUNIDADE em OUTROS INVESTIMENTOS versus OPORTUNIDADE do PROJETO Como padrão de TMA, costuma ser utilizada uma taxa de baixo grau de risco1 no mercado financeiro, como CDBs, CDI, poupança, títulos de dívida pública etc. Entretanto, a TMA é definida pelo risco do projeto. Assim, essa determinação também pode ser fundamentada no mercado de capitais, que possui um risco maior. A TMA escolhida é, então, comparada com o retorno estimado no projeto de investimento. Se o retorno do projeto superar essa TMA, o negócio é considerado economicamente viável (atraente). Caso contrário, diz‐se que o investimento não atingiu o patamar mínimo esperado de rentabilidade, normalmente sendo descartado. _____________________ 1 Risco pode ser percebido como a possibilidade de perda financeira. Qual risco é maior: emprestar dinheiro para aposentado (com débito na conta) ou para um desempregado? - 25 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas ALGUMAS OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTOS. INVESTIMENTOS FINANCEIROS RENTABILIDADE ANUAL EM 2006 Caderneta de poupança Investimento tradicional no Brasil. Proporciona a mesma taxa de rendimento ao mês. 7,6% Certificado de depósito bancário – CDB Investimento com prazo pré‐determinado, Quanto maior o tempo de aplicação, maior o juro oferecido pelo banco. 13,6% Fundo DI Taxa média de títulos negociados entre os bancos 13,2% Títulos do Governo Federal Títulos emitidos pelo governo para financiar a dívida pública. 12% a 20%, dependendo do tempo de aplicação Debêntures Títulos emitidos pelas empresas com objetivo de captar recursos mais baratos para investimentos ou financiamentos de capital de giro. Geralmente 6% + correção da inflação. Fundos de renda fixa Constitui uma carteira de investimentos compostas por CDBs, Títulos do governo federal, debêntures etc. 13,8% Fundos de ações Investimento lastreado a ações de setores específicos (energia, petróleo, gás, siderurgia, bancos, construção civil etc) 25,3% Fundos multimercados Combinação de investimentos em poupança, ações, câmbio, ouro, debêntures, títulos do governo, DI etc 16,4% Fontes: Adaptado de HOJI, 2009, pág 97; infomoney Para saber mais: www.tesouro.fazenda.gov.br; www.comoinvestir.com.br; www.portaldoinvestidor.gov.br; www.bovespa.com.br VALOR PRESENTE Outro aspecto importante a ser observado é que quando estimamos os retornos a longo prazo (mais de 1 ano) tais estimativas estão nos valores futuros. Portanto, na estimativa de um projeto trazemos esses valores para o presente, descontando‐os. EXEMPLO: Se um investimento de $50.000 proporciona por 5 anos valores uniformes de $15.000 a uma TMA de 7% ao ano, teremos os seguintes valores presentes: Ano Valores Valores com TMA 7% a.a. 0 (50.000) ‐ 1 15.000 14.018 2 15.000 13.101 3 15.000 12.244 4 15.000 11.443 5 15.000 10.693 MEMÓRIA DE CÁLCULO ‐ 15.000 / (1+ 0,07)1 = 14.018 15.000 / (1+0,07)2 = 13.101 15.000 / (1+0,07)3 = 12.244 15.000 / (1+0,07)4 = 11.443 15.000 / (1+0,07)5 = 10.693 Vp = Vf / (1+i)n Vp: Valor Presente Vf: Valor Futuro i: taxa de juros n: prazo - 26 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 5º EXERCÍCIO – CÁLCULO DE TMA 1 ‐ Se um investimento de $80.000, proporciona por 5 anos valores uniformes de $18.000 a uma TMA ou TAXA DE DESCONTO de 9% ao ano, teremos quais valores presentes? 2 ‐ Se um investimento de $100.000, proporciona por 5 anos os valores abaixo a uma TMA ou TAXA DE DESCONTO de 12% ao ano, teremos quais valores presentes? Ano Valores Valores com TMA 9% a.a. MEMÓRIA DE CÁLCULO 0 (80.000) ‐ ‐ 1 18.000 2 18.000 3 18.000 4 18.000 5 18.000 Ano Valores Valores com TMA 12% a.a. MEMÓRIA DE CÁLCULO 0 (100.000) ‐ ‐ 1 15.600 2 16.800 3 13.200 4 17.000 5 18.000 - 27 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas RELEMBRANDO OS COMPONENTES RELEVANTES DE UM FLUXO DE CAIXA: Investimentos Fluxo de Caixa Operacional (Receitas, custos, depreciação e imposto de renda) Valor Residual Capital de Giro TMA ou TAXA DE DESCONTO Unidade 3 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA E SUA AVALIAÇÃO - 28 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3.1 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA A PARTIR DE SEUS COMPONENTES. Os exemplos seguintes mostrarão diversas situações que ajudarão na compreensão e aplicação dos conceitos apresentados para construir o fluxo de caixa de um projeto de investimento. EXEMPLO 1 A TABELA abaixo registra as RECEITAS e CUSTOS relevantes de um PROJETO DE INVESTIMENTO com PRAZO de ANÁLISE de 4 ANOS. Variáveis / anos 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO (+) Receitas $1.280.000 $1.350.000 $1.400.000 $1.435.000 (‐) Custos $985.000 $1.010.000 $1.050.000 $1.050.000 Construir o fluxo de caixa do projeto, considerando: O investimento na data zero igual a $250.000 A depreciação será TOTAL e LINEAR durante os 4 anos A alíquota do IR ‐ Imposto de Renda ‐ igual a 35% Assim, teremos um complemento à tabela anterior, como segue: Variáveis / anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO (+) Receitas $1.280.000 $1.350.000 $1.400.000 $1.435.000 (‐)Custos $985.000 $1.010.000 $1.050.000 $1.050.000 (‐)Depreciação $62.500 $62.500 $62.500 $62.500 (‐)IR $81.375 $97.125 $100.625 $112.875 (=) FCO $213.625 $242.875 $249.375 $272.125 FC ($250.000) $213.625 $242.875 $249.375 $272.125 COMENTÁRIOS AOS CÁLCULOS DA TABELA ACIMA: Os resultados registrados na tabela acima foram obtidos como segue: Depreciação Como a depreciação será TOTAL e LINEAR durante o prazo de 4 ANOS, o seu VALOR ANUAL será de $62.500, obtidoda DIVISÃO do VALOR do INVESTIMENTO na data zero de ($250.000) por 4. IR O IR do 1° ANO igual a $81.375 foi obtido com a fórmula: IR = (R – C – D)* alíquota IR, ou seja, IR = ($1.280.000 ‐ $985.000 ‐ $62.500) x 35% = $81.375 Os IR’s dos demais anos foram obtidos da mesma maneira. FCO O FCO do 1° ANO igual a $213.625 foi obtido com a fórmula: FCO = R – C – IR, ou seja, FCO = $1.280.000 ‐ $985.000 ‐ $81.375 = $213.625. Os FCO’s dos demais anos foram obtidos da mesma maneira. FC O valor de FC é encontrado a partir da SOMA do FCO com os respectivos investimentos em CAPITAL DE GIRO e VALORES RESIDUAIS de venda/substituição de equipamentos. Como nesse exemplo não temos nem investimento em capital de giro, nem valores residuais, então FCO = FC. - 29 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas EXEMPLO 2 A TABELA abaixo registra as RECEITAS e CUSTOS relevantes de um PROJETO DE EXPANSÃO com PRAZO de ANÁLISE de 5 ANOS. Variáveis/anos 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO 5° ANO (+) Receitas $2.550.000 $2.650.000 $2.800.000 $2.850.000 $3.000.000 (‐) Custos $1.460.000 $1.550.000 $1.690.000 $1.765.000 $1.990.000 Construir o fluxo de caixa do projeto, considerando: • O investimento na data zero igual à $ 2.750.000. • A Depreciação será TOTAL e LINEAR durante os 5 anos. • Alíquota do IR ‐ imposto de renda ‐ igual a 35%. Assim, teremos um complemento à tabela anterior, como segue: Variáveis/anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO 5° ANO (+) Receitas $2.550.000 $ 2.650.000 $2.800.000 $ 2.850.000 $3.000.000 (‐) Custos $1.460.000 $ 1.550.000 $ 1.690.000 $ 1.765.000 $ 1.990.000 (‐)Depreciação $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 (‐) IR $ 189.000 $ 192.500 $ 196.000 $ 187.250 $ 161.000 (=) FCO $ 901.000 $ 907.500 $914.000 $897.750 $849.000 FC ($2750.000) $901.000 $ 907.500 $914.000 $897.750 $849.000 COMENTÁRIOS AOS CÁLCULOS DA TABELA ACIMA Os resultados registrados na tabela acima foram obtidos como segue: Depreciação Como a depreciação será TOTAL e LINEAR durante o prazo de 5 anos, o seu VALOR ANUAL será de $550.000, obtido da DIVISÃO do VALOR do INVESTIMENTO na data zero de ($2.750.000) por 5. IR O IR do 1° ANO igual a $189.000 foi obtido com a fórmula: IR = (R – C – D) x alíquota IR, ou seja, IR= ($2.550.000 ‐ $1.460.000 ‐ $550.000) x 35% = $189.000. Os IR’s dos demais anos foram obtidos da mesma maneira. FCO O FCO do 1° ANO igual a $901.000 foi obtido com a fórmula: FCO = R – C – IR, ou seja, FCO = $2.550.000 ‐ $1.460.000 ‐ $189.000 = $901.000. Os FCO’s dos demais anos foram obtidos da mesma maneira. FC O valor de FC é encontrado a partir da SOMA do FCO com os respectivos investimentos em CAPITAL DE GIRO e VALORES RESIDUAIS de venda/substituição de equipamentos. Como nesse exemplo não temos nem investimento em capital de giro, nem valores residuais, então FCO = FC. - 30 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 6º EXERCÍCIO ‐ CONSTRUÇÃO DE FLUXO DE CAIXA ‐ PARCIAL (sem incluir capital de giro e valor residual) A TABELA abaixo registra as RECEITAS e CUSTOS relevantes de um PROJETO DE EXPANSÃO com PRAZO de ANÁLISE de 4 ANOS. Variáveis / anos 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO (+) Receitas $2.600.000 $2.550.000 $2.900.000 $2.800.000 (‐) Custos $1.300.000 $1.650.000 $1.700.000 $1.765.000 Construir o fluxo de caixa do projeto, considerando: • O investimento na data zero igual à $ 3.000.000. • A Depreciação será total e linear durante os 4 anos. • Alíquota do IR ‐ imposto de renda ‐ igual a 35%. Variáveis / anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO (+) Receitas $2.600.000 $2.550.000 $2.900.000 $2.800.000 (‐)Custos $1.300.000 $1.650.000 $1.700.000 $1.765.000 (‐)Depreciação (‐)IR (=) FCO FC ($3.000.000) COMENTÁRIOS AOS CÁLCULOS DA TABELA ACIMA Depreciação IR IR = (R – C – D) x alíquota IR FCO FCO = R – C – IR FC O valor de FC é encontrado a partir da SOMA do FCO com os respectivos investimentos em CAPITAL DE GIRO e VALORES RESIDUAIS de venda/substituição de equipamentos. Como nesse exemplo não temos nem investimento em capital de giro, nem valores residuais, então FCO = FC. - 31 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO 2 (pág. 27) ‐ CONSTRUÇÃO DO FC INCLUINDO CAPITAL DE GIRO Depois de analisar o projeto de investimento, o Gerente Financeiro calculou a NCG para incluir no Fluxo de Caixa e obteve o seguinte resultado: TAXA DE CAPITAL DE GIRO ANUAL = 25% SOBRE AS RECEITAS (vide pág. 10) Variáveis/anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO 5° ANO (+) Receitas $2.550.000 $ 2.650.000 $2.800.000 $ 2.850.000 $3.000.000 (‐) Custos $1.460.000 $ 1.550.000 $ 1.690.000 $ 1.765.000 $ 1.990.000 (‐)Depreciação $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 (‐) IR $ 189.000 $ 192.500 $ 196.000 $ 187.250 $ 161.000 (=) FCO $ 901.000 $ 907.500 $914.000 $897.750 $849.000 NCG $637.500 $662.500 $700.000 $712.500 $750.000 (+) Investimento em capital de giro ($637.500) ($25.000) ($37.500) ($12.500) ($37.500) $750.000 (+) Investimento inicial ($2750.000) ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ FC ($3.387.500) $876.000 $870.000 $901.500 $860.250 $1.599.000 COMENTÁRIOS AO CÁLCULO DE NCG E INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO NCG 1º ANO = $2.550.000 X 25% = $637.500 2º ANO = $2.650.000 X 25% = $662.500 3º ANO = $2.800.000 X 25% = $700.000 4º ANO = $2.850.000 X 25% = $712.500 5º ANO = $3.000.000 X 25% = $750.000 (+) Investimento em capital de giro ($637.500) → é o investimento na data zero e o capital de giro do 1º ANO devendo estar disponível no início do 1º ANO para operacionalizar o projeto ($25.000) → Como houve aumento da receita no 2º ANO, deverá ter um aumento de capital de giro de $25.000 (obtido de $662.500 – $637.000). ($37.500) → Como houve aumento da receita no 3º ANO, deverá ter um aumento de capital de giro de $37.500 (obtido de $700.000 – $662.500). ($12.500) → Como houve aumento da receita no 4º ANO, deverá ter um aumento de capital de giro de $12.500 (obtido de $712.500 ‐ $700.000). ($37.500) → Como houve aumento da receita no 5º ANO, deverá ter um aumento de capital de giro de $37.500 (obtido de $750.000 – $712.500). 750.000 → Capital de giro a ser recuperado no final do projeto. (+) Investimento inicial ($2750.000) – O valor do investimento inicial deve continuar na coluna “data zero” FC DATA ZERO = Soma de ($637.500) + (2.750.000) = ($3.387.500) 1º ANO = $901.000 + (25.000) = $876.000 2º ANO = $907.500 + (37.500) = $870.000 3º ANO = $914.000 + (12.500) = $901.500 4º ANO = $897.750 + (37.500) = $860.250 5º ANO = $849.000 + 750.000 = $1.599.000 NCG = 25% s/ RECEITA FC = FCO + investimento em capital de giro Observe que a receita altera todo ano, logo a NCG também se altera. 25% +/‐- 32 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 7º EXERCÍCIO ‐ CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO 6º – INCLUSÃO DE CAPITAL DE GIRO Construir o fluxo de caixa do projeto, considerando: • O investimento na data zero igual à $ 3.000.000. • A Depreciação será total e linear durante os 4 anos. • Alíquota do IR ‐ imposto de renda ‐ igual a 35%. • TAXA DE CAPITAL DE GIRO ANUAL = 20% SOBRE AS RECEITAS Variáveis / anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO (+) Receitas $2.600.000 $2.550.000 $2.900.000 $2.800.000 (‐)Custos $1.300.000 $1.650.000 $1.700.000 $1.765.000 (‐)Depreciação $750.000 $750.000 $750.000 $750.000 (‐)IR $192.500 $52.500 $157.500 $99.750 (=) FCO $1.107.500 $847.500 $1.042.500 $935.250 NCG (+)Investimento em capital de giro (+)Investimento inicial ($3.000.000) FC Depreciação Como a depreciação será TOTAL e LINEAR durante o prazo de 4 anos, o valor da depreciação anual será $750.000, obtido da divisão do valor do investimento de ($2.750.000) por 4. IR O IR do 1° ANO igual a $192.000 foi obtido com a fórmula: IR = (R – C – D) x alíquota IR, ou seja, IR= ($2.600.000 ‐ $1.300.000 ‐ $750.000) x 35% = $192.000. Os demais IR’s foram obtidos da mesma maneira FCO O FCO do 1° ANO igual a $1.107.500 foi obtido com a fórmula: FCO = R – C – IR, ou seja, FCO = $2.600.000 ‐ $1.300.000 ‐ $192.500 = $1.107.500. Os FCO’s dos demais anos foram obtidos da mesma maneira. NCG 1º ANO = 2º ANO = 3º ANO = 4º ANO = (+) Investimento em capital de giro FC 1º ANO = 2º ANO = 3º ANO = 4º ANO = 5º ANO = NCG = 20% s/ RECEITA FC = FCO + investimento em capital de giro - 33 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO 2 (pág. 27) ‐ CONSTRUÇÃO DO FC INCLUINDO VALOR RESIDUAL O Gerente Financeiro incluiu na data terminal do fluxo de caixa do projeto o VALOR RESIDUAL dos ativos fixos igual a $91.000. Variáveis/anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO 5° ANO (+) Receitas $2.550.000 $ 2.650.000 $2.800.000 $ 2.850.000 $3.000.000 (‐) Custos $1.460.000 $ 1.550.000 $ 1.690.000 $ 1.765.000 $ 1.990.000 (‐)Depreciação $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 $ 550.000 (‐) IR $ 189.000 $ 192.500 $ 196.000 $ 187.250 $ 161.000 (=) FCO $ 901.000 $ 907.500 $914.000 $897.750 $849.000 NCG $637.500 $662.500 $700.000 $712.500 $750.000 (+) Investimento em capital de giro ($637.500) ($25.000) ($37.500) ($12.500) ($37.500) $750.000 (+) Valor Residual $91.000 (+) Investimento inicial ($2750.000) ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ FC ($3.387.500) $876.000 $870.000 $901.500 $860.250 $1.690.000 CÁLCULO DO VALOR RESIDUAL $91.000 ¯ A venda do equipamento gerará uma RECEITA BRUTA de $150.000. ¯ O valor contábil do equipamento (que é o seu valor menos depreciação acumulada) será $0, já que a depreciação prevista na data terminal do projeto é TOTAL e LINEAR. ¯ Os gastos com desmontagem é de $20.000 ¯ A alíquota do imposto de renda 30%. (+) Venda bruta de equipamento $150.000 (‐) Valor contábil $0 (‐) Gastos com desmontagem $20.000 (=) Ganho de capital $130.000 (=) Imposto de Renda sobre o ganho de capital (130.000 x 30%) $39.000 Valor residual = Vendas brutas – gastos com desmontagem – Imposto de Renda Valor residual = $150.000 – $20.000 – $39.000 Valor residual = $ 91.000 FC com valor residual Com a inclusão do valor residual, o fluxo de caixa do 5º ano foi $849.000 + $750.000 + 91.000 = $1.690.000 25% + Data zero $2.200.000 1º ANO $1.650.000 2º ANO $1.100.000 3º ANO Máquina = taxa 20% ao ano (considerado pelo projeto) $550.000 4º ANO $0 5º ANO Compra Máquina $2.750.000 Depreciação TOTAL $0 6º ANOData zero $2.200.000 1º ANO $1.650.000 2º ANO $1.100.000 3º ANO Máquina = taxa 20% ao ano (considerado pelo projeto) $550.000 4º ANO $0 5º ANO Compra Máquina $2.750.000 Depreciação TOTAL $0 6º ANO - 34 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3.2 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS. Esse capítulo tem como objetivo apresentar os principais métodos utilizados para a avaliação de fluxos de caixa. Serão analisados os métodos de PAYBACK Simples e Descontado, VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) e TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR). 3.2.1 PAYBACK Simples e Descontado. CONCEITO DE PAYBACK A primeira avaliação de um projeto de investimento é determinar o tempo necessário para recuperar o capital investido, a partir de um fluxo de caixa estimado do projeto de investimento. Quanto mais alongado o prazo de recuperação do investimento, menos interessante ele se torna. Logicamente, investimentos de maior envergadura, como aqueles ligados à infra‐estrutura (hidrelétricas, estradas de ferro, estradas de rodagem) ou na indústria mineral (minério de ferro, petróleo) e siderurgia, poderão ter um prazo de recuperação do investimento dilatado, podendo ser superior a 10 anos. PAYBACK é um MÉTODO QUE DETERMINA o TEMPO NECESSÁRIO PARA RECUPER O CAPITAL INVESTIDO, que indica em quantos ANOS a empresa obtém de volta seu investimento. Pode ser Simples ou Descontado. PAYBACK Simples Método fácil e direto que compara o tempo necessário para recuperar o capital investido, SENDO CALCULADO SIMPLESMENTE ATRAVÉS DO COMPUTO DO VALOR INVESTIDO e de ENTRADAS DE CAIXA. EXEMPLO 1 – PERÍODO INTEIRO (1 ano, 2 anos, 6 anos etc). Considere o projeto de investimento na data zero de $50.000 que gere FC ‐ fluxo de caixa de $30.000 no 10 ano, $20.000 no 20 ano, $10.000 no 30 ano e $5.000 no 40 ano, conforme abaixo: Variáveis/anos Data zero 1° ANO 2° ANO 3° ANO 4° ANO FC ($50.000) $30.000 $ 20.000 $10.000 $5.000 Para facilitar a visualização do TEMPO DE RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO, poderíamos padronizar a montagem da tabela acima da seguinte forma: Ano / variável FC Saldo do projeto Data zero ($50.000) ($50.000) 1° ANO $30.000 ($20.000) 2° ANO $20.000 0 3° ANO $10.000 $10.000 4° ANO $5.000 $15.000 PERÍODO DE PAYBACK = 2 ANOS Saldo projeto Data zero – FC 1º ano: ($50.000) ‐ $30.000=($20.000) (-) - 35 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas COMENTÁRIOS DOS CÁLCULOS DA TABELA: A fim de calcular o tempo necessário para recuperar o capital investido, construímos a coluna Saldo do projeto, 3º coluna da tabela; Conforme indicado na tabela, o projeto de investimento é de $50.000. No 1º ANO o projeto terá recuperado $30.000, e o saldo do projeto será ($20.000), resultado da diferença entre o investimento inicial ($50.000) e o retorno de $30.000. No 2O ANO terá recuperado $20.000. Desta forma, totalizando $50.000 de FC acumulado até o 2o ANO, podemos dizer que a empresa consegue recuperar o investimento em exatamente 2 anos. Então: PERÍODO DE PAYBACK = 2 ANOS. Se exigíssemosum PAYBACK de 3 ANOS, o investimento seria aceitável. Um investimento é aceito se seu período de PAYBACK for menor que um número predeterminado de anos. OUTROS EXEMPLOS – PERÍODO INTEIRO (1 ano, 2 anos, 6 anos etc). PROJETO A Investimento de $200.000 que gere FC – fluxo de caixa de $50.000 Ano / variável FC Saldo projeto Data zero ($200.000) ($200.000) 1° ANO $50.000 ($150.000) 2° ANO $50.000 ($100.000) 3° ANO $50.000 ($50.000) 4° ANO $50.000 $0 5° ANO $50.000 $50.000 PROJETO B Investimento de $180.000 que gere FC – fluxo de caixa de $60.000 Ano / variável FC Saldo projeto Data zero ($180.000) ($180.000) 1° ANO $60.000 ($120.000) 2° ANO $60.000 ($60.000) 3° ANO $60.000 $0 4° ANO $60.000 $60.000 5° ANO $60.000 $120.000 Se dependesse apenas de PAYBACK, o investimento B seria preferido, pois seu prazo para retorno do investimento é menor. PERÍODO DE PAYBACK = 4 ANOS PERÍODO DE PAYBACK = 3 ANOS (-) (-) - 36 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas EXEMPLO 2 – PERÍODO FRACIONÁRIO (2,3 anos, 3,6 anos etc). Em nosso exemplo, ocorreu que o PAYBACK foi exatamente de 4 anos (proj. A) e 3 anos (proj. B). Naturalmente, isso não irá acontecer sempre. Quando o número não é exato (2 anos, 3 anos etc), é costume trabalhar com frações de anos (2,3 anos, 3,6 anos etc). Veja abaixo um exemplo de PAYBACK Simples com período fracionário: Considere o projeto de investimento na data zero de $500 que gere FC ‐ fluxo de caixa de $100 no 10 ano, $200 no 20 ano e $500 no 30 ano, conforme tabela abaixo: Ano / variável FC Saldo do projeto Data zero ($500) ($500) 1° ANO $100 ($400) 2° ANO $200 ($200) 3° ANO $500 $300 COMENTÁRIOS DOS CÁLCULOS DA TABELA: O investimento inicial é $500. Após o 1º e 2º ANO os fluxos de caixa totalizam $300. Após o 3º ANO, os fluxos de caixa totalizam $ 800 e, portanto, o projeto paga‐se em algum momento entre o final do ano 2 e do ano 3. Como o fluxo de caixa acumulado nos ANOS 1º e 2º é igual a $300, precisamos recuperar outros $ 200 no 3º ANO. O fluxo de caixa do terceiro ano é de $500, portanto devemos que esperar $ 200/500 = 0,40 anos para isso. O período de PAYBACK, portanto, é de 2,4 anos, ou cerca de 2 anos e 5 meses. OUTROS EXEMPLOS – PERÍODO FRACIONÁRIO (2,3 anos, 3,6 anos etc). PROJETO C Ano / variável FC Saldo projeto Data zero ($200.000) ($200.000) 1° ANO $30.000 ($170.000) 2° ANO $50.000 ($120.000) 3° ANO $80.000 ($40.000) 4° ANO $60.000 $20.000 5° ANO $55.000 $75.000 PROJETO D Ano / variável FC Saldo projeto Data zero ($2.500) ($2.500) 1° ANO $800 ($1.700) 2° ANO $890 ($810) 3° ANO $940 $130 4° ANO $980 $1.110 5° ANO $1.050 $2.160 PAYBACK = 2,4 ANOS ($200)/$500 = 0,4 anos 2 anos+0,4 anos = 2,4 anos Cálculo do período fracionário ($40.000)/$60.000 = 0,66 3 ANOS + 0,66 = 3,66 PAYBACK = 3,66 ANOS (/) (/) (/) Cálculo do período fracionário ($810)/$940 = 0,86 2 ANOS + 0,86 = 2,86 PAYBACK = 2,86 ANOS - 37 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas PAYBACK Descontado É um método que compara o tempo necessário para recuperar o dinheiro investido, nos mesmos moldes do PAYBACK Simples, porém, LEVANDO‐SE EM CONSIDERAÇÃO O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO. PROCEDIMENTO: Em cada ano do fluxo de caixa do projeto ADICIONAMOS A PERDA OCASIONADA PELO TEMPO (TMA) e somamos de forma acumulada até alcançar o valor do investimento, onde obtemos o PAYBACK DESCONTADO. EXEMPLO. Aplicar o método de PAYBACK DESCONTADO no PROJETO D (exemplo do período fracionário da pág.34), com AJUSTE, considerando uma TMA – taxa mínima de atratividade ‐ de 12% ao ano. PROJETO D Ano / variável FC FC descontado Saldo projeto Data zero ($2.500) ‐ ($2.500) 1° ANO $800 $714 ($1.786) 2° ANO $890 $710 ($1.076) 3° ANO $940 $669 ($407) 4° ANO $980 $623 $216 5° ANO $1.050 $596 $811 Cálculo do período fracionário ($407)/$623 = 0,65 3 + 0,65 = 3,65 PAYBACK DESCONTADO = 3,65 ANOS COMENTÁRIOS AOS CÁLCULOS DA TABELA: O FC descontado do 1º ANO é igual a $714 obtido de 800/1,121 = $714, considerando a taxa mínima de atratividade de 12% ao ano. Os demais FC’s descontados foram obtidos da mesma maneira que no 1º ANO (vide tabela “Cálculo do FC descontado”, que demonstra como os cálculos dos juros foram desenvolvidos). O tempo de recuperação do capital investido encontra‐se entre o 3º e 4º ano. No 3º ANO faltam $407 para completar o investimento. Dessa forma, temos 3 anos inteiros e a parte “quebrada” obtemos através de $407/$623 = 0,65. PAYBACK DESCONTADO é igual a 3 + 0,65 = 3,65 anos. Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 800/1,121 = 714 1,121=1,12 890/1,122 = 710 1,122=1,254 940/1,123 = 669 1,123=1,405 980/1,124 = 623 1,124=1,573 1.050/1,125=596 1,125=1,761 - 38 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 8º EXERCÍCIO ‐ EXERCÍCIOS COM PAYBACK (para todos considerar TMA de 15% a.a.) 1. Qual o período de PAYBACK Simples e Descontado para os FC ‐ fluxos de caixa abaixo? PAYBACK Simples Anos FC Saldo do projeto Data zero ($3.000) ($3.000) 1º ANO $1.000 2º ANO $800 3º ANO $900 4º ANO $1.200 PAYBACK Descontado – TMA 15% ao ano Anos FC FC descontado Saldo projeto Data zero ($3.000) ‐ ($3.000) 1º ANO $1.000 2º ANO $800 3º ANO $900 4º ANO $1.200 2. Um investimento gera FC ‐ fluxos de caixa de $850 durante 7 ANOS. Qual o período de PAYBACK Simples e Descontado se o investimento inicial é de $2.500? PAYBACK Simples Anos FC Saldo do projeto Data zero 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO PAYBACK Descontado – TMA 15% ao ano Anos FC FC descontado Saldo projeto Data zero ‐ 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO Cálculo do período fracionário PAYBACK Simples = Cálculo do período fracionário → PAYBACK Descontado = Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 1.000/1,15 = 1,151=1,15 Cálculo do período fracionário PAYBACK Simples = Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos /1,15 = 1,151=1,15 - 39 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3 Uma empresa automobilística exige um período MÁXIMO de PAYBACK de 2,5 anos em seus projetos de investimento. Se a empresa possuísse os dois projetos seguintes, qual deles deveria aceitar? Analisar nas situações de PAYBACK Simples e Descontado. PROJETO X PAYBACK Simples Anos FC Saldo do projeto Data zero ($25.000) ($25.000) 1º ANO $15.000 2º ANO $9.000 3º ANO $3.000 4º ANO $3.000PAYBACK Descontado – TMA 15% ao ano Anos FC FC descontado Saldo projeto Data zero ($25.000) ‐ ($25.000) 1º ANO $15.000 2º ANO $9.000 3º ANO $3.000 4º ANO $3.000 PROJETO Y PAYBACK Simples Anos FC Saldo do projeto Data zero ($20.000) ($20.000) 1º ANO $7.000 2º ANO $7.000 3º ANO $6.000 4º ANO $200.000 PAYBACK Descontado – TMA 15% ao ano Anos FC FC descontado Saldo projeto Data zero ($20.000) ‐ ($20.000) 1º ANO $7.000 2º ANO $7.000 3º ANO $6.000 4º ANO $200.000 Cálculo do período fracionário → PAYBACK Descontado = Cálculo do período fracionário PAYBACK Simples = Cálculo do período fracionário → PAYBACK Descontado = Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 15.000/1,15 = 1,151=1,15 Cálculo do período fracionário PAYBACK Simples = Cálculo do período fracionário → PAYBACK Descontado = Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 7.000/1,15 = 1,151=1,15 - 40 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 3.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO ‐ VPL QUANDO ANALISAMOS O MÉTODO DO PAYBACK DESCONTADO NO PROCEDIMENTO DE VALOR PRESENTE (FC Descontado) DISSEMOS QUE ESTE MÉTODO APROXIMA‐SE DO MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO. NA VERDADE O VPL É SIMPLESMENTE A DEDUÇÃO DO INVESTIMENTO DE TODOS OS FC’s DESCONTADOS. O OBJETIVO É IDENTIFICAR O VALOR PRESENTE DO PROJETO E DECIDIR SE ELE DEVE OU NÃO SER ACEITO. EXEMPLO 1. Calcular o VPL do PROJETO D, abaixo, considerando uma TMA de 12% ao ano. PROJETO D Ano / variável FC FC descontado Data zero ($2.500) ‐ 1° ANO $800 $714 2° ANO $890 $710 3° ANO $940 $669 4° ANO $980 $623 5° ANO $1.050 $596 Soma dos FC’s descontado: $3.312 VPL = ‐ $2500 + $3.312 VPL = +$812 EXEMPLO 2. Calcular VPL do PROJETO K, considerando uma TMA de 15% ao ano Projeto K Ano / variável FC FC descontado Data zero ($30.000) ‐ 1° ANO $6.000 $5.217 2° ANO $6.000 $4.537 3° ANO $6.000 $3.945 4° ANO $6.000 $3.430 5° ANO $6.000 $2.983 6° ANO $6.000 $2.594 7° ANO $6.000 $2.255 8° ANO $8.000 $2.615 Soma dos FC’s descontado: $27.576 VPL = ‐$30.000 + $27576 VPL = ‐$2.424 Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 800/1,121 = 714 1,121=1,12 890/1,122 = 710 1,122=1,254 940/1,123 = 669 1,123=1,405 980/1,124 = 623 1,124=1,573 1.050/1,125=596 1,125=1,761 Cálculo do FC descontado ‐ Juros compostos 6.000/1,151 = 5.217 1,151=1,15 6.000/1,152 = 4.537 1,152=1,323 6.000/1,153 = 3.945 1,153=1,521 6.000/1,154 = 3.430 1,154=1,749 6.000/1,155 = 2.983 1,155=2,011 6.000/1,156 = 2.594 1,156=2,313 6.000/1,157 = 2.255 1,157=2,660 8.000/1,158 = 2.615 1,158=3,059 (+) Assim, o VPL do PROJETO D a uma TMA de 12% ao ano é de $812. Neste caso a empresa terá LUCRO. Assim, o VPL do projeto K a uma TMA de 15% a.a. é de ‐$2.424. (+) - 41 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas O PROJETO K NÃO É UM BOM INVESTIMENTO, POIS TRARÁ UM PREJUÍZO PARA O INVESTIDOR DE $2.424. PORTANTO, DIANTE DA ANÁLISE DOS PROJETOS D e K, CONCLUÍMOS: VPL POSITIVO: VPL NEGATIVO Traz LUCRO para o investidor. Deve ser ACEITO. Traz PREJUÍZO para o investidor. Deve ser REJEITADO. Na eventualidade pouco provável de que o valor presente líquido seja exatamente igual a zero, ficaríamos indiferentes entre realizar ou não o investimento. ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE O MÉTODO VPL: Como vimos, o valor presente líquido (VPL) é uma técnica sofisticada de análise de orçamentos de capital, obtida subtraindo‐se o investimento inicial de um projeto do valor das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo do capital da empresa, ou seja, é uma técnica que considera explicitamente o valor do dinheiro no tempo. Utilizando‐se o VPL, tanto as entradas como as saídas de caixa SÃO TRADUZIDAS PARA VALORES MONETÁRIOS ATUAIS. Em outras palavras, o valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado ou adicionado hoje por realizar um investimento, e esse valor pode ser negativo – o que significa que o projeto não é viável, ou positivo – o que significa que o projeto é viável. Imagine que estejamos pensando em construir uma fábrica de calças jeans. Através de pesquisas, podemos estimar o custo de implantação desse negócio com uma precisão razoável porque sabemos o que será necessário comprar e construir para iniciar a produção. Será um bom investimento? Com base em nossa discussão, você sabe que a resposta depende de o valor do novo negócio ser maior que o custo de implantação. Em outras palavras, esse projeto tem VPL POSITIVO? QUANDO O VPL É POSITIVO, PODEMOS DIZER QUE HOUVE UM LUCRO EXTRA GERADO PELO PROJETO. IMPORTANTE: NA MEDIDA EM QUE A TAXA TMA AUMENTA, O VALOR DO VPL DIMINUI. VEREMOS ISTO NOS EXERCÍCIOS. TAXA TMA VALOR VPL RUIM TAXA TMA VALOR VPL BOM - 42 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas 9º EXERCÍCIO ‐ EXERCÍCIOS ENVOLVENDO VALOR PRESENTE LÍQUIDO ‐ VPL 1 – Avaliando o FC ‐ fluxo de caixa abaixo, calcule o VPL do projeto a uma TMA de 10% a.a. A empresa deveria aceitar o projeto? E se a TMA fosse de 14% a.a.? Ano FC FC descontado 10% Data zero ($30.000) 1º ANO $25.000 2º ANO $0 3º ANO $10.000 Soma dos FC’s descontados Ano FC FC descontado 14% Data zero ($30.000) 1º ANO $25.000 2º ANO $0 3º ANO $10.000 Soma dos FC’s descontados 2 – Um projeto que gera fluxos de caixa anuais de $400 ao longo de 7 anos, com investimento de $1.500,00. Esse é um projeto que vale a pena quando a TMA é de 6%? E se for de 22% ? Ano FC FC descontado 6% Data zero 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO Soma dos FC’s descontados Respostas: Para 10% VPL =$ 240,42 Para 14% VPL = $‐1320,46 Cálculo do FC descontado 10% ‐ Juros compostos VPL = + VPL = ACEITA? SIM ( ) NÃO ( ) Cálculo do FC descontado 14% ‐ Juros compostos VPL = + VPL = ACEITA? SIM ( ) NÃO ( ) Cálculo do FC descontado 6% ‐ Juros compostos VPL = + VPL = ACEITA? SIM ( ) NÃO ( ) Resposta Para 6% VPL = $ 732,95 - 43 - Uanderson Rebula de Oliveira Gestão Financeira de Empresas Ano FC FC descontado 22% Data zero 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO 6º ANO 7º ANO Soma dos FC’s descontados 3 – Analisando o fluxo de caixa a seguir, qual é o VPL a uma
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