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Anatomia Introdução Sobre os nervos cranianos, é importante saber a origem aparente encefálica e a origem aparente craniana. A origem aparente encefálica é com qual acidente anatômico do encéfalo está relacionada a origem do nervo, já a origem aparente craniana é qual acidente anatômico do crânio se relaciona com o nervo. Nervo Vestibulococlear (8° par) O nervo vestibulococlear é o oitavo par de nervos cranianos, ele é um nervo somente sensitivo (aferente) e é formado a partir da união do nervo vestibular e do nervo coclear. Na orelha interna existe a cóclea, que é onde se encontram os receptores cocleares que são receptores da audição, e o aparelho vestibular, que é o local onde ficam os receptores vestibulares que são sensíveis à movimentação da cabeça. A partir da cóclea parte o nervo coclear e a partir do aparelho vestibular parte o nervo vestibular, esses nervos se unem, formam o nervo vestibulococlear e ele segue pelo meato acústico interno até o SNC, onde penetra no sulco bulbopontino para terminar nos núcleos cocleares e núcleos vestibulares (também mantêm comunicação com o cerebelo) que se encontram na ponte e no bulbo. Resumindo A origem aparente encefálica é o sulco bulbo pontino, a origem aparente craniana é o meato acústico interno, os núcleos estão localizados na ponte e no bulbo (sendo que os vestibulares estão principalmente no soalho do quarto ventrículo), as funções desse nervo se relacionam ao equilíbrio, à sensibilidade quanto a movimentação e posição da cabeça, à audição e ao reflexo vestíbulo-ocular. Quanto as relações com estruturas do SNC, os núcleos vestibulares se conectam com núcleos do hipotálamo, com o córtex cerebral, com neurônios motores da medula (por intermédio do trato vestíbulo-espinal), com os núcleos dos nervos da motricidade do olho, com o cerebelo e com o núcleo do nervo acessório. Lesões do nervo vestibulococlear Com base nas funções desse nervo, entende-se que lesões nele podem provocar vertigem (tontura), surdez, zumbido, nistagmo e ataxia (distúrbio do equilíbrio e coordenação). Nervos da motricidade ocular Existem 3 nervos que são somente motores que vão inervar a musculatura extrínseca do olho e, com isso, a função deles é permitir a motricidade ocular. Os nervos são o nervo oculomotor (NC3), nervo troclear (NC4) e o nervo abducente (NC6). A origem aparente craniana dos 3 nervos é a fissura orbital superior. A partir da área motora primária parte o trato corticonuclear que passa pela cápsula interna e se encaminha para os núcleos de vários nervos cranianos motores (dentre eles, os núcleos dos 3 nervos que inervam a musculatura extrínseca do olho) para que possa existir um controle superior deles. Nervo Oculomotor O núcleo do nervo oculomotor se encontra no mesencéfalo. A partir do seu núcleo, o nervo emerge na fossa interpeduncular, localizada entre os pedúnculos cerebrais do mesencéfalo, e se encaminha pela fissura orbital superior até os músculos que ele inerva. O nervo oculomotor vai permitir a elevação da pálpebra (m. levantador da pálpebra superior), elevação do olho (m. reto superior e m. oblíquo inferior), abaixamento do olho (m. reto inferior), adução do olho (m. reto medial) e a rotação lateral do olho (m. oblíquo inferior) O nervo oculomotor ainda dá a inervação autônoma parassimpática ao músculo circular da pupila, com isso esse nervo também vai permitir a miose pupilar Lesões no nervo oculomotor são mais comuns que dos outros dois nervos e elas causam ptose palpebral (pálpebra caída), midríase, impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo e medialmente. Com isso, o paciente apresenta estrabismo divergente e diplopia (visão dupla). Nervo Troclear O núcleo do nervo troclear está no mesencéfalo e ele é o único dos 10 pares de NC que partem do tronco encefálico que tem origem aparente encefálica na região posterior do tronco. A partir do seu núcleo, o nervo troclear emerge na região caudal aos colículos inferiores do mesencéfalo e se encaminha pela fissura orbital superior até o músculo oblíquo superior. Por esse motivo, a função desse nervo é permitir a rotação medial do olho principalmente, mas participa do abaixamento com abdução também. Lesões no nervo troclear causam dificuldade em mover o olho para baixo e lateralmente (ao mesmo tempo), com isso o paciente apresenta diplopia. Nervo Abducente O núcleo do nervo abducente está na ponte. A partir de seu núcleo, o nervo emerge no sulco bulbopontino e se encaminha pela fissura orbital superior até o músculo reto lateral. Por esse motivo, a função desse nervo é permitir a abdução do olho. Lesões no nervo abducente impossibilitam o movimento de abdução do olho, com isso o paciente apresenta estrabismo convergente e diplopia Cerebelo O cerebelo é o órgão que se conecta com diversos sistemas e isso dá a ele várias funções, sendo que as principais estão relacionadas com o equilíbrio, postura, controle do tônus muscular, coordenação de movimentos voluntários e aprendizagem motora. O cerebelo é inferior ao lobo occiptal, e se separa dele graças à tenda do cerebelo, ele é superior à fossa cerebelar do osso occipital e posterior ao tronco encefálico, principalmente à ponte e ao bulbo, e entre eles existe o quarto ventrículo. Na vista inferior e na anterior do cerebelo é possível identificar os pedúnculos cerebelares, que são estruturas importantes que conectam o cerebelo com o tronco encefálico e medula. O pedúnculo cerebelar superior conecta o cerebelo com o mesencéfalo, o pedúnculo cerebelar médio conecta o cerebelo com a ponte e o pedúnculo cerebelar inferior conecta o cerebelo com o bulbo e a medula espinal. Estrutura interna A estrutura interna do cerebelo é semelhante à do cérebro. A substância cinzenta é periférica e forma o córtex cerebelar, a substância branca é interna e forma o corpo medular do cerebelo, sendo que nela é possível identificar os núcleos do cerebelo, que são áreas de substância cinzenta. Divisão anatômica O cerebelo possui dois hemisférios cerebelares, sendo que entre eles existe o verme do cerebelo (também chamado de vérmis do cerebelo). Na face dorsal a distinção entre verme e os hemisférios é difícil, já na região ventral ela é bem clara pela presença de dois sulcos bem definidos entre as estruturas. O cerebelo é formado por várias folhas delimitadas por sulcos. Conjuntos de folhas formam os lóbulos do cerebelo que vão apresentar nomes diferentes nos hemisférios e no verme. Por fim, conjuntos de lóbulos formam os 3 lobos do cerebelo, que são separados por sulcos profundos chamados de fissuras. . Na vista superior, é possível identificar o lobo anterior e o lobo posterior separados pela fissura prima (ou primária). Na vista inferior pode-se visualizar o lobo anterior e o lobo posterior com o lobo flóculo-nodular inferiormente a eles. Esse último lobo é separado do restante do cerebelo pela fissura posterolateral e é formado por dois flóculos (um em cada hemisfério) e um nódulo do verme. No lobo posterior, bem próximo do lobo flóculo-nodular, existe uma tonsila em cada hemisfério. Essa estrutura chama atenção pois em situações de hipertensão craniana ela aumenta de tamanho e comprime o bulbo contra o forame magno. Como o bulbo é onde se encontram componentes do centro vital, existe um risco nessa situação da pessoa ir a óbito. Com base nisso, é possível dividir o cerebelo em lobo flóculo- nodular e corpo do cerebelo, separados pela fissura posterolateral. O corpo do cerebelo é dividido em lobo anterior e lobo posterior pela fissura prima. Divisão funcional Funcionalmente, o lobo flóculo-nodular é chamado de cerebelo vestibular (ou vestíbulo-cerebelo) por ser a região do cerebelo que se conecta com o sistema vestibular. O verme (zona medial) e as regiões dos hemisférios que são adjacentes a ele (zonas intermedias) constituem o cerebelo espinal (ou espino-cerebelo) por ser o local de conexão do cerebelocom a medula espinal. Por fim, o restante dos hemisférios (zonas laterais) constitui o cerebelo cortical (ou cérebro-cerebelo) que é a região do cerebelo que se conecta com o córtex cerebral. Conexões do Cerebelo Antes de descrever as conexões do cerebelo, deve-se ter em mente que o cerebelo vai se comunicar com áreas homolaterais sempre. Tanto as vias aferentes quanto eferentes, quando não são homolaterais, sofrem cruzamento duplo antes de chegar ao cerebelo para que esse princípio possa acontecer. Essa informação é importante pois lesões em um hemisfério cerebelar vão gerar sintomas homolaterais à lesão. O cerebelo vestibular recebe vias aferentes, como o fascículo vestibulocerebelar, vindas dos núcleos vestibulares. A partir do cerebelo vestibular partem vias eferentes rumo aos núcleos vestibulares, sendo que a informação que ela leva segue depois até a medula espinal pelo trato vestíbulo- espinal. Essa região do cerebelo e suas conexões são importantes para a postura e o equilíbrio. O cerebelo espinal recebe vias aferentes vindas da medula espinal (tratos espinocerebelares anterior e posterior). Essa região do cerebelo envia vias eferentes para a medula por intermédio do núcleo rubro, formação reticular e núcleos vestibulares. As principais vias eferentes são o trato rubroespinal, trato reticuloespinal e o trato vestibuloespinal. As vias aferentes são importantes para a propriocepção, já as vias eferentes permitem que o cerebelo ajuste o tônus muscular Por fim, o cerebelo cortical recebe vias aferentes vindas do córtex através do trato corticopontino que chega no núcleo pontino, em seguida parte uma via desse núcleo rumo ao cerebelo. As vias eferentes dessa região do cerebelo partem para o tálamo para depois chegarem ao córtex. Todas essas conexões são importantes para a função de coordenação que o cerebelo tem, principalmente para movimentos delicados Lesões Lesões cerebelares podem causar hipotonia, perda de equilíbrio, nistagmo, Disartria (fala sem coordenação), marcha atáxica (sem coordenação), dismetria (incapacidade de coordenar os membros) e disdiadococinesia (dificuldade de realizar movimentos rápidos e alternados). . Grandes Vias Aferentes As vias aferentes são aquelas que levam a informação captada por receptores sensitivos até o SNC, pela medula, pelo tronco ou passando por ambas as estruturas. Trato espinotalâmico anterior Essa via aferente é responsável pela sensibilidade à pressão e pelo tato protopático (é mais grosseiro). Ela é formada por 3 neurônios, o primeiro neurônio se encontra nos gânglios espinais das raízes dorsais dos nervos espinais, o segundo neurônio se encontra no corno posterior da medula, sendo que seu axônio vai cruzar pela comissura branca em direção ao funículo anterior do lado oposto, a partir do qual ele vai ascender. Por fim, o terceiro neurônio está no núcleo ventral posterolateral do tálamo, e seu axônio segue até a área somestésica presente no córtex cerebral. Vias da propriocepção consciente A propriocepção é a percepção do corpo no espaço, processo esse que inclui a percepção dos movimentos (incluindo a força e a velocidade deles), da posição dos membros e do corpo em si. Deve-se ter em mente que a propriocepção pode ser consciente (chega no córtex cerebral) ou inconsciente (chega no córtex cerebelar). As vias da propriocepção consciente compreendem os fascículos grácil e cuneiforme, que levam além das informações de propriocepção consciente, informações acerca do trato epicrítico (é mais preciso) e da sensibilidade vibratória. O primeiro neurônio está nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais, e seu prolongamento central penetra no corno posterior da medula, a partir daí ele ascende. O segundo neurônio está nos núcleos grácil e cuneiforme, e seu axônio vai cruzar para o lado oposto no bulbo e ascender depois. Por fim, o terceiro neurônio está no núcleo ventral posterolateral do tálamo, e seu axônio termina na área somestésica presente no córtex cerebral. *Perceba que diferentemente da via anterior, o cruzamento aqui é realizado no bulbo, não na medula Vias da propriocepção inconsciente As vias da propriocepção inconsciente são homolaterais, isto é, levam informações captadas do lado esquerdo para o cerebelo espinal do lado esquerdo por exemplo. O trato espinocerebelar anterior tem seu primeiro neurônio nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais. O segundo neurônio se encontra no corno posterior da medula, cruza para o funículo lateral do lado oposto da medula e ascende, sendo que antes de chegar no cerebelo espinal ele vai decussar novamente, o que torna a via homolateral. O trato espinocerebelar posterior tem seu primeiro neurônio no mesmo local do trato anterior, já seu segundo neurônio se encontra no corno posterior da medula (especificamente no núcleo torácico) e vai ascender até o cerebelo espinal homolateral, sem decussar. Grandes Vias Eferentes A nomenclatura “tratos piramidais” e “tratos extrapiramidais” é considerada antiga, atualmente entende-se que os tratos piramidais são basicamente os tratos corticoespinais laterais, e os tratos extrapiramidais são todos os outros que não passam pelas pirâmides bulbares. Todos os grandes tratos eferentes vão fazer sinapse (direta ou indiretamente) com um neurônio motor, permitindo movimentos coordenados e proporcionando tônus muscular. Trato corticonuclear Também chamado de trato corticobulbar, esse trato parte da área motora primária, passa pela cápsula interna e no mesencéfalo se divide para fazer sinapse com os núcleos dos nervos cranianos responsáveis pela motricidade ocular. O restante do trato continua a descender e faz sinapse com os núcleos de outros nervos, como o trigêmeo, o facial e o hipoglosso. Tratos extrapiramidais Também chamados de tratos descendentes mediais, esses tratos correspondem ao trato tectoespinal, vestibuloespinal, reticuloespinal e rubroespinal. Os 3 primeiros se relacionam à musculatura do esqueleto axial e a proximal dos membros, já o último está relacionado à musculatura distal de membros. O trato tectoespinal parte do colículo superior presente no teto do mesencéfalo, o trato vestibuloespinal parte dos núcleos vestibulares, o trato retículoespinal parte da formação reticular do tronco e o trato rubroespinal parte do núcleo rubro do tronco. Nervo Facial (7º par) É o nervo misto responsável pela motricidade da face, sensibilidade especial dos 2/3 anteriores da língua e inervação parassimpática da glândula lacrimal e das glândulas salivares sublinguais e submandibulares. Musculatura da expressão facial Para estudar o nervo facial, antes deve-se conhecer um pouco sobre os músculos da expressão facial. Os principais músculos são o orbicular da boca, o levantador do lábio superior e da asa do nariz, zigomático maior, depressor do lábio inferior, levantador e depressor do ângulo da boca. É importante perceber que essa musculatura atua em conjunto para permitir as diversas expressões que são garantidas principalmente pelos movimentos da boca e olhos. Quanto aos principais movimentos, os mm. que atuam na abertura e fechamento dos olhos (que são inervados pelo nervo facial) são o m. orbicular dos olhos e o m. occiptofrontal. Para algumas expressões se utilizam o m. prócero, m. risório, m. levantador e m. depressor dos lábios e vários outros. Anatomia do nervo facial O núcleo do nervo facial se encontra posteriormente na ponte, e ele forma um acidente anatômico nela que vai receber o nome de colículo facial. A origem encefálica do nervo facial é a região mais lateral do sulco bulbopontino. O nervo facial sai do tronco encefálico e penetra no meato acústico interno percorrendo a porção petrosa do osso temporal. Durante esse trajeto o nervo emite o nervo petroso maior que inerva as glândulas lacrimais, o ramo para o estapédio que inerva o m. estapédio (é um músculo que participa da audição), e ainda recebe o nervocorda do tímpano que transmite a sensibilidade especial da língua. A inervação das glândulas salivares também parte dessa região do nervo. Terminando seu trajeto pela parte petrosa do temporal, apenas a parte motora do nervo facial sai do crânio pelo forame estilomastóide (origem aparente craniana do nervo facial), que é o forame encontrado entre o processo estiloide e o processo mastoide do osso temporal. A partir do forame, o nervo penetra na glândula parótida (mas NÃO inerva ela) e nela se divide em cinco ramos para inervar a musculatura da mímica facial, ramo temporal (mm. occiptofrontal, parte superior do orbicular do olho e outros mm. da região temporal), ramo zigomático (mm. zigomático, parte inferior do orbicular do olho e outros da região zigomática), ramos bucais (maioria dos mm. da boca), ramo marginal da mandíbula (mm. depressor do lábio inferior, mentoniano e outros) e ramo cervical (inerva o m. platisma) Paralisia facial A partir da área motora primária partem dois neurônios (chamados de neurônios motores 1), um vai fazer sinapse no núcleo do nervo facial homolateral e o outro vai decussar na ponte para fazer sinapse com o núcleo do nervo facial do lado oposto. Dessa forma, o nervo facial recebe comandos dos dois córtex cerebrais para a movimentação da face. A porção do nervo que inerva o quadrante superior da face, tem a chamada representação bilateral, isto é, recebe comandos do neurônio motor I do córtex homolateral e do neurônio motor I do córtex contralateral. Dessa forma, tanto o hemisfério cerebral direito quanto o esquerdo comandam a mimica facial do quadrante superior direito por exemplo. Por outro lado, a porção do nervo facial que inerva a musculatura da mímica facial do quadrante inferior da face, recebe comandos somente do neurônio motor I do córtex contralateral ao nervo. Dessa forma, o hemisfério cerebral direito controla a mímica facial do quadrante inferior esquerdo da face por exemplo. Quando o paciente possui paralisia facial central, isto é, um dos hemisférios cerebrais é lesado e perde a capacidade de enviar comandos ao nervo facial, somente o quadrante inferior da face contralateral à lesão será paralisado, pois a porção do nervo que inerva o quadrante superior continua podendo ser comandada pelo outro hemisfério cerebral. Quando o paciente possui paralisia facial periférica, isto é, um dos nervos faciais foi lesado, há um impedimento dos comandos produzidos pelos dois córtex cerebrais de chegarem à musculatura da mímica facial. Nessa situação, toda a hemiface homolateral ao nervo lesado ficará paralisada. Nervo Trigêmeo (5º par) Tendo conhecido o nervo responsável pela motricidade da face, agora será descrito o nervo responsável pela sensibilidade da face, que é o nervo trigêmeo. O nervo trigêmeo é o quinto par de nervos cranianos, ele é um nervo misto pois o seu ramo mandibular inerva a musculatura da mastigação, o tensor do véu palatino, tensor do tímpano, ventre anterior do digástrico e milo-hióideo. O nervo trigêmeo possui três ramos, o ramo oftálmico responsável pela sensibilidade do couro cabeludo, da região da órbita ocular e nariz, da região frontal e parietal. O ramo maxilar oferece sensibilidade à região maxilar e superior da boca. Por fim, o ramo mandibular oferece sensibilidade à região temporal, mandibular e inferior da boca. As informações sensitivas captadas pelos receptores do trigêmeo ascendem até seus núcleos sensitivos (núcleo mesencefálico, principal da ponte e espinal), deles ascendem pelo lemnisco trigeminal ventral até o tálamo e dele seguem para a área somestésica primária. *Além dos 3 núcleos sensitivos ainda existe o núcleo motor do trigêmeo Anatomia do nervo trigêmeo O tronco do trigêmeo tem origem aparente encefálica na ponte, exatamente na região entre ela e o pedúnculo cerebelar médio. Assim que ele emerge, ele tem uma íntima relação com a porção petrosa do osso temporal, em seguida ele apresenta seu gânglio (gânglio trigeminal) na lateral da sela turca. A partir do gânglio se tem o nervo trigêmeo propriamente dito, e logo após ele se formar ele se divide, seu ramo oftálmico terá origem aparente craniana na fissura orbital superior, o ramo maxilar no forame redondo e o ramo mandibular no forame oval. O nervo oftálmico inerva a córnea, conjuntiva superior, mucosa da cavidade nasal anterossuperior, seios esfenoidal e etmoidal, pálpebra superior e couro cabeludo. O nervo maxilar supre pálpebra inferior, mucosa da cavidade nasal posteroinferior, seio maxilar, palato e dentes maxilares. O nervo mandibular supre o assoalho da boca, dentes mandibulares, orelha externa e ainda dá sensibilidade aos 2/3 anteriores da língua. Nervo Vago (10º par) O nervo vago é um nervo misto muito extenso, então o foco será dado a um de seus ramos, o nervo laríngeo recorrente. Quanto ao nervo vago, seu núcleo se encontra no bulbo e faz projeção no soalho do quarto ventrículo formando o trígono do nervo vago. A origem aparente encefálica do nervo vago é o sulco lateral posterior do bulbo (lateral à oliva bulbar), entre as origens dos nervos glossofaríngeo e acessório. A origem aparente craniana do nervo vago é o forame jugular. Após sair do crânio, o nervo vago descende pelo pescoço próximo da artéria carótida comum e veia jugular interna. Já no tórax, o nervo do lado esquerdo vai estar bem próximo do arco da aorta (posterior ao nervo), enquanto isso, o nervo do lado direito se relaciona com a artéria subclávia direita (posterior ao nervo), nesse momento, ambos os nervos vagos emitem um ramo laríngeo recorrente. Nervo Laríngeo Recorrente Após emergirem, o esquerdo na altura do arco da aorta e o direito na altura da artéria subclávia direita, ambos os nervos laríngeos recorrentes ascendem posteriormente à aorta e à a. subclávia direita até o pescoço para inervarem a laringofaringe, laringe, tireoide, esôfago dessa região, traqueia mais superior e etc. Como o nervo vago é misto, a inervação realizada pelo nervo laríngeo recorrente também será. Cabe a esse nervo oferecer a motricidade da faringe, laringe e esôfago dessa região, a movimentação das cordas vocais, os reflexos de tosse e vômitos, etc. Introdução Como já foi estudado anteriormente, um plexo nervoso é um emaranhado de raízes ventrais de nervos espinais que vão inervar (tanto de maneira sensitiva quanto motora) determinadas regiões do corpo. Existem 31 pares de nervos espinais, nesse momento, é importante se atentar àqueles que vão oferecer inervação aos membros inferiores. É importante lembrar que na região lombar as raízes se originam no nível dos forames intervertebrais, já na região sacral as raízes se originam no nível dos forames sacrais. Na região lombar existe um importante músculo, o m. psoas maior, que é imediatamente anterior aos plexos lombar e sacral. Plexo Lombar As raízes de L1, L2, L3 e L4 vão dar origem ao plexo lombar. Os principais nervos terminais com importância motora no membro inferior que partem desse plexo são o nervo femoral e o nervo obturatório, ambos tendo origem a partir das raízes de L2, L3 e L4. Enquanto o nervo femoral se origina da divisão posterior das raízes, o nervo obturatório se origina da divisão anterior. Nervo Femoral Após se originar, esse nervo se dirige para o ligamento inguinal e, lateralmente à artéria femoral, esse nervo segue para o trígono femoral. Esse nervo vai inervar a veia safena magna na região da coxa. As outras regiões da safena magna são inervadas pelo nervo safeno, ramo do nervo femoral. *A veia safena parva é inervada pelo nervo sural Esse nervo é importante pois inerva toda a musculatura anterior da perna, que corresponde principalmente ao m. sartório e quadríceps, que é um músculo biarticulado que vai do quadril até a tíbia, por isso é responsável por flexão da coxa (conta com a participação do psoas maior) e extensão da perna. O nervo femoral inerva o músculo ilíaco também. Nervo ObturatórioApós se originar, esse nervo perfura e inerva o m. obturador externo responsável pela rotação da coxa, depois disso se dirige para a região medial da coxa onde vai inervar a musculatura adutora da coxa. *O m. obturador interno, também perfurado pelo nervo obturatório, é inervado por um ramo do plexo sacral originado das raízes de L5 a S2 Plexo Sacral É formado pelo tronco lombossacral (L4 e L5) e pelas raízes de S1, S2, S3 e S4. Esse plexo é anterior ao m. piriforme e posterior ao m. psoas maior. Ele sai do quadril pela incisura isquiática maior em direção à região glútea e posterior de coxa. *A raiz de S5 e o nervo coccígeo emergem pelo canal sacral e não participam da formação do plexo Nervo Glúteo Superior A partir das raízes L4, L5 e S1 surge o nervo glúteo superior que sai do quadril superiormente ao m. piriforme. O nervo glúteo superior vai inervar os mm. glúteo médio e mínimo, que são responsáveis pelo movimento de abdução da coxa. Nervo Glúteo Inferior A partir das raízes L5, S1 e S2 surge o nervo glúteo inferior que sai do quadril inferiormente ao m. piriforme. O nervo glúteo inferior inerva o m. glúteo máximo, importante extensor da coxa. Nervo Isquiático A partir das raízes de L4, L5, S1, S2 e S3 se origina o nervo isquiático que sai do quadril pelo forame isquiático maior, passa inferiormente ao m. piriforme e desce posteriormente na coxa onde vai inervar os músculos dessa região, como o m. bíceps femoral, semitendíneo e semimembranáceo, três potentes extensores de coxa e flexores de perna. Todos os mm. da perna são inervados pelo nervo isquiático. Geralmente na região superior da fossa poplítea esse nervo se divide em nervo tibial e nervo fibular comum. ●Nervo Tibial é o ramo que vai descender pela face posterior da perna inervando toda a musculatura dessa região, como o m. gastrocnêmio, sólio, flexores dos dedos, tibial posterior e outros. Além disso, esse nervo passa próximo do maléolo medial em direção à planta do pé, onde é responsável por inervar a musculatura e a pele da planta do pé. A função da musculatura inervada pelo nervo tibial é principalmente inverter o pé (planta do pé para medial), realizar flexão plantar, flexão, abdução e adução dos dedos. ●Nervo Fibular Comum é o ramo que logo que surge se encaminha em direção à cabeça da fíbula, onde emite um ramo anterior profundo e um lateral superficial, chamados de nervo fibular profundo e nervo fibular superficial respectivamente. O nervo fibular profundo vai inervar o dorso do pé, os mm. extensores do pé, extensores dos dedos e o m. tibial anterior, com isso é o nervo que comanda a flexão dorsal do pé e extensão dos dedos. O nervo fibular superficial vai inervar os mm. fibular curto e fibular longo, que são responsáveis pela eversão do pé (planta do pé para lateral)