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WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR NÍVEL SUPERIOR APOSTILA PDF 2023 DOMINA CONCURSOS TOTALMENTE ELABORADA DE ACORDO COM O EDITAL CONCURSO QUEM SOMOS A Domina Concursos, especialista há 8 anos no desenvolvimento e comercialização de apostilas digitais e impressas para Concurso Públicos, tem como foco tornar simples e eficaz a forma de estudo. Com visão de futuro, agilidade e dinamismo em inovações, se consolida com reconhecimento no segmento de desenvolvimento de materiais para concursos públicos. É uma empresa comprometida com o bem-estar do cliente. Atua com concursos públicos federais, estaduais e municipais. Em nossa trajetória, já comercializamos milhares de apostilas, sendo digitais e impressas. E esse número continua aumentando. MISSÃO Otimizar a forma de estudo, provendo apostilas de excelência, baseados nas informações de editais dos concursos públicos, para incorporar as melhores práticas, com soluções inovadoras, flexíveis e de simples utilização e entendimento. 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Conhecimentos básicos “É melhor você tentar algo, vê-lo não funcionar e aprender com isso, do que não fazer nada.” Mark Zuckerberg COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR PRONOMES 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Pronomes Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo, será denomina- do pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados com lou- vor. Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome substantivo, pois substitui o mesmo substantivo. Pronome Substantivo X Pronome Adjetivo Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do con- texto frasal. pron. substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro) pron. adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo) Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos Pessoas do discurso São três: 1ª pessoa: aquele que fala, emissor 2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor 3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente Tipos de pronomes · pessoal · possessivo · demonstrativo · relativo · indefinido · interrogativo Pessoal Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa. Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe. Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se em retos e oblíquos. Pronomes Pessoais número pessoa pronomes retos pronomes oblíquos tônicos átonos singular 1a. 2a. 3a. eu tu ele, ela mim, comigo ti, contigo ele, ela, si, consigo me te se, o, a, lhe plural 1a. 2a. 3a. nós vós eles, elas nós, conosco vós, convosco eles, elas, si, consigo nos vos se, os, as, lhes Os pron. pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, ge- ralmente, de complemento. PRONOMES 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Obs.: os pron. oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome. Os pron. de tratamento estão enquadrados nos pron. pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pess.), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pess. Abrev. Tratamento Uso V. A. Vossa Alteza príncipes, arquiduques, duques V. Em.ª Vossa Eminência cardeais V. Ex.ª Vossa Excelência altas autoridades do governo e das classes armadas V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades V. M. Vossa Majestade reis, imperadores V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral V. S. Vossa Santidade papas V. S.ª Vossa Senhoria funcionários públicos graduados, ofici- ais até coronel, pessoas de cerimônia Obs.: também são considerados pron. de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução de VossaMercê), Senhor, Senhora e Senhorita. Emprego · você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa · as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S. · quando precedidos de preposição, os pron. retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblí- quos · os pron. acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco / Encontramos todos eles ali) · as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos das preposições a ou para (não expressas) · eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer) · me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo · se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco · si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo · conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral) · o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal · os pron. pess. retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus) PRONOMES 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR · pode-se omitir o pron. sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical · plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal · num sujeito composto é de bom tom colocar o pron. de 1ª pess. por último (José, Maria e eu fomos ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a 1ª pess. (Eu, José e Maria fomos os autores do erro) · não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui) · os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro) Obs.: as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em sepa- rado Possessivo Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com a coisa possuída. Pronomes possessivos pessoa um possuidor vários possuidores 1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s) 2ª teu (a/s) vosso (a/s) 3ª seu (a/s) seu (a/s) Emprego · normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase · seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?) · pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos) · nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor Demonstrativo Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo. Emprego · indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá) · indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago) · fazendo referência ao que já foi ou será dito no texto - este (ainda se vai falar) e esse (já menciona- do) · o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s) PRONOMES 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR · tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) · mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em pessoa". Concor- dam com o nome a que se referem · podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite) · nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse momento" (Nisso, ela entrou triunfante) Relativo Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente). São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s). Emprego · quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados · quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido de preposição · cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim com seu conseqüente · quanto (a/s) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s) Indefinido Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico. Po- dem fazer referência a pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou quantidade indeterminada. Pronomes indefinidos pessoas quem, alguém, ninguém, outrem lugares onde, algures, alhures, nenhures coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada Emprego · algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador algum resolverá o problema) · cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma) · certo é indefinido se vier antes do nome a que estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo (Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos) · bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo · o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa" · o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está na- da contente hoje) PRONOMES 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR · o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se equivaler a diferente" (Ela voltou outra das férias) · existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, cada um etc. Interrogativo Usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. Na verdade, são os pronomes indefinidos que, quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases interrogati- vas. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou) Flexão É a variação de forma e, conseqüentemente, de significado de uma palavra. * Flexão de Gênero Gênero é o termo que a gramática utiliza para enquadrar as palavras variáveis da língua em masculi- nas e femininas. Temos os gêneros masculino e feminino. As classes de palavras que apresentam flexão de gênero são: substantivo, adjetivo, artigo, pronome e numeral. - Palavras do gênero masculino. seres animais: moço, menino, leão, gato, cantor. coisas: pente, lápis, disco, amor, mar. - Palavras do gênero feminino. seres animais: moça, menina, leoa, gata, cantora. coisas: colher, revista, fumaça, raiva, chuva. As demais palavras que admitem esse tipo de flexão (artigo, adjetivo, pronome e numeral) acompa- nham o gênero do substantivo a que se referem. Exemplos: As crianças órfãs. Pequenos índios. Esses meninos. Duas crianças. * Flexão de Número As palavras variáveis podem mudar sua terminação para indicar singular ou plural. Apresentam flexão de número: o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral e o verbo. Exemplo: Sua irmã sofreu um arranhão. (singular) Suas irmãs sofreram uns arranhões. (plural) OBS: 1) A flexão de gênero e de número do substantivo implica flexão correspondente do adjetivo. PRONOMES 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Alunos Espertos subst. adj. masc. pl. masc. pl. 2) Há casos de erro de concordância em que a concordância de número pode não acontecer de fato e um dos termos pode ficar sem flexão numérica. Tinha mãos grande. Achei coisas meio esquisita por aqui ... * Flexão de Grau São as mudanças efetuadas na terminação para indicar tamanho (nos substantivos) e intensidade (nos adjetivos). O menino estava nervoso. O menininho estava nervoso. O menino estava nervosíssimo. O grau pode expressar estado emotivo e não somente intensidade ou tamanho: Que doutorzinho, hein ! (ironia) Filhinho, venha cá. (carinho) O advérbio, embora seja uma palavra invariável, admite flexão de grau: O fato aconteceu cedo. (advérbio não flexionado) O fato aconteceu cedinho. (advérbio flexionado) Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem se fala. Pronomes Pessoais do Caso Reto Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração. São os pronomes:eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas. Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), com- plemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (su- jeito de oração reduzida). Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antece- didos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição. Pronomes Oblíquos Átonos: Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Pronomes Oblíquos Tônicos: Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. PRONOMES 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Usos Dos Pronomes Pessoais 01) Eu, tu / Mim, ti Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição. Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim. Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições. Agora, observe a oração Sei que não será fácil para mim conseguir o empréstimo. O pronome mim NÃO é sujeito do verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisando mais detalhada- mente, teremos o seguinte: O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o empréstimo, pois que não será fácil? resposta: comse- guir o empréstimo, portanto há uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito, tendo o verbo no infinitivo. O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo do sujeito. O adjetivo fácil exige um com- plemento, pois conseguir o empréstimo não será fácil para quem? resposta: para mim, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem direta da oração é esta: Conseguir o empréstimo não será fácil para mim. 02) Se, si, consigo Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexi- va ou na voz reflexiva recíproca. Ex. Quem não se cuida, acaba ficando doente. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. Gilberto trouxe consigo os três irmãos. 03) Com nós, com vós / Conosco, convosco Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos nós" ou quem "sois vós". Ex. Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas. Ele disse que sairia com nós dois. 04) Dele, do + subst. / De ele, de o + subst. Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser aglutinados com a preposição de. Ex. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra. PRONOMES 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 05) Pronomes Oblíquos Átonos Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas orações. São elas: A) Objeto Direto Os pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. Ex. Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã. Notas: 01) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas. Ex. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. 02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão paralo, la, los, las. Ex. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se pérde-las) As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. 03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a terminação -s. Ex. Encontramo-nos ontem à noite. Recolhemo-nos cedo todos os dias. 04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a ter- minação s. Ex. Obedecemos-lhe cegamente. Tu obedeces-lhe? B) Objeto Indireto Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Ex. Traga-me as apostilas, quando as encontrar. PRONOMES 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Obedecemos-lhe cegamente. C) Adjunto adnominal Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indica- rem posse (algo de alguém). Ex. Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele) Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus) D) Complemento nominal Os pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não provindo a preposição a de um verbo). Ex. Tenha-me respeito. (respeito a alguém) É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém) E) Sujeito acusativo Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir, e um verbo noinfinitivo ou no gerúndio. Ex. Deixei-a entrar atrasada. Mandaram-me conversar com o diretor. Pronomes Relativos O Pronome Relativo Que Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou "coisa"), evi- tando sua repetição. Na montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente. Por exemplo, nas orações Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil há o substanti- vo peça repetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição de peça. O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos Roubaram a peça que... . Este que está no lugar da pala- vra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...era rara no Brasil, ficando Roubaram a peça que era rara no Brasil. Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo. En- tão, tem-se A peça que... Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra ora- ção:...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente, conclui-se a oração que se havia inici- ado: ...era rara no Brasil, ficando A peça que roubaram era rara no Brasil. PRONOMES 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Outros exemplos: 01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto. Substantivo repetido = garoto Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ... Restante da outra oração = ... você estava procurando. Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que ... Restante da outra oração = ... encontrei Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei. 02) Eu vi o rapaz. O rapaz era seu amigo. Substantivo repetido = rapaz Colocação do pronome após o substantivo = Eu vi o rapaz que ... Restante da outra oração = ... era seu amigo. Junção de tudo = Eu vi o rapaz que era seu amigo. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = O rapaz que ... Restante da outra oração = ... eu vi ... Finalização da oração que se havia iniciado = ... era seu amigo Junção de tudo = O rapaz que eu vi era seu amigo. 03) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme. Substantivo repetido = filme Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ... Restante da outra oração = ... vocês perderam. Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme que ... Restante da outra oração = ... nós assistimos Junção de tudo = Vocês perderam o filme que nós assistimos. Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração é Nós assistimos ao filme, porém, na junção, a prep. a desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo do restante da outra oração exigir pre- posição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam o filme a que nós assistimos. PRONOMES 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 04) O gerente precisa dos documentos. O assessor encontrou os documentos Substantivo repetido = documentos Colocação do pronome após o substantivo = O gerente precisa dos documentos que ... Restante da outra oração = ... o assessor encontrou Junção de tudo = O gerente precisa dos documentos que o assessor encontrou. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = O assessor encontrou os documentos que ... Restante da outra oração = ... o gerente precisa. O verbo precisar está usado com a prep. de, portanto ela será colocada antes do pronome relativo. Junção de tudo = O assessor encontrou os documentos de que o gerente precisa. Obs: O pronome que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais sempre. O gênero e o número são de acordo com o substantivo substituído. Os exemplos apresentados ficarão, então, assim, com o que substituído por qual: Encontrei o livro o qual você estava procurando. Você estava procurando o livro o qual encontrei. Eu vi o rapaz o qual é seu amigo. O rapaz o qual vi é seu amigo. Nós assistimos ao filme o qual vocês perderam. Vocês perderam o filme ao qual nós assistimos. O gerente precisa dos documentos os quais o assessor encontrou. O assessor encontrou os docu- mentos dos quais o gerente precisa. Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva. O Pronome Relativo Cujo Este pronome indica posse (algo de alguém). Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo) Por exemplo, nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. o substanti- vo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuí- do: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-se a namorada do rapaz = o rapaz cujo a namo- rada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as) depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pro- nome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a = cuja; cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada. Somando as duas orações, tem-se: Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece. Outros exemplos: 01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos. Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo. Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as duas orações, tem-se: A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada. PRONOMES 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Começando pela outra oração: Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que... Restante da outra oração = ...foi derrubada ... Finalização da oração que se havia iniciado = ...são venenosos Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos. 02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista. Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo. Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas ora- ções, tem-se: O artista cuja obra eu falara morreu ontem. Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração é: Eu falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. de desapareceu. Portanto o período está inade- quado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de cuja obra eu falara morreu ontem. 03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas. Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo. Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras. Somando as duas orações, tem-se As pessoas cujas palavras acreditei estão presas. O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do pronome relati- vo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas. Começando pela outra oração: Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que ... Restante da outra oração = ... estão presas Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas. Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva. O Pronome Relativo Quem Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição. Somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando funcionar como objeto direto, Nesse caso, haverá a anteposição obrigatória da prep. a, e o pronome passará a exercer a função sintática de objeto direto preposicionado. Por exemplo na oração A garota que conheci está em minha sala, o pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelo pronome quem, tem-se A garota a quem conheci ontem está em minha sala. Há apenas uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição: quando funcio- nar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o que, a que, os que, as que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que, ou seja, quando puder ser substituído por prono- me demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas) mais o pronome relativo que. Por exemplo: Foi ele quem me disse a verdade = Foi ele o que me disse a verdade. Nesses casos o pro- PRONOMES 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR nome quem será denominado de Pronome Relativo Indefinido. Na montagem do período, deve-se colocar o pronome relativo quem imediatamente após o substanti- vo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente. Por exemplo: nas orações Este é o artista. Eu me referi ao artista ontem, há o substanti- vo artista repetido. Pode-se usar o pronome relativo quem e, assim, evitar a repetição de artista. O pronome será colocado após o substantivo. Então, tem-se Este é o artista quem... Este quem está no lugar da palavra artista da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...eu me referi on- tem, ficando Este é o artista quem me referi ontem. Como o verbo referir-se exige a preposição a, ela será colocada antes do pronome relativo. Então tem-se: Este é o artista a quem me referi ontem. Não se pode iniciar o período pela outra oração, pois o pronome relativo quem só funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, a que, os que, as que, aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que. Outros exemplos: 01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto. Substantivo repetido = garoto Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto quem... Restante da outra oração = ...você estava procurando. Junção de tudo = Encontrei o garoto quem você estava procurando. Como procurar é verbo transitivo direto, o pronome quem funciona como objeto direto. Então, deve-se antepor a prep. a ao pronome relativo, funcionando como objeto direto preposicionado. Encontrei o garoto a quem você estava procurando. Começando pela outra oração: Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto quem ... Restante da outra oração = ... encontrei Junção de tudo = Você estava procurando o garoto quem encontrei. Novamente objeto direto prepo- sicionado: Você estava procurando o garoto a quem encontrei. 02) Aquele é o homem. Eu lhe falei do homem. Substantivo repetido = homem Colocação do pronome após o substantivo = Aquele é o homem quem... Restante da outra oração = ...lhe falei. Junção de tudo = Aquele é o homem quem lhe falei. Como falar está usado com a prep. de, deve-se antepô-la ao pronome relativo, ficando Aquele é o homem de quem lhe falei. Não se esqueça disto: O pronome relativo quem somente deve ser utilizado antecedido de preposição; Quando for objeto direto, será antecedido da prep. a, transformando-se em objeto direto preposicio- nado; PRONOMES 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Somente funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, os que, a que, as que, aque- le que, aqueles que, aquela que, aquelas que. O Pronome Relativo Qual Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem. É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual, os quais, as quais. Se a preposição que anteceder o pronome relativo possuir duas ou mais sílabas, só poderemos usar o pronome qual, e não que ou quem. Então só se pode dizer O juiz perante o qual testemunhei. Os assuntos sobre os quais conversamos, e não O juiz perante quem testemunhei nem Os assuntos sobre que conversamos. Outro exemplo: Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante. Substantivo repetido = restaurante Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que ... Restante da outra oração = ... eu falei a você. Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você. Observe que o verbo falar, na oração apresentada, foi usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta ao pronome relativo: Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu falei a você. Como a preposi- ção sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando, então: Meu irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você. O Pronome Relativo Onde Este pronome tem o mesmo valor de em que. Sempre indica lugar, por isso funciona sintaticamente como Adjunto Adverbial de Lugar. Se a preposição em for substituída pela prep. a ou pela prep. de, substituire- mos onde por aonde e donde, respectivamente. Por exemplo: O sítio aonde fui é aprazível. A cidade donde vim fica longe. Será Pronome Relativo Indefinido, quando puder ser substituído por O lugar em que. Por exemplo, na frase: Eu nasci onde você nasceu. = Eu nasci no lugar em que você nasceu. Outro exemplo: Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade. Substantivo repetido = cidade Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que... Restante da outra oração = ... sua sobrinha mora. Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. O verbo morar exige a prep. em, pois quem mora, mora em algum lugar. Então: Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora. Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora. PRONOMES 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora. O Pronome Relativo Quanto Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos (quanto, quantos, quantas). Ex: Fale tudo quanto quiser falar. Traga todos quantos quiser trazer. Beba todas quantas quiser beber. Pronomes de Tratamento São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com a terceira pessoa. Usa-seVossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa. Ex. Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as dele. Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. Eis uma pequena lista de pronomes de tratamento: autoridades de estado Civis Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Presidente da República, Senadores da República, Ministro de Esta- do, Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules, Chefes das Casas Civis e Casas Militares. 2 - Vossa Magnificência - V. M. - Reitores de Universidade 3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais Judiciárias Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Desembargador da Justiça, curador, promotor 2 - Meritíssimo Juiz - M. - Juiz, Juízes de Direito 3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais Militares Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Oficiais generais (até coronéis) 2 - Vossa Senhoria - V. S.a - Outras patentes militares 3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais PRONOMES 16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Autoridades Eclesiásticas Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Santidade - V. S. - Papa 2 - Vossa Eminência Reverendíssima - V. Em.a Revm.a - Cardeais, arcebispos e bispos 3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades ecle- siásticas e sacerdotes em geral Autoridades Monárquicas Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Majestade - V. M. - Reis e Imperadores 2 - Vossa Alteza - V. A. - Príncipe, Arquiduques e Duques 3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades ecle- siásticas e sacerdotes em geral Outras Autoridades Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para 1 - Vossa Senhoria - V. S.a - Dom 2 - Doutor - Dr. - Doutor 3 – Comendador - Com. - Comendador 4 – Professor - Prof. - Professor Pronomes Possessivos São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). Empregos dos pronomes possessivos: 01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambigüidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos. Ex. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos. De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para tirar a ambi- güidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joa- quim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joa- quim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela). 02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Ex. Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos. 03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo. Ex. Amanhã, irei cortar os cabelos. PRONOMES 17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Vou lavar as mãos. Menino! Cuidado para não machucar os pés! 04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver falando. Ex. Acabei de chegar de casa. Estou em casa, tranqüilo. Pronomes Demonstrativos Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São os seguintes: 01) Este, esta, isto: São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente. Ex. Este chapéu que estou usando é de couro. Este ano está sendo cheio de surpresas. 02) Esse, essa, isso: São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro. Ex. Esse chapéu que você está usando é de couro? 2003. Esse ano será envolto em mistérios. Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio. 03) Aquele, aquela, aquilo: São usados para o que está distante da pessoa que fala, e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto. Ex. Aquele chapéu que ele está usando é de couro? Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena. Outros usos dos demonstrativos: 01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito. Ex. Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu. Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa. 02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior. Ex. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada. PRONOMES 18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplicavelmente. 03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi no- meado em primeiro lugar. Ex. Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele. Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas. 04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). Ex. Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu) Pronomes Indefinidos Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, (além das locuções pronominais indefinidas): cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais... Usos de alguns pronomes indefinidos: 01) Todo: O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o substantivo exija. Ex. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo) 02) Todos, todas: Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. Ex. Todos os colegas o desprezam. Todas as meninas foram à festa. Todos vocês merecem respeito. 03) Algum: O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando estiver depois do substantivo. Ex. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) PRONOMES 19 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Algum amigo o ajudará. (Alguém) 04) Certo: A palavra certo será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando esti- ver posposto a substantivo. Ex. Certas pessoas não se preocupam com os demais. As pessoas certas sempre nos ajudam. 05) Qualquer: O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum. Ex. Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequa- do seria: Ele entrou na festa sem problema algum. Ele entrou na festa sem nenhum problema. Pronomes Interrogativos São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Ex. Que farei agora? - Interrogativa direta. Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta. Qual é o seu nome? - Interrogativa direta. Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta. Notas: 01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ), Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê, quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais cons- tante. 02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja colocado depois do verbo. Ex. Que você fará hoje à noite? e não: O que você fará hoje à noite? Que queres de mim? e não: O que queres de mim? Você fará o quê? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Uso de Preposições e Conjugações Preposição • Preposições: ligam palavras e orações, isoladamente NÃO possuem função sintática, possuem na frase um valor semântico. • A função da preposição é subordinar um termo ao outro. Ex: O chefe da nação sentiu-se ameaçado. Classificação das Preposições As preposições podem ser: • Essenciais – a, ante, até, após, com, contra, de desde, em, entre, para, perante, por,sem, sob, sobre. • Acidentais – afora, consoante, durante, exceto, fora, mediante, salvo, senão, visto. • Locuções Prepositivas – ao lado de, antes de, além de, com respeito a (...) *Na LP, a última palavra sempre é uma preposição. Exemplos: Lutou contra mim. Confiava a mim seus segredos. Todos comeram, salvo tu. Relações Semânticas da Preposição • As preposições podem exprimir vários sentidos: 1- Modo – Comeu um bife a cavalo. 2- Preço – A casa foi avaliada em 1 bilhão. 3- Direção – Atirou-se sobre o herói. 4- Companhia – Foram viajar com os amigos. 5- Instrumento – Martelava com o ferro. 6- Procedência – Vim de Paris. 7- Assunto – Falou sobre linguística. 8- Tempo – Por dez anos vivi em Londres. 9- Lugar – Cantava pelos bares da vida. 10- Posição inferior – O livro estava sob a carteira. 11- Posição superior – O livro estava sobre a carteira. Coesão e Preposição • Confio em você. regente + regido Observe: USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Dá-se chance a garoto com curso primário completo, que saiba conversar com adultos, decuidar de enfermos em descanso na praia. (Quando o termo regente está distante do termo regido há problemas de coesão). Conjunção A conjunção, além de ligar palavras ou orações, dá uma direção argumentativa ao texto e estabelece uma relação semântica entre as orações. As conjunções podem ser: 1- Coordenativas 2- Subordinativas Conjunções Coordenativas 1- Aditivas: ideia de soma, adição. Ex: Saio feliz e volto cansada. ( e, nem, mas também...) 2- Adversativas: ideia de oposição, contraste. Ex: Estarei em casa, mas não vou atendê-lo. ( mas, porém, todavia,contudo, no entanto...) 3- Alternativas: ideia de alternância. Ex: Caso ou viajo? (ou...ou, ora...ora, quer...quer) 4- Conclusivas: ideia de conclusão de um pensamento. Ex: Ela é nova, portanto não irá namorar. ( logo, portanto, por isso, pois ( após o verbo) . Ex: Ela é catanduvense, é, pois, boa gente. 5- Explicativas: ideia de explicação, razão, motivo. Ex: Não brinque com fogo, porque é perigoso. (porque, que, pois (antes do verbo) – Ela passou no vestibular, pois estudou muito. Conjunções Subordinativas – Classificação 1- Integrantes – fazem parte da regência de um verbo ou nome; integram uma oração substantiva. EX: Eu disse que ele viria. ( que/ se). 2- Causais – exprimem causa, razão. Toda causa pressupõe uma consequência. Ex: Como ela gritou não disse nada. ( porque, que, pois, visto que, já que, uma vez que). 3- Comparativa – ideia de comparação. Ex: João teimou como um burro. (como, mais que, pior que, melhor que...) 4- Concessivas – fato contrário ao que se encontra na oração principal, ainda que não seja suficiente para anulá-lo. Ex: Vou ao baile, mesmo que chova. (embora, se bem que, mesmo que, ainda que, conquanto...) 5- Condicionais – ideia de condição, hipótese. Ex: Desde que comesse, eu cozinharia. ( se, caso, desde que, contanto que...) 6- Conformativas – ideia de concordância, conformidade. Ex: Conforme lhe disse, viajarei amanhã. ( segundo, conforme,como) 7- Consecutivas – consequência, efeito do que foi expresso anteriormente. Ex: Ela comeu tanto quepassou mal. (que – acompanhado de tão...que, tanto...que, tamanho...que, tal...que) 8- Temporais – ideia de tempo. Ex: Mal o filme começara, ela sentiu-se mal. (quando, mal, logo que, sempre que, assim que...) 9- Finais – ideia de finalidade. Ex: Estudamos bastante a fim de que passássemos no vestibular. 10- Proporcionais – ideia de proporcionalidade, simultaneidade. Ex: Quanto mais economizava, mais sentia prazer. (à proporção que, à medida que, quanto mais, quanto menos...) Polissemia das Conjunções USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Polissemia – os vários sentidos, valores semânticos diferentes, dependendo o contexto. MAS – Terás o dinheiro, mas apenas parte dele. (restrição) Falou com a professora, mas arrependeu-se. (retificação) Estava triste, mas disfarçava. (atenuação) Estudou muito, mas foi reprovada. ( não compensação) Perdeu o ano, mas conheceu vários países. (compensação) Mas e o seu pai? Deixou? (situação, assunto) Polissemia das Conjunções: E / Como/Se E – Estudou muito e foi reprovado. (oposição). Estudou muito e passou. (conclusão, consequência.) Era homem e muito homem! (explicação enfática) Saiu do escritório e foi para casa. (adição) E o Palmeiras? Ganha o campeonato? (assunto/ situação) COMO – Dormia como um anjo. (comparação) Como era pobre não pode estudar. (causa) Ensinava os colegas como o mestre o orientou. (conformidade) SE – Se não foi uma ofensa a todos, ainda assim insultou os jovens. (concessão) Se não chover irei a sua casa. (condição). Preposição Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula. Exemplos: Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir. amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição de: preposição Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio. esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição com: preposição Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência. Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente – é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente. Exemplos: A hora das refeições é sagrada. hora das refeições: elementos ligados por preposição de + as = das: preposição hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições" refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da" Alguém passou por aqui. passou por aqui: elementos ligados por preposição por: preposição passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui" aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por" As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde. Por exemplo: de + o = do por + a = pela em + um = num As preposições podem introduzir: a) Complementos Verbais Por exemplo: Eu obedeço "aos meus pais". b) Complementos Nominais Por exemplo: Continuo obediente "aos meus pais". c) Locuções Adjetivas Por exemplo: É uma pessoa "de valor". d) Locuções Adverbiais Por exemplo: Tive de agir "com cautela". USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR e) Orações Reduzidas Por exemplo: "Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido. Conjunção Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Por exemplo: A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas. Deste exemplo podem ser retiradas três informações: segurou a boneca a menina mostrou viu as amiguinhas Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou 3ª oração: quando viu as amiguinhas. A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do "quando". As palavras "e" e "quando" ligam, portanto, orações. Observe: Gosto De Natação E De Futebol. Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração. O uso das preposições está relacionado à nossa competência linguística. Sendo assim, conhecê-las e utilizá-las corretamente é, sobretudo, papel decisivo na construção de nossos discursos cotidianos. De tal modo, ocupemo-nos a discorrer acerca de algumas características a elas relacionadas, principalmente no que diz respeito à transitividade verbal e, consequentemente, à regência de alguns verbos. Temos ciência de que alguns verbos, levando em consideração o contexto em que são empregados, ora se classificam como transitivos diretos, ora como transitivos indiretos e, por essa razão, provavelmente por algum descuido ou até mesmo por falta de conhecimento por parte do emissor, o uso das preposições deixa a desejar, tendo em vista o padrão formal que rege a língua. Dessa forma, de modo a evitarmos alguns erros, vejamos alguns casos relevantes: * Aqueles São Os Rapazes Que As Garotas Gostam. Analisando a transitividade do verbo gostar, concluímos que o discurso precisa ser reformulado, tornando-se assim materializado: Aqueles São Os Rapazes De Quem As Garotas Gostam. * Essa é a Amiga que Confio. Ora, quando confiamos, confiamos em alguém. Portanto, por que não dizermos: USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Essa É A Amiga Em Que Confio. * Este é o Livro que me Refiro. É simples, sempre quando nos referimos, fazemos referência a algo ou a alguém. Portanto: Este é o livro a que me refiro. * Eis a chance que eu precisava. Acreditem! Quem precisa, precisa de algo ou de alguém. Logo, observemos: Eis a Chance da Qual eu Precisava. Não somente tais exemplos, mas também vários outros, ilustram o caso em questão. Por isso, devemos estar bem atentos quanto à transitividade verbal, para atribuirmos ao verbo a regência adequada. As preposições podem ser de dois tipos: 1. Preposição Essencial: sempre funciona como preposição. Exemplo: a, ante, de, por, com, em, sob, até... 2. Preposição Acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas. Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado... Locução Prepositiva Chamamos de locução prepositiva o conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição. Exemplos: por causa de, ao lado de, em virtude de, apesar de, acima de, junto de, a respeito de... As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais. Exemplos: do (de + artigo o) no (em + artigo o) daqui (de + advérbio aqui) daquele (de + o pronome demonstrativo aquele) Emprego das Preposições - as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam. Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento) Estive com José (relação de companhia) A criança arrebentava de felicidade (relação de causa) O carro de Paulo é novo (relação de posse) - as preposições podem vir unidas a outras palavras. Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético. Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética. Contração Combinação Do (de + o) Ao (a +o) Dum (de + um) Aos (a + os) USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Desta (de + esta) Aonde (a + onde) No (em + o) Neste (em + este) - a preposição a pode se fundir com outro a. Essa fusão é indicada pelo acento grave ( `) e recebe o nome de crase. Ex.: Vou à escola (a+a) Conjunções Em se tratando das funções estabelecidas pela diversidade de elementos que compõem as classes gramaticais, há algumas semelhantes entre si. Estamos referindo-nos ao caso das preposições e conjunções, visto que ambas têm por finalidade ligar os termos dentre um enunciado linguístico, conferindo-lhe precisão e clareza. Para que possamos veementemente compreender acerca desta prerrogativa, analisemos os casos abaixo relacionados: Apenas Gostaria Que Tivesse Paciência E Compreensão. Não Pude Comparecer Ao Trabalho, Mas Apresentei A Devida Justificativa. Estudaríamos Bastante, Se Tivéssemos Tempo. Atendo-nos a uma análise discursiva destes, constatamos que no primeiro exemplo o termo destacado fez a junção entre as palavras “paciência” e “compreensão”. Outro aspecto de notória relevância é que as orações por ele ligadas possuem por si só um sentido completo, ou seja, são dotadas de todos os requisitos necessários à compreensão por parte do interlocutor, mesmo que desdobradas. De forma semelhante temos o segundo exemplo, no qual o “mas” apenas as conectou, pois também são sintaticamente independentes. Diante de tal ocorrência linguística, deparamo-nos com as denominadas conjunções coordenativas. Já no terceiro exemplo, identificamos que a palavra em evidência também fez a conexão entre duas orações, contudo, dependentes entre si. Identificamos que a segunda necessita da primeira no que se refere à noção de sentido. Aspecto que lhes confere a condição de subordinadas – dada esta mútua dependência. Partindo desses pressupostos, interagir-nos-emos com as respectivas características que norteiam ambas as modalidades. Vejamo-las: Conjunções Coordenativas Conjunções Subordinativas USO DE PREPOSIÇÕES E CONJUÇÕES 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR As orações subordinadas, como já expresso, caracterizam-se pela relação de dependência que a subordinada estabelece com a oração principal. São classificadas em substantivas, adjetivas e adverbiais. As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, as quais exercem a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto e predicativo. Ex: Não sabemos se ela realmente virá. Or. subordinada substantiva objetiva direta (exercendo a função de objeto direto) As conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas adverbiais, exprimindo, portanto, várias circunstâncias relacionadas ao advérbio. Analisemos, pois, como são classificadas: Conjunções Subordinativas _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ESTUDO DA SINTAXE 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Estudo Da Sintaxe Você sabe o que é sintaxe? A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das frases quando inseridas em um discurso. Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as frases estabelecem relação lógica entre si, ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba ou não soubesse o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja acessível e compreensível. Observe: Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos da cidade Ou Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas o congestionado ficou trânsito e o cidade da em pontos vários? Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade? Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a se- gunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem-dispostos, tornando-a agramatical. Por isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras nas orações. Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e coloca- ção. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos! Conhecer as sintaxes de concordância, regência e colocação é importante para aprimorar a comunica- ção verbal e escrita O que é sintaxe de concordância? A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser verbal ou nominal. Observe os exemplos: ► Concordância verbal: Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu ou Os alunos ficaram entusiasmados com o passeio no museu? A primeira opção é aquela que estabelece correta combinação entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito (alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural: eles 'ficaram'. ► Concordância nominal: Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola Ou Os alunos indisciplinados foram suspensos da escola? O segundo exemplo obedecer às regras da concordância nominal porque nele o substantivo – alunos – concorda com seus determinantes, que podem ser artigo, numeral, pronome ou adjetivo. A concordân- cia nominal é, portanto, a combinação entre os nomes de uma oração. O que é sintaxe de regência? ESTUDO DA SINTAXE 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regentes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o sentido dos termos regentes. ► Regência verbal: A regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes significados. Observe: Os parlamentares implicaram-se em escândalos por causa do desvio de verbas públicas. (implicar = envolver) E Os alunos implicaram com o novo coordenador. (Implicar = ter implicância, aversão). ► Regência nominal: A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Observe os exemplos: A nova tarifa é acessível a todos os cidadãos. Os atentados contra a embaixada deixaram vários feridos. Eles preferiram ficar longe de todos. Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos ver- bos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos nomes cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica: As crianças devem obedecer às regras. (Obedecer = verbo) Eles foram obedientes às regras. (Obediente = nome cognato) O que é sintaxe de colocação? A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expres- sivos, o que nem sempre é bem-vindo. Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos: ► Próclise: o pronome será posicionado antes do verbo. Veja os exemplos: Não se esqueça de comprar novos livros. Não me fale novamente sobre esse assunto. Aqui se vive melhor do que na cidade grande. Tudo me incomoda quando não estou em casa. Quem te chamou para a festa? ► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo. A mesóclise é mais encontrada na linguagem literária ou na língua culta e, havendo possibilidade de próclise, ela deverá ser eliminada. Observe os exemplos: Dizer-lhe-ei sobre tuas queixas (Direi + lhe) Convidar-me-iam para a formatura, mas viajei para o campo. (convidariam + me) ESTUDO DA SINTAXE 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR ► Ênclise: o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-complemento. Observe os exemplos: Diga-me o que você fez nas férias. Espero encontrá-lo (la) na festa hoje à noite. Acolheram o filhote abandonado, dando-lhe abrigo e comida. Colocação Pronominal É o modo como se dispõem os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e vos) em relação ao verbo. Trata-se de um dos assuntos popularmente "espinhosos" da língua portu- guesa, os quais somos "forçados" a entender na escola. Mas basicamente, basta lembrar que as posi- ções dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo ao qual se ligam denominam-se: Ênclise (depois do verbo) É a posposição do pronome átono ao vocábulo tônico ao que se liga. Ex: Empreste-meo livro de mate- mática. Próclise (antes do verbo) É a colocação do pronome quando antes do verbo há palavras que exercem atração sobre ele, como: - Não, nunca, jamais, ninguém, nada. Ex: Não o vi hoje. - Advérbios, locuções adverbiais, pronomes interrogativos ou indefinidos. Ex: Sempre te amarei. - Pronomes relativos. Ex: Há filmes que nos fazem chorar. - Orações optativas, aquelas que exprimem desejo. Ex: Deus te ouça! - Com gerúndio precedido da preposição ‘em’. Ex: Em se tratando desse tema... Mesóclise (no meio do verbo) É a colocação do pronome quando o verbo se encontra no futuro do presente ou no futuro do pretérito desde que não haja palavras que exerçam atração. Ex: Entregar-lhe-ei as informações. Na linguagem falada brasileira, o uso é quase inexistente. Crase Crase é mais um assunto "espinhoso" do português, mas dito de forma simples é o nome que geral- mente se dá à fusão da preposição 'a" com o artigo "a(s)" ou com os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo. É representada graficamente pelo acento grave (`). Crase Obrigatória Para nomes femininos com artigos: Fui à feira. Aquele (s) / a + aquela (s) / aquilo: Entreguei o livro àquele menino. Para locuções adverbiais femininas do tipo: Às cegas; À noite; Às pressas. Com a palavra moda subentendida: Camarão à baiana. Antes de horas: Sairei às 2h. Com pronomes possessivos: Irei à minha fazenda ou Irei a minha fazenda. Com nomes próprios de mulher: Dê o livro à Maria ou Dê o livro a Maria. Para nomes masculinos: Amor a Deus. Antes de verbos: Saiu a passear. Antes de pronomes pessoais: Dirigiu-se a ela. Antes de pronomes de tratamento: Dei a Vossa Senhoria. ESTUDO DA SINTAXE 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Entre palavras repetidas: Cara a cara. Crase Optativa Com pronomes possessivos: Irei à minha fazenda ou Irei a minha fazenda. Com nomes próprios de mulher: Dê o livro à Maria ou Dê o livro a Maria. Crase Proibida Para nomes masculinos: Amor a Deus. Antes de verbos: Saiu a passear. Antes de pronomes pessoais: Dirigiu-se a ela. Antes de pronomes de tratamento: Dei a Vossa Senhoria. Entre palavras repetidas: Cara a cara. Regência Verbal Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que pertencem. Quando o verbo (termo regente) se relaciona com os seus complementos (termos regidos) acontece um "fenômeno" ao qual damos o nome de regência verbal. Selecionamos a seguir alguns verbos em que há diferença de contexto na hora de se "fazer" a regência: Agradecer Alguma coisa (sem preposição): O palestrante agradeceu suas intervenções. A alguém (preposição A): O paciente agradeceu ao médico. Assistir Dar assistência (sem preposição): O médico assistiu o doente. Ver (preposição A): Assisti a um bom filme. Morar (preposição EM): Aquele homem assiste em São Paulo. Obedecer (desobedecer) Sujeitar-se (preposição A): Ele não obedeceu ao regulamento. Preferir Ter preferência por (preposição A): Prefiro correr a nadar. Visar Visar (preposição A): O comerciante visa ao lucro. Assinar (sem preposição): O gerente do banco visou o cheque. Mirar (sem preposição): O atirador visou o alvo e errou. Regência Nominal Já a regência nominal é a relação de um nome (substantivo, adjetivo) com outro termo. E a relação pode vir ou não acompanhada de preposições. Por exemplo: Horror a Impaciência com Atentado contra, a ESTUDO DA SINTAXE 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Medo de Idêntico a Prestes a Longe de Benéfico a Podemos arriscar a dizer que - apesar de todas as "pegadinhas" da língua e apesar de que na fala praticamos uma coisa e na escrita outra - de certa forma, já estamos um pouquinho acostumados a utilizar a regência correta (ou pelo menos a mais aceita). É por essa razão que determinadas pessoas - principalmente aquelas que ao longo da vida escolar demonstraram um pouco mais de "afinidade" com língua portuguesa - chegam a perceber mais facil- mente se uma construção está correta ou não. Vale lembrar, por fim, que "correto" ou "incorreto" para nós não possui a conotação de "certo" ou "er- rado", mas apenas a de "ser mais aceito socialmente" ou "não ser bem aceito socialmente", do ponto de vista do chamado "padrão culto da língua portuguesa", utilizado no Brasil (aquela língua defendida pelos nossos melhores gramáticos). Sintaxe é a teoria formal das formas linguísticas da linguagem, isto é, trata da relação dos signos com os outros signos. “É o estudo das relações formais dos signos entre si”, afirma Morris. É o estudo das “propriedades formais das expressões e das relações entre si abstraindo não só do falante, como das coisas designadas”, diz-nos Carnap. Objeto da Sintaxe Estuda a colocação, a organização das palavras na sentença. Se você amanhã desembarcasse em terras estrangeiras, na China, por exemplo, além de não saber o que significam as palavras dessa língua desconhecida, não saberia como elas se organizam em sentenças. Isto quer dizer que a Sintaxe: Ensina como usar os signos: como relacioná-los independentemente do seu significado. Descreve as regras que há que dominar para se poderem fazer/produzir/formar frases gramaticalmente corretas, coerentes, articuladas, isto é, ligando de certa maneira as palavras com o respectivo sentido. Quem fala exerce uma atividade ato de fala – que não pode ser considerada como livre em absoluto. Falar implica selecionar palavras e combiná-las em frases, mas esta escolha é feita tendo em conta o código partilhado pela comunidade a que pertence o falante. Só assim se pode falar de comunicação e de função comunicativa da linguagem. As regras sintáticas evitam a construção agramatical de frases; diminuem as possibilidades de detur- pação das mensagens; e reduzem a incerteza e a indeterminação da descodificação. A diferença entre uma frase gramatical e uma frase agramatical depende fundamentalmente da ordem, disposição e combinação das palavras e das frases. Falar de gramaticalidade de uma frase significa que ela, quando enunciada, é compreensível para todos os sujeitos falantes que dominam essa língua. Exemplos: ‘O fez João quadro belo um. ’ ‘É uma rica mulher’ ‘É uma mulher rica’. ‘Rica mulher! ’ ‘O João fez um belo quadro’. ESTUDO DA SINTAXE 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR ‘É mulher uma rica’. Texto: “A propriedade mais surpreendente de qualquer língua natural é a regularidade, ou seja, o facto de as palavras e as sequências de palavras usadas pelos falantes da língua com objectivos de comunicação ou outros estarem sujeitos a regras de boa formação que os falantes dessa língua conhecem de certa maneira (ainda que possam ser incapazes de as formular explicitamente) e que qualquer indivíduo que queira falar correctamente tem de interiorizar e respeitar. É esta regularidade entendida em todos os seus aspectos, e especialmente quando expressa através de regras explícitas, que constitui a noção de gramática. ” Sintaxe – Teoria I. Sintaxe de Concordância A Sintaxe de Concordância trata das relações de harmonia gramatical entre os termos da frase, rela- ções essas que envolvem gênero e número. Quando essas relações se estabelecem entre o sujeito e o verbo, elas se referem à concordância verbal. Já as relações entre nomes (determinado e determi- nante) dizem respeito à concordância nominal. Às vezes, a Norma Culta aceita duas opções de concordância. Embora uma pequena minoria social e politicamente influente dite as regras do bom falar, a pressão da maioria dos falantes da Língua faz com que, ocasionalmente, essas regras sejam quebradas. Os escritores modernos também contribuíram no combate à radicalidade da Gramática Normativa, que agora chama essas transgressões gramaticais de concordância por atração. II. Sintaxe de Colocação A Sintaxe de Colocação, também conhecida por Toponímia Pronominal, refere-se ao modo correto, segundo a Norma Culta, de posicionar as palavras na oração. Essa sintaxe trata mais especificamente da posição do pronome pessoal oblíquo e do pronome demonstrativo o com relação ao verbo. A defi- nição tradicional menciona essa sintaxe como a parte da Gramática Normativa que trata da ordem dos termos na oração, e das orações no período. III. Sintaxe de Regência Apresentaremos os casos principais de regência, incluindo o emprego o emprego do acento grave. Geralmente, as palavras de uma oração são dependentes umas das outras, relacionam-se entre si, para formar um todo significativo. Essa relação dependência que se estabelece entre duas palavras, uma das quais serve de complemento à outra, é o que chamamos de regência. A rigor, somente as preposições que ligam complementos a um verbo ou a um nome estabelecem relações de regência. A regência, portanto, pode ser verbal ou nominal. A Regência e o Emprego do Acento Grave O emprego do acento grave não deveria apresentar dificuldades para o estudante da Língua, mas professores inexperientes e gramáticos incompetentes deixam de apresentar fundamentos necessários para o entendimento do assunto…e assim complicam o que é fácil. Vamos apresentar neste trabalho os casos em que ocorre o uso do acento grave. Crase é o nome que encontraram para a fusão de duas vogais iguais. Isso é comum na poesia e no uso oral da Língua. Triste e fatigada da linguagem escrita vira tristefatigada na linguagem oral. Viu? Duas vogais iguais se fundiram. Na gramática, todavia, o acento grave só acontece em casos especiais de crase. Nesses casos, sempre que houver crase, essa ocorrência tem de ser assi- nalada pelo acento grave. Por outro lado, não podemos afirmar que sempre que há acento grave tem de haver crase. O acento grave nem sempre indica crase. ESTUDO DA SINTAXE 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Gramáticos e professores, ao lidarem com a crase, costumam incluir casos que nada têm a ver com esse fenômeno linguístico. Podemos resumir o emprego do acento grave em três casos: indicação de crase da preposição a com artigo a, indicação de crase da preposição acom o pronome demonstrativo e indicação de ênfase. IV. Sintaxe do Infinitivo O infinitivo pessoal pode ser flexionado ou não, isto é, pode ter ou não uma desinência número-pessoal após a desinência modo-temporal R. No verbo cantar, por exemplo, o infinitivo pessoal não-flexionado é cantar: Todos começaram a cantar. As terminações verbais que vão indicar número e pessoa são: -es, -mos, -des, -em: Eu os desafiei a cantaarem em inglês Você sabe a diferença entre o infinitivo pessoal e o impessoal? Se não sabe, pode ter problemas ao lidar com questões que envolvem o infinitivo. Por que não tratamos dessa diferença, antes de entrar propriamente na Sintaxe do Infinitivo? O infinitivo pessoal é uma forma verbal que indica ação, fato ou fenômeno. Pode ocorrer em locuções verbais: Podemos começar agora. Pode ocorrer também fora de locução verbal: Eu os vi passarem. Tem sempre um sujeito, embora o sujeito possa estar indeterminado: Deve-se pensar no próximo. O infinitivo impessoal não é uma forma verbal, mas uma forma derivada de um verbo. É uma forma nominal, isto é, numa frase aparece como um nome substantivo. Não indica ação nem fato, apenas nomeia a ação ou fato. Em A criança vai dormir, temos um fato se desenrolando. Mas em Dormir é necessário à saúde, nome- amos um a fato, sem apresentá-lo em andamento. Dormir, nesta frase, não é verbo, mas substantivo (= sono). Não tem sujeito, pois é o próprio sujeito do verbo ser. Ademais, quando o infinitivo é impessoal, aceita artigo normalmente, pois é um substantivo: O dormir é necessário à saúde. Agora não vá sair por aí flexionando o infinitivo em qualquer situação. Existem regras que, embora sejam impostas pela Norma Culta, não deixam de atender a uma neces- sidade da expressão e comunicação:clareza. Sintaxe – O que é A palavra sintaxe significa, etimologicamente, ordenação, disposição, organização e tem sido enten- dida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão subjacentes aos enunciados existen- tes (ou possíveis) numa dada língua particular e a descrição dessas estruturas. A sintaxe é a relação estabelecida entre os elementos linguísticos q ue atuam na formação dos enun- ciados. Assim, a constituição de frases, orações e períodos, co nsiderando-se os diversos contextos em que se usa a língua, é o objeto de estudo dessa disc iplina. De fato, por constituir-se enquanto fenômeno que ativa a relação entre os itens linguíst icos, atuando na estruturação e organização dos textos, a sintaxe assume, entre as diversas correntes teóricas que se preocupam com o estudo da linguagem, uma grande importância A Sintaxe compreende estudos dos processos gerativos, combinatórios e formadores das frases nas diversas línguas naturais. Sua origem, enquanto ramo de estudo da linguagem, remonta aos gregos. Os reflexos da tradição fundada pelos filósofos Aristóteles podem ser apontados na divisão da frase ESTUDO DA SINTAXE 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR em sujeito e predicado, concepção ainda hoje evidenciada nos estudos veiculados em gramáticas e livros didáticos de língua portuguesa. Sintaxe – Concordância “Cabe dez”… “falta vinte”… “sobrou trinta”… a mina”… “teus cabelo é da hora”… “eu quero vinte pão”… “isso custa cinco real”… Não é novidade para ninguém que o brasileiro, quando fala, não dá muita importância à concordância. A nenhum tipo de concordância! Cometer erros de concordância na fala do cotidiano é muito comum, mas no texto formal é necessário que a concordância esteja absolutamente rigorosa. Vamos a um trecho da canção “Música Urbana”, do Capital Inicial: “Tudo errado, mas tudo bem. Tudo quase sempre como eu sempre quis. Sai da minha frente, que agora eu quero ver. Não me importam os seus atos, eu não sou mais um desesperado. Se eu ando por ruas quase escuras, as ruas passam” Você notou como o letrista fez a concordância: “não me importam os seus atos”. Os atos não têm importância, portanto eles não importam. A concordância está correta, o que é exigível ao menos na língua formal. É desejável que a gente acerte a concordância no cotidiano também. Basta concordar verbo e sujeito. “Atos” está no plural, então é óbvio que o verbo também deve estar no plural: “importam”. Acerte a concordância você também. Casos Delicados de Concordância Às vezes a concordância verbal nos prega uma peça. Para ilustrar, o “Nossa Língua Portuquesa” foi até a rua e formulou algumas perguntas ao público. “Pedro ou Paulo será ou serão o próximo presidente da República?” A maioria das pessoas acerta. “Pedro ou Paulo será …”. Somente um dos dois será o próximo presi- dente da República – o ou que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular. Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: Tom ou Caetano me agradam. O ou presente nesta oração não é excludente, logo o verbo assume o plural. Outra pergunta: 40% dos eleitores preferiram ou preferiu 40% dos eleitores preferiram. A expressão que vem depois do percentual está no plural (eleitores) e aí não há outra opção. 40% do eleitorado preferiu ou preferiram. Muita gente acertou. O termo que vem depois do percentual é singular, logo o verbo também fica no singular. A forma correta é “40% do eleitorado preferiu”. “40% preferiu ou preferiram”. Nesta frase não há nada depois da expressão percentual. Então vale o número 40, que é plural. “40% preferiram, 1% preferiu”. Concordância Com Pronome Relativo e Expressões Expletivas Você já deve ter ouvido muita gente falar “não foi eu”. Acham que o “foi” vale para qualquer caso. Não é bem assim. Para ilustrar essa questão o professor Pasquale busca referência na música “Foi Deus que fez você”, de Luiz Ramalho. “… Foi Deus que fez o céu… Foi Deus que fez você… Foi Deus…” “Foi Deus que fez”. Porque “foi”? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a “ele” e “ele foi”. Agora, não é cabível dizer “Eu foi”. Logo, “não foi eu” está errado. O correto é “não fui eu”, “não fomos nós”. O verbo que vem depois da palavra “que” também deve concordar com a palavra que vem antes. Portanto, “Fui eu que fiz” ( eu fui, eu fiz),”Fomos nós que fizemos”, “Foram eles que fizeram”. ESTUDO DA SINTAXE 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Outra coisa que você não deve confundir é o caso da expressão expletiva “é que”, que é fixa. A cancão “Só nós dois”, de Joaquim Pimentel, pode ilustrar muito bem. ” Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem Só nós dois é que sabemos Só nós dois e mais ninguém…” A expressão “é que” é fixa. Nunca diga “São nessas horas que a gente percebe”. O correto é dizer “Nessas horas é que a gente percebe” ou “É nessas horas que a gente percebe”. “É que” é uma expressão de realce, fixa e fácil de ser percebida. Pode, também, ser eliminada. Veja os exemplos: “Só nós dois é que sabemos” – “Só nós dois sabemos” “É nessas horas que a gente percebe” – Nessas horas a gente percebe”. A expressão “é que”, expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal. Obrigado (a) / Eu Mesmo (a) “Eu mesma fiz essa bolsa”, é assim que se fala? É possível, mas é necessário fazer a concordância. Quando quem fala é homem deve dizer “eu mesmo”. Se for mulher, “eu mesma” Você, referindo-se a uma mulher, deve dizer “você mesma”, “ela mesma”. No plural e havendo pelo menos um homem, “nós mesmos”. Havendo só mulheres “nós mesmas”. A concordância deve ser feita quando é necessário agradecer. O homem diz “Obrigado”. A mulher, “obrigada”. É proibido / É Proibida Uma pessoa vai a um edifício comercial, a um ambiente mais formal, e vê ali uma tabuleta: “É proibido a entrada” Pouco depois, ao entrar no prédio ao lado, a pessoa depara-se com outra tabuleta: “É proibida a entrada” Uma confusão, não é? O programa foi às ruas consultar algumas pessoas e perguntou quais eram as formas corretas: “Não é permitido a entrada” ou “Não é permitida a entrada” “É proibido a entrada” ou “É proibida a entrada” Houve empate no número de respostas certas e erradas, o que mostra que a confusão é mesmo grande. Vamos a alguns exemplos para esclarecer essa questão: A sopa é boa Sopa é bom A cerveja é boa Cerveja é bom Quando se generaliza, quando não se determina, não se faz a concordância, usa-se o masculino com valor genérico, com valor neutro. Portanto: Sopa é bom / É bom sopa Cerveja é bom / É bom cerveja Entrada é proibido / É proibido entrada ESTUDO DA SINTAXE 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Entrada não é permitido / Não é permitido entrada Se não existe um artigo ou uma preposição antes de “entrada”, se não há nenhum determinante, o particípio passado dos verbos “proibir” e permitir” deve ficar no masculino. Mas, se houver algum de- terminante, o verbo deve, então, concordar com a palavra “entrada”. Veja as formas corretas: É proibido entrada é proibida a entrada não é permitido entrada não é permitida a entrada Concordância Verbal A Concordância verbal é algo que na linguagem do cotidiano não se costuma fazer. Um jornal escreveu “Chegou as tabelas do Mundial”, as pessoas dizem “Acabou as fichas”, “Sobrou quinze”, “Falta dez”. A Música Popular Brasileira está recheada de belíssimos exemplos de como fazer concordâncias verbais adequadas. Um exemplo está numa canção muito bonita de Paulinho da Viola, “Quando bate uma saudade”. “… Vibram acordes surgem imagens soam palavras formam-se frases…” Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância muito bem-feita. Os substantivos estão no plural, os verbos, também. Isso no nosso dia-a-dia é raro, mas na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância. Não se esqueça: “Acabaram as fichas” ou “Acabaram-se as fichas”, “Sobraram quinze” , “Faltam dez”. Concordância Verbal Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atra- palhada. O programa foi às ruas para ouvir a população: Qual a forma correta? “Vai fazer 5 semanas que ela foi embora. ” Ou “Vão fazer 5 semanas que ela foi embora. ” De sete pessoas ouvidas, três acertaram. A forma correta é: “Vai fazer 5 semanas que ela foi embora. ” O verbo “fazer” é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado…. Verbo “fazer” indicando tempo não é flexionado: “Faz dez anos…” “Faz vinte dias…” “Faz duas horas…” “Já fazia dois meses…” Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singu- lar: “Vai fazer vinte anos…” “Deve fazer vinte anos…” Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção “O Poeta Está Vivo”, com o Barão Verme- lho: “Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana. Quando o papa e seu rebanho chegar, não tenha pena: todo mundo é parecido quando sente dor” Se no caso do verbo “fazer” muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular. “Papa e rebanho” chegam, portanto “quando o papa e seu rebanho chegarem”. Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da língua, procure respeitá-la na fala e na escrita. ESTUDO DA SINTAXE 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Concordância do Verbo Fazer O brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se muito dois real, dez real… Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão: “Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”. As opiniões ficam divididas. O correto é ” Faz vinte anos que estive aqui.” O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez anos”. De fato, os anos passam. Mas, nunca falar ” fazem dez anos “. O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: ” Já deve fazer vinte anos que ela foi embora “. Nunca dizer: “Já devem fazer vinte anos …”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no singular. Outro caso é levantado: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “… morava lá havia dez anos”. A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “…. morava lá fazia dez anos”. Logo, “… eu morava lá havia dez anos”. Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava…, morava fazia …, morava havia…. É assim que exige o padrão formal da língua. Concordância do Verbo Haver “Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente do sub- juntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando. “Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: “Estive aqui faz dez anos”. Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz “Há muitas pessoas na sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indi- cativo. Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer “Hão pessoas”. O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para o plural: “Existem muitas pessoas na sala” A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz: “… Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim….” Nesta canção o verbo haver foi em- pregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e no singular. No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”. Errado. ESTUDO DA SINTAXE 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia pessoas, houve pessoas. Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal. Concordância do Verbo Ser “Volta pra casa… me traz na bagagem: tua viagem sou eu. Novas paisagens, destino passagem: tua tatuagem sou eu. Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão), cores e vozes, conversa animada (é só a televisão) …” “Simples de Coração” (Engenheiros do Hawaii) Na letra dessa música temos dois trechos interessantes: “tua viagem sou eu” e “tua tatuagem sou eu”. São interessantes porque é relativamente pouco usual esse emprego do verbo ser. Normalmente, quando vemos, por exemplo, “tua viagem”, esperamos um verbo na 3ª pessoa do singular, concordando com o sujeito: “tua viagem é;…” ou “tua viagem foi…” Mas – por que o letrista utilizou “tua viagem sou eu”? Porque o verbo ser, nesse caso, está ligando o substantivo “viagem” ao pronome pessoal “eu”. O pronome pessoal prevalece, pelo simples motivo de que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que não é pessoa, sempre. Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância do verbo “ser” com a pessoa, como fez de forma corretíssima o pessoal dos Engenheiros do Hawaii nas duas passagens: Eu sou tua viagem. Tua viagem sou eu. Eu sou tua tatuagem. Tua tatuagem sou eu. Oração Reduzida Você já deve ter ouvido falar em oração reduzida. Com alguns exemplos muito simples podemos iden- tificá-la. “Quando você fizer tal coisa…” “Ao fazer tal coisa…” No primeiro caso o verbo fazer está no futuro do subjuntivo. Você percebeu. No segundo, eliminamos a conjunção “quando” e não conjugamos o verbo fazer, deixando-o no infinitivo. Em suma, reduzimos a oração. Outro exemplo: “Precisando, telefone.” A primeira oração “precisamos” pode ser desdobrada. “Se precisar, telefone” ou “Quando precisar, telefone”. Passamos a usar as conjunções “se” ou “quando”. Quando usamos verbos no gerúndio (falando, bebendo, partindo), no infinitivo (falar, beber, partir) ou no particípio (falado, bebido, partido), não se usa o elemento (se , quando ) que introduz a oração, ou seja, a conjunção. A oração começa direto com o verbo. É reduzida. Veja o fragmento de uma letra de Caetano Veloso e Gilberto Gil: “No dia em que eu vim m’embora … sentia apenas que a mala de couro que eu carregava embora estando forrada fedia, cheirava mal…” “Estando” é gerúndio e o gerúndio estabelece a oração reduzida. Logo, nessa letra a conjunção embora não poderia ter sido usada com o gerúndio. Ficaria assim: “… sentia apenas que a mala de couro que eu carregava, embora forrada, fedia, cheirava mal…” ESTUDO DA SINTAXE 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR No caso, houve uma distração. Não pode ser abonado pela norma culta. Outro caso: Muita gente fala “Isso posto, vamos ao que interessa. ” Errado. Em português a oração reduzida co- meça pelo verbo. O correto é “Posto isso, vamos ao que interessa. ” Não se diz “A questão discutida, passamos ao item seguinte”. Diz-se “Discutida a questão, passamos ao item seguinte. ” Oração reduzida sempre começa com o verbo no gerúndio, no particípio ou no infinitivo. Uso da Palavra Onde O professor Pasquale fala de um assunto que é muito comum em abordagens oficiais da língua, o uso da palavra onde. É chamada a atenção para dois pontos: 1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a idéia de lugar não esteja presente. 2º- Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta e que indica movimento, destino. O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino. Ex: Ir a algum lugar. Chegar a algum lugar. Levar alguém a algum lugar. Dirigir-se a algum lugar. Não se pode usar aonde com o verbo morar. Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora ?”/ “Em que lugar você mora?” Há muita confusão entre aonde e onde. Um exemplo é uma letra de Belchior, “Divina Comédia Humana”, na qual ele diz: “…. viver a Divina Comédia Humana onde nada é eterno….” Em “… viver a Divina Comédia Humana …” não existe a idéia de lugar. É, apenas, uma situação que seria vivida. Nela, na Divina Comédia Humana, nada é eterno. Portanto, o correto seria não usar a palavra onde substituindo-a por “em que” ou “na qual”. O autor preferiu usar essa forma do dia-a-dia, mas não admissível pela norma culta. Resumo: Não se pode usar a palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de lugar. Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive” Onde/Aonde “Onde” ou “aonde”? Muitas pessoas algum dia tiveram essa dúvida. E nem vale muito a pena tentarmos esclarecê-la por meio dos textos literários, porque não é incomum que até mesmo os grandes escritores utilizem as expressões de modo diferente do que é pregado pela gramática normativa. Preste atenção no trecho desta canção, “Domingo”, gravada pelos Titãs: “… não é Sexta-Feira Santa, nem um outro feriado, e antes que eu esqueça aonde estou, antes que eu esqueça aonde estou, aonde estou com a cabeça?” ESTUDO DA SINTAXE 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR “Aonde eu estou” ou “onde estou”? Para esta pergunta, a resposta seria: “Estou em tal lugar”, sem a preposição “a”. E as gramáticas ensinam que, não havendo a preposição “a”, não há motivo para usar “aonde”. Assim, a forma correta na letra da canção seria: “… e antes que eu esqueça onde estou, antes que eu esqueça onde estou, onde estou com a cabeça?” Vamos a outro exemplo, a canção “Onde você mora”, gravada pelo grupo Cidade Negra: “… Você vai chegar em casa, eu quero abrir a porta. Aonde você mora, aonde você foi morar, aonde foi? Não quero estar de fora… Aonde está você?” Quem vai, vai a algum lugar. Portanto, a expressão correta nesse caso é “aonde”. Aonde você foi? Mas quem mora, mora em algum lugar. Quem está, está em algum lugar. Nesse caso, a expressão correta é “onde”: Onde você mora? Onde você foi morar? Onde está você? Veja agora este trecho da canção “Bete Balanço”, gravada pelo Barão Vermelho: “Pode seguir a tua estrela, o teu brinquedo de star, fantasiando um segredo, o ponto aonde quer che- gar…” Ensinam as gramáticas que, na língua culta, o verbo “chegar” rege a preposição “a”. Quem chega, chega a algum lugar. A preposição é usada quando queremos indicar movimento, deslocamento. Portanto, a letra da música está correta: O ponto aonde você quer chegar. Eu chego ao cinema pontualmente. Eu chego a São Paulo à noite. Eu chego a Brasília amanhã. Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como “eu cheguei em São Paulo”, “eu cheguei no cinema”. Não há grandes problemas em trocar “onde” por “aonde” na língua do dia-a-dia ou em versos de letras musicais populares, dos quais fazem parte o ritmo, a melodia e outros fatores. Mas, pela norma culta, num texto formal, use “aonde” sempre que houver a preposição “a” indicando movimento: Pontuação – Vírgula Como usar a vírgula? Seu uso está relacionado à respiração? Não. A vírgula depende da estrutura sintática da oração. Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão. Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte texto: “O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que não haverá demissões neste mês.” A maioria acertou. Não há vírgula. “O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos” é o sujeito do verbo declarar. Foi ele, o diretor, que declarou. Entre sujeito e verbo não há vírgula. Depois, ” …que não haverá demissões neste mês.” Como a sequência está na ordem direta, não há por que colocar vírgula. Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do texto. ESTUDO DA SINTAXE 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O professor Pasquale fala da sua participaão no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que escre- vesse um telegrama. Irás voltarás não morrerás Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre a pontuação. Irás. Voltarás. Não morrerás. Irás. Voltarás? Não. Morrerás. Resumo: No primeiro caso não há por que usar a vírgula. O texto está na ordem direta e em sequências diretas não se usa pontuação. No caso do telegrama pontua-se de acordo com aquilo que se quer dizer. A pontuação decide o sentido.ir a / dirigir-se a / levar a / chegar a Pronome Relativo Precedido de Preposição Esse módulo trata do uso do pronome relativo QUE. Em certos casos ele deve ser acompanhado da preposição EM, como no caso da letra da música ““GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade). Tim Maia canta: “…Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você …”. Leila Pinheiro corrige e canta: “… lugar qualquer em que não exista o pensamento em você …” Leila Pinheiro tem razão. Afinal, se esse pensamento existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo “que”. Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem “A empresa que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa em que trabalho”. Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia:“… a marca que o mundo confia.” Acontece que, “quem confia, confia em”. Logo, o correto seria dizer: “… a marca em que o mundo confia. ” As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto seria dizer “A rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”. O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”. “… são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci…” Se eu me esqueci, eu me esqueci de Quem esquece, esquece algo Quem se esquece, esquece-se de algo Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci. ” Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que eu não esqueci” Em um jornal de grande circulação o texto de uma cam- panha afirmava: “A gente nunca esquece do aniversário de um amigo. ” O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca se esquece do aniversário de um amigo. ” Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar. Quem lembra, lembra algo ESTUDO DA SINTAXE 16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Quem se lembra, lembra-se de algo Ex: Eu não lembro o seu nome. Eu não me lembro do seu nome. Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar a atenção para não os cometer mais. Regência Verbal Regência é a relação que se verifica entre as palavras. Por exemplo: quem gosta, gosta de alguma coisa. Assim, o verbo “gostar” rege a preposição “de”. Existe, entre o verbo e a preposição, um mecanismo, uma relação. A regência se ocupa de estudar essa relação entre as palavras. Na língua falada, no entanto, regência é algo que se aprende intuitivamente. Ninguém precisou ensinar para nós que quem gosta, gosta de alguém. Ou que quem concorda, concorda com alguma coisa. Ou que quem confia, confia em algo. E assim por diante. A língua culta, por seu lado, tem suas regras de regência, que levam em conta o significado do verbo. Um verbo com mais de um sentido, por exemplo, pode ter duas regências diferentes. Vamos ver o que acontece na canção “O Nome Dela”, gravada pelo goleiro Ronaldo & Os Impedidos: “Eu não lembro nem do lugar ela me diz que eu paguei o jantar ela me diz que eu prometi o mundo eu não me lembro de nenhum segundo…” As gramáticas dizem que quem lembra, lembra alguma coisa. E que quem se lembra, lembra-se de alguma coisa. Quem lembra, Lembra algo Quem se lembra, Lembra-se de algo. Será que essa regra na língua efetiva vale sempre? Vamos ver o que acontece na canção “Lembra de Mim”, cantada por Ivan Lins. A letra é de Vítor Martins: “Lembra de mim dos beijos que escrevi nos muros a giz Os mais bonitos continuam opor lá documen- tando que alguém foi feliz Lembra de mim nós dois nas ruas provocando os casais…” De acordo com a gramática normativa, o título da canção e a letra estariam errados. Deveria ser “Lem- bra-se de mim…” Acontece que no dia-a-dia as pessoas não falam assim, com todo esse rigor, com essa consciência do sistema de regência. Dessa forma, nós podemos dizer “lembra de mim”, sem problema. A língua falada permite essas licen- ças, e a poesia musical também, já que não deixa de ser um tipo de língua oral. Mas na hora de escre- ver, de adotar outro padrão, é conveniente obedecermos àquilo que está nos livros de regência. No texto formal, lembra-se de mim é o exigível, é o correto. Regência Verbal II Regência, em gramática, é o conjunto de relações que existem entre as palavras. Por exemplo: quem gosta, gosta de alguém. O verbo “gostar” rege a preposição “de”. Nós aprendemos a regência naturalmente, no dia-a-dia. Só que a gramática, muitas vezes, estabelece formas diferentes ESTUDO DA SINTAXE 17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR das que utilizamos na linguagem cotidiana. Costumamos, por exemplo, dizer que chegamos em algum lugar, quando a norma culta indica que chegamos a algum lugar. INCORRETO: “A caravana chegou hoje em Brasília. ” CORRETO: “A caravana chegou hoje a Brasília. ” Da mesma forma, o correto é dizer “chegou a Manaus”, “chegou ao Brasil”. Outro exemplo é o verbo “esquecer”. Vamos ver o trecho da canção “As Canções que você Fez pra mim”, de Roberto e Erasmo Carlos: “… Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou, tanta coisa que somente entre nós dois ficou…” É muito comum que se fale “esqueceu de tanta coisa”, mas quem esquece, esquece algo. Quem se esquece, esquece-se de algo. Portanto, as formas corretas são: “Esqueceu tanta coisa. ” “Esqueceu-se de tanta coisa. ” A mesma coisa vale para o verbo “lembrar”. Vamos ver um trecho da canção “Tempo Perdido”, gravada por Paulo Ricardo: “…Temos todo o tempo do mundo. Todos os dias, antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia, sempre em frente, não temos tempo a perder…” O uso está correto. Poderia ser também “Lembro-me e esqueço-me de como foi…” Quem lembra, lembra algo. Quem se lembra, lembra-se de algo. Colocação Pronominal Discute-se na letra da música – ” EU SEI QUE VOU TE AMAR “(Tom Jobim e Vivícius de Moraes ) a melhor colocação do promome TE no trecho: “Eu sei que vou te amar Por toda minha vida eu vou te amar …” O correto seria que o pronome viesse após a conjunção integrante que, já que esta conjunção é palavra atrativa. Ficaria : Eu sei que te vou amar. A outra forma é colocar o pronome TE após o verbo. Ficaria: Eu sei que vou amar-te . No entanto, o professor Pasquale acha que ficaria estranho Tom Jobim e Vinícius cantarem: “Eu sei que te vou amar Por toda a minha vida Eu sei que vou amar-te …” Na colocação do pronome muitas vezes vale a eufonia apesar de a eufonia apesar de a norma culta nem sempre abonar essas formas. Colocação Pronominal 2 Este assunto foi tratado mais de uma vez no programa: a colocação dos pronomes oblíquos átonos em relação aos verbos. Pronomes oblíquos átonos: ME – TE – SE – LHE – LHES – O – A – OS – AS – NOS – VOS ESTUDO DA SINTAXE 18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Aqui no Brasil, muitas vezes o professor diz ao aluno: “Não é possível começar a frase com o pronome me”. E, se o aluno escreve na redação: “Me disseram que…”, leva uma bronca do professor, que não explica ao aluno de onde vem essa história. O que acontece é que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pro- nome no início da frase. Eles falam “Disseram-me…”. O problema é que essa colocação pronominal não tem nada a ver com a nossa maneira de falar, a nossa sonoridade. Nós temos a nossa maneira de usar o pronome, e não há por que lutar contra isso. É como na canção “Vento Ventania”, do grupo Biquíni Cavadão: “Vento, ventania, me leve para as bordas do céu, pois vou puxar as barbas de Deus. Vento, ventania, me leve pra onde nasce a chuva, pra lá de onde o vento faz a curva, me deixe cavalgar nos seus desatinos, nas revoadas, redemoinhos…” O mesmo grupo tem outra canção que também é um bom exemplo da nossa maneira de colocar os pronomes na frase. A canção é “Timidez”. “Toda vez que te olho, crio um romance. Te persigo mudo todos os instantes. Falo pouco, pois não sou de dar indiretas. Me arrependo do que digo em frases incertas…” Em português de Portugal isso não poderia ser assim. Precisaria ser “Leve-me”, “Deixe-me”, “Persigo- te”, “Arrependo-me” e assim por diante. É importante lembrar que a nossa forma de usar os pronomes, no começo da frase, está oficialmente errada. No cotidiano, com os amigos, na vida diária, podemos falar à nossa maneira. Mas numa prova de português, num vestibular, num concurso, devemos escrever o pronome sempre depois do verbo. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ COLOCAÇÃO PRONOMINAL 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Colocação Pronominal A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração: Próclise - o pronome é colocado antes do verbo. Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo. Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo. Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o ritmo, a ênfase e o estilo. Uso da Próclise Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca. Exemplos: Não o quero aqui. Nunca o vi assim. Pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos. Exemplos: Foi ela que o fez. Alguns lhes deram maus conselhos. Isso me lembra algo. Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome. Exemplos: Ontem me disseram que havia greve hoje. Agora, descansa-se. Orações exclamativas e orações que exprimam desejo de que algo aconteça. Exemplos: Deus nos dê forças. Oxalá me dês a boa notícia. Orações com conjunções subordinativas. Exemplos: Embora se sentisse melhor, saiu. Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. Verbo no gerúndio regido da preposição em. Exemplos: Em se tratando de confusão, ele está presente. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne. Orações interrogativas. Exemplos: Quando te deram a notícia? Quem te presenteou? Uso da Mesóclise A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se houver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise. Exemplos: Orgulhar-me-ei dos meus alunos. Orgulhar-me-ia dos meus alunos. Uso da Ênclise Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação de pronome depois do verbo é atraída pelas seguintes situações: Verbo no imperativo afirmativo. Exemplos: Depois de terminar, chamem-nos. Para começar, joguem-lhes a bola! Verbo no infinitivo impessoal. Exemplos: Gostaria de pentear-te a minha maneira. O seu maior sonho é casar-se. Verbo inicia a oração. Exemplos: Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. Acordei e surpreendi-me com o café da manhã. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a Próclise). Exemplos: Vive a vida encantando-me com as suas surpresas. Faço sempre bolos diferentes experimentando lhes ingredientes novos. Com Locução Verbal Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome. Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio. Exemplos: Devo explicar-te o que se passou Devo-lhe explicar o que se passou. Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal está no particípio. Exemplos: Foi-lhe explicado como deveria agir. Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. Pronome Se e Suas Funções O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em cuja voz verbal é reflexiva. Exemplos: Queimou-se quando estava preparando o jantar. Animou-se para ir à festa. O pronome "se" também pode ter a função de sujeito indeterminado. Exemplos: Procura-se cãozinho. Alugam-se casas. O pronome "se" pode, ainda, ter a função de simplesmente realçar o discurso. Exemplos: Lá se vai a minha chance de ganhar na loto. Foi-se embora sem dizer nada. É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase. Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita. Dicas: Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e em último caso, ênclise. Próclise É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada: 1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc. Ex.: Não se esqueça de mim. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR b) Advérbios. Ex.: Agora se negam a depor. c) Conjunções subordinativas. Ex.: Soube que me negariam. d) Pronomes relativos. Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas. e) Pronomes indefinidos. Ex.: Poucos te deram a oportunidade. f) Pronomes demonstrativos. Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas. 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas. Ex.: Quem te fez a encomenda? 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas. Ex.: Quanto se ofendem por nada! 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). Ex.: Que Deus o ajude. Mesóclise É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada: 1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo. Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem. Ênclise É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal. Ex.: Não era minha intenção machucar-te. 3) Quando o verbo iniciar a oração. Ex.: Vou-me embora agora mesmo. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4) Quando houver pausa antes do verbo. Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo. 5- Quando o verbo estiver no gerúndio. Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Dicas: O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa. Exemplos: É preciso encontrar um meio de não o magoar. É preciso encontrar um meio de não magoá-lo. Colocação pronominal nas locuções verbais 1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado para a festa. b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxi- liar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa. Dicas: Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa antes dele. Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa. 2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio: a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplos: Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido. Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante. b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplos: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido. Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando. Observações importantes: Emprego de o, a, os, as 1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Exemplos: Chame-o agora. Deixei-a mais tranquila. 2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. 3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram- se para no, na, nos, nas. Exemplos: Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa. 4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro). A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo. Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos. O pronome pode estar em três posições distintas em relação ao verbo: Próclise: o pronome surge anterior ao verbo. Exemplo: Não me faça perder sua confiança. A próclise é empregada quando: a) Antes do verbo houver palavras de sentido negativo. Nada me faz voltar atrás. b) Antes do verbo houver um advérbio. Naquela cidade se fala alemão. c) Antes do verbo houver pronomes (relativos, indefinidos e demonstrativos) Isso me deixou muito feliz. d) Antes do verbo houver preposição seguida de gerúndio. Em se tratando de saneamento, o Brasil ainda tem que investir muito na área de tratamento de esgoto. Ênclise: o pronome surge posterior ao verbo. Exemplo: Alistou-se no exército para realizar um sonho. É importante informar que a ênclise não ocorre no início da frase, na linguagem formal. Portanto, os pronomes pessoais oblíquos átonos não iniciam orações. Exemplo: Me falaram que estou muito bem. (errado) COLOCAÇÃO PRONOMINAL 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Falaram-me que estou muito bem. (certo) Mesóclise: o pronome surge no meio do verbo. Exemplo: Abraçar-lhe-ia agora, mas estou molhado. O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo. Na primeira oração, os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencen- tes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de comple- mento, e consequentemente é do caso oblíquo. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, assim, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado antes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio. Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo. Eu estou perguntando-lhe algo. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição. Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo. Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo. Colocação Pronominal De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo: 1. próclise: pronome antes do verbo 2. ênclise: pronome depois do verbo 3. mesóclise: pronome no meio do verbo Próclise A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: • Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair dessa cama. Não se trata de nenhuma novidade. • Advérbios: Nesta casa se fala alemão. Naquele dia me falaram que a professora não veio. • Pronomes relativos: COLOCAÇÃO PRONOMINAL 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. • Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? Todos se comoveram durante o discurso de despedida. • Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! Aquilo me incentivou a mudar de atitude! • Preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar. • Conjunção subordinativa: Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. Ênclise A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando: • O verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns aos outros. Sigam-me e não terão derrotas. • O verbo iniciar a oração: Diga-lhe que está tudo bem. Chamaram-me para ser sócio. • O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição "a": Naquele instante os dois passaram a odiar-se. Passaram a cumprimentar-se mutuamente. • O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face. • Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. Mesóclise A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito: A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros mo- nossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições distintas na frase: COLOCAÇÃO PRONOMINAL 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Antes do verbo – PRÓCLISE (dizemos que o pronome está proclítico) “Não me abandone, não me carregue para o buraco” No meio do verbo – MESÓCLISE (dizemos que o pronome está mesoclítico) “Meu nome, dir-lhes-ei a seu tempo” Após o verbo – ÊNCLISE (dizemos que o pronome está enclítico) “Suporta-se com paciência a dor do próximo”. Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da colocação pronominal. Próclise A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja: Palavra de sentido negativo (não, nada. Nunca, ninguém etc.): Nunca me convidam para as festas. Conjunção subordinativa: Quando te encarei de frente a frente não vi o meu rosto. Advérbio: Assim se resolvem os problemas Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise. Assim, resolvam-se os problemas. Pronome indefinido: Tudo se acaba na vida Pronome relativo: Não encontrei o caminho que me indicaram. Com verbo no gerúndio precedido de preposição em: Em se tratando de previsões, qualquer afirmação otimista será arriscada. Com verbo no infinitivo pessoal (flexionado ou não) precedido de preposição: Vocês serão castigados por me faltarem ao respeito. Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas ora- ções optativas (orações que exprimem um desejo): Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa) Quando me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra exclamativa) Deus te proteja. (oração optativa) Mesóclise A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja algum fator de próclise. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Convidar-me-ão para a festividade de estréia da nova série televisiva. Convidar-te-ia para viajar comigo, caso fosse possível. Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pronome pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor. Eles me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva. Não me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva. Sempre te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível. Eu te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível. Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções verbais Com locuções em que o verbo principal ocorre no infinitivo ou no gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal: Devo-lhe cantar uma música Devo cantar-lhe uma música Estava-lhe dizendo a verdade Estava dizendo-lhe a verdade Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal: Não lhe devo dizer a verdade. Não devo dizer-lhe a verdade. Não lhe estava dizendo a verdade. Não estava dizendo-lhe a verdade. Com locuções em que o verbo principal ocorre no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar: Havia-lhe dito a verdade. Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar: Não lhe havia dito a verdade Ênclise De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo, desde que não haja condições para a próclise ou para a mesóclise. Assim sendo, a ênclise é obrigatória: Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo: Comenta-se que ele recebeu o prêmio. Lembram-me pormenores daquela noite sem graça. Com verbo no imperativo afirmativo: COLOCAÇÃO PRONOMINAL 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Alunos, apresentem-se já ao diretor. Amigos, digam-me somente a verdade. Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em: Modificou a frase, tornando-a ambígua. Puseram-na de castigo para depois poder beijá-la, consolando-a. Com o verbo no infinitivo pessoal regido por preposição a: Leia atentamente as questões antes de resolvê-las. Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo. Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal: Por que maltratar-me agora? Como convencer-te do meu apreço? A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distintas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas. Em próclise: pronome colocado antes do verbo; Em ênclise: pronome colocado depois do verbo; Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo. Exemplos de colocação pronominal Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise) Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise) Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise) Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: 1.ª pessoa do singular - me 2.ª pessoa do singular - te 3.ª pessoa do singular – se, o, a, lhe 1.ª pessoa do plural - nos 2.ª pessoa do plural - vos 3.ª pessoa do plural – se, os, as, lhes Próclise ou ênclise? A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a estru- tura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso da próclise encontra-se generalizado na linguagem falada e escrita. É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início da frase, nem haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal. Exemplo de uso facultativo da próclise ou da ênclise Minha mãe ajudou-me nos trabalhos. Minha mãe me ajudou nos trabalhos. A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situação, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo. Exemplos de ênclise com verbos no início da frase COLOCAÇÃO PRONOMINAL 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Ouviram-me chamar? Deram-lhe os parabéns! Uso específico de ênclise, próclise ou mesóclise Existem diversas situações que justificam o uso específico de uma forma de colocação pronominal. Ênclise A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada: Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos. Refere-se a um tipo de árvore. Viram-me na rua e não disseram nada. Em orações imperativas afirmativas. Sente-se imediatamente! Lembre-me para fazer isso no fim do expediente. Em orações reduzidas do gerúndio (sem a preposição em). O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança. Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados. Em orações reduzidas do infinitivo. Espero dizer-te a verdade rapidamente. Convém dar-lhe autorização ainda hoje. Próclise A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como: Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais, …). Não te quero ver nunca mais! Nunca a esquecerei. Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo, ...). Embora o faça, sei que é errado. Cumpriremos o acordo se nos agradar. Pronomes relativos (que, qual, onde, …). Há professores que nos marcam para sempre. Esta é a faculdade onde me formei. Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos, …). Alguém me fará mudar de opinião? COLOCAÇÃO PRONOMINAL 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Poucos nos emocionaram com seus relatos. Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo, …). Isso me deixou muito abalada. Aquilo nos mostrou a verdade. Frases interrogativas (quem, qual, que, quando, …). Quem me chamou? Quando nos perguntaram isso? Frases exclamativas ou optativas. Como nos enganaram! Deus te guarde! Preposição em mais verbo no gerúndio. Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado. Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião. Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá ser usada a ênclise. Aqui se come muito bem! Talvez te espere no fim das aulas. Mesóclise A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo. Ajudar-te-ei no que for preciso. Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você. A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre. Colocação pronominal nas locuções verbais A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no particípio ou no gerúndio e infinitivo. Verbo Principal no Gerúndio ou No Infinitivo Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar após o verbo prin- cipal ou após o verbo auxiliar. Quero ver-te hoje. Quero-te ver hoje. Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar antes da locução verbal ou depois da locução verbal. Não te quero ver hoje. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Não quero ver-te hoje. Verbo Principal no Particípio Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar depois do verbo auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio. Tinham-me dito que você não era de confiança. Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto. Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar antes da locução verbal. Já me tinham dito que você não era de confiança. Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Concordância e Regência Verbal e Nominal O verbo deve ser flexionado ("modificado") concordando com a pessoa do sujeito (eu, tu, ele/ela, nós, vós/vocês, eles/elas) e o número (singular ou plural): Sujeito simples: o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, estando o sujeito antes ou depois do verbo. Ex: foram embora, do nada, os meninos ("foram" concorda com "os meninos"). Sujeito composto: o verbo flexiona para o plural. Ex: joana e carlos insistiram em vir (joana e carlos são duas pessoas, e não pode-se usar "insistiu", mas sim "insistiram"). Sujeito composto de diferentes pessoas: o verbo vai para o plural na pessoa que prevalecer. Ex: atiramos a pedra você e eu ("atiramos" concorda com "você e eu"). Sujeito constituído de pronomes de tratamento: verbo flexiona na 3ª. Ex: vossa excelência necessita de algo? Sujeito constituído pelo pronome relativo que: verbo concordará em número e pessoa com o antece- dente. Ex: somos nós que precisamos de você. Núcleos do sujeito ligados por ou: o verbo ficará no singular sempre que houver ideia de exclusão. Ex: rosa ou azul será a cor do quarto. Verbo com o pronome apassivador se: o verbo concorda com o sujeito. Ex: analisou-se o plano de reforma. Sujeito formado por expressões: um e outro – o verbo fica no plural; um ou outro – o verbo fica no singular; nem um nem outro – o verbo fica no singular. Sujeito formado por número percentual: o verbo concordará com o numeral. Se a indicação de porcen- tagem se seguir uma expressão com de + substantivo, a concordância faz-se com esse substantivo. Ex: 50% dos camundongos morreram. Verbos impessoais (haver, fazer, chover, nevar, relampejar...): por não possuírem sujeito, ficam na 3ª pessoa do singular. Ex: não havia flores mais belas. Verbo ser: se um dos elementos referir-se a pessoa, o verbo concordará com ela. Ex: minha ambição são os meus sonhos. Concordância Nominal É a concordância, em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural), entre o substantivo (nomes) e seus determinantes ("partes" que acompanham os nomes): o adjetivo, o pronome adjetivo, o artigo, o numeral. O candidato talvez sinta dificuldade em assimilar o que sejam essas classes de palavras (adjetivo, pronome adjetivo, numeral, artigo, etc), mas não se preocupe: concentre-se em entender os exemplos, ou seja, concentre-se em entender o uso da língua. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Opções de concordância: o adjetivo concorda com o adjetivo mais próximo (eu dei de presente uma bolsa e um tênis preto) ou o adjetivo refere-se a dois substantivos de gêneros diferentes – prevalece o masculino e fica no plural (eu dei de presente uma bolsa e um tênis pretos). As palavras bastantes, pouco, muito, caro e barato concordam com o substantivo quando têm valor de adjetivo. Quando são advérbios, são invariáveis. Ex: estas revistas são caras (adjetivo) e as revistas custaram caro (advérbio). Anexo, mesmo, próprio, incluso: concordam com o substantivo a que se referem. As expressões “é proibido”, “é necessário”, “é preciso” ficam invariáveis quando acompanhadas apenas de substantivo. Porém, se o substantivo estiver determinado pelo artigo, a concordância é feita normal- mente. Lembre-se que a palavra ‘meia’ é um adjetivo, enquanto ‘meio’ é um advérbio, significando ‘um pouco’. Obrigado/obrigada – concordam com o substantivo a que se referem. Colocação Pronominal É o modo como se dispõem os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e vos) em relação ao verbo. Trata-se de um dos assuntos popularmente "espinhosos" da língua portu- guesa, os quais somos "forçados" a entender na escola. Mas basicamente, basta lembrar que as posi- ções dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo ao qual se ligam denominam-se: Ênclise (depois do verbo) É a posposição do pronome átono ao vocábulo tônico ao que se liga. Ex: empreste-meo livro de mate- mática. Próclise (antes do verbo) É a colocação do pronome quando antes do verbo há palavras que exercem atração sobre ele, como: - não, nunca, jamais, ninguém, nada. Ex: não o vi hoje. - advérbios, locuções adverbiais, pronomes interrogativos ou indefinidos. Ex: sempre te amarei. - pronomes relativos. Ex: há filmes que nos fazem chorar. - orações optativas, aquelas que exprimem desejo. Ex: deus te ouça! - com gerúndio precedido da preposição ‘em’. Ex: em se tratando desse tema... Mesóclise (no meio do verbo) É a colocação do pronome quando o verbo se encontra no futuro do presente ou no futuro do pretérito desde que não haja palavras que exerçam atração. Ex: entregar-lhe-ei as informações. Na linguagem falada brasileira, o uso é quase inexistente. Regência Verbal Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que pertencem. Quando o verbo (termo regente) se relaciona com os seus complementos (termos regidos) acontece CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR um "fenômeno" ao qual damos o nome de regência verbal. Selecionamos a seguir alguns verbos em que há diferença de contexto na hora de se "fazer" a regência: Agradecer Alguma coisa (sem preposição): o palestrante agradeceu suas intervenções. A alguém (preposição a): o paciente agradeceu ao médico. Assistir Dar assistência (sem preposição): o médico assistiu o doente. Ver (preposição a): assisti a um bom filme. Morar (preposição em): aquele homem assiste em são paulo. Obedecer (desobedecer) Sujeitar-se (preposição a): ele não obedeceu ao regulamento. Preferir Ter preferência por (preposição a): prefiro correr a nadar Visar Visar (preposição a): o comerciante visa ao lucro. Assinar (sem preposição): o gerente do banco visou o cheque. Mirar (sem preposição): o atirador visou o alvo e errou. Regência Nominal Já a regência nominal é a relação de um nome (substantivo, adjetivo) com outro termo. E a relação pode vir ou não acompanhada de preposições. Por exemplo: Horror a Impaciência com Atentado contra a Medo de Idêntico a Prestes a Longe de Benéfico a Podemos arriscar a dizer que - apesar de todas as "pegadinhas" da língua e apesar de que na fala praticamos uma coisa e na escrita outra - de certa forma, já estamos um pouquinho acostumados a utilizar a regência correta (ou pelo menos a mais aceita). É por essa razão que determinadas pessoas - principalmente aquelas que ao longo da vida escolar demonstraram um pouco mais de "afinidade" com língua portuguesa - chegam a perceber mais facilmente se uma construção está correta ou não. Vale lembrar, por fim, que "correto" ou "incorreto" para nós não possui a conotação de "certo" ou "er- rado", mas apenas a de "ser mais aceito socialmente" ou "não ser bem aceito socialmente", do ponto de vista do chamado "padrão culto da língua portuguesa", utilizado no brasil (aquela língua defendida pelos nossos melhores gramáticos). CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. Regência Verbal Termo regente: verbo A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complemen- tam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportuni- dade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe: A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar. A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém". Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sen- tido do que se está sendo dito. Veja os exemplos: Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utili- zado. A oração "cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a re- gência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. A língua portuguesa é considerada um idioma complexo por causa da grande quantidade de regras existentes. Dentre essas regras, estão aregência verbal e a concordância verbal. Regência é o ato de reger, que por sua vez significa governar, reinar, exercer a função de rei, regente, governador, chefe, administrador. Para memorizar isto, basta que você se lembre de uma orquestra ou de um concerto, em que o maestro é quem rege (comanda todos os instrumentos musicais). Neste mesmo sentido, podemos concluir que regência verbal é a relação de subordinação que ocorre entre um verbo e seus complementos. O verbo “governa” os seus complementos. Em outras palavras, o verbo somente aceita as palavras que ele quer. O verbo é o chefe! Ele é o maestro que rege a orquestra. Se um verbo não exigir complemento, então ele é chamado de verbo intransitivo. Caso ele exija um complemento acompanhado de uma preposição, ele é chamado de verbo transitivo indireto. Mas se esse complemento não vier acompanhado de preposição, o verbo é chamado de transitivo direto. Verbo Intransitivo CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Vejamos um exemplo: Mariana chorou. Note que a frase não precisa de complementos. Podemos entender claramente o sentido dela. A principal característica dos verbos intransitivos é que eles dispensam qualquer complemento verbal. Verbo Transitivo Indireto Verbo transitivo indireto é aquele que exige um elo (preposição) entre ele e o seu complemento. Observe a seguinte frase: Maria gosta de aprender português. Veja que o verbo da frase é gostar. Após o verbo, aparece a preposição “de“. Quem gosta, gosta de algo ou de alguma coisa. Por isso, podemos concluir que a regência verbal do verbo gostar exige a preposição “de“. Vejamos agora o verbo acreditar. Ana acredita em deus. Quem acredita, acredita em algo ou em alguém. Então, podemos concluir que a regência do verbo acreditar exige a preposição “em“. Em análise mais detalhada, podemos afirmar que o verbo gostar e overbo acreditar são transitivos in- diretos (pois exigem preposição). As expressões “de aprender português” e “em deus“ são os objetos indiretos (complementos dos verbos transitivos indiretos: gostar e acreditar). Verbo Transitivo Direto Verbo transitivo direto é aquele que não exige um elo (preposição) entre ele e o seu complemento. Vejamos um exemplo: Marta comprou frutas. Note que não há nenhuma palavra entre “comprou” e “frutas”. O verbo comprar é transitivo direito. Quem compra, compra alguma coisa. Concordância Verbal Acabamos de ver que a regência verbal é a relação de subordinação em que o verbo é quem manda. Agora veremos que a concordância verbal é a relação em que o verbo obedece! Lembre-se do ditado: Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Desta forma, o verbo deve concordar com o sujeito da oração, de acordo com a pessoa (eu, tu ele, nós, vós, eles) e/ou com o número (singular ou plural). Por exemplo… O aluno aprende português. O sujeito é o aluno, que está no singular. Por isso, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular - > aprende. Agora observe… CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Os alunos aprendem português. O sujeito são os alunos (no plural). Por isso, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do plural -> aprendem. Resumindo… Regência verbal -> o verbo “manda”. Concordância verbal -> o verbo “obedece”. O que é "regência"? "regência" é a função subordinativa de um termo (regente) sobre outro (regido ou subordinado). Esta é a base fundamental de qualquer frase, pois é o que define seu sentido. A regência é estabelecida prin- cipalmente pela posição dos termos na frase ou oração, pelos conectivos (como as preposições "e", "de", "com", etc.) E pelos pronomes relativos (aquele, aquela, que, se, lhe, etc.). São de fundamental importância as regências por preposições. O termo (regido) subordinado por uma preposição atua como complemento ou adjunto a uma palavra anterior (regente). Exemplos: - deu um presente ao amigo. Neste caso, "ao" é a junção da preposição "a" com o artigo definido masculino, "o", e a palavra "amigo" tem a função de complemento de destinação, sendo, portanto, um objeto indireto. - ele falou de você a mim. Neste exemplo, "ti" e "maria" estão subordinados respectivamente às preposições "de" e "a". "ti" é um complemento de referência e "maria" é um complemento de destinação. Há também os complementos de lugar: Eu vim de vitória. João foi à cidade. Pedro foi à casa de maria. O que é "concordância"? A concordância é um princípio pelo qual certos termos determinantes ou dependentes se adaptam às categorias gramaticais de outros, determinados ou principais. Pode ser nominal ou verbal. É uma concordância nominal quando o substantivo vem acompanhado por um adjetivo. Suponhamos que o substantivo seja, por exemplo, "carro". À frente, acrescenta-se uma palavra complementar - por exemplo, "vermelho". Temos aí a concordân- cia nominal "carro vermelho", na qual "carro" é um substantivo e "vermelho" é uma palavra que, em muitos casos, é um substantivo, mas neste se transforma em adjetivo e tem a função de complemento nominal. A concordância é verbal quando a forma do verbo combina com o sujeito. Usemos como exemplo o verbo "trabalhar": "eu trabalho", "tu trabalhas", "joana trabalhou ontem", "eu trabalharei amanhã", etc. A regência é o campo da língua portuguesa que estuda as relações de concordância entre os verbos (ou nomes) e os termos que completam seu sentido. Ou seja, estuda a relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. A regência é necessário visto que algumas palavras da língua portuguesa (verbo ou nome) não pos- suem seu sentido completo. Observe o exemplo abaixo: CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Muitas crianças têm medo. (medo de quê?) Muitas crianças têm medo de fantasmas. Obs.: perceba que o nome pede complemento antecedido de preposição (“de” = preposição e “fantas- mas” = complemento). Importante: a regência estabelece uma relação entre um termo principal (termo regente) e o termo que lhe serve de complemento (termo regido) e possui dois tipos: regência nominal e regência verbal. Regência Nominal Regência nominal é quando um nome (substantivo, adjetivo) regente determina para o nome regido a necessidade do uso de uma preposição, ou seja, o vínculo entre o nome regente e o seu termo regido se estabelece por meio de uma preposição. Dica: a relação entre um nome regente e seu termo regido se estabelece sempre por meio de uma pre- posição. Exemplo: - os trabalhadores ficaram satisfeito com o acordo, que foi favorável a eles. Veja: "satisfeito" é o termo regente e "com o acordo" é o termo regido, "favorável" é o termo regente e "a eles" é o termo regido. Obs.: quando um pronome relativo (que, qual, cujo, etc.) É regido por um nome, deve-se introduzir, antes do relativo, a preposição que o nome exige. Exemplo: - a proposta a que éramos favoráveis não foi discutida na reunião. (quem é favorável, é favorável a alguma coisa/alguém) Regência nominal: principais casos (mais utilizados nas provas) Como vimos, quando o termo regente é um nome, temos a regência nominal. Então pra facilitar segue abaixo uma lista dos principais nomes que exigem preposições, existem no- mes que pedem o uso de uma só preposição, mas também existem nomes que exigem os uso de mais de uma preposição. Veja: Nomes que exigem o uso da preposição “a”: Acessível, acostumado, adaptado, adequado, afeição, agradável, alheio, alusão, análogo, anterior, apto, atento, atenção, avesso, benéfico, benefício, caro, compreensível, comum, contíguo, contrário, desacostumado desagradável, desatento, desfavorável, desrespeito, devoto, equivalente, estranho, fa- vorável, fiel, grato, habituado, hostil, horror, idêntico, imune, inacessível, indiferente, inerente, inferior, insensível, junto, leal, necessário, nocivo, obediente, odioso, ódio, ojeriza, oneroso, paralelo, peculiar, pernicioso, perpendicular, posterior, preferível, preferência, prejudicial, prestes, propenso, propício, pro- veitoso, próximo, rebelde, rente, respeito, semelhante, sensível, simpático, superior, traidor, último, útil, visível, vizinho... Nomes que exigem o uso da preposição “de”: Abrigado, amante, amigo ávido, capaz, certo, cheio, cheiro, comum, contemporâneo, convicto, cúm- plice, descendente, desejoso, despojado, destituído, devoto, diferente, difícil, doente, dotado, duro, êmulo, escasso, fácil, feliz, fértil, forte, fraco, imbuído, impossível, incapaz, indigno, inimigo, inocente, inseparável, isento, junto, livre, longe, louco, maior, medo, menor, natural, orgulhoso, passível, piedade, possível, prodígio, próprio, querido, rico, seguro, sujo, suspeito, temeroso, vazio... Nomes Que Exigem a Preposição “Sobre”: CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Opinião, discurso, discussão, dúvida, insistência, influência, informação, preponderante, proeminência, triunfo, Nomes Que Exigem a Preposição “Com”: Acostumado, afável, amoroso, analogia, aparentado, compatível, cuidadoso, descontente, generoso, impaciente, impaciência, incompatível, ingrato, intolerante, mal, misericordioso, obsequioso, ocupado, parecido, relacionado, satisfeito, severo, solícito, triste... Nomes Que Exigem a Preposição "Em": Abundante, atento, bacharel, constante, doutor, entendido, erudito, fecundo, firme, hábil, incansável, incessante, inconstante, indeciso, infatigável, lento, morador, negligente, perito, pertinaz, prático, resi- dente, sábio, sito, versado... Nomes Que Exigem a Preposição "Contra": Atentado, blasfêmia, combate, conspiração, declaração, luta, fúria, impotência, litígio, protesto, recla- mação, representação... Nomes que exigem a preposição "para": Mau, próprio, odioso, útil... Regência Verbal Dizemos que regência verbal é a maneira como o verbo (termo regente) se relaciona com seus com- plementos (termo regido). Nas relações de regência verbal, o vínculo entre o verbo e seu termo regido (complemento verbal) pode ser dar com ou sem a presença de preposição. Exemplo: - nós assistimos ao último jogo da copa. Veja: "assistimos" é o termo regente, "ao" é a preposição e "último jogo" é o termo regido. No entanto estudar a regência verbal requer que tenhamos conhecimentos anteriores a respeito do verbo e seus complementos, conhecer a transitividade verbal. Basicamente precisamos saber que: Um verbo pode ter sentido completo, sem necessitar de complementos. São os verbos intransitivos. Há verbos que não possuem sentido completo, necessitam de complemento. São os verbos transitivos. Exemplos: - transitivo direto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto direto (complemento sem preposição). Exemplo: a avó carinhosa agrada a netinha. "agrada" é verbo transitivo direto e "a netinha" e o objeto direto. - Transitivo indireto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto indireto (complemento com preposição). Exemplo: ninguém confia em estranhos. "confia" é verbo transitivo indireto, "em" é a preposição e "estranhos" é o objeto indireto. - Transitivo direto e indireto: quando seu sentido e completa com os dois objetos (direto e indireto). Exemplo: devolvi o livro ao vendedor. "devolvi" é verbo transitivo direto e indireto, "o livro" é objeto di- reto e "vendedor" é objeto indireto. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A regência e o contexto (a situação de uso) A regência de um verbo está ligada a situação de uso da língua. Determinada regência de um verbo pode ser adequada em um contexto e ser inadequada em outro. Quando um ser humano irá a marte? Quando um ser humano irá em marte? Em contextos formais, deve-se empregar a frase 1, porque a variedade padrão, o verbo “ir” rege pre- posição a. Na linguagem coloquial (no cotidiano), é possível usar a frase 2. Regência de alguns verbos Para estudarmos a regência dos verbos, devemos dividi-los em dois grupos: O primeiro, dos verbos que apresentam uma determinada regência na variedade padrão e outra regên- cia na variedade coloquial; 2- e o segundo dos verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de uma regência. Primeiro grupo - verbos que apresentam uma regência na variedade padrão e outra na variedade co- loquial: Verbo Assistir - Sentido: “auxiliar”, “caber, pertencer” e “ver, presenciar, atuar como expectador”. É nesse último sen- tido que ele é usado. - Variedade padrão (exemplos): ele não assiste a filme de violência; pela tv, assistimos à premiação dos atletas olímpicos. Assistir com significado de ver, presenciar: é verbo transitivo indireto (vti), apre- senta objeto indireto iniciado pela preposição a. Quem assiste, assiste a (alguma coisa). - Variedade coloquial (exemplos): ela não assiste filmes de violência. Assistir com significado de ver, presenciar: é verbo transitivo direto (vtd); apresenta objeto direto. Assistir (alguma coisa) Verbo Ir e Chegar - Variedade padrão (exemplos): no domingo, nós iremos a uma festa; o prefeito foi à capital falar com o governador; os funcionários chegam bem cedo ao escritório. Apresentam a preposição a iniciando o adjunto adverbial de lugar: ir a (algum lugar), chegar a (algum lugar) - Variedade coloquial (exemplos): no domingo, nós iremos em uma festa; os funcionários chegam bem cedo no escritório. Apresentam a preposição em iniciando o adjunto adverbial de lugar: ir em (algum lugar), chegar em (algum lugar) Verbo Obedecer/Desobedecer - Variedade padrão (exemplos): a maioria dos sócios do clube obedecem ao regulamento; quem deso- bedece às leis de trânsito deve ser punido. São vti; exigem objeto indireto iniciado pela preposição a. Obedecer a (alguém/alguma coisa), desobedecer a (alguém/alguma coisa) - Variedade coloquial (exemplos): a maioria dos sócios do clube obedecem o regulamento; quem de- sobedece as leis de trânsito deve ser punido. São transitivos direto (vtd); apresentam objeto sem pre- posição inicial. Obedecer (alguém/alguma coisa), desobedecer (alguém/alguma coisa) Verbo Pagar e Perdoar - Sentido: obs.: se o objeto for coisa (e não pessoa), ambos são transitivos direto, tanto na variedade padrão, como na coloquial. Exemplo: você não pagou o aluguel. O verbo pagar também é empregado com transitivo direto e indireto. (pagar alguma coisa para alguém) a empresa pagava excelentes salá- rios a seus funcionários. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR - Variedade padrão (exemplos): a empresa não paga aos funcionários faz dois meses; é ato de nobreza perdoar a um amigo. São vti quando o objeto é gente; exigem preposição a iniciando o objeto indireto. Pagar a (alguém), perdoar a (alguém) - Variedade coloquial (exemplos): a empresa não paga os funcionários faz dois meses; é um ato de nobreza perdoar um amigo. São vtd, apresentam objeto sem preposição (objeto direto): pagar (alguém), perdoar (alguém) Verbo Preferir - Variedade padrão (exemplos): os brasileiros preferem futebol ao vôlei; você preferiu trabalhar a estu- dar. Prefiro silêncio à agitação da cidade. É vtdi; exige dois objetos: um direto outro indireto (iniciado pela preposição a. Preferir (alguma coisa) a (outra) - Variedade coloquial (exemplos): os brasileiros preferem mais o futebol que o vôlei; você preferiu (mais) trabalhar que estudar; prefiro (muito mais) silêncio do que a agitação da cidade. É empregado com expressões comparativas (“mais...que”, “muito mais ...que”, “do que”, etc.). Preferir (mais) (uma coisa) do que (outra). Verbo Visar - Sentido: o emprego mais usual do verbo “visar” é no sentido de “objetivar, ter como meta”. - Variedade padrão (exemplos): todo artista visa ao sucesso; suas pesquisas visavam à criação de novos remédios. É vti, com preposição a iniciando o objeto indireto. Visar a (alguma coisa) - Variedade coloquial (exemplos): todo artista visa o sucesso; suas pesquisas visavam a criação de novos remédios. É vtd, apresenta objeto sem preposição (objeto direto). Visar (alguma coisa) Segundo grupo - verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de uma regência (dependendo do sentido/significado em que são empregados: Verbo Aspirar - Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (sugar/respirar) verbo transitivo indireto (pretender) - Exemplos: sentiu fortes dores quando aspirou o gás. O ex-governador aspirava ao cargo de presi- dente. Verbo Assistir - Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (ajudar); verbo transitivo indireto (ver); verbo transitivo indireto (pertencer) - Exemplos: rapidamente os paramédicos assistiram os feridos. Você assistiu ao filme? O direito de votar assisti a todo cidadão. Verbo Informar - Transitividade (sentido): verbo transitivo direto e indireto (passar informação) - exemplos: algumas rádios informam as condições das estradas aos motoristas. Algumas rádios infor- mam os motoristas das condições das estradas Verbo Querer - Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (desejar); verbo transitivo indireto (amar/gostar) - Exemplos: todos queremos um brasil menos desigual. Isabela queria muito aos avós. Verbo Visar CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR - Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (mirar); verbo transitivo direto (pôr visto); verbo transi- tivo indireto (objetivar) - Exemplos: o atacante, ao chutar a falta, visou o ângulo do gol. Por favor, vise todas as páginas do documento. Esta fazenda visa à produção de alimentos orgânicos. Observações: O verbo aspirar, como outros transitivos indiretos, não admite os pronomes lhe/lhes como objeto. De- vem ser substituídos por a ele (s) /a ela (s). Ex.: o diploma universitário é importante; todo jovem devem aspirar a ele. No sentido de “ver presenciar”, o verbo assistir não admite lhe (s) como objeto, essas formas devem ser substituídas por ele (s) ela (s). Ex.: o show de abertura das olimpíadas foi muito bonito; você assistiu a ele? No sentido de “objetivar, ter como meta”, o verbo visar (td) não admite como objeto a forma lhe/lhes, que devem ser substituídas por a ele (s) a ela (s). Ex: o título de campeão rende uma fortuna ao time vencedor, por isso todos os clubes visam a ele persistentemente. Existem outros verbos que, na variedade padrão, apresentam a mesma regência do verbo informar. São eles: avisar, prevenir, notificar, cientificar. Dicas gerais sobre regência verbal e nominal para fixação: ‣ alguns nomes ou verbos da língua portuguesa não tem sentido completo. ‣ na regência nominal, a relação entre um nome regente e seu termo regido se estabelece sempre por meio de uma preposição. ‣ na regência verbal, temos que conhecer a transitividade dos verbos, ou seja, se é direta (vtd-verbo transitivo direto), se é indireta (vti- verbo transitivo indireto) ou se é, ao mesmo tempo, direta e indireta (vtdi- verbo transitivo direto e indireto). ‣ observe sempre os verbos que mudam de regência ao mudar de sentido, como visar, assistir, aspi- rar, agradar, implicar, proceder, querer, servir e outros. ‣ não se pode atribuir um mesmo complemento a verbos de regências distintas. Por exemplo: o verbo assistir no sentido de “ver”, requer a preposição a e o verbo gostar, requer a preposição de. Não po- demos, segundo a gramatica, construir frases como: “assistimos e gostamos do jogo. ”, temos que dar a cada verbo o complemento adequado, logo, a construção correta é “assistimos ao jogo e gosta- mos dele. ” ‣ o conhecimento das preposições e de seu uso é fator importante no estudo e emprego da regência (nominal, verbal) correta, pois elas são capazes de mudar totalmente o sentido do que for dito. Ex.: as novas medidas escolares vão de encontro aos anseios dos alunos. Os alunos da 3ª série foram ao encontro da nova turma. ‣ pronomes oblíquos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal. ‣ pronomes relativos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal. Silepse A palavra “silepse” é originária do grego sýllepsis, que significa “ação de reunir”, “ação de tomar em conjunto”, também pode ser entendida como a ação de compreender. Ou seja, a silepse é a figura de sintaxe que consiste em uma concordância não fundamentada nas regras gramaticais da língua, e sim com uma concordância ideológica dos sentidos que as palavras expressam, ou ainda com o sentido que as relações entre elas revelam. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Conforme a concepção do termo, silepse referia-se somente à concordância de número. Contudo, como a língua configura-se como um organismo vivo, as variações linguísticas a colocam em processos de transformação, e agregaram outras formas de construção sintática com as concordâncias de gênero e pessoa. Em resumo, a silepse abarca praticamente todo o campo da concordância, tomando como princípio o aspecto ideológico da língua, e não a perspectiva gramatical. Silepse de Número A silepse de número pode ocorrer com todo substantivo singular compreendido como plural, pelo fa- lante, e, em particular, com os coletivos dos nomes. A incidência desta silepse aumenta à medida que o verbo se distancia do sujeito coletivo. É mais recorrente quando o coletivo está elíptico (subentendido) na oração, assim: A população manifestou-se contrária as mudanças políticas, foram às ruas e entoavam o hino nacional. Após acidente de carro, a família saiu do hospital, estão bons. Quando o sujeito de uma oração é um dos pronomes “nós” ou “vós” referindo-se a uma só pessoa, e os adjetivos ou particípios a que eles estão ligados permanecem no singular, ocorre silepse de número, da seguinte forma: Impulsionado por um cenário político de complexo entendimento, nossos esforços neste estudo volta- ram-se à análise dos diferentes contextos dos estados brasileiros. Oferecemos cuidados aos graduan- dos em sociologia um completo manual, com o envolvimento de todos. Silepse de Gênero Os termos utilizados como forma de tratamento “vossa majestade”, “vossa excelência”, “vossa senho- ria”, e similares a esses, apresentam-se sob o gênero feminino, porém são usadas com regularidade para pessoas do sexo masculino. Neste caso, quando funciona como predicativo, o adjetivo que a elas se refere vai sempre para o masculino, quando deveria concordar com a forma de tratamento e não com a pessoa a quem a expressão está-se referindo: Por exemplo, quando um juiz é um homem e usa-se a expressão “vossa excelência”, mas completa-se a oração com palavras no masculino. Vossa excelência é muito justo, cumpre com as normas e as leis. Silepse de Pessoa Quando a pessoa do discurso se inclui num sujeito enunciado na terceira pessoa do plural, o verbo pode ir para a primeira pessoa do plural, exemplo: “esquece esse problema, que ainda havemos de ser realizados os dois, com a nossa família e trabalho". Quando o sujeito expresso na terceira pessoa do plural abrange a pessoa a quem o falante se dirige, é lícito usarmos a segunda pessoa do plural. Exemplo: "todos falais em me julgar e condenar". No português popular europeu, brasileiro e de países africanos de língua portuguesa, é comum a pa- lavra “gente” transpor o verbo para a primeira pessoa do plural. Exemplo: "a gente necessita realizar uma tarefa bem elaborada para verem que somos grandiosos". Observação: para alguns gramáticos essa variação da língua se constitui como um desvio da regra, e não como uma elipse. Outra aplicação do termo "silepse" Em estudos da narrativa, também conhecido por narratologia, o termo “silepse” é usado para conceituar o processo de sintetizar o discurso, apresentando de um modo reduzido vários eventos associáveis através de um recurso qualquer de aproximação temporal, espacial, temático. A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção). Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa forma, ela não obedece às regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância ideológica. Além da silepse, outras figuras de sintaxe são: elipse, zeugma, hipérbato, assíndeto, polissíndeto, aná- fora, anacoluto e pleonasmo. Classificação Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em: Silepse de gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino); Silepse de número: quando há discordância entre o singular e o plural; Silepse de pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo, que surge na primeira pessoa do plural. Exemplos Para compreender melhor, confira abaixo exemplos de silepse: Silepse de gênero: a velha são paulo cresce a cada dia. Silepse de número: o povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas. Silepse de pessoa: todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso. No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculinos (são paulo) e feminino (velha). No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e gritavam (plural). No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado- res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural). Exercícios Indique qual tipo de silepse aparece nas frases abaixo: O brasileiro, somos felizes. B) rio de janeiro é divertida. C) o público chegou e começaram a festejar. D) são paulo é violenta. E) todos preferimos o antigo prefeito. A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa. Silepse de Gênero Os gêneros são masculinos e femininos. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: A bonita porto velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo porto velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de porto velho). 2) vossa excelência está preocupado. Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é mascu- lino, e não com o termo vossa excelência. CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Silepse de Número Os números são singulares e plurais. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não con- corda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de salvador. Como vai a turma? Estão bem? O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram, estão e gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissão, turma e povo, respectivamente), mas com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural. Silepse de Pessoa Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos: O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. "dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (machado de assis) Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas). Silepse de pessoa A silepse de pessoa ocorre quando o verbo da frase não faz a concordância esperada com o sujeito expresso, e sim com um sujeito oculto na sentença. Exemplo de silepse de pessoa: "nos anos 80, os brasileiros tínhamos receio de investir no mercado". O tínhamos está na primeira pessoa do plural, concordando com a ideia de um "nós" oculto, enqua- drando o autor da frase entre "nós, os brasileiros". Enquanto que a escrita padrão seria "tinham", na terceira pessoa do plural. Silepse de Gênero A silepse de gênero ocorre quando há diferença entre o emprego do feminino e do masculino nos adjetivos relacionados ao sujeito. Exemplo de silepse de gênero: "ele contava os dias para chegar à sua amada belo horizonte". Sua amada está no feminino e concorda com "a cidade de belo horizonte", enquanto poderia ser "seu amado belo horizonte", já que o termo "belo horizonte" seria masculino. Silepse de número A silepse de número acontece quando o verbo concorda com o sujeito oculto no singular ou plural, mas que é diferente do sujeito que consta na frase. Exemplo de silepse de pessoa: "a fome chegou ao grupo e atacaram logo o buffet". CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O grupo é singular e a concordância seria "o grupo atacou", mas como se trata de uma coletividade poderia ter o termo "todos" que requer o uso do plural "atacamos". _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ CRASE 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Crase A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a veri- ficar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe: Vou a a igreja. Vou à igreja. No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos: Conheço a aluna. Refiro-me à aluna. No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposi- ção e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados. Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demons- trativo "a" (s) após uma preposição "a": 1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a for- ma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Veja os exemplos: Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna. 2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase. Veja os exemplos: - Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna. - Começou a brigar. - Cansou de brigar. - Insiste em brigar. - Foi punido por brigar. - Optou por brigar. Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois. Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre: - Diante de substantivos masculinos: Andamos a cavalo. Fomos a pé. CRASE 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Passou a camisa a ferro. Fazer o exercício a lápis. Compramos os móveis a prazo. Assisitimos a espetáculos magníficos. - Diante de verbos no infinitivo: A criança começou a falar. Ela não tem nada a dizer. Estavam a correr pelo parque. Estou disposto a ajudar. Continuamos a observar as plantas. Voltamos a contemplar o céu. Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase. - Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das for- mas senhora, senhorita e dona: Diga a ela que não estarei em casa amanhã. Entreguei a todos os documentos necessários. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos. Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho. Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo. Isso não interessa a nenhum de nós. Aonde você pretende ir a esta hora? Agradeci a ele, a quem tudo devo. Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo: Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.) - Diante de numerais cardinais: Chegou a duzentos o número de feridos. Daqui a uma semana começa o campeonato. Casos em que a crase SEMPRE ocorre: - Diante de palavras femininas: Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Sempre vamos à praia no verão. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. Sou grata à população. Fumar é prejudicial à saúde. Este aparelho é posterior à invenção do telefone. - Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique subentendida): O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. Usava sapatos à (moda de) Luís XV. O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. - Na indicação de horas: CRASE 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Acordei às sete horas da manhã. Elas chegaram às dez horas. Foram dormir à meia-noite. Ele saiu às duas horas. Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa. Por exemplo: Dormiram até as/às 14 horas. - Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por exemplo: à tarde às ocultas às pressas à medida que à noite às claras às escondidas à força à vontade à beça à larga à escuta às avessas à revelia à exceção de à imitação de à esquerda às turras às vezes à chave à direita à procura à deriva à toa à luz à sombra de à frente de à proporção que à semelhança de às ordens à beira de Crase Diante de Nomes de Lugar Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o arti- go, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contra- ção "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo: Vou à França. (Vim da França. Estou na França.) Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.) Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.) Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.) ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja: Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. Irei à Salvador de Jorge Amado. Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo: Refiro-me a aquele atentado. Preposição Pronome Refiro-me àquele atentado. CRASE 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo: Aluguei aquela casa. O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros exemplos: Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho. Quero agradecer àqueles que me socorreram. Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai. Não obedecerei àquele sujeito. Assisti àquele filme três vezes. Espero aquele rapaz. Fiz aquilo que você disse. Comprei aquela caneta. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculi- no. Por exemplo: A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase. Veja outros exemplos: São normas às quais todos os alunos devem obedecer. Esta foi a conclusão à qual ele chegou. Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões. A sessão à qual assisti estava vazia. Crase com o Pronome Demonstrativo "a" A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela substitui- ção do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja: Minha revolta é ligada à do meu país. Meu luto é ligado ao do meu país. As orações são semelhantes às de antes. Os exemplos são semelhantes aos de antes. Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa. Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa. Suas perguntas são superiores às dele. Seus argumentos são superiores aos dele. Sua blusa é idêntica à de minha colega. Seu casaco é idêntico ao de minha colega. A Palavra Distância Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.) Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.) Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo: CRASE 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Os militares ficaram a distância. Gostava de fotografar a distância. Ensinou a distância. Dizem que aquele médico cura a distância. Reconheci o menino a distância. Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja: Gostava de fotografar à distância. Ensinou à distância. Dizem que aquele médico cura à distância. Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA - Diante de nomes próprios femininos: Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas: Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. Contei a Laura o que havia ocorrido na noite pas- sada. Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite pas- sada. Contei à Laura o que havia ocorrido na noite pas- sada. Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada. - Diante de pronome possessivo feminino: Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é faculta- tivo o uso do artigo. Observe: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você. A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você. Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então pode- mos escrever as frases abaixo das seguintes formas: Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele. CRASE 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele. - Depois da preposição até: Fui até a praia. ou Fui até à praia. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde. __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Paralelismo Sintático e Paralelismo Semântico Notadamente, a construção textual é concebida como um procedimento dotado de grande complexi- dade, haja vista que o fato de as ideias emergirem com uma certa facilidade não significa transpô-las para o papel sem a devida ordenação. Tal complexidade nos remete à noção das competências ine- rentes ao emissor diante da elaboração do discurso, dada a necessidade de este se perfazer pela clareza e precisão. Infere-se, portanto, que as competências estão relacionadas aos conhecimentos que o usuário tem dos fatos linguísticos, aplicando-os de acordo com o objetivo pretendido pela enunciação. De modo mais claro, ressaltamos a importância da estrutura discursiva se pautar pela pontuação, concordância, coe- rência, coesão e demais requisitos necessários à objetividade retratada pela mensagem. Atendo-nos de forma específica aos inúmeros aspectos que norteiam os já citados fatos linguísticos, ressaltamos determinados recursos cuja função se atribui por conferirem estilo à construção textual – o paralelismo sintático e semântico. Caracterizam-se pelas relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou orações) e semântica (quando há corres- pondência de sentido entre os termos). Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que houve a quebra destes recur- sos, tornando-se imperceptíveis aos olhos de quem a produz, interferindo de forma negativa na textu- alidade como um todo. Como podemos conferir por meio dos seguintes casos: Durante as Quartas-De-Final, o Time do Brasil vai Enfrentar a Holanda. Constatamos a falta de paralelismo semântico, ao analisarmos que o time brasileiro não enfrentará o país, e sim a seleção que o representa. Reestruturando a oração, obteríamos: Durante as Quartas-De-Final, o Time do Brasil vai Enfrentar a Seleção da Holanda. Se eles comparecessem à reunião, ficaremos muito agradecidos. Eis que estamos diante de um corriqueiro procedimento linguístico, embora considerado incorreto, so- bretudo, pela incoerência conferida pelos tempos verbais (comparecessem/ficaremos). O contrário acontece se disséssemos: Se eles comparecessem à reunião, ficaríamos muito agradecidos. Ambos relacionados à mesma ideia, denotando uma incerteza quanto à ação. Ampliando a noção sobre a correta utilização destes recursos, analisemos alguns casos em que eles se aplicam: Não Só... Mas (Como) Também: A Violência não só Aumentou nos Grandes Centros Urbanos, mas Também no Interior. Percebemos que tal construção confere-nos a ideia de adição em comparar ambas as situações em que a violência se manifesta. Quanto Mais... (Tanto) Mais: Atualmente, Quanto Mais se Aperfeiçoa o Profissionalismo, Mais Chances Tem de se Progredir. Ao nos atermos à noção de progressão, podemos identificar a construção paralelística. Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: A Cordialidade é Uma Virtude Aplicável em Quaisquer Circunstâncias, Seja no Ambiente Familiar, Seja no Trabalho. Confere-se a aplicabilidade do recurso mediante a ideia de alternância. Tanto... Quanto: PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR As Exigências Burocráticas são as Mesmas, Tanto Para os Veteranos, Quanto Para os Calouros. Mediante a ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a estrutura paralelística. Não... E não/nem: Não Poderemos Contar com o Auxílio de Ninguém, nem dos Alunos, Nem dos Funcionários da Secre- taria. Recurso este empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa. Por um lado... Por outro: Se por Um Lado, a Desistência da Viagem Implicou Economia, por Outro, Desagradou aos Filhos Que Estavam no Período de Férias. O paralelismo efetivou-se em virtude da referência a aspectos negativos e positivos relacionados a um determinado fato. Tempos verbais: Se a Maioria Colaborasse, Haveria mais Organização. Como dito anteriormente, houve a concordância de sentido proferida pelos verbos e seus respectivos tempos. Paralelismo Gramatical 1. Paralelismo Gramatical Sentencial e Paralelismo Gramatical Textual Na fala ou na escrita, a ocorrência de paralelismo dá-se pela retomada de estruturas nos níveis fono- lógico, lexical, morfossintático e semântico. O princípio de paralelismo gramatical, objeto de estudo deste trabalho, consiste na repetição de estruturas morfossintáticas numa sentença ou num texto, ou seja, o princípio de paralelismo gramatical induz haver relações de equivalência entre pontos de uma sequência verbal (ADAM, 2008). Vejamos: Ele acordou, desceu as escadas, comeu rapidamente e varreu a casa. Ele deseja um doce, mas ela quer uma fruta. Na oração (1), há uma breve narrativa de atividades que um indivíduo realizou durante determinado tempo. Como essas atividades ocorreram sucessivamente, ou seja, há uma equivalência entre as ações realizadas pelo indivíduo, os verbos foram todos conjugados no mesmo tempo-modo: pretérito perfeito do modo indicativo. Na oração (2), temos idêntica estrutura sintática para ambos os períodos: Sintagma Nominal Sujeito (SN1) + Sintagma Verbal (SV) + Sintagma Nominal Complemento (SN2), ou seja, há um argumento experienciador (SN1) e um tema (SN2) para cada SV, conjugados no mesmo tempo-modo – presente do indicativo. Em ambas as orações, o paralelismo gramatical ocorre a partir de sentenças compostas por dois ou mais períodos, sendo (1) um caso de paralelismo morfológico e (2) um caso de paralelismo sintático. Diferentemente, na oração (3), abaixo, o paralelismo é gerado apenas pelo sintagma nominal, ou seja, pelo sujeito composto da sentença formado por entre pares correlatos tanto a filha quanto o pai, sendo esse sujeito predicado pelo verbo sofreram – sintagma verbal que, ainda, contém um adjunto causal (com o divórcio). Tanto a Filha Quanto o Pai Sofreram com o Divórcio. Os exemplos (1), (2) e (3) abordaram apenas a presença de paralelismo gramatical em sentenças complexas – duas coordenadas e uma correlata. Entretanto, como já dito, o paralelismo gramatical acontece, também, no texto, conforme o exemplo extraído de Cunha e Cintra (2008, p. 621): O cha- mado é tão longo, não comporta lágrimas / O caminho é tão longo, não chegarias nunca. Os versos, de Emílio Moura, são constituídos por duas orações subordinadas adverbiais consecutivas cuja con- junção que está elidida. Nesse caso, o paralelismo gramatical advém da repetição da oração o caminho PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR é tão longo e, sobretudo, pela repetição da estrutura sintática da oração que funciona como adjunto adverbial, sendo seus constituintes, com exceção da partícula negativa, preenchidos por diferentes itens lexicais: partícula negativa (não) + verbo + complemento verbal. Para fins didáticos, em alguns momentos deste trabalho, utilizaremos o termo paralelismo gramatical sentencial para nos referirmos ao paralelismo nos constituintes de sentenças coordenadas, correlatas e/ou subordinadas e o termo paralelismo gramatical textual para nos referirmos ao paralelismo num sistema mais amplo de organização de sentenças, o texto. 1.1 Paralelismo Gramatical Sentencial, a Tradição Gramatical e as Gramáticas do Português Brasileiro Em Comunicação em Prosa Moderna, Othon Moacir Garcia (2010), ao tratar dos processos sintáticos de coordenação e de subordinação, sem esquecer-se de mencionar a correlação e a justaposição, traz para a tradição gramatical e para a linguística brasileira uma abordagem diferenciada no que diz res- peito ao estudo das sentenças coordenadas e correlatas. Em sua abordagem inicial sobre a coordena- ção, Garcia (2010) já evidencia sua inquietação quanto ao acionamento de paralelismo gramatical e de simetria de ideias (paralelismo semântico) na estrutura dessas sentenças: Na coordenação (...), que é um paralelismo de funções ou valores sintáticos idênticos, as orações se dizem da mesma natureza (ou categoria) e função, devem ter a mesma estrutura sintático-gramatical e se interligam por meio de conectivos chamados conjunções coordenativas. É, em essência, um pro- cesso de encadeamento de ideias. (op. Cit., p. 42) Após tratar da função dos conectivos na construção de paralelismos nas sentenças coordenadas e afirmar que não há paralelismos gramaticais, mas, sim, uma desigualdade de funções e valores sintá- ticos na subordinação, Garcia (2010) retoma sua análise sobre paralelismo, dessa vez, tanto nas sen- tenças coordenadas quanto nas sentenças correlatas, acrescentando, ainda, os conceitos de parale- lismo rítmico ou similicadência e de paralelismo semântico (sem restringir-se às sentenças coordena- das e correlatas, nesses casos), além de mencionar implicações didáticas e estilísticas para a ausência ou a ocorrência de paralelismos sintáticos no texto.3 Todavia, é nas sentenças coordenadas que Garcia (2010) busca força argumentativa para sua abordagem sobre paralelismo gramatical: Se coordenação é, como vimos, um processo de encadeamento de valores sintáticos idênticos, é justo presumir que quaisquer elementos da frase – sejam orações, sejam termos dela–, coordenados entre si, devam – em princípio, pelo menos – apresentar estrutura gramatical idêntica, pois (...) Não se podem coordenar frases que não comportem constituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: a ideias simi- lares devem corresponder forma verbal similar. Isso é o que se costuma chamar paralelismo ou simetria de construção. (op. Cit., p. 52-53) A tradição gramatical, em geral, e os linguistas aptos a descrever o português brasileiro não apresentam as mesmas preocupações de Othon M. Garcia ao abordar as sentenças coordenadas e as sentenças correlatas. Em sua gramática, por exemplo, Cunha e Cintra (2008) abordam a coordenação do ponto de vista da sua constituição (apresentam conectivos (coordenadas sindéticas) ou não (coordenadas assindéticas)) e da sua classificação (aditivas, alternativas, adversativas, conclusivas, explicativas), porém nada citam a respeito de paralelismos gramaticais. Contudo, nota-se que os exemplos de sen- tenças coordenadas apresentados pelos autores apresentam paralelismo gramatical (e semântico) es- tritos, conforme os exemplos: 1) A Grécia seduzia-o, mas Roma dominava-o (p. 610); 2) Insisti no ofe- recimento da madeira, e ele estremeceu. Nessa gramática, ainda, não é dado enfoque às orações correlatas. Por outra parte, gramáticas que descrevem o português brasileiro, tais como a de Ataliba de Castilho (2010) e de Mário Perini (2010), não versam explicitamente sobre o princípio de paralelismo gramatical nas sentenças coordenadas e correlatas.4 Castilho (2010) discute as relações simétricas das termina- ções flexionais dos sintagmas nominais (substantivo e adjetivo) e do verbo com o substantivo-sujeito nas sentenças coordenadas a partir da ideia de Apolônio Díscolo, que enquadra a concordância na tipologia das sentenças: orações coordenadas concordam, oração subordinadas não concordam.5 Nesse caso, extrapola-se o conceito de concordância gramatical, restrito aos verbos e aos nomes, para as sentenças. Quanto à correlação, Castilho (2010) debate a relação de simultaneidade e de gramaticalidade estabe- lecida pelos pares correlatos com os demais elementos da sentença, como os sintagmas nominais e PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR verbais, conforme os exemplos: 1) Você ou estuda ou trabalha (...) *Você estuda trabalha; 2) Seja o aluno, seja a aluna, ambos dão duro na universidade, *O aluno a a aluna, ambos dão duro na universidade (p. 386). Perini (2010), apesar de não mencionar a questão do paralelismo, presenteia-nos com exemplos em que o paralelismo gramatical incide não só na repetição de estruturas entre sentenças coordenadas, mas também entre sintagmas adjetivais e entre sintagmas preposicionais, exemplos ainda não forne- cidos neste trabalho. São eles, respectivamente: O Camilo é pobre mas muito esforçado; Esse ônibus passa em Vitória e em Guarapari e Eu vou fazer o serviço com ou sem a sua ajuda (p. 160). Para Garcia (2010), a ausência de paralelismo gramatical nos constituintes da sentença ou na formação de sentenças complexas, como a coordenação, pode não figurar um erro gramatical, pois, afinal, em nada afeta a concordância (verbal ou nominal), a regência e a colocação, além disso, alega que a índole da língua, muitas vezes, faz com que o paralelismo não seja necessário na sentença. Por outro lado, no texto, segundo autores da linguística textual, como Koch (2010) e Fávero (2009), a ausência de paralelismo gramatical prejudica a progressão textual, afetando os processos de coesão e de coe- rência textuais. Daí, podemos justificar: 1) a presença do paralelismo gramatical como uma norma fle- xível e, por isso, pouco abordada pela tradição gramatical e pelas gramáticas em geral (acostumadas a versarem, sobretudo, a sentença) e 2) a maior relevância dada pela linguística textual a esse fenô- meno linguístico. 1.2. Paralelismo Gramatical Textual e a Linguística Textual O princípio de paralelismo gramatical está inserido na linguística textual através do estudo dos proces- sos coesivos de construção do texto, notadamente em Koch (2010) e Fávero (2009).6 Em ambas auto- ras, o paralelismo gramatical, além de superficialmente abordado, é posto em uma das modalidades de coesão textual (distintas para cada autora): para Koch (2010), o paralelismo gramatical insere-se na modalidade sequencial de coesão textual, enquanto, para Fávero (2008), o paralelismo gramatical in- sere-se na modalidade recorrencial de coesão textual. Koch (2010) divide a coesão sequencial em dois processos: sequenciação frástica e sequenciação parafrástica. O primeiro processo acontece quando não há recorrência estrita de termos e o segundo processo, por outro lado, acontece quando há recorrência de termos. Como exemplos de sequenciação parafrástica, Koch (2010) trata, entre outros, da recorrência de termos em nível lexical (E o trem corria, corria, corria... (p.55)), da recorrência de conteúdos semânticos, denominada paráfrase, que consiste em ajustamento, reformulação, desenvolvimento, síntese ou previsão maior do sentido primeiro através da inserção de certas expressões linguísticas (isto é, ou seja, quer dizer, ou melhor, em outras palavras, em síntese, em resumo (p. 56)) e a recorrência de estruturas sintáticas, ou seja, o paralelismo grama- tical. Koch (2010) adota, portanto, a definição canônica de que o paralelismo gramatical ocorre por meio da recorrência de estruturas em um texto com o preenchimento de itens lexicais distintos, dando como exemplo o poema de Gonçalves Dias (p. 56): Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas têm mais flores Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores. Por seu turno, para Fávero (2009), a coesão recorrencial advém da retomada de estruturas no texto, na qual se insere o paralelismo gramatical. Fávero (2009) distingue a coesão recorrencial da reiteração, a qual se integra na perspectiva de coesão referencial proposta pela autora, afirmando que a primeira retoma estruturas no intuito de informar que o texto progride e a segunda faz saber que a informação ali exposta já é conhecida. Conforme Fávero (2009), a reiteração dá-se, por exemplo, por repetição de item lexical (O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. Da casa não sobrara nada (p.23)) e por sinonímia (A criança caiu e chorou. Também o menino não fica quieto (p.24)). Quanto ao paralelismo gramatical, Fávero (2009) baseia-se, também, na concepção canônica de que ele surge com a reutilização de estruturas, mas com conteúdos distintos. Entretanto, Fávero (2009) não descarta a recorrência de termos do mesmo campo lexical para a construção de paralelismo no texto e utiliza o poema “Ode triunfal”, de Fernando Pessoa, como exemplo (p. 28): Eia! Eia! Eia! PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria! Eia telegrafia sem fios, simpatia metálica do Inconsciente! Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez! Eia todo o passado dentro do presente! Eia todo o futuro já dentro de nós! Eia! Eia! Eia! Eia! Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita! Eia! Eia! Eia-hô-ô-ô! Nem sei que existo para dentro. Giro rodeio, engenho-me! Em suma, é evidente que, para as autoras, Koch (2010) e Fávero (2009), o paralelismo gramatical diz respeito a um efeito de estilo empregado pelo autor de um texto que, a partir da repetição de estruturas fonêmicas, morfológicas e sintáticas com itens lexicais distintos (ou não), fornece ao seu leitor subsídios para melhor compreendê-lo, bem como obedece a exigências de construções textuais referentes à coesão e, consequentemente, à coerência. Ressalta-se que a coesão textual é canonicamente conhecida por estabelecer nexos entre as diversas partes de um texto a partir de unidades linguísticas referenciais, sequenciais e recorrenciais. Por sua vez, a coerência textual é a unidade de sentido resultante da conexão entre as diversas partes de um texto. Apesar de não apresentar linearidade estrita, devido à ausência de unidades linguísticas referen- ciais, sequenciais e recorrenciais, a coerência integra a linearidade do texto ao dar a ele uma unidade de sentido (cf. BECHARA, 2004a; KOCH & TRAVAGLIA, 2011). Algumas pesquisas linguísticas sobre paralelismo gramatical na fala e na escrita Os trabalhos de linguistas que investigam (ou investigaram) o paralelismo gramatical encontrados em nossa pesquisa bibliográfica dividem-se entre aqueles que abordam o tema a partir da linguística textual (Silva, 1999; Marcuschi, 2002), orientados por uma visão funcionalista da linguagem, e aqueles que versam a partir de uma visão da norma gramatical (Cunha & Brito, 2002). Vejamos uma breve síntese do que cada um desses autores realizou. Paralelismo Gramatical: da Fala Para a Escrita Em seu trabalho, Silva (1999) discorre, numa perspectiva textual, sobre a ocorrência de paralelismos gramaticais em narrativas de estudantes de ensino médio na cidade de Brasília. Silva (1999) considera o fenômeno de paralelismo gramatical um processo discursivo que pode advir dos processos linguísti- cos de gramaticalização e trata desse fenômeno de acordo com a teoria funcionalista, ou seja, aborda os paralelismos gramaticais como formas e estruturas que emergem do uso espontâneo da língua. A partir do corpus apresentado, Silva (1999) assevera que certos paralelismos gramaticais indicam um processo de transformação, cujo foco de direção tende a evoluir no sentido do menos específico para o mais específico e do emotivo e interpessoal para o textual (p. 72). Assim, vejamos dois exemplos do corpus da autora: Cantarei a história de uma bomba, uma mísera bomba que se tornou, ou quase se tornou uma catás- trofe: de pouco em pouco, de grão em grão, ou melhor: de pólvora em pólvora. (p. 72) Primeiro permanece a dúvida se estamos namorando ou não. Depois vêm as dúvidas “do mundo” - Será que ele gosta de mim? Será gosto dele? Será que ele vai me chifrar?... (p. 73) No trecho da narrativa (1), a autora considera a gradação nos paralelismos sintático e lexical das ex- pressões “de pouco em pouco”, “de grão em grão”, “de pólvora em pólvora”, como sendo responsável pela proeminência do último elemento (pólvora) na construção textual da narrativa. Isso sustenta sua argumentação de que o paralelismo gramatical no texto tende a evoluir no sentido do menos específico para o mais específico. Quanto ao trecho (2), a autora menciona o fato de ele apresentar características PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR da fala coloquial e em contrapartida elementos, como o travessão, da produção escrita. Isso quer dizer, o paralelismo gramatical nessa narrativa transporta o foco do plano emotivo e interpessoal para o plano textual. Esses exemplos corroboram a conclusão de Silva (1999) em seu artigo: o paralelismo gramatical é um dado que evidencia que o discurso oral e as práticas sociais de linguagem escrita têm uma interpene- trabilidade. Portanto, para a autora, as repetições de termos e estruturas, como se vê nas narrativas acima, devem ser estudadas e aceitas como recursos de textualização. Repetição e Paralelismo Gramatical na Fala: Organização Textual-Interativa Marcuschi (2002), em artigo do sexto volume da Gramática do Português Brasileiro do Projeto Gramá- tica do Português Falado, discute o paralelismo gramatical no português culto falado no Brasil a partir de alguns dos aspectos funcionais da repetição na organização textual-interativa – coesividade, com- preensão, continuidade tópica, argumentatividade e interatividade: No plano da textualização, a repetição atua com as funções básicas de coesividade (seqüenciação, referenciação, correção, expansão, parentetização, enquadramento). No plano discursivo, a repetição tem um número mais expressivo de funções e colabora para: compreensão (intensificação, esclareci- mento); continuidade tópica (amarração, introdução, reintrodução, delimitação); argumentatividade (re- afirmação, contraste, contestação); interatividade (monitoração da tomada de turno, ratificação do pa- pel do ouvinte, incorporação). (p. 117) Antes, entretanto, de discutir tais aspectos, Marcuschi (2002) assinala duas concepções de repetição e suas diferenças: a repetição de conteúdo e a repetição de elementos linguísticos. Para Marcuschi (2002), a repetição de conteúdo, sempre acompanhada de marcadores tais como repetindo, já disse, quer dizer, em suma (p. 106), diz respeito à paráfrase, enquanto a repetição de elementos linguísticos é uma estratégia de composição do texto De acordo com Marcuschi (2002), os dois diferentes tipos de repetições morfológicas referentes ao tempo verbal no texto acima (calculava, dava e desenhava; calculei, foi, processei e utilizei), por exem- plo, operam com a função de temporalização na composição da narrativa oral, estabelecendo, ainda, relações discursivas interessantes ao aspectualizarem a argumentação situada em tempos contrastan- tes, que diferenciam a natureza das ações praticadas (p. 111). É importante ressaltar que a repetição, conforme trata Marcuschi (2002), não é em si um paralelismo gramatical textual, entretanto, todo para- lelismo gramatical textual pode ser inserido no processo de repetição. Tipos de Ausência de Paralelismo Gramatical na Escrita Diferentemente dos autores acima, Cunha & Brito (2002), estudando os desvios da norma gramatical em redações escritas por vestibulandos, abordam o paralelismo gramatical a partir de sua ausência, isto é, a partir da assimetria de construções. O trabalho desses autores consiste em apontar os erros de paralelismo gramatical nas redações de vestibulandos e apresentar a correção devida para tais erros. Além disso, propõem categorizações para os tipos de ausência de paralelismo gramatical (p.163), conforme o quadro a seguir:7 Quadro 1 - Categorização de tipos de ausência de paralelismo sintático e exemplos, conforme proposta de Cunha & Brito (2002) PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Nota-se que, com exceção do tipo 4, todos os tipos de ausência de paralelismo sintático apontados pelos autores dizem respeito à sentença, sobretudo sentenças coordenadas e correlatas. Por outro lado, é possível resumirmos em quatro os fatores que impulsionaram a ausência de paralelismo sintá- tico nas construções acima exemplificadas: Os dois primeiros tipos de ausência de paralelismo gramatical dizem respeito à má construção de sen- tenças com pares correlatos, sendo a não similaridade (de natureza semântica), a omissão e a inade- quação dos pares correlatos (de natureza sintática) os fatores que levaram aos desvios dessas sen- tenças; Os tipos 3 e 7 já dizem respeito à ausência de paralelismo morfológico, ou seja, a ausência de equiva- lência na flexão de adjetivos e na flexão de verbos, respectivamente; O tipo 4 – que na perspectiva dessa monografia diz respeito ao texto e não à sentença – é de natureza sintática e advém da não similaridade na justaposição de duas sentenças coordenadas, conforme bem explicitam os autores; Os tipos 5 e 6 dizem respeito à elipse de item lexical (omissão de um verbo e de uma preposição, respectivamente) e, por fim, o tipo 8 diz respeito à ausência de paralelismo devido colocação pronomi- nal (visto que na fala utiliza-se a próclise, mas na escrita exige-se a ênclise). Ou seja, todos esses tipos de ausência de paralelismo gramatical dizem respeito à manifestação da fala na escrita. Segundo Koch (2006), a fala apresenta a seguintes características: é contextualizada, implícita, redun- dante, não planejada, fragmentada, incompleta, apresenta predominância do modus pragmático e de frases curtas, simples e coordenadas, é pouco elaborada, tem pouca densidade informacional, frequên- cia de passivas e nominalizações. Diferentemente da fala, a escrita baseia-se nas regras impostas pela gramática normativa e, portanto, conforme salienta Bechara (2004b), fundamenta-se em fatos reco- mendados como modelares da exemplaridade idiomática, ou seja, a gramática normativa recomenda como se deve (...) Escrever segundo o uso e a autoridade dos escritores corretos e dos gramáticos e dicionaristas esclarecidos (p. 52). Sentenças Coordenadas e Correlatas e o Princípio de Paralelismo Gramatical PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Sentença: Uma Breve Abordagem Como unidade da sintaxe, a sentença é estruturada por um verbo que se relaciona com o sujeito e seus complementos (Castilho, 2011). Em outras palavras, a sentença tem como núcleo o verbo e seus ar- gumentos – externo (sujeito) e interno (complementos). Vale ressaltar que os adjuntos, também, inte- gram a sentença, mas não são selecionados pelo verbo. Aqui, o termo sentença equivale aos termos frase, oração e período postulados pela Gramática Tradicional (doravante, GT). Bechara (2004b), por exemplo, define a sentença a partir da ideia de enunciado, isto é: a sentença é uma entonação com pausa inicial, sequência de unidades linguísticas sonoras e pausa final formadora de sentido completo, podendo ser tanto uma frase nominal como um período simples ou composto. Na escrita, a sentença, então, é marcada pelo emprego de letra inicial maiúscula, por uma sequência de unidades linguísticas gráficas e pelos sinais de pontuação, conforme a sentença: O galo-da-campina ergue a pouca escarlate fora do ninho (Bechara, 2004b, p. 406). Nessa abordagem sobre a sentença, notadamente, o verbo pode ou não estar presente. Quanto aos elementos constituintes da sentença, a GT, em geral e com algumas variáveis terminoló- gicas, costuma afirmar que a sentença é constituída pelos seguintes termos sintáticos: os termos es- senciais (sujeito e predicado (verbo e complemento)), os termos integrantes (complemento verbal (ob- jeto direito e objeto indireto), complemento nominal e agente da passiva) e os termos acessórios (ad- junto adverbial, adjunto adnominal e aposto). Ainda, segundo a GT, as sentenças interligam-se, em geral, em dois arranjos sintáticos universais: a coordenação e a subordinação. De um lado, para a GT, a independência de sentido e o desempenho das mesmas funções sintáticas de certa combinação de sentenças ou de constituintes de uma sentença é o que constitui a coordena- ção, podendo ser sindética (com a presença de conectivos) ou assindética (devido à ausência de co- nectivos), como, respectivamente, nos exemplos de Cunha & Cintra (2008): “Grécia seduzia-o, mas Roma dominava-o” (p. 610) e “As horas passam, os homens caem, a poesia fica.” (p. 607). Por outro lado, a dependência de uma sentença com outra para formar sentido completo e o fato de uma sen- tença exercer uma função sintática (sujeito, objeto, complemento nominal, etc.) Diante de outra é o que caracteriza as sentenças subordinadas, conforme o exemplo de Cunha & Cintra (2008, p. 608): Mole- que Nicanor arregalou os olhos e eu pensei que ia ouvir as pancadas do seu coração – as duas primei- ras sentenças são coordenadas e a sentença subordinada que ia ouvir as pancadas do seu coração funciona como objeto direto da sentença anterior. A Coordenação: Características Principais Numa abordagem linguística sobre a coordenação, Mateus et al. (2003) dizem que a coordenação caracteriza-se, principalmente, por apresentar núcleos ou constituintes plenamente expandidos, sintag- mas ou frases exercendo as mesmas funções sintáticas e semânticas (p. 551), ou seja, pela presença de paralelismos gramatical e semântico. Para diferenciar a coordenação da subordinação, Mateus et al. (2003) acrescentam que, além da fun- ção sintática, as sentenças subordinadas apresentam função temática (tema, adjunto de fim, de causa, de tempo, etc.), o que não ocorre com os elementos da coordenação. Ainda, os elementos da coorde- nação apresentam outra diferença quanto à subordinação: ausência de mobilidade frásica e não frá- sica, conforme os exemplos extraídos de Mateus et al. (2003, p. 553): Como se pode ver, as duas primeiras sentenças tornam-se agramaticais quando a segunda estrutura frásica (aa) ou não frásica (bb) é posta em posição anterior à primeira, o que não ocorre com a sentença PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR subordinada nos exemplos (c) e (cc). Mateus et al. (2003) alegam que os estudos da GT costumam manipular os dados e não considerar a conjunção da sentença coordenada como parte integrante do elemento ou da sentença que ele introduz na coordenação. Assim, em (aa) e (bb), pela GT, teríamos, respectivamente: Não foram de férias, mas partiram para Algarve e Muitos alunos, mas poucos profes- sores foram à reunião. Ou seja, sentenças gramaticais. Apesar de considerar a mobilidade frásica e não frásica como estatuto da coordenação, Mateus et al. (2003, p. 561) consideram a sentença a seguir como coordenada: O Luís anda cansado: deita-se tarde, levanta-se cedo, trabalha demasiado! Entretanto, essa sentença coordenada apresenta bastante mo- bilidade entre si, apesar da alteração semântica, como em: O Luís anda cansado: trabalha demasiado, levanta-se cedo, deita-se tarde! Diferentemente ocorreria se a conjunção e fosse utilizada nessa sen- tença e se fizermos o teste de mobilidade sintática aplicado nas sentenças (a), (b) e (c), como em “O Luís anda cansado: deita-se tarde, levanta-se cedo e trabalha demasiado” para “O Luís anda cansado: e trabalha demasiado, levanta-se cedo, deita-se tarde”. Segundo Mateus et al. (2003), as conjunções são o núcleo das sentenças coordenadas. Assim, de acordo com o valor semântico que expressam as conjunções, classificam as sentenças coordenadas em três classes tidas como principais: copulativas ou aditivas, disjuntivas ou alternativas e contrajunti- vas ou adversativas. Para Mateus et al. (2003), as conjunções copulativas ou aditivas sujeitam o valor semântico de adição, são elas: as conjunções e e nem e os pares correlatos não só... Mas também, não só... Como, tanto... Como. Já as conjunções disjuntivas ou alternativas sugerem uma escolha entre os elementos da coordenação, tendo a conjunção ou por excelência. Ademais, integram essa classe as conjunções correlativas ou... Ou, nem... Nem, ora... Ora, quer... Quer. Por fim, as conjunções con- trajuntivas ou adversativas contrapõem semanticamente os elementos coordenados, são elas: mas, senão, porém, todavia, contudo. Ainda, Mateus et al. (2003) classificam os nexos de coordenação de sentenças a partir de três classes de conectores: contrastivos, explicativos, conclusivos. Os conectores contrastivos caracterizam-se por contrastar dois constituintes da coordenação, são eles: porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. Já os conectores explicativos e conclusivos apresentam uma relação de efeito-causa e de causa-efeito, respectivamente, sendo que o primeiro constituinte produz o sentido de efeito e o segundo, de causa, quando a sentença for constituída por conectores explicativos, tais como: pois, que, porque, porquanto. Por outro lado, quando a sentença for constituída por conectores conclusivos, o sentido de causa é produzido pelo primeiro constituinte da coordenação, enquanto o segundo constituinte produz o sentido de efeito. São os conectores conclusivos: logo, pois (posposto)¸ assim, portanto, por isso, por conse- guinte, por consequência. Neste trabalho, só consideramos como sentenças coordenadas aquelas que apresentam conjunções. As sentenças complexas coordenadas que não apresentam conjunções são consideradas sentenças justapostas. Ainda, contrariando a perspectiva teórica de Mateus et al. (2003), não trataremos como sentenças coordenadas aquelas que apresentam pares correlatos introduzindo sintagmas ou verbos nas sentenças, conforme o exemplo a seguir: Tanto a Ana quanto o Miguel compraram alguns quadros desse pintor. Tal sentença será denominada de sentença correlata. Por que Justaposição e Correlação? Contestando grande parte dos estudos da tradição gramatical, Garcia (2010) reconhece, apesar de pouco discutir sobre elas, o estatuto das sentenças justapostas e correlatas, alegando que os estudos normativos brasileiros costumam tratar esses dois processos sintáticos como variantes dos outros dois, a coordenação e a subordinação, respectivamente. Sendo assim, vejamos: As horas passam, os homens caem, a poesia fica (Cunha & Cintra, 2008, p. 607). Tem mais samba no encontro que na espera (Chico Buarque). Para a GT, as sentenças acima seriam assim classificadas como: (1) coordenação assindética, pois as sentenças estão empregadas uma ao lado da outra sem a utilização de conectivos, e (2) subordinação adverbial comparativa, pois considera o termo que na espera como adjunto adverbial da sentença que o precede Tem mais samba no encontro, além disso, a conjunção que estabelece um elo comparativo do termo que o sucede com termo que o antecede. Entretanto, numa perspectiva teórica que abarque os quatros mecanismos sintáticos citados acima, isto é, a coordenação, a correlação, a justaposição e PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR a subordinação, tais sentenças seriam assim classificadas: (1) sentença justaposta e (2) sentença cor- relata comparativa. A ausência de conectivos na justaposição de sentenças em (1) permite que a mobilidade dos verbos e seus argumentos nessa sentença seja maior do que nas sentenças coordenadas propriamente ditas, como, por exemplo: (1a) Os homens caem, a poesia fica, as horas passam ou (1b) Passam as horas, caem os homens, fica a poesia, mas não em *Mas Roma dominava-o, Grécia seduzia-o. Vale ressaltar que o valor semântico do texto poético em (1) é alterado quando movimentados os seus constituintes em (1a) e em (1b), entretanto, essas sentenças não se tornam agramaticais como em *Mas Roma dominava-o, Grécia seduzia-o. A sentença (2), retirada de uma letra de música de Chico Buarque, é classificada pela GT como sen- tença subordinada adverbial comparativa, pois segundo a lógica gramatical o conectivo que estabelece uma comparação da sentença elidida que o sucede (tem mais samba na espera) com a sentença que o precede (Tem mais samba no encontro). Entretanto, essa explicação deixa a desejar, pois, entre outros fatores, não abarca a função do vocábulo mais no processo de construção da comparação pre- sente na sentença. Para Castilho (2010), a sentença (2) seria classificada como sentença correlata comparativa. Correlata porque os conectivos mais e que são indissociáveis, estabelecendo um relaci- onamento simultâneo na construção semântica e sintática da sentença. Em suma, essa monografia trabalha com a perspectiva teórica de que há quatro mecanismos de cone- xão frásica que se caracterizam por apresentar: na coordenação, relação de equivalência gramatical e semântica entre as sentenças coordenadas, o que implica em paralelismo gramatical e semântico, e a presença de conectivos impossibilitando a mobilidade frásica; na correlação, relação de simultaneidade entre os pares correlatos que influi sobre a sintaxe e a semântica da sentença e que implica em para- lelismo gramatical e semântico; na justaposição, aposição de sentenças sem a presença de conectivos, o que possibilita mobilidade frásica com alteração semântica, evidentemente; e, na subordinação, re- lação de dependência entre sentenças. Por fim, ressaltamos que esses mecanismos não se caracterizam apenas pelo que foi acima traçado, porém, apenas esses traços são suficientes para os objetivos e o aporte teórico a que se propõe este estudo Paralelismo Gramatical, Coordenação e Correlação – Uma Análise Retomando o nosso item de estudo, analisaremos a construção de sentenças coordenadas e de sen- tenças correlatas a partir do princípio de paralelismo gramatical em produções textuais de estudantes de ensino médio na cidade de Brasília. A modalidade do gênero textual produzido pelos jovens será levada em consideração em nossa análise. Faz-se saber que nosso corpus é constituído de oito cartas formais escritas por jovens distintos, sendo que as cartas foram endereçadas à coordenação de um curso de redação para estudantes de ensino médio. Ademais, utilizaremos parte do arcabouço teórico já defendido nas páginas anteriores deste estudo, principalmente, o que se refere às questões que provocam a ausência de paralelismo gramatical mencionadas em nossa conclusão a respeito do tra- balho desenvolvido por Cunha & Brito (2002), especificamente a ausência de paralelismo morfológico, a manifestação da fala na escrita e a má formação de sentenças com pares correlatos. A carta formal apresentada pelos estudantes de ensino médio à coordenação de um curso de leitura e produção de textos é constituída de cabeçalho, corpo e fecho, conforme os padrões tradicionais. Po- rém, o que se pretende analisar nas cartas é como a construção sintática favorece a argumentação dos adolescentes que se candidatavam a vaga no curso, ou seja, analisar como e se o princípio de paralelismo gramatical foi utilizado nas sentenças em que o estudante argumenta sobre o porquê da sua participação no curso. Sobre a argumentação, Garcia (2009) afirma: é, em última análise, conven- cer ou tentar A carta formal apresentada pelos estudantes de ensino médio à coordenação de um curso de leitura e produção de textos é constituída de cabeçalho, corpo e fecho, conforme os padrões tradi- cionais. Porém, o que se pretende analisar nas cartas é como a construção sintática favorece a argu- mentação dos adolescentes que se candidatavam a vaga no curso, ou seja, analisar como e se o princípio de paralelismo gramatical foi utilizado nas sentenças em que o estudante argumenta sobre o porquê da sua participação no curso. Sobre a argumentação, Garcia (2009) afirma: é, em última análise, convencer ou tentar convencer mediante a apresentação de razões, em face da evidência das provas e a luz de um raciocínio coerente e consistente (p.380). Dito isso, começamos. PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4.1 Uma Análise a Partir do Gênero Carta Formal As cartas analisadas apresentaram um grande número de sentenças coordenadas, bem como de ter- mos gramaticais coordenados. Os desvios estritos de paralelismo gramatical nessas sentenças são oriundos da não padronização morfológica nas sentenças, ou seja, originam-se da ausência de para- lelismo morfológico, conforme os exemplos: Tal curso será de grande valia profissional, creditando-me maiores conhecimentos redacionais e literá- rios e possibilitar-me-á uma maior probabilidade de ingresso na Universidade de Brasília. O objetivo do curso é melhorar a escrita e aprimorar produções de texto entre adolescentes (...). O caso (1) apresenta ausência de paralelismo morfológico na flexão verbal: o primeiro verbo, no ge- rúndio, apresenta uma ênclise, ou seja, o pronome oblíquo átono vem após o verbo. Já o segundo verbo, no futuro, apresenta uma mesóclise, ou seja, o pronome oblíquo átono aparece dentro do verbo. Mantendo o paralelismo gramatical sentencial e textual, o texto pode assim ser reescrito: Tal curso será de grande valia, creditando-me maiores conhecimentos redacionais e literários e possibilitando-me in- gressar na Universidade de Brasília. No caso (2) há ausência de paralelismo gramatical sentencial devido a uma não assimilação semântica dos termos escrita e produção de textos, o que fez a autora do texto tratar esses termos como fenôme- nos distintos, quebrando, assim, o paralelismo sintático entre os verbos melhorar e aprimorar da sen- tença. Além disso, não há paralelismo morfológico entre os termos a escrita e produções de textos. A sentença (2) pode assim ser reescrita: o objetivo do curso é melhorar e aprimorar a escrita entre ado- lescentes ou o objetivo do curso é melhorar e aprimorar a produção de textos entre adolescentes. Quanto aos termos gramaticais, houve um problema generalizado de paralelismo gramatical causado pela elipse de item lexical (oriunda da manifestação da fala na escrita), conforme os exemplos: (a) ter um novo ou melhor conhecimento e (b) uma importante ferramenta para a interpretação e construção de textos. Uma reescrita adequada para essas sentenças pode ser: um novo ou um melhor conheci- mento e uma importante ferramenta para a interpretação e a construção de textos. Por outro lado, percebemos que os problemas de paralelismo gramatical apresentado por algumas cartas não é fruto de uma deficiência linguística dos estudantes para a construção de sentenças coor- denadas em si, mas sim de problemas que dizem respeito à lógica, à semântica e à precisão vocabular, ou seja, dizem respeito a mecanismos intelectuais e linguísticos que estão em desenvolvimento/ama- durecimento na adolescência.10 Vejamos isso a partir da carta (Carta 1) de uma estudante. A Carta 1 apresentou apenas um parágrafo composto de uma coordenada explicativa com a conjunção pois e uma oração simples (em que agradece a disposição da organização do curso em ofertá-lo gratuita- mente). Vejamos a sentença coordenada: O motivo pelo qual venho inserir minha solicitação de uma vaga no curso (...) É de suma importância, pois é sempre bom ter um novo ou melhor conhecimento sobre o que mais nos implica no futuro. Nota-se que a estudante optou por introduzir a coordenada explicativa com a conjunção pois, o que corrobora a argumentação de Mateus et al. (2003) quando alegam que a conjunção pois introduz o sentido de causa, ou seja, a causa pela qual se solicita a participação no curso é a de que o curso trata de um conhecimento que tem efeitos positivos em toda a vida (presente e futura) da requerente. Entre- tanto, a desnecessária locução verbal (venho inserir), a elipse de um artigo indefinido antes do vocábulo melhor e o trecho mal elaborado conhecimento sobre o que mais nos implica no futuro revelam a ima- turidade da estudante em organizar linguisticamente suas ideias e sua argumentação. Uma reescrita adequada da sentença acima, mantendo os padrões de escrita e de pensamento da estudante, pode ser: O motivo pelo qual solicito uma vaga no curso (...) É de suma importância, pois é sempre bom ter um novo ou um melhor conhecimento sobre algo que tanto influencia em nosso futuro. Outro exemplo de que a ausência de paralelismo gramatical (e semântico) causada pela imaturidade intelectual e linguística dos estudantes está nessa sentença em que há coordenação entre sintagmas preposicionais: Os motivos que me levam a pedir-lhe isso advêm dos resultados de minha auto-avalia- ção e daquela feita por meus amigos e parentes sobre minhas habilidades em redação. Uma reescrita menos confusa dessa sentença pode ser: Os motivos da minha solicitação advêm dos resultados de avaliações feitas por mim e por meus amigos e parentes sobre minhas habilidades em redação. PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR As cartas, em sua maioria, apresentaram apenas duas variantes da coordenação: a coordenação adi- tiva e a coordenação explicativa, o que é plausível, pois apenas esses tipos de coordenação, além, talvez, da coordenação conclusiva, poderiam auxiliar os estudantes na argumentação da carta. Res- salta-se que nos dois tipos de coordenação (aditiva e explicativa) foram utilizadas apenas as conjun- ções e e pois, respectivamente. Garcia (2009) alega que a conclusão dos textos argumentativos devem ser com partículas típicas de uma conclusão, como as conjunções conclusivas logo e, portanto, Entretanto, devido o pequeno tama- nho das cartas formais e o fato de elas exigirem uma justificativa (e não uma conclusão especifica- mente) para a concessão de uma vaga no curso, torna-se pouco necessário a utilização de coordena- das conclusivas, pois não há a necessidade de expor evidências (dados, exemplos, testemunhos e ilustrações) para, por fim, concluir-se algo sobre o que foi evidenciado, conforme explica Garcia (2009). Inusitadamente, um estudante utilizou uma coordenada conclusiva em seu texto. Vejamos trechos que elucidam o feito do aluno: O neoliberalismo, nova ideologia adotada pelo mundo, exige cada vez mais mão de obra altamente qualificada (...) Antigamente se uma pessoa tinha um diploma de nível superior (...) A possibilidade de entrar no mercado de trabalho era grande, hoje (...) É necessário (...) Uma pós- graduação, um mestrado (...) Portanto, solicito uma vaga (...). É fato que o autor da carta acima equivocou-se em sua exposição de evidências para argumentar a favor de seu ingresso no curso pretendido. Entretanto, esse exemplo serve-nos para mostrar que a maioria dos estudantes preferiu ser mais direta em suas cartas, apresentando, inicialmente, coordena- das aditivas (para adicionar informações, ideais e opiniões) e, por fim, coordenadas explicativas (para justificar os motivos para obter uma vaga no curso), conforme a carta de um estudante: Fui aconselhado por eles a exercitar-me nesta faculdade (da escrita), buscando produzir mais textos e estando mais atento aos meus erros de escrita. (...) Serei grandemente ajudado se obter uma vaga, pois preciso saber produzir bons textos tanto para o vestibular quanto para a carreira que pretendo seguir (...). Por seu turno, a correlação apareceu, principalmente, nas formas com o par correlato tanto... Quanto e com o par correlato tanto... Como. Essas duas formas apresentaram o mesmo valor semântico e sintático, bem como concorreram entre si, o que pode ser observado em uma das cartas em que o aluno risca o correlato como e o substitui pelo correlato quanto: (...) Me providenciará tanto um ambiente propício para a prática da escrita de textos como quanto os devidos conhecimentos e ferramentas de que poderei dispor para tal. Ademais, houve correlação apenas com os pares ou... Ou, utilizado para a alternância de sintagmas e de ideias. Diferentemente do que apontaram Cunha & Brito (2002), apesar de poucas, as sentenças com pares correlatos presentes no corpus deste trabalho não apresentaram erro devido à ausência de assimilação dos pares nem devido à omissão ou inadequação desses. A quebra de paralelismo gramatical apresentada em um dos termos correlatos foi causada pela desne- cessária utilização de uma vírgula para separar os pares correlatos e os sintagmas nominais que eles introduzem: (...) Grande importância da escrita em nossa vida, tanto cotidiana como profissional, (...). Assim, podemos, também, alegar que o desconhecimento das regras de pontuação da língua portu- guesa gera a quebra de paralelismo gramatical tanto na correlação como na coordenação, de acordo com o exemplo: Pretendo desenvolver o máximo possível, dentro do que for empregado aos alunos. A fim de agregar e otimizar o conteúdo passado. Em suma, os problemas apontados neste capítulo quanto à ausência de paralelismo gramatical e, con- sequentemente, desvios na construção de sentenças coordenadas e de sentenças correlatas pelos estudantes de ensino médio são: A ausência de paralelismo (morfológico) nas terminações flexionais dos sintagmas nominais (substan- tivos e adjetivos) e dos sintagmas verbais; A manifestação de aspectos da fala, como a omissão e a elipse de certos termos gramaticais (artigos e preposições, principalmente), na escrita; A imaturidade intelectual e linguística dos alunos na expressão do pensamento; E, finalizando, o desconhecimento das regras de pontuação da língua portuguesa. PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A ausência de paralelismo morfológico (por exemplo, na conjugação dos verbos), também, pode ser inserida na questão da manifestação da fala na escrita, pois na fala não atentamos em realizar cons- truções paralelísticas. Entretanto, optamos por expressar como manifestação da fala na escrita apenas as omissões ou elipses de item lexical. Acreditamos que o ensino e o aprendizado de construções com paralelismo morfológico para estudantes de ensino médio devem diferir daquele que o ensina a eliminar certos traços da oralidade da sua escrita, como a elipse de termos (por considerá-los implícitos) e a colocação pronominal, apontadas por Cunha & Brito (2002). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ PONTUAÇÃO 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Pontuação Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita edesempenham a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limitesde estruturas sintáticas nos tex- tos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido. Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos ges- tos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enun- ciados. Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita: Ponto ( . ) Indicar o final de uma frase declarativa: Gosto de sorvete de goiaba. b) Separar períodos: Fica mais um tempo. Ainda é cedo. c) Abreviar palavras: Av. (Avenida) V. Ex.ª (Vossa Excelência) p. (página) Dr. (doutor) Dois-pontos ( : ) Iniciar fala de personagens: O aluno respondeu: – Parta agora! b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores. Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos. Anote o número do protocolo: 4254654258. c) Antes de citação direta: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.” Reticências ( ... ) Indicar dúvidas ou hesitação: Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais. b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente: Quem sabe se tentar mais tarde... PONTUAÇÃO 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí- lia - José de Alencar) d) Suprimir palavras em uma transcrição: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) Parênteses ( ) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o travessão: Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922). "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha) Ponto de Exclamação ( ! ) Após vocativo Ana, boa tarde! b) Final de frases imperativas: Cale-se! c) Após interjeição: Ufa! Que alívio! d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo: Que pena! Ponto de Interrogação ( ? ) Em perguntas diretas: Quantos anos você tem? b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado: Não brinca, é sério?! Vírgula ( , ) De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de fun- ções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma uni- dade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos: Sujeito de Predicado; Objeto de Verbo; Adjunto adnominal de nome; PONTUAÇÃO 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Complemento nominal de nome; Predicativo do objeto do objeto; Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). Casos em que devemos utilizar a vírgula: A vírgula no interior da oração Utilizada com o objetivo de separar o vocativo: Ana, traga os relatórios. O tempo, meus amigos, é o que nos confortará. b) Utilizada com o objetivo de separar apostos: Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem. Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula. c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Quando chegar do trabalho, procurarei por você. Os políticos, muitas vezes, são mentirosos. d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração: Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários. Traga picolé de uva, groselha, morango, coco. e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas: Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo. f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas: Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas. g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado: A ele, nada mais abala. h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas: Goiânia, 01 de novembro de 2016. Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos: É pau, é pedra, é o fim do caminho. Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo: Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar) Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes: Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre. PONTUAÇÃO 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia (polissíndeto): E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval. 3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por exemplo): Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância. A vírgula entre orações A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações: Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000. b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações inicia- das pela conjunção “e”: Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado. Estudei muito, mas não consegui ser aprovada. c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho." (O selvagem - José de Alencar) d) Para separar as orações intercaladas: "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...” e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal: Quando sai o resultado, ainda não sei. Ponto e vírgula ( ; ) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens: Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas: O que dizer; A quem dizer; Como dizer; Por que dizer; Quais objetivos pretendo alcançar com este texto? Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordena- das nas quais já se tenha utilizado a vírgula: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) Travessão ( — ) PONTUAÇÃO 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto: A mãe perguntou ao filho: — Já lavou o rosto e escovou os dentes? b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: — Filho, você já fez a sua lição de casa? — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto. c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários: Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília. d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas: Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria. Aspas ( “ ” ) As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades: Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares: A aula do professor foi “irada”. Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente. b) Indicar uma citação direta: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós) FIQUE ATENTO! Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla ("). Veja agora algumas observações relevantes: Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem. Observe: Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango. Não gosto nem desgosto. Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás. Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina- lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório. Observe: Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ESTRUTURA TEXTUAL 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Estrutura Textual Coesão Coesão é o nome que a gramática dá à conexão entre as ideias no texto. O ideal é existir um encade- amento de informações, que o leitor possa seguir como um fluxo, sem pensar demais para estabelecer as relações entre as partes. Veja um exemplo: Mariana viajou para o Rio de Janeiro nas férias. Mariana fez novos amigos no Rio de Janeiro. As frases não têm nenhum erro de estrutura sintática básica, de sujeito, verbo e complemento. O su- jeito, Mariana, fez a ação de viajar e o destino foi o Rio de Janeiro. O mesmo sujeito fez novos amigos enquanto esteve por lá. O erro aqui é a repetição desnecessária, que torna a leitura incômoda. Perceba como é possível tornar esse exemplo mais agradável: Mariana viajou para o Rio de Janeiro nas férias e fez novos amigos por lá. Bem melhor, não é? E a única mudança foi dar cadência e ritmo à oração, eliminando a quebra que a repetição causava. Outros exemplos de coesão Há tipos de coesão diferente e dominá-los vai ajudá-lo a desempenhar a sua tarefa como redator free- lancer de uma maneira mais eficiente. Por isso, fique atento às definições e exemplos que escolhemos para demonstrar como os tipos de coesão funcionam na prática. Chamamos de coesão por referência o tipo de estrutura que evita a repetição. Você já viu exemplos dela acima, mas podemos torná-la ainda mais clara colocando-a em outros contextos. A coesão por referência sempre foge da necessidade de reafirmar nosso sujeito, funcionando assim: A menina gostava muito de brincar com sua bola de vôlei. A menina levou-a para a praia. A menina gostava muito de brincar com sua bola de vôlei. Ela a levou para a praia. O garoto nunca foi bom em matemática. O garoto fez a prova quase sem tempo para passar o gabarito. O garoto nunca foi bom em matemática. Ele fez a prova quase sem tempo para passar o gabarito. A minha namorada mora muito longe daqui. A minha namorada viajou para me ver. A minha namorada mora muito longe daqui. Ela viajou para me ver. O picolé de limão é muito ruim. O picolé de limão deixa um gosto amargo na sua boca. O picolé de limão é muito ruim. Ele deixa um gosto amargo na sua boca. Há, porém outros tipos de coesão que podem ser explorados nos seus textos. Como a coesão por substituição, também conhecida como anáfora. Podemos ver a coesão por substituição nas frases a seguir: Os alunos foram chamados a comparecer na diretoria porque eram peraltas. Caso sejam peraltas no- vamente, os alunos serão suspensos do colégio. Os alunos foram chamados a comparecer na diretoria porque eram peraltas. Caso isso aconteça no- vamente eles serão suspensos do colégio. Patrícia e Beatriz gostavam de brincar com suas bonecas, mas não podiam brincar com suas bonecas no colégio. Caso brincassem com suas bonecas no colégio, Patrícia e Beatriz teriam problemas. ESTRUTURA TEXTUAL 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Patrícia e Beatriz gostavam de brincar com suas bonecas, mas não podiam fazer isso no colégio. Caso fizessem, elas teriam problemas. Temos também a coesão por elipse, a coesão por conjunção e a coesão lexical. Elas funcionam, res- pectivamente, omitindo uma ou mais palavras, relacionando termos com o emprego de conjunções e adotando sinônimos, pronomes ou pronomes no lugar da repetição. Coerência A coerência, por sua vez, é o conjunto de mecanismos usados para que o texto faça sentido. Um texto é coerente quando não apenas a sintaxe está impecável, mas a semântica e a lógica também. Assim como a coesão, a coerência é fundamental para dar encadeamento às ideias inseridas no texto. Veja no exemplo abaixo: Henrique chegava atrasado para todas as aulas, mas sempre conseguia entrar na escola por estar em cima da hora. A expressão “estar em cima da hora” quer dizer que algo está bem próximo do horário marcado ou esperado para acontecer, não necessariamente atrasado. Por isso, no exemplo acima o leitor fica sem saber se Henrique se atrasava frequentemente, ou apenas chegava sem nenhuma antecedência. Além das orações, não podemos negligenciar a conexão entre os parágrafos e a ligação do título com o conteúdo. Um texto de título “5 dicas para livrar a sua casa dos mosquitos” deve ensinar 5 formas de espantar mosquitos, e não uma receita de bolo de milho, por exemplo. Exemplos de coerência Os princípios que norteiam a coerência textual são: a não contradição; a não tautologia; e a relevância. Não se contradizer é simples. Basta não construir raciocínios que, necessariamente, dizem o oposto do que acaba de ser dito. Como: Pedro gostava muito de jabuticaba. Era sua fruta preterida. Vanessa nunca ouvia funk. Ela ia todos os dias para o colégio escutando Mc Anitta. Em ambos os casos supracitados a contradição está clara na segunda frase, que diz o exato oposto da primeira. Em textos de humor o efeito da contradição pode ser explorado para provocar o riso. Mas em uma redação formal não há vez para esse tipo de construção. A não tautologia é um pouco mais complexa. Trata-se de não empregar palavras diferentes para ex- pressar uma ideia idêntica. Dizemos que há tautologia, portanto, nos vícios de linguagem abaixo: Vamos subir lá pra cima. Eu saí pra fora de casa. O princípio da relevância, por outro lado, diz que não é possível construir relacionamentos fragmenta- dos em um texto mantendo sua coerência. Por causa dele não podemos criar parágrafos como: Eu gostava muito de comprar pêras na feira. Nunca fui de jogar. Meu melhor amigo era um gato cha- mado Bolinha. As pêras eram deliciosas. Quando meu melhor amigo miava eu sabia que ele queria jogar bola. ESTRUTURA TEXTUAL 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O problema aqui é que nenhuma dessas frases adiciona sentido nas outras. Elas são todas construções que, individualmente, estão ok. Mas em um mesmo parágrafo corroem a coesão textual. Intencionalidade Todo texto tem uma intenção, um propósito. Convencer, educar, informar, contar uma história, suscitar uma discussão. Chamamos de intencionalidade tudo aquilo que o autor deseja expressar para o leitor por meio do texto. Para isso, são utilizados os mecanismos de coesão e coerência, para que a comunicação seja bem- sucedida entre as partes envolvidas. Assim, o sentido desejado pode ser construído ao longo do texto. Intencionalidade na linguagem publicitária É muito fácil encontrar exemplos de intencionalidade na linguagem publicitária. Isso pela sua própria natureza e construção. Publicitários escrevem textos que utilizam recursos estilísticos, nem sempre formalmente corretos, para determinar a intenção de um discurso. A intencionalidade está presente, por exemplo, em slogans como “Vem pra Caixa você também”. Neste, o mais correto seria utilizar o imperativo, urgindo que o interlocutor se inscreva na Caixa Econômica Federal e torne-se um cliente desse banco. Todavia, para criar harmonia e conseguir construir um discurso que rima (e, portanto, fica preso em nossa mente) essas regras são dribladas intencional- mente. Músicas e a linguagem literária também exploram erros gramaticais por intencionalidade. Ainda assim, na redação para a web são raros os casos em que a intencionalidade aparecerá reproduzindo esse tipo de técnica. É que embora trate-se de textos com intenções de Marketing, aqueles produzidos para a internet devem sempre respeitar a norma culta. Aceitabilidade Por outro lado, a aceitabilidade é papel do leitor. Antes de começar a leitura, todo leitor cria uma ex- pectativa sobre o que há no texto. Ou seja, ele busca entender o que está escrito, no mínimo, antes de tirar qualquer lição ou aprendizado do conteúdo. É comum, por exemplo, que alguns textos sejam interpretados diferentemente do que foi pensado pelo autor. Em grande parte das vezes isso se deve a problemas na estrutura textual, na coesão e na coe- rência das ideias. Entender essa relação entre a intenção e a aceitação é muito importante para um produtor de conteúdo web. O pilar central de uma estratégia de marketing de conteúdo é a aceitação da persona, a identifi- cação dela com os textos; se a intenção do texto não atinge o leitor, a própria existência do material se torna inútil. Fatores de aceitabilidade textual Ainda que a aceitabilidade resida no interlocutor é papel do redator proporcioná-la. Isso é feito utilizando recursos como a informatibilidade. Quando há informações o suficiente no texto e elas suprem a ex- pectativa do leitor, em geral, esse texto tem alta aceitabilidade. Investir em informatibilidade é particularmente útil na carreira de um redator web. Quanto mais conhe- cimento ele conseguir transmitir para o seu leitor ao longo de um artigo, maiores são as chances de que a aceitabilidade de um texto seja alta. Situacionalidade A situacionalidade é o fator que cuida da pertinência do texto. Toda produção textual precisa estar situada em um contexto, em um ambiente, sob pena de prejudicar o entendimento da mensagem. Você pode situar seu texto de duas formas. A primeira é da situação para o texto, que significa adequar um dado cenário à sua produção, como um contexto histórico ou o exato momento em que o leitor vai interagir com o seu texto. ESTRUTURA TEXTUAL 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Veja um exemplo: “Hoje você é quem manda/ Falou, tá falado/ Não tem discussão” Para uma pessoa não familiarizada com a censura praticada durante os anos de ditadura no Brasil, os versos da música “Apesar de Você”, de Chico Buarque, podem falar sobre uma desavença qualquer entre duas pessoas, como uma briga de casal. Entretanto, para quem viveu ou estudou sobre o tema a compreensão é totalmente diferente. Logo, o autor utiliza isso em favor próprio, criando sentidos diferentes para o mesmo verso, de acordo com o público. A segunda forma de situar um texto é fazendo o contrário, adequando do texto para a situação. Um exemplo é narrar um acontecimento sob o seu ponto de vista. Quem ler o seu relato vai entender que o fato ocorreu daquele jeito, mas se outra pessoa que também presenciou decidisse contar a própria versão, com certeza alguns pontos seriam diferentes. Intertextualidade A intertextualidade é um fator muito rico para se usar em um texto. Ela acontece quando o autor insere expressões, palavras ou personagens de outros textos na sua produção, fazendo ou não referências explícitas. Ao fazer referências, o autor deixa nas mãos do leitor a interpretação e compreensão daquela parte do texto, dependendo do conhecimento prévio do receptor. A estrutura textual se beneficia muito do uso da intertextualidade, principalmente se as referências usadas são clássicas, que agregam valor e qua- lidade ao texto. Os hipertextos são uma forma moderna de intertextualidade, em que indicamos para o leitor outro con- teúdo que pode enriquecer a experiência de leitura, tirando como base o interesse em um primeiro texto. Outros casos de intertextualidade Duas formas comuns de se explorar a intertextualidade em uma composição são a paródia e a pará- frase. A paródia porque evoca uma outra obra na mente do leitor, recriando um texto com objetivo crítico. Essa forma de intertextualidade é muito comum na literatura e pode ser encontrada nos exem- plos abaixo: MEUS OITO ANOS (Casimiro de Abreu) Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! […] MEUS OITO ANOS ESTRUTURA TEXTUAL 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR (Oswald de Andrade) Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra! Da rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais […] A paráfrase, por sua vez, é recriar um texto tendo outro como suporte. Fazer uma paráfrase significa dar uma nova versão discursiva para um conteúdo, mantendo o seu sentido original intacto. Informatividade Leitores apreciam textos pouco previsíveis, que trazem muitas informações, dados, descobertas e aprendizado. Chamamos esse fator de informatividade, e tanto a falta quanto o excesso de informativi- dade prejudicam a aceitação de um texto. Se, por um lado, textos pouco ou nada informativos afastam os leitores, por outro uma produção em- basada em toneladas de dados pode confundir o leitor e prejudicar a compreensão do texto. O ideal é empregar dados apenas onde são necessários, para justificar opiniões, ilustrar panoramas ou atestar a pertinência de um argumento. Estrutura textual na redação web A redação para web leva em consideração todos os fatores que citamos acima. Entretanto, com o sur- gimento dos blogs e a adaptação para plataformas móveis (smartphones e tablets), algumas práticas se tornaram tão necessárias quanto a coesão e a coerência, para garantir a qualidade dos textos pos- tados. O conceito da escaneabilidade é relativamente novo, e diz respeito a uma escrita mais consciente de sua estrutura visual, para tornar a leitura mais agradável para o leitor. São medidas de escaneabilidade: Frases curtas e parágrafos de 3 ou 4 linhas; Uso de tópicos para realçar informações importantes; Separação do texto em intertítulos; Imagens para “quebrar” grandes blocos de texto; Realce de termos em negrito e itálico e uso de hiperlinks. Além da escaneabilidade, se aplicam também os conceitos de storytelling e copywriting, que dependem da intenção e do direcionamento de cada conteúdo. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ COESÃO E COERÊNCIA 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Coesão E Coerência Coerência e coesão são dois mecanismos fundamentais para a produção de texto. A coesão é o me- canismo relacionado com elementos que asseguram a ligação entre palavras e frases, de modo a in- terligar as diferentes partes de um texto. A coerência, por sua vez, é responsável por estabelecer a li- gação lógica entre ideias, para que, juntas, elas garantam que o texto tenha sentido. Ambos são importantes para garantir que um texto transmita sua respectiva mensagem com clareza, seja harmonioso e faça sentido para o leitor. O significado de coesão está relacionado com mecanismos linguísticos do texto, que são responsáveis por estabelecer uma conexão de ideias. A coesão cria relações entre as partes do texto de modo a guiar o leitor relativamente a uma sequência de fatos. Uma mensagem coesa apresenta ligações harmoniosas entre as partes do texto. Elementos de coesão textual e frases de exemplo Garantem a coesão lexical. Ocorrem quando um termo é substituído por outro termo ou por uma locu- ção como forma de evitar repetições. Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também. Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também são importantes para manter uma alimentação saudável. Explicação: "também" substitui "são impor- tantes para manter uma alimentação saudável". Conectores Esses elementos são responsáveis pela coesão interfrásica do texto. Criam relações de dependência entre os termos e geralmente são representados por preposições, conjunções, advérbios, etc. Coesão correta: Elas gostam de jogar bola e de dançar. Erro de coesão: Elas gostam de jogar bola. Elas gostam de dançar. Explicação: sem o conectivo "e", teríamos uma sequência repetitiva. Referências e reiterações Nesse tipo de coesão, um termo é usado para se referir a outro, para reiterar algo dito anteriormente ou quando uma palavra é substituída por outra com ligação de significados. Coesão correta: Hoje é aniversário da minha vizinha. Ela está fazendo 35 anos. Erro de coesão: Hoje é aniversário da minha vizinha. Minha vizinha está fazendo 35 anos. Explicação: observe que o pronome "ela" faz referência à vizinha. Correlação verbal É a utilização dos verbos nos tempos verbais corretos. Esse tipo de coesão garante que o texto siga uma sequência lógica de acontecimentos. Coesão correta: Se eu soubesse eu te avisaria. Erro de coesão: Se eu soubesse eu te avisarei. Explicação: note que "soubesse" é uma flexão do verbo "saber" no pretérito imperfeito do subjuntivo e isso indica uma situação condicional que poderia dar origem a uma outra ação. Para a frase fazer sentido, o verbo "avisar" tem de estar conjugado no futuro do pretérito para indicar um fato que poderia ter acontecido se uma ação no passado tivesse se concretizado. COESÃO E COERÊNCIA 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A coerência textual está diretamente relacionada com a significância e com a interpretabilidade de um texto. A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido e é comunicada de forma harmoni- osa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias apresentadas, onde umas complementem as outras. Para garantir a coerência de um texto, é preciso ter em conta alguns conceitos básicos. Conceitos da coerência textual e frases de exemplo Veja abaixo os principais conceitos da coerência textual e como eles são aplicados nas frases. Princípio da não contradição Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto. Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose. Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose. Explicação: quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. Por esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz sentido. Princípio Da Não Tautologia Ainda que sejam expressas através do uso de diferentes palavras, as ideias não devem ser repetidas, pois isso compromete a compreensão da mensagem a ser emitida e muitas vezes a torna redundante. Coerência correta: Visitei Roma há cinco anos. Explicação: "há" já indica que a ação ocorreu no passado. O uso da palavra "atrás" também indica que a ação ocorreu no passado, mas não acrescenta nenhum valor e torna a frase redundante. Princípio Da Relevância As ideias devem estar relacionadas entre si, não devem ser fragmentadas e devem ser necessárias ao sentido da mensagem. O ordenamento das ideias deve ser correto, pois, caso contrário, mesmo que elas apresentem sentido quando analisadas isoladamente, a compreensão do texto como um todo pode ficar comprometida. Coerência correta: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira e por isso foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Em seguida, foi a um restaurante e almoçou. Erro de coerência: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na carteira. Foi a um restaurante almoçar e em seguida foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Expli- cação: observe que, embora as frases façam sentido isoladamente, a ordem de apresentação da infor- mação torna a mensagem confusa. Se o homem não tinha dinheiro, não faz sentido que primeiro ele tenha ido ao restaurante e só depois tenha ido sacar dinheiro. Esse conceito garante que o texto tenha seguimento dentro de um mesmo assunto. Quando acontece uma falha na continuidade temática, o leitor fica com a sensação de que o assunto foi mudado repen- tinamente. Coerência correta: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no curso de inglês. Foi confuso assim também para você?" "Na verdade foi fácil pois eu já tinha decidido há algum tempo que assim que tivesse a oportunidade de pagar um curso, faria um de inglês." Erro de coerência: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no curso de inglês. Foi confuso assim também para você?" COESÃO E COERÊNCIA 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR "Quando eu me matriculei aqui no curso, eu procurei me informar sobre a metodologia, o tipo de recur- sos usados, etc. e acabei decidindo rapidamente por este curso." Explicação: note que no último exemplo, o segundo interlocutor acaba por não responder exatamente ao que foi perguntado. O primeiro interlocutor pergunta se ele também teve dificuldades de decidir que tipo de curso fazer e a resposta foi sobre características que ele teve em conta ao optar pelo curso de inglês onde se matricu- lou. Apesar de ter falado de um curso, houve uma alteração de assunto. Progressão semântica É a garantia da inserção de novas informações no texto, para dar seguimento a um todo. Quando isso não ocorre, o leitor fica com a sensação de que o texto é muito longo e que nunca chega ao objetivo final da mensagem. Coerência correta: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o suspeito apertaram o passo. Ao notarem que estavam sendo perseguidos, começaram a correr. Erro de coerência: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o suspeito continuaram ca- minhando mais um pouco. Passaram por várias avenidas e ruelas e seguiram sempre em frente. Ao notarem que estavam sendo perseguidos, continuaram caminhando em direção ao seu destino, per- correram um longo caminho... Explicação: note que a frase onde a coerência está correta apresenta uma sequência de novas infor- mações que direcionam o leitor à conclusão do desfecho da frase. No exemplo seguinte, a frase acaba por se prolongar demais e o receptor da mensagem fica sem saber, afinal, o que os meninos fizerem. Coesão e coerência são pontos imprescindíveis para garantir a compreensão da textualidade. A coesão está mais diretamente ligada a elementos que ajudam a estabelecer uma ligação entre pala- vras e frases que unem as diferentes partes de um texto. A coerência, por sua vez, estabelece uma ligação lógica entre as ideias, de forma que umas comple- mentem as outras e, juntas, garantam que o texto tenho sentido. Em outras palavras, a coerência está mais diretamente ligada ao significado da mensagem. Apesar de os dois conceitos estarem relacionados, eles são independentes, ou seja, um não depende do outro para existir. É possível, por exemplo, uma mensagem ser coesa e incoerente ou coerente e não apresentar coesão. Veja os casos abaixo: Exemplo de mensagem coesa e incoerente: "Aberto todos os dias, exceto sábado." (A mensagem tem uma ligação harmoniosa entre as frases, porém não faz sentido: se existe uma exceção, então o estabelecimento não está aberto todos os dias.) Exemplo de mensagem coerente que não apresenta coesão: "Para de mexer nessa tinta. Vá já para o banheiro! Não toque em nada. Lave bem as mãos. Vá para o seu quarto." (A mensagem é compreensível, porém não existe uma ligação harmoniosa entre as ideias. Faltam as ligações entre as frases para que a mensagem soe natural.) A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual. COESÃO E COERÊNCIA 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural e agradável aos ouvidos. Coesão Textual A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos. Mecanismos de Coesão A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora. A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. Algumas Regras Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual: Referência Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica) Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa catafórica) Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um dia igual aos ou- tros… (Referência comparativa endofórica) Substituição Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições. Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana. Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto. No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto. Elipse Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da elipse. Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer? (A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo oferecido são ingressos para o concerto.) Conjunção A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas. Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa) Coesão Lexical https://www.todamateria.com.br/conectivos/ https://www.todamateria.com.br/anafora/ COESÃO E COERÊNCIA 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros. Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está literalmente caindo aos pedaços. Coerência Textual A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem. Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura. Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de tempos ver- bais e da emissão de ideias contrárias. Exemplos: O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e inacabado) Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais) Fatores de Coerência São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua abrangên- cia. Vejamos alguns: Conhecimento de Mundo É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa memó- ria. São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), scripts (ro- teiros, tal como normas de etiqueta). Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval! Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa de carnaval. Inferências Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento. Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em princípio, esses convidados não comem carne de vaca) Fatores de contextualização Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem. Exemplo: — Está marcado para às 10h. — O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando. Informatividade COESÃO E COERÊNCIA 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o texto. Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal. Princípios Básicos Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para se obter um texto coerente: Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes Princípio da Relevância - ideias que se relacionam Diferença entre Coesão e Coerência Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente. Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma boa produção textual. A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ SEMÂNTICA 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Semântica A semântica é o estudo do significado e de fenômenos gramaticais relacionados a esse tópico. Qual é a diferença entre palavras sinônimas e antônimas ou entre conotação e denotação? O que são parôni- mos? Quando ocorre ambiguidade? São essas questões que o estudo da semântica ajuda a entender. A semântica é a área da linguística que estuda o significado e a sua relação com o significante. O significado está associado ao sentido e, portanto, ao conteúdo e ao contexto; o significante está asso- ciado à forma (de palavras ou de sinais, de grafia ou de som). Dentro da semântica, há conceitos relacionando o uso e a estrutura do significado dentro de determi- nados contextos, bem como alguns fenômenos gramaticais a respeito do significado na língua. Vamos aprender melhor sobre esses conceitos a seguir. Sinonímia X Antonímia A sinonímia refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado) semelhante, po- dendo ser usados um no lugar do outro dependendo do contexto. São os sinônimos. Sinônimo de espaço: ambiente. Sinônimo de carinhoso: afetuoso. Sinônimo de apoiar: sustentar. A antonímia, por outro lado, refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado) com relação de oposição/contradição entre si. São os antônimos. Antônimo de bonito: feio. Antônimo de limpo: sujo. Antônimo de bom: mau. Hiponímia X hiperonímia Hiponímia e hiperonímia referem-se à relação de significado entre palavras. Hiperônimos são palavras com significado mais abrangente, que, por vezes, refere-se a uma “categoria” que engloba diversos outros termos mais específicos. Esses termos são conhecidos como hipônimos, pois têm significado mais específico dentro de outro mais abrangente. “Minha namorada adora ver esportes na televisão: futebol, vôlei, basquete, ela não perde nenhuma transmissão!” A palavra “esportes” é um hiperônimo por ter significado mais abrangente, englobando outros termos hipônimos, como “futebol”, “vôlei” e “basquete”. Paronímia A paronímia refere-se a palavras com significados diferentes, mas significantes (estrutura) parecidos. Os parônimos muitas vezes geram confusão nos falantes, que trocam o seu uso por conta da seme- lhança escrita e sonora entre essas palavras. Como exemplos de parônimos, temos: comprimento e cumprimento, soar e suar, mandado e mandato, cavaleiro e cavalheiro, absolver e absorver, eminente e iminente. https://www.portugues.com.br/gramatica/hiperonimia-hiponimia.html https://www.portugues.com.br/gramatica/paronimia.html SEMÂNTICA 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Polissemia Ou Homonímia A homonímia é a relação entre diferentes palavras (ou expressões) que têm significantes iguais (forma igual na escrita, no som ou em ambos), mas significados distintos. São (do verbo “ser”); são (santo); são (saudável). Em cima (locução); encima (do verbo “encimar”). Gosto (substantivo sinônimo de “sabor”); gosto (do verbo “gostar”). A polissemia é a propriedade de um mesmo significante ter mais de um significado, que pode ser en- tendido pelo contexto. Pregar (um sermão); pregar (um botão na camiseta); pregar (um prego na parede). Manga (fruta); manga (da camiseta). Conotação E Denotação As palavras e os discursos podem ter sentido conotativo ou denotativo. A denotação refere-se ao uso de palavras ou de expressões com significado literal, real e dicionarizado. Já a conotação, ao contrário, refere-se ao uso dessas palavras ou expressões no sentido figurado, podendo ser metafórico, irô- nico ou para passar um significado que vai além (ou que é diferente) do literal. Uma gota fez o copo transbordar. Com sentido denotativo, “gota” tem o significado real de gota de algum líquido. No sentido conotativo, “gota” pode representar um evento ou uma ação que desencadeou uma série de consequências. Ambiguidade A ambiguidade ocorre quando um enunciado tem mais de uma interpretação possível devido à sua estrutura, muitas vezes gerando problemas de comunicação. Pode também ser usada como recurso estilístico para gerar humor ou na licença poética. Ele reencontrou a mãe em sua casa. A casa era de quem? Do filho ou da mãe? Esse é um exemplo comum de ambiguidade. Para saber mais sobre esse fenômeno linguístico, leia o texto: ambiguidade. A semântica é uma área da linguística voltada ao estudo do significado em diversos níveis, analisando inclusive o conteúdo e o contexto. Dessa forma, estuda-se a relação do significado com o significante, que tem a ver com a forma das palavras, seja essa forma a sua grafia, seja o seu som. Já reparou como uma mesma palavra pode ter significados diferentes dependendo do contexto? Ou como a estrutura de um enunciado pode levar à compreensão de formas diferentes? São tópicos como esses que a semântica analisa. Sinonímia E Antonímia A sinonímia refere-se a palavras diferentes com significado parecido, ou seja, palavras que são sinôni- mas. Palavras sinônimas costumam ter um significado muito semelhante, mas que não necessaria- mente é igual. Assim, palavras sinônimas podem ser substituídas uma pela outra dependendo do con- texto. https://www.portugues.com.br/redacao/denotacao-conotacao.html https://www.portugues.com.br/gramatica/metafora.html https://www.portugues.com.br/gramatica/ironia.html https://www.portugues.com.br/gramatica/ironia.html https://www.portugues.com.br/redacao/ambiguidade.html https://www.portugues.com.br/redacao/ambiguidade.html https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-sinonimo.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-sinonimo.htm SEMÂNTICA 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A antonímia trata de palavras cujos significados estabelecem relação de oposição ou de contradição entre si, ou seja, palavras que são antônimas. O contexto é muito importante para entender quais vocábulos podem ser sinônimos e antônimos, já que muitas palavras têm mais de um sentido para cada situação. Veja as diferentes possibilidades para a palavra “caro”: Paronímia E Homonímia Paronímia é o fenômeno que ocorre em palavras com significados diferentes, mas significantes (estru- tura) parecidos, ou seja, são palavras escritas e/ou faladas quase do mesmo jeito, mas que têm signi- ficados muito diferentes. Veja algumas palavras parônimas: Homonímia é o fenômeno que ocorre em palavras que têm significantes iguais e significados diferen- tes, ou seja, palavras homônimas são aquelas com mesma forma, mas significado diferente. Homônimos perfeitos são aqueles com grafia e som exatamente iguais e significados distintos. Veja um homônimo perfeito: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/paronimia.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-homonimia.htm SEMÂNTICA 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Quando essas palavras têm a mesma pronúncia, mas não a mesma grafia, são chamadas de pala- vras homófonas. Quando elas têm a mesma grafia, mas não a mesma pronúncia, são chamadas de palavras homógrafas. Veja nos exemplos: Hiponímia E Hiperonímia Algumas palavras têm relação semântica (isto é, de significado) mais ou menos abrangente em um contexto. A hiponímia está relacionada às palavras com significado mais estrito (o morfema “hipo” sig- nifica “pouco”), enquanto a hiperonímia se relaciona às palavras com significado mais abrangente (o morfema “hiper” significa “muito”). Veja o exemplo do enunciado: Sou apaixonado por danças. Já aprendi várias: samba, tango, balé, forró, já aprendi de tudo! O vocábulo “danças” funciona como hiperônimo porque engloba vários termos em sua categoria. Os demais vocabulários grifados, como “samba”, “tango”, “balé”, “forró”, funcionam como hipônimos por se tratar de termos mais específicos dentro da categoria “danças”. Polissemia A polissemia diz respeito à propriedade de um mesmo significante ter mais de um significado, ou seja, quando uma mesma palavra pode assumir diferentes significados dependendo do contexto. Veja: A denotação se caracteriza pelo uso de palavras e expressões em seu sentido literal, ou seja, aquele que se refere de maneira exatamente igual ao da realidade. A conotação se caracteriza pelo uso de palavras e expressões em seu sentido figurado, ou seja, aquele que se expressa por meio de metáforas, ironias, entre outras figuras que não expressam o sentido literal do vocabulário utilizado. Veja a diferença de um discurso em seu sentido conotativo e denotativo: Essa casa está pegando fogo! Se usado no sentido denotativo, o enunciado indica que uma casa está, de fato, sendo tomada por um incêndio. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-sao-palavras-homofonas.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-sao-palavras-homofonas.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-sao-palavras-homofonas.htm https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/polissemia.htm SEMÂNTICA 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Se usado no sentido conotativo, por outro lado, o enunciado indica que uma casa está muito agitada, com acontecimentos intensos. Para saber mais sobre essas formas de expressão linguística, leia o texto: Denotação e conotação. Ambiguidade Quando há ambiguidade em um enunciado, isto é, quando um enunciado é ambíguo, significa que ele pode ser interpretado de mais de uma maneira. Isso costuma acontecer devido à estrutura do enunci- ado, podendo ser um efeito de estilo (para gerar humor ou por licença poética) ou, ainda, um problema no enunciado, que gera ruídos na comunicação. Vejamos um exemplo: Desisti de sair com você porque vi que estava cansado. Quem estava cansado? Quem desistiu de sair ou quem ia ser chamado para sair? Essa é uma dúvida gerada pela ambiguidade no enunciado. Semântica é um ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e textos de uma lín- gua. A semântica está dividida em: descritiva ou sincrônica – a que estuda o sentido atual das palavras e em histórica ou diacrônica - a que estuda as mudanças que as palavras sofreram no tempo e no espaço. A semântica descritiva estuda o significado das palavras e também as figuras de linguagem. O estudo do significado das palavras pode ser dividido em: sinonímia, antonímia, homonímia e paroní- mia: Sinonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados iguais ou se- melhantes, ou seja, os sinônimos: Ex.: cara/rosto, quarto/dormitório, casa/lar/morada. Antonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavra que possuem significados diferentes, ou seja, antônimos: Ex.: amor/ódio, dia/noite, calor/frio. Homonímia – é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, porém, possuem a mesma forma e som, ou seja, os homônimos. Estas se dividem em: Homófonas – acento/assento, conserto/conserto; Homógrafas – pode/pode, olho/olho; Perfeitas – rio/rio, são/são/são. Paronímia – é o estudo da particularidade de duas palavras que apresentam semelhança na grafia e na pronúncia, mas têm significados diferentes: eminente/iminente, absolver/absorver. A semântica estuda também a denotação e a conotação das palavras: Denotação – é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o significado original. Ex.: As estrelas do céu. Vesti-me de vermelho. O fogo do isqueiro. Conotação – é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. Ex.: As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores. O fogo da paixão. A semântica também analisa as transformações de significados que acontecem nas formas linguísticas devido a fatores como o tempo. Isto é, parte de duas vertentes: • Semântica Sincrônica é aquela que estuda o significado das palavras no momento atual. É a semân- tica descritiva que tem relação com a evolução da língua. • Semântica Diacrônica é aquela que estuda o significado das palavras em um determinado espaço. É a semântica histórica que tem relação com um tempo passado. No campo de estudo da semântica há alguns conceitos que são básicos para o entendimento dos significados das palavras. São elas: • Denotação https://brasilescola.uol.com.br/literatura/denotacao-conotacao.htm https://brasilescola.uol.com.br/redacao/ambiguidade.htm https://brasilescola.uol.com.br/portugues/sintaxe.htm https://brasilescola.uol.com.br/portugues/sintaxe.htm SEMÂNTICA 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Conotação • Sinonímia • Antonímia • Hiperônimo • Hipônimo • Homonímia • Paronímia • Polissemia • Ambiguidade Semântica: Denotação e Conotação Conotação Ou Conotativo Conotação é quando as palavras são aplicadas em um sentido figurado. Além de depender do contexto em que estão inseridas. Denotação Ou Denotativo Denotação é o sentido real da palavra ou frase. Exatamente o contrário da função conotativa. É o sig- nificado literal e original presente no dicionário. Exemplos: • Eduardo partiu o coração de Marcelo. (Conotativo) • Marcelo partiu o pé da cadeira. (Denotativo) Semântica: Sinonímia e Antonímia Sinonímia No estudo semântico, sinonímia acontece quando duas palavras com significados diferentes são colo- cadas em um contexto em que passam a ser sinônimas. Isto quer dizer que não são palavras sinôni- mas, mas dentro daquela determinada oração assume significados iguais. Cuidado! Essas expressões não são sinônimas, apenas estabelecem uma relação de sinonímia dentro de um contexto. Exemplos: • A paz e a tranquilidade reinavam na casa de Marcelo. • A ponte da esquina quebrou porque era frágil e fraca. Entenda: Os substantivos "paz", "tranquilidade", "frágil e "fraca" quando separados do contexto não são sinônimos. Contudo, dentro do contexto de cada sentença, elas possuem o mesmo significado, ou seja, estão estabelecendo uma relação de sinonímia. Antonímia Antonímia é a relação que ocorre quando duas ou mais palavras não são necessariamente contrárias, mas ao serem colocadas dentro de um contexto assumem sentido de antônimos. Exemplos: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/substantivos SEMÂNTICA 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Mônica é uma pessoa caridosa, já seu irmão Marcos é agressivo. • Marcos é um homem mau, já Mônica é uma pessoa boa. Entenda: “caridosa” e “agressivo” não são antônimos, mas transmitem esse sentido dentro desse con- texto. Já as palavras “mau” e “boa” estão estabelecendo uma relação de antonímia, no entanto, tam- bém são palavras antônimas, pois o contrário de mau é bom e vice e versa. Semântica: Hiperônimo E Hiponímia Hiperônimo São palavras que tem um sentido mais abrangente, ou seja, englobam um conjunto de palavras relaci- onadas a ela e que estão dentro do mesmo grupo semântico. Exemplos: • Profissão: é um hiperônimo, pois dentro desse grupo há várias outras palavras. Como médico, jorna- lista, cozinheiro, entre outros. • Inseto: hiperônimo de barata, mosquito, mosca, etc. • Mamíferos: hiperônimo de ser humano, baleia, vaca, etc. Hipônimo Ao contrário do “hiper” que é algo mais amplo, “hipo” é mais restrito. Isto é, está relacionado a elemen- tos mais específicos dentro do conjunto dos hiperônimos. Exemplos: • Escritor e Jornalista são hipônimos de profissão. • Mosquito e mosca são hipônimos de inseto. • Gato e cachorro são hipônimos de mamíferos. Semântica: Paronímia e Homonímia Paronímia São palavras parônimas aquelas que têm a escrita e a pronúncia semelhantes, mas possuem diferentes significados. A relação parônima acontece quando duas ou mais expressões possuem significados dis- tintos, mas são parecidas na sonoridade e ortografia. Exemplos: • Absolver (perdoar, inocentar) e absorve (aspirar, sorver). • Recrear (divertir) e recriar (criar novamente). • Eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente). Homonímia É a relação presente entre duas ou mais palavras que possuem a mesma pronúncia ou escrita, mas diferentes significados. A homônima é subdivida em: • Palavras homógrafas: expressões com sentidos diferentes, mas a mesma escrita. Exemplo: sede (vontade de beber) e sede (matriz). https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/ortografia SEMÂNTICA 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Palavras homófonas: expressões que têm a escrita diferente, mas a pronúncia é igual. Exem- plos: Sessão, secção, seção ou cessão e acerto (ato de acertar) e asserto (afirmação). • Perfeitas: são palavras homógrafas e homófonas ao mesmo tempo, ou seja, tem a escrita e a pronún- cia iguais, mas diferentes significados. Exemplo: Gosto (substantivo) e gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo). Semântica: Polissemia e Ambiguidade Polissemia A polissemia acontece quando uma mesma palavra pode ser interpretada em diversos significados, proporciona mais de um leitura. Exemplos: palavras polissêmicas • Cabo: pode ser cabo de vassoura, da faca ou o policial militar. • Banco: pode ser a instituição comercial financeira ou o local de sentar. • Manga: pode ser a fruta ou parte da roupa. • Pé: pode ser pé de moleque (doce), parte do corpo humano ou o pé da cadeira. Entenda: as palavras mostradas acima podem ter vários significados. Os sentidos mudam apenas no contexto em que forem inseridas. Ambiguidade Ambiguidade anda ao lado da polissemia, porém a ambiguidade não está atrelada a vários significa- dos, mas sim as possíveis interpretações em uma frase. Isto é, ambiguidade está relacionada ao duplo sentindo de uma sentença ou palavra, enquanto que a polissemia caracteriza-se pelos vários signifi- cados de uma única palavra. Então, ambiguidade é a abertura que uma palavra ou oração pode deixar para interpretações, a possi- bilidade de olhar por vários ângulos uma mesma coisa. Exemplos: • Daniela comeu um chocolate e sua irmã também. (Daniela e a irmã dela comeram um doce ou Daniela comeu o doce e a irmã?). • O policial prendeu o suspeito em sua casa. (Na casa de quem? Do suspeito ou do policial?). • A estudante falou para a professora que era soteropolitana. (Quem era soteropolitana? A estudante ou a professora?). _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/sessao-seccao-secao-ou-cessao https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/ambiguidade DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Denotação e Conotação A língua portuguesa permite que seu falante se expresse sendo literal e usando as palavras em seus sentidos comuns, ou sendo criativo e expandindo o horizonte de significado das palavras. O importan- te para a língua é que a mensagem criada seja entendida por seus receptores. Esse processo de comunicação pode utilizar a denotação, o sentido literal das palavras, ou a conotação, o sentido figu- rado. Denotação Palavras ou textos que estão empregados em seus significados habituais, normalmente os encontra- dos nos dicionários. Esse tipo de significado é chamado de denotativo. Normalmente, a linguagem denotativa é usada para informar de forma objetiva, direta e clara. Exemplos de lugares onde pode- mos encontrar a linguagem empregada denotativamente são os textos científicos, jornalísticos e ins- trutivos. Vale ressaltar que uma palavra pode ter mais de um significado sem que nenhum deles fuja do sentido literal. Veja exemplos abaixo • Eu odeio suco de laranja. (Fruta) • Minha camisa é laranja. (Cor) Conotação A linguagem conotativa é utilizada quando o significado de uma palavra, frase ou texto é empregado de forma figurada, circunstancial, ou seja, não carrega, naquele contexto, o seu sentido comum. Os significados conotativos de uma palavra não são encontrados em um dicionário, isso porque depen- dem de interpretação, que pode diferir conforme o receptor da mensagem. Esse tipo de linguagem normalmente é empregado em textos mais criativos, poéticos e emocionais, pois o principal objetivo de seu uso é provocar sentimentos e sensações. A linguagem conotativa é muito mais recorrente do que parece. Em nosso dia a dia, usamos, ouvimos ou vemos palavras, frases ou até mesmo imagens com sentido figurado. Seja em anúncios, expres- sões ou ditados populares, poesias, literatura e músicas, a conotação está sempre presente. Confira alguns exemplos: • Ele é o laranja da empresa. (Indivíduo envolvido em transações ilícitas) • Seu sucesso é enorme, já pode ser considerada uma estrela. (Pessoa que se destaca tanto quanto uma estrela na escuridão do céu) • Não vou com vocês nem que a vaca tussa. (Expressão que reforça uma negação) Conotação e Denotação A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em constante evolução. As palavras não apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma variedade de sig- nificados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as utilizam. Exemplos de variação no significado das palavras: • Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio ou literal) • Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado) • Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo(denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras. O sentido denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo é também conhecido como sentido figurado. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado ori- ginal, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assu- mindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regula- mentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros. Exemplos: • O elefante é um mamífero. • Já li esta página do livro. • A empregada limpou a casa. Conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujei- tos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significa- ção mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbóli- co. A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da ex- pressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitá- rios, entre outros. Exemplos: • Você é o meu sol! • Minha vida é um mar de tristezas. • Você tem um coração de pedra! • 1- Denotação e Conotação • A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (bá- sica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Observe os seguintes exemplos: • A menina está com a cara toda pintada. Aquele cara parece suspeito. • No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indiví- duo". • Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpreta- ção. Veja: • Marcos quebrou a cara. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o ros- to. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar alguma coisa e não conseguiu. • Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significa- do, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades: • a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o con- texto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico. • b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações dife- rentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico. • Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contí- nuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade. 2 - Figuras de Linguagem • São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construção. • Classificação das Figuras de Linguagem • Observe: 1) Fernanda acordou às sete horas, Renata às nove horas, Paula às dez e meia. 2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela." 3) Seus olhos eram luzes brilhantes. • Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem: • Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar subentendido, na segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar. Repare que a segunda e a última frase do primeiro exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às nove horas, Pau- la acordou às dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de construção ou de sintaxe. • Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim, uma figura de pensamento. • Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os elementos olhos e luzes brilhan- tes. Essa associação nos permite uma transferência de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra. • Figura de Palavra • A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figura- do, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Esses dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - permi- tem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia. • Metáfora • A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo e momen- tâneo; se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da mesa", "braço da cadeira"). DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. • Observe a gradação no processo metafórico abaixo: • Seus olhos são como luzes brilhantes. • O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como. • Observe agora: • Seus olhos são luzes brilhantes. • Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é semelhante. • Por fim, no exemplo: • As luzes brilhantes olhavam-me. • Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora. • Observe outros exemplos: • 1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa) • Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.). • 2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum. • Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso des- sa expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma compa- ração subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum. Metonímia A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afini- dade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo: 1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) 2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.) 3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.) 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.) 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno.) 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.) 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.) 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos jogadores.) 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressa- DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR damente.) 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e so- frem nesse mundo.) 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheresforam chamadas, não apenas uma mulher.) 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.) 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.) 14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.) Saiba que: Atualmente, não se faz mais a distinção entre metonímia e sinédoque (emprego de um termo em lugar de outro), havendo entre ambos relação de extensão. Por ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o de sinédoque. Catacrese Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: "asa da xícara" "batata da perna" "maçã do rosto" "pé da mesa" "braço da cadeira" "coroa do abacaxi" Perífrase Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atribu- tos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos: O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem. O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Sinestesia Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplos: Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil) No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual) DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Figuras de Pensamento Dentre as figuras de pensamento, as mais comuns são: Antítese Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmen- te, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos: "O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa) O corpo é grande e a alma é pequena. "Quando um muro separa, uma ponte une." "Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves) Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma. Paradoxo Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias. Veja o exemplo: Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econô- micas. Eufemismo Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante. Exemplos: Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (= morreu) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) Ironia Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensa- mento com a intenção de ridicularizá-lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os exemplos abaixo: Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima! Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. Hipérbole É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos: Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. "Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac) Prosopopeia ou Personificação Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: As pedras andam vagarosamente. O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia. A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse. Chora, violão. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Apóstrofe Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evi- dência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: Moça, que fazes aí parada? "Pai Nosso, que estais no céu..." "Liberdade, Liberdade, Abre as asas sobre nós, Das lutas, na tempestade, Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada) Gradação Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou de- crescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax. Observe este exemplo: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensa- mento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: "Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor". (Olavo Bilac) "O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira) Figuras de Construção ou Sintáticas As figuras de construção ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido. Elipse Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos: 1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.) 2) Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. (Nesse exemplo, as desinências ver- bais de tenho e amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".) 3) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.) 4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.) Zeugma Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteri- ormente. Exemplos: Ele gosta de geografia; eu, de português. Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos. Ela gosta de natação; eu, de vôlei. No céu há estrelas; na terra, você. Silepse A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Silepse de Gênero Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: 1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho). 2) Vossa excelência está preocupado. Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculi- no, e não com o termo Vossa excelência. Silepse de Número Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concor- da gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador. Como vai a turma? Estão bem? O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram, estão e gritavam não concordam gramaticalmen- te com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissão, turma e povo, respectiva- mente), mas com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural. Silepse de Pessoa Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da ora- ção, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos: O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis) Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas). Polissíndeto / Assíndeto Para estudarmos essas duas figuras de construção, é necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre período composto. No período composto por coordenação, podemos ter orações sindé- ticas ou assindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindética; a ora- ção que não apresenta conectivo é assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção: 1) Polissíndeto É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: "Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espe- daça, e morre." (Olavo Bilac) "Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da nature- za. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2) Assíndeto É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. "Vim, vi, venci." (Júlio César) Pleonasmo Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleo- nasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Veja este exemplo: O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classsificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo: Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indi- reto pleonástico. Exemplos: "Vi, claramente visto, o lumo vivo." (Luís de Camões) "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa) "E rir meu riso." (Vinícius de Moraes) "O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira) Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos: Vi aquela cena com meus próprios olhos. Vamos subir para cima. Anáfora É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substi- tuídos por pronomes relativos. Assim, observe o exemplo abaixo: Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é um termo anafórico, já que se refere a um amigo anteriormente referido. Observe outro exemplo: "Se você gritasse Se você gemesse, Se você tocasse DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR a valsa vienense Se você dormisse, Se você cansasse, Se você morresse... Mas você não morre, Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade) Anacoluto Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. Veja o exemplo: Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma inter- rupção da frase e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento. Exemplos: O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco) Obs.: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo. Hipérbato / Inversão É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração. Exemplos: São como cristais as palavras. (Na ordem direta seria: As palavras são como cristais.) Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.) Figuras de Som Aliteração Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sono- ro significativo. Exemplos: Três pratos de trigo para três tigres tristes. O rato roeu a roupa do rei de Roma. "Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." Cruz e Souza (Aliteração em "v") Assonância Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos: "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." Onomatopeia DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. Miau, miau. (Som emitido pelo gato) Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar. Cócórócócó, fez o galo às seis da manhã. 3 - Vícios de Linguagem Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe: Pleonasmo Vicioso ou Redundância Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição desneces- sária de uma informação na frase. Exemplos: Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer. Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada. Encontraremos outra alternativa para esse problema. Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem. Barbarismo É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis: 1) Pronúncia a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica) b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas) c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra. Exemplos: Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei) O segurança deteu aquele homem. (deteve) 2) Morfologia Exemplos: Se eu ir aí, vou me atrasar. (for) Sou a aluna mais maior da turma. (maior) 3) Semântica Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou) 4) Estrangeirismos Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Exemplos: O show é hoje! (espetáculo) Vamos tomar um drink? (drinque) Solecismo É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis: 1) Concordância Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia) 2) Regência Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao) 3) Colocação Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé) Ambiguidade ou Anfibologia Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase. Exemplos: Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?) O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?) Cacofonia Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou palavra inconveniente. Exemplos: Uma mão lava outra. (mamão) Vi ela na esquina. (viela) Dei um beijo na boca dela. (cadela) Eco Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonân- cia. Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população. Hiato Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância. Exemplos: Eu a amo. Ou eu ou a outra ganhará o concurso. Colisão Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Por Exemplo: Sua saia sujou. Funções da Linguagem DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Para que serve a linguagem? Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sen- te, o que quer, o que faz. Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que elafuncio- na? A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir: 1) Função Referencial ou Denotativa Palavra-chave: referente Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qual- quer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensa- gem se refere. Exemplo: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial). 2) Função Expressiva ou Emotiva Palavra-chave: emissor Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da fun- ção emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reti- cências e o ponto de exclamação. Exemplos: a) Ah, que coisa boa! b) Tenho um pouco de medo... c) Nós te amamos! 3) Função Apelativa ou Conativa Palavra-chave: receptor Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar- lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pes- soa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Exemplos: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR a) Você já tomou banho? b) Mãe, vem cá! c) Não perca esta promoção! 4) Função Poética Palavra-chave: mensagem É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como di- zer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorís- tico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatu- ra em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade. Exemplos: a) “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado) b) Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. (Texto publicitário) c) Se eu não vejo a mulher que eu mais desejo nada que eu veja vale o que eu não vejo (Daniel Borges) 5) Função Fática Palavra-chave: canal Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fór- mulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Exemplo: Alô? Está me ouvindo? 6) Função Metalinguística Palavra-chave: código Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem. Exemplo: Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Para dar a definição de frase, usamos uma frase.) Observações: - Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. - As funções para a linguagem foram bem caracterizadas em 1960, por um famoso linguista russo chamado Roman Jakobson, num célebre ensaio intitulado "Linguística e Poética". Denotação e Conotação As variações de significado de um signo linguístico são chamadas de denotação e conotação. Elas devem estar subordinadas ao tipo de linguagem que se deseja empregar. Você sabe o que é denotação? E conotação? Para entender melhor esses importantes elementos da linguagem, observe as tirinhas: Hagar, o Horrível. Criação de Chris Browne. É comum encontrarmos nas tirinhas recursos expressi- vos da linguagem, como a conotação DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Calvin e Haroldo, criação de Bill Watterson. O uso da conotação confere o efeito de humor da tirinha No terceiro quadrinho da primeira tirinha, é possível notar um diálogo interessante entre os amigos Hagar e Eddie Sortudo. A pergunta metafórica feita por Hagar ganhou uma resposta inesperada, visto que seu amigo não compreendeu o sentido conotativoempregado em sua linguagem. A respos- ta “Você está aqui porque o dono do bar deixa você pendurar a conta até o fim do mês” também utili- za uma linguagem figurativa, pois “pendurar a conta” quer dizer, na verdade, consumir e protelar o pagamento, certo? Na tirinha de Calvin e Haroldo, também encontramos uma expressão empregada em seu sentido metafórico: Quando o valentão Moe diz para Calvin que ele “vai comer asfalto”, não esperamos que a ameaça seja cumprida ao pé da letra, mas sabemos que o sentido dado à expressão é negativo. Moe usou o sentido figurado para dizer que Calvin vai passar por “maus pedaços” no quinto ano. Pois bem, temos aí bons exemplos de denotação e conotação. Pois bem, a denotação e a conotação dizem respeito às variações de significado que ocorrem no signo linguístico — elemento que representa o significado e o significante. Em outras palavras, po- demos dizer que nem sempre os vocábulos apresentam apenas um significado, podendo apresentar uma variedade deles de acordo com o contexto em que são empregados. Observe o exemplo: Os donos soltaram os cachorros para que eles pudessem passear na fazenda. Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram enganados! Você diria que a expressão “soltaram os cachorros” foi empregada com a mesma intenção nas duas orações? Na primeira, a expressão “soltaram os cachorros” foi utilizada em seu sentido literal, isto é, no sentido denotativo, pois de fato os animais foram liberados para passear. E na segunda oração? Qual sentido você atribuiu à expressão “soltaram os cachorros”? Provavelmente você percebeu que ela foi empregada em seu sentido conotativo, pois naquele contexto representou que alguém ficou bravo e acabou se exaltando, perdendo a paciência. Geralmente, a conotação é empregada em uma linguagem específica, que não tenha compromisso em ser objetiva ou literal. Ela é muito encontrada na literatura, que utiliza diversos recursos expressi- vos para realçar um elaborado trabalho com a linguagem. Nos textos informativos, por exemplo, a conotação dá lugar à denotação, pois a informação deve ser transmitida da maneira mais clara possí- vel, para assim evitar interpretações equivocadas e o efeito de ambiguidade. Sintetizando: Conotação: Sentido mais geral que se pode atribuir a um termo abstrato, além da significação própria. Sentido figurado, metafórico. Denotação: Significado de uma palavra ou expressão mais próximo do seu sentido literal. Sentido real, denotativo. Denotação e Conotação Compare as duas frases: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1 – Faça uma fogueira com o máximo cuidado. 2 – Seu rosto foi consumido pela fogueira das minhas recordações. A palavra fogueira tem dois significados, dependendo do contexto em que aparece: na frase 1, signi- fica lenha ou outra matéria combustível empilhada, a qual se lança fogo; na frase 2, significa ardor, exaltação, entusiasmo. No primeiro caso, a palavra fogueira está empregada em seu sentido denotativo. A denotação consiste em utilizar as palavras no seu sentido próprio, literal, comum, ou seja, aquele existente nos dicionários. A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. Já, na segunda frase, a palavra foi usada em sentido conotativo, pois a ela foi atribuída um novo sig- nificado. Conotação é, portanto, o emprego de uma palavra em seu sentido figurado, e depende do contexto em que foi utilizada. Em textos literários, há predomínio da conotação. A conotação de uma palavra pode variar de indivíduo para indivíduo numa mesma comunidade, de acordo com as experiências pessoais de cada um. Outros exemplos: Prefiro responder-lhe pelas páginas de uma revista. (denotação) Você é uma página virada na história da minha vida. (conotação) Os adversários lutaram até o anoitecer. (denotação) A criança luta todas as noites contra o sono. (conotação) Agora, veja estas frases dos textos: “(O rio) Sempre sonhando rumo ao mar, / como uma canção de prata, / vai cantando em seus cristais / desde a noite até a alvorada.” “(O rio São Francisco) nasce em Minas Gerais e percorre 3160 quilômetros, passando pela Bahia, por Pernambuco, Alagoas e Sergipe.” Percebe-se que a linguagem do texto 1 é conotativa, pois o locutor usa palavras em um sentido dife- rente daquele em que normalmente são empregadas; já, a linguagem do segundo texto é denotativa, pois as palavras foram usadas em seu sentido próprio. Denotação e conotação são duas palavras muito usadas na área da linguística. Denotação indica o sentido literal das palavras e conotação indica o sentido figurado das palavras. Fora dessa área es- pecífica, o termo denotação é pouco utilizado, mas o substantivo conotação é muito utilizado: conota- ção negativa, conotação maliciosa, conotação sexual,... Denotação A denotação é utilizada em textos informativos, apresentando um caráter prático e utilitário. Transmite a mensagem de forma clara e objetiva. Indica o sentido literal de uma palavra, o seu significado mais objetivo e comum, independentemente da frase ou contexto em que se encontra inserida. Exemplos de frases com denotação • Estou com dor de cabeça. • A fera fugiu da jaula. • Nunca fui à capital do nosso país. Conotação A conotação é utilizada na literatura, em letras de música, em anúncios publicitários,... Indica o senti- do figurado de uma palavra, sujeito a interpretações variadas, mediante a frase ou contexto em que DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR aparece. Tem uma significação ampliada, baseada em associações e ideias que vão além do sentido original da palavra. Exemplos de frases com conotação • Ele é o cabeça do grupo. • Sou fera na matemática. • Não posso ir, estou sem capital. Exemplos de uso da palavra conotação • Você notou que o discurso tinha uma conotação racista? • Essa palavra tem uma conotação negativa. Não a use! • Tente dar uma conotação alegre à mensagem. O que é conotação e denotação? Os sentidos das palavras não são imutáveis, ou seja, dependendo do contexto, as palavras podem ganhar um sentido que muitas vezes um leitor comum nem pensa. Para estudar este tipo de uso das palavras é que se estuda a denotação e conotação. Caso as palavras tivessem um sentido engessado, único e sem graça, os escritores não teriam espa- ço no idioma, mas como a língua portuguesa é um campo bem flexível, uma mesma palavra pode ter diversos sentidos, sendo que estes sentidos podem ser classificados como denotação e conotação. O que é denotação? Denotação é quando um texto é usado de forma que achamos em um dicionário, ou seja, em seu sentido literal, sem nenhum tipo de mudança em seu sentido e abaixo temos um exemplo deste uso: • "A cara da menina está toda pintada." No exemplo citado acima, a palavra cara se refere ao rosto da menina todo pintado, ou seja, a pala- vra cara tem o sinônimo de face neste exemplo e este é o sentido da palavra no dicionário e como é usado normalmente. O que é conotação? Em alguns tipos de texto, o uso nada comum de muitas palavras é bem comum, como no caso de textos poéticos ou de escritores famosos, muitas das vezes encontramos palavras que usaríamos de uma forma sendo usadas de modo completamente diferentes. E que dão um sentido bem interessante e inusitado ao texto, ou seja, quando uma palavra entra em um contexto em que se pode ser interpretada de diversas maneiras chamamos de denotação e no texto abaixo teremos um exemplo bem simples: • "Henrique quebrou a cara." A frase descrita acima remete pelo menos duas interpretações: ou que Henrique machucou o rosto ou que se deu mal em alguma situação e para este tipo de situação damos o nome de conotação. Sendo que este tipo de recurso é muito usado em poemas e até no dia-a-dia, quando desejamos colocar uma carga forte de emoções em alguma expressão. Cabe a cada escritor saber o momento certo de se usar estas duas ferramentas (de uso denotativo e conotativo), que podem deixar os textos bem interessantes, principalmente a conotação. _________________________________________________________________________________ SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Sistema Ortográfico Vigente O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa foi feito com o objetivo de unificar a grafia de países que tem como língua oficial a língua portuguesa. Entrou em vigor em 1º de janeiro de 2006. Esse acordo foi feito entre os países: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portu- guesa (CPLP). Através do novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a comunicação entre esses países passou a ser mais fluida, mais fácil. Como o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a ortografia da língua passou por mudanças que envolvem: • O alfabeto • Acentuação • Consoantes mudas • Uso das letras maiúsculas e minúsculas O alfabeto no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa A Língua Portuguesa era composta por 23 letras antes do novo acordo. Após as mudanças, o alfabeto passou a ter 26 letras. Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Isso porque foram incorporadas ao alfabeto três letras que eram consideradas estrangeiras: K, W e Y. Assim, essas letras podem ser usadas em nomes próprios estrangeiros de pessoas, lugares e seus derivados. O K, W e Y também podem ser usados em siglas, símbolos, unidades de medida e monetárias e es- trangeirismos que são usados frequentemente como: darwinismo, download, software, playground e km. Após as mudanças do novo acordo, os estudantes tiveram que reaprender a língua. Foto: Freepik) Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa e acentuação Uso do trema No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o uso do trema não é mais empregado: nem em palavras portuguesas nem em palavras aportuguesadas. • Pinguim • Linguiça • Consequência • Cinquenta Atenção: em palavras como mülleriano (de Müller) e hübneriano (de Hübner) o uso do trema ainda deve ser feito, pois se trata de nomes próprios estrangeiros. Acento diferencial O acento diferencial em palavras homógrafas não é mais empregado. Exceto das palavras pôr e por, pôde e pode. SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Palavras homógrafas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia semelhantes, mas com significados diferentes. Exemplo: "para: verbo" e "para: preposição". O acento diferencial é empregado em situações em que há a distinção de tempo verbal e singular e plural de verbos. • Ele mantém / eles mantêm • Ele convém / eles convêm • Ele tem / eles têm • Ele contém / eles contêm Ele é facultativo entre a 1² pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e a 1² pessoa do plural do presente do indicativo. • Estudamos e estudámos • Demos e dêmos • Cantamos e cantámos Além disso, há algumas diferenças entre a acentuação gráfica de algumas palavras do português bra- sileiro para o de Portugal. Nesses casos, ambos foram considerados corretos. • Antônimo e antónimos • Gênero e género • Sinônimo e sinónimo • Purê e puré • Bebê e bebé Da mesma forma com palavras que são acentuadas no Brasil e em Portugal, não. • Averígue e averigue • Apazígua e apazigua • Enxágue e enxague • Delínquo e delinquo Acento circunflexo No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento circunflexo não é mais empregado em pa- lavras paroxítonas que terminam em êem e palavras com o hiato oo. • Voo • Povoo • Leem • Enjoo • Abençoo Hífen SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O emprego do hífen foi o que mais sofreu mudanças com o novo acordo ortográfico da Língua Portu- guesa. Isso porque palavras que antes não tinham passaram a ter, enquanto outras deixaram de ter. Passa a ter hífen palavras que terminam com a mesma letra da segunda palavra, ou quando a segunda palavra começar com a letra h. • Micro-ondas • Sobre-humano • Supra-hepático • Anti-inflamatório Não tem hífen palavras que terminam com vogal e a segunda palavra começam com r ou s, sendo essas consoantes duplicadas. • Antissocial • Antirrugas Também não tem hífen palavras que terminam com vogal e a seguinte começa com vogal diferente. • Antiaéreo • Extraescolar • Semianalfabeto • Infraestrutura • Semiaberto O hífen é mantido em palavras compostas por justaposição que não tem elementos de ligação e juntas formam um único significado. • Guarda-chuva • Meio-dia • Segunda-feira • Decreto-lei Já em palavras compostas por justaposição que não tem a noção de composição de significado o hífen não é empregado. • Paraquedismo • Paraquedas • Paraquedista Não tem hífen palavras que terminam com re e a seguinte palavra começa com e. • Reeleição • Reeducação • Reeditar Também não tem hífen as palavras que com começam com co e se a seguinte palavra começa com a letra h. SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Coabitante: antes co-habitante • Coautor Ditongos No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento não é mais empregado em palavra paro- xítonas com i e u depois de ditongo. • Assembleia • Ideia • Feiura • Bocaiuva Já palavras paroxítonas com ditongo aberto ei e oi, o acento passa a ser empregado. • Androide • Alcateia Continuam com acentos as palavras oxítonas com ditongo aberto eu, ei e ou. Exemplo: chapéu, pa- péis e heróis. • Chapéu • Papéis • Heróis Consoantes mudas Palavras que possuem os encontros consonantais do tipo cc, cç, pc, pç e pt foram abolidas as le- tras c e p se forem mudas. Atenção: são mantidas na pronúncia. Palavras com consoantes pronunciadas • Aptidão • Compacto • Ficção • Adepto • Pacto • Núpcias Palavras com consoantes não pronunciadas • Afectivo: afetivo • Adopção: adoção • Actividade: atividade • Direcção: direção • Exacto: exato • Acção: ação SISTEMA ORTOGRÁFICO VIGENTE 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Palavras com consoantes com dupla grafia • Amígdala e amídala • Súbdito e súdito • Concepção e conceção • Recepção e receção • Fato e facto • Subtil e sutil • Suntuoso e sumptuoso • Amnistia e anistia Letras maiúsculas e minúsculas De acordo com o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas são usadas em nomes próprios de pessoas, animais, lugares (cidades, países, continentes...), acidentes geográficos, rios, instituições e entidades. Além de em nomes de festas e festividades, em nomes astronômicos, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas. Exemplos: • Marta • FIFA • França • Marte • Amazonas • Cruz Vermelha • Copa do Mundo • O Estado do São Paulo As letras minúsculas podem ser usadas nos dias da semana, meses e estações do ano. Exemplo: terça-feira, novembro, outono. E nos pontos cardeais, caso sejam usados para indicar direção. O uso da letra maiúscula ou minúscula é facultativo em títulos de livros (totalmente em maiúsculas ou apenas com maiúscula inicial), palavras de categorizações (rio, rua, igreja…), nomes de áreas do saber, matérias e disciplinas, versos que não iniciam o período e palavras ligadas a uma religião. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ACENTUAÇÃO GRÁFICA 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Acentuação Gráfica Regras de Acentuação Gráfica Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxíto- nas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas. Proparoxítonas Sílaba tônica: antepenúltima As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, patético, árvore Paroxítonas Sílaba tônica: penúltima Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l fácil n pólen r cadáver ps bíceps x tórax us vírus i, is júri, lápis om, ons iândom, íons um, uns álbum, álbuns ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis Observações: 1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em "ens", não (hifens, jovens). 2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super). 3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s). Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início Oxítonas Sílaba tônica: última Acentuam-se as oxítonas terminadas em: a(s): sofá, sofás e(s): jacaré, vocês o(s): paletó, avós em, ens: ninguém, armazéns A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos símbolos escritos sobre determinadas le- tras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação do idioma. De forma geral es- ACENTUAÇÃO GRÁFICA 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR tes acentos são usados para auxiliar a pronúncia de palavras que fogem do padrão prosódico mais comum. Acento Agudo O acento agudo ( ´ ) é usado na maioria dos idiomas para assinalar geralmente uma vogal aberta ou longa. Em português, aparece em todas as vogais tônicas na última sílaba ou na antepenúltima síla- ba. Aparece também nos grupos "em" e "ens" (como em armazém, além, etc.) e para separar as le- tras i e u dentro de um hiato (como em alaúde). Em idiomas como o holandês e o islandês, pode fun- cionar como marca diferencial em palavras homônimas cujo significado não pode ser inferido pelo contexto. Na escrita pinyin do mandarimindica o segundo tom, de baixo para cima. Em polonês pode aparecer sobre as consoantes c e n para indicar a palatização (passando a ser pronunciadas como /tch/ e /nh/). Acento Grave O acento grave (`) era usado geralmente para designar uma vogal curta ou grave em latim e grego. Em português serve para marcar a crase. É de uso frequente em italiano e francês para marcar a sílaba tônica de algumas palavras. Em norueguês e romeno, serve como acento para desambiguação de palavras. Na escrita pinyin, indica o quarto tom, de cima para baixo. Acento Circunflexo O acento circunflexo (^) é um sinal diacrítico usado em português e galês tem função de marcar a posição da sílaba tônica. No caso específico do português, aparece sobre as vogais a, e, o quando são tônicas na última ou antepenúltima sílaba (p. ex.: lâmpada, pêssego, supôs) e têm timbre fecha- do. Em francês é usado para marcar vogais longas decorrentes da supressão da letra s na evolução histórica da palavra (p. ex. hospital → hôpital). Cáron O cáron (ˇ), ou circunflexo invertido, é um acento inexistente em português. Aparece em várias lín- guas balto-eslavas e línguas urálicas sobre consoantes para indicar a palatização. Também indica o terceiro tom na escrita pinyin do mandarim (alto - baixo - alto). Til O til é um sinal diacrítico cujo uso mais frequente é em português. Serve para indicar a nasalização das vogais - atualmente somente nos ditongos ão, ãe, õe e isoladamente na vogal ã, mas no passado podia aparecer também sobre a vogal e. Também aparece no espanhol sobre a letra n para indicar a palatização (devendo ser pronunciada como /nh/) e no estoniano sobre a letra o para indicar uma vogal intermediária entre /o/ e /e/. Trema O trema (¨) é um sinal gráfico presente em várias línguas românicas e línguas germânicas, e usado em português do Brasil até o acordo ortográfico de 1990 sobre a letra u nos grupos que, qui, gue e gui quando fossem pronunciados, como em freqüência e ungüento, uso ainda presente em espanhol. Em francês, holandês e italiano, serve para marcar a segunda vogal de um hiato. Em alemão, sueco e finlandês aparece sobre as vogais a, o e u para indicar que devem ser pronunci- adas como vogais posteriores. Cedilha A cedilha (¸) é usada geralmente para indicar que uma consoante deve ser pronunciada de forma sibilante. Em português, francês e turco aparece sob a letra c (ç) - no caso do turco, para indicar a palatização. Em romeno aparece sob as letras s e t. Anel ACENTUAÇÃO GRÁFICA 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O anel (˚) é um acento inexistente em português. Aparece nas línguas escandinavas sobre a letra a (å) para indicar que deve ser pronunciada como /ó/. Também aparece em checosobre a letra u para indicar que deve ser pronunciada como uma vogal longa. Ogonek O ogonek (˛) é um acento exclusivo do polonês, colocado abaixo das vogais nasais (ą, ę, ǫ, ų). Tem a mesma função do til em português. Regras básicas de acentuação em português Monossílabos Os monossílabos tônicos terminados em a, e ou o, seguidos ou não de s, são acentuados. [1] Exemplos: pá, vá, gás, Brás, cá, má, pé, fé, mês, três, crê, vê, lê, sê, nós, pôs, xô, nó, pó, só. Oxítonas ou agudas As palavras oxítonas ou agudas (quando a última sílaba é a sílaba tônica) com a mesma terminação dos monossílabos tônicos acentuados, com acréscimo do em e ens, são acentuadas. Também são acentuadas as oxítonas terminadas nos ditongos éu, éi e ói. Exemplos: pará, vatapá, estás, irás, cajá, você, café, Urupês, jacarés, jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó, alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém, aquém, refém, réu, céu, pastéis, herói. Paroxítonas ou Graves As palavras paroxítonas ou graves (quando a penúltima sílaba é a sílaba tônica) que possuem termi- nação diferente das oxítonas acentuadas, são acentuadas. Exemplos: táxi, beribéri, lápis, grátis, jú- ri,bónus/bônus, álbum, álbuns, nêutron, prótons, incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix/ônix, fénix/fênix, bíceps, fórceps, ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. São exceções as com prefixos como anti e super. Proparoxítonas ou Esdrúxulas As palavras proparoxítonas ou esdrúxulas (quando a antepenúltima sílaba é a sílaba tônica) são to- das acentuadas. A vogal com timbre aberto é acentuada com um acento agudo, já a com timbre fe- chado ou nasal é acentuada com um acento circunflexo. [1] Exemplos: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido. Observação.: Palavras terminadas em encontro vocálico átono podem ser consideradas tanto paroxí- tonas quanto proparoxítonas, e devem ser todas acentuadas. Encontros vocálicos átonos no fim de palavras tanto podem ser entendidos como ditongos quanto como hiatos. Exemplos: cárie, história, árduo, água, errôneo. FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda (2010). mini Aurélio 8 ed. Curitiba: Positivo. p. 20. ISBN 85-385-4239-1 Verifique |isbn=(ajuda) </ref> Exemplos: anéis, fiéis, papéis, céu, troféu, véu, constrói, dói, herói. Hiatos As letras i e u (seguidos ou não de s) quando em hiatos, são acentuados desde que estas letras se- jam precedidas por vogal e que estejam isoladas em uma sílaba (só o i ou só o u). Exemplos: a-í, ba-la-ús-tre, e-go-ís-ta, fa-ís-ca, vi-ú-vo, he-ro-í-na, sa-í-da, sa-ú-de. Obs.: Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u, seguidos ou não do s, pois fogem a regra das oxítonas acentuadas. Palavras como baú, saí, Anhangabaú, etc., são acentuadas não por serem oxítonas, mas pelo i e u formarem sílabas sozinhos (hiato). Não se acentuam hiatos que precedem as letras l, r, z, m, n, e o dígrafo nh. Exemplo contribuinte. Acento Diferencial ACENTUAÇÃO GRÁFICA 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR pôde (pret. perf. do ind. de poder) de pode (pres. do ind. de poder); pôr (verbo) de por (preposição); têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) de tem (terceira pessoa do singular do verbo ter); derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa do plural tem um acento circunflexo "^" mantém/mantêm; vêm (terceira pessoa do plural do verbo vir) - vem (terceira pessoa do singular do verbo vir); derivados do verbo vir têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa do plural tem um acento circunflexo "^" provém/provêm. Casos em que o acento diferencial é opcional: Acento diferencial do pretérito: chegámos (1ª pessoa do plural no pretérito - indicativo) chegamos (1ª pessoa do plural no presente - indicativo) fôrma (substantivo) de forma (substantivo e verbo) Após a reforma ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da escrita, porém, obviamente, a pronúncia continua a mesma. Acentuação Gráfica O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das pala- vras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, notou que a sílaba tônica nem sem- pre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia). Oxítonas 1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s. Exemplos: a já, cajá, vatapá as ás, ananás, mafuás e fé, café, jacaré es pés, pajés, pontapés o pó, cipó, mocotó os nós, sós, retrós e crê, dendê, vê es freguês, inglês, lês o avô, bordô, metrô os bisavôs, borderôs, propôs 2. São acentuados os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las. Exemplos: dá-lo, matá-los, vendê-la, fê-las, compô-lo, pô-los etc. 3. Nunca se acentuam as oxítonas terminadas em i e u e em consoantes. Exemplos: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor. 4. Nunca se acentuam os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las. Exemplos: fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las ACENTUAÇÃO GRÁFICA 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5. Acentuam-se sempre as oxítonas de duas ou mais sílabas terminadas em -em e -ens. Exemplos: alguém, armazém, também, parabéns, reféns. Paroxítonas 1. Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em i, is, ã, ãs, ão, ãos, us, l, um, uns, n, ps, r, x: Exemplos: i dândi, júri, táxi is lápis, tênis, Clóvis ã/ãs ímã, órfã, ímãs ão/ãos bênção, órfão, órgãos us bônus, ônus, vírus l amável, fácil, imóvel um/uns álbum, médium, quóruns n albúmen, hífen, Nílton ps bíceps, fórceps, tríceps r César, mártir, revólver x fênix, látex, tórax Observação As paroxítonas terminadas em -en perdem o acento no plural. Exemplos: hifens, liquens. 2. Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados graficamente. Exemplos: inter-humano, inter-racial, anti-ibérico, anti-humano, semi-hebdomadário, semi-infantil, super-homem, super-requintado. 3. Não se acentuam graficamente as paroxítonas apenas porque apresentam vogais tônicas abertas ou fechadas. Exemplos: espelho, famosa, medo, ontem, socorro, pires, tela. 4. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento no i e no u tônicos das palavras paroxíto- nas quando vierem depois de um ditongo decrescente. Se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, porém, o acento permanece. Exemplos: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, guaíba, Guaíra. Proparoxítonas Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente. Exemplos: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora. Casos especiais 1. Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éis, éu(s) e ói(s). Exemplos: fiéis, céu, chapéus, herói, caracóis etc. 2. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas. Exemplos: alcateia, geleia, ideia, plateia, boia, joia, asteroide, heroico. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s. Exemplos: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo. 4. Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s. Exemplos: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis. 5. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais. Exemplos: afã, coração, devoções, maçã, relação. 6. Depois do Acordo Ortográfico, não é mais acentuado o primeiro o do hiato oo. Exemplos: enjoo, voo. 7. Depois do Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as formas verbais dissílabas terminadas em eem. Exemplos: creem, leem, veem, deem e correlatas. 8. Depois do Acordo Ortográfico, o trema não é mais utilizado. Exemplos: frequente, tranquilo. Observação O trema permanece, porém, nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. 9. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu com- posto redarguir. 10. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, apazi- guar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Observação a) A vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras. b) No Brasil, a pronúncia mais corrente é a com a e i tônicos. 11. O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual manei- ra. Depois do Acordo Ortográfico, passamos a usar apenas alguns acentos diferenciais. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Exemplos: pôde (pretérito perfeito do indicativo de poder) pode (presente do indicativo de poder) pôr (verbo) por (preposição) têm (3.a pessoa do plural do verbo ter) tem (3.a pessoa do singular do verbo ter) vêm (3.a pessoa do plural do verbo ter) vem (3.a pessoa do singular do verbo ter) Observações a) O Acordo Ortográfico passou a aceitar a dupla grafia da palavra fôrma/forma, acentuada ou não. b) Os derivados do verbo ter (conter, deter, manter etc.) seguem a mesma regra do verbo ter. Exemplos: Ele contém Eles contêm Ele detém Eles detêm Ele mantém Eles mantêm c) Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé- la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Exemplos: Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera. Acentuação Gramática O Novo Acordo Ortográfico, em uso desde 2009, estabeleceu muitas mudanças nas regras de acen- tuação gráfica. Em se tratando de acentuação, devemos nos ater à questão das novas regras ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em uso desde o dia 1º de janeiro de 2009. Como toda mudança impli- ca adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto antes.O estudo exposto a seguir visa a aprofundar seus conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafar as palavras, le- vando em consideração as regras de acentuação e o que foi proposto pelo novo acordo ortográfico. Acentuação Tônica A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aque- la que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel Paroxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na penúltima sílaba. ACENTUAÇÃO GRÁFICA 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível Proparoxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Acentuação gráfica Regras fundamentais: Proparoxítonas: todas são acentuadas. Ex.: analítico, hipérbole, jurídico, cólica. Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em", seguidas ou não do plural(s). Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s) Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: → Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há → Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo. Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: → i, is Ex.: táxi – lápis – júri → us, um, uns Ex.: vírus – álbuns – fórum → l, n, r, x, ps Ex.: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps → ã, ãs, ão, ãos Ex.: ímã – ímãs – órfão – órgãos → Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”. Ex.: água – pônei – mágoa – jóquei Regras especiais: → Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento com o Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos: ANTES AGORA Assembléia Assembleia Idéia Ideia Geléia Geleia Jibóia Jiboia Apóia (verbo apoiar) Apoia Paranóico Paranoico → Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento: ACENTUAÇÃO GRÁFICA 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís Observação importante: → Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo: ANTES AGORA Bocaiúva Bocaiuva Feiúra Feiura Sauípe Sauipe → O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” foi abolido. ANTES AGORA crêem creem lêem leem vôo voo enjôo enjoo → Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: Ex.: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba . No entanto, em se tratando de palavra proparoxítona, haverá o acento, já que a regra de acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos: Ex.: fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo → As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas. ANTES AGORA apazigúe (apaziguar) apazigue averigúe (averiguar) averigue argúi (arguir) argui → Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus com- postos (conter, reter, advir, convir etc.). SINGULAR PLURAL ele tem eles têm ele vem eles vêm ele contém eles contêm ele obtém eles obtêm ele retém eles retêm → Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções, como: A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda conti- nua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do indica- tivo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por. Exemplos de palavras homógrafas: pera (substantivo) - pera (preposição antiga) para (verbo) - para (preposição) pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar) ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Estrutura E Formação Das Palavras Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos me- lhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo: art-ista brinc-a-mos cha-l-eira cachorr-inh-a-s A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. Vamos analisar a palavra "cachorrinhas": Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado. inh - indica que a palavra é um diminutivo a - indica que a palavra é feminina s - indica que a palavra se encontra no plural Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos: 1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos 2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros 3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos. Raiz É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimo- lógica. Observe o exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo: at-o at-or at-ivo aç-ão ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR ac-ionar Radical Observe o seguinte grupo de palavras: livr- o livr- inho livr- eiro livr- eco Você reparou que há um elemento comum nesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de ra- dical (ou semantema). Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prá- tico. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra. Por Exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza Afixos Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar"à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefi- xos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos: Prefixo Radical Sufixo in at ivo em pobr ecer inter nacion al Desinências Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos: Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o aluno-s alun-a aluna-s Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número. Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. Exemplos: compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-m compra-va compra-va-s A desinência “-o”, presente em “am-o”, é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. Vogal Temática Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos: buscar, buscavas, etc. E Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos: romper, rompemos, etc. I Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Exemplos: proibir, proibirá, etc. Tema Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi- Vogais e Consoantes de Ligação As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra. Exemplo: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i) Outros exemplos: ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr- e-tão, etc. Formação das Palavras Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical. Derivação Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo: Primitiva Derivada mar marítimo, marinheiro, marujo terra enterrar, terreiro, aterrar Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possi- bilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. Tipos De Derivação Derivação Prefixal ou Prefixação Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos: crer- descrer ler- reler capaz- incapaz Derivação Sufixal Ou Sufixação Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mu- dança de classe gramatical. Por Exemplo: alfabetização No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar. A derivação sufixal pode ser: a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por Exemplo: papel - papelaria riso - risonho b) Verbal, formando verbos. Por Exemplo: atual - atualizar c) Adverbial, formando advérbios de modo. Por Exemplo: ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR feliz - felizmente Derivação Prefixal E Sufixal Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplos: Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada leal des leal dade deslealdade feliz in feliz mente infelizmente Note que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua existem as palavras "desleal", "lealdade" e "infeliz", "felizmente". Derivação Parassintética Ou Parassíntese Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra pri- mitiva. Considere, por exemplo, o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer pela junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Note que a presença de apenas um desses afi- xos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos: Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada mudo e mud ecer emudecer alma des alm ado desalmado Dica: para estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o prefixo ou sufixo da palavra na qual se tem dúvida. Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; caso isso aconteça, será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassin- tética. Derivação Regressiva Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo) beijar (verbo) compra (substantivo) beijo (substantivo) Saiba que: Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação: - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva. - Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário. Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substan- tivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar. Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista) Ou ainda: agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar) Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a lín- gua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. Derivação Imprópria A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supres- são em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: 1) Os Adjetivos Passam A Substantivos Por Exemplo: Os bons serão contemplados. 2) Os Particípios Passam A Substantivos Ou Adjetivos Por Exemplo: Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. 3) Os Infinitivos Passam A Substantivos Por Exemplo: O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezinha. 4) Os Substantivos Passam A Adjetivos Por Exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema. 5) Os Adjetivos Passam A Advérbios Por Exemplo: Falei baixo para que ninguém escutasse. 6) Palavras Invariáveis Passam A Substantivos Por Exemplo: Não entendo o porquê disso tudo. 7) Substantivos Próprios Tornam-Se Comuns. Por Exemplo: Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque impli- cam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria". Composição Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos: Composição por Justaposição Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inal- terada a sonoridade da palavra. Composição por Aglutinação Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos: embora (em boa hora) fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto) Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último compo- nente. Redução Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel cine - por cinema micro - por microcomputador Zé - por José Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviatu- ras e Siglas) Hibridismo Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes. Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim) Onomatopeia Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vo- zes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres. Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc. ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Prefixos Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que fun- cionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande utilidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos: a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti- Prefixos de Origem Grega a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônico anfi- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti- : Oposição, ação contrária. Exemplos: antídoto, antipatia, antagonista, antítese apo- : Afastamento, separação. Exemplos: apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos: cataplasma, catálogo, catarata di-: Duplicidade. Exemplos: dissílabo, ditongo, dilema dia- : Movimento através de, afastamento. Exemplos: diálogo, diagonal, diafragma, diagrama dis- : Dificuldade, privação. Exemplos : dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos: eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. Exemplos: encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo endo- : Movimento para dentro. Exemplos: endovenoso, endocarpo, endosmose epi- : Posição superior, movimento para. Exemplos: epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio eu- : Excelência, perfeição, bondade. Exemplos: eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia hemi- : Metade, meio. Exemplos: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR hiper- : Posição superior, excesso. Exemplos: hipertensão, hipérbole, hipertrofia hipo- : Posição inferior, escassez. Exemplos: hipocrisia, hipótese, hipodérmico meta- : Mudança, sucessão. Exemplos: metamorfose, metáfora, metacarpo para- : Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigma peri- : Movimento ou posição em torno de. Exemplos: periferia, peripécia, período, periscópio pro- : Posição em frente, anterioridade. Exemplos: prólogo, prognóstico, profeta, programa pros- : Adjunção, em adição a. Exemplos: prosélito, prosódia proto- : Início, começo, anterioridade. Exemplos: proto-história, protótipo, protomártir poli- : Multiplicidade. Exemplos: polissílabo, polissíndeto, politeísmo sin-, sim- : Simultaneidade, companhia. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse tele- : Distância, afastamento. Exemplos: televisão, telepatia, telégrafo Prefixos de Origem Latina a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstração a-, ad- : Aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto,advogado, advir, aposto ante- : Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi- : Duplicidade. Exemplos: ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito circu(m) - : Movimento em torno. Exemplos: circunferência, circunscrito, circulação cis- : Posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino, cisandino co-, con-, com- : Companhia, concomitância. Exemplos: colégio, cooperativa, condutor ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR contra- : Oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor, contradizer de- : Movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, separação. Exemplos: desventura, discórdia, discussão e-, es-, ex- : Movimento para fora. Exemplos: excêntrico, evasão, exportação, expelir en-, em-, in- : Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revestimento. Exem- plos: imergir, enterrar, embeber, injetar, importar extra- : Posição exterior, excesso. Exemplos: extradição, extraordinário, extraviar i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos: ilegal, impossível, improdutivo inter-, entre- : Posição intermediária. Exemplos: internacional, interplanetário intra- : Posição interior. Exemplos: - intramuscular, intravenoso, intraverbal intro- : Movimento para dentro. Exemplos: introduzir, introvertido, introspectivo justa- : Posição ao lado. Exemplos: justapor, justalinear ob-, o- : Posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo per- : Movimento através. Exemplos: percorrer, perplexo, perfurar, perverter pos- : Posterioridade. Exemplos: pospor, posterior, pós-graduado pre- : Anterioridade . Exemplos: prefácio, prever, prefixo, preliminar pro- : Movimento para frente. Exemplos: progresso, promover, prosseguir, projeção re- : Repetição, reciprocidade. Exemplos: rever, reduzir, rebater, reatar retro- : Movimento para trás. Exemplos: retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado so-, sob-, sub-, su- : Movimento de baixo para cima, inferioridade. Exemplos: soterrar, sobpor, subestimar super-, supra-, sobre- : Posição superior, excesso. Exemplos: supercílio, supérfluo soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos: ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR soto-mestre, sota-voga, soto-pôr trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição ultra- : Posição além do limite, excesso. Exemplos: ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos: vice-presidente, visconde, vice-almirante Quadro de Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos PREFIXOS- GREGOS PREFIXOS LA- TINOS SIGNIFICADO EXEMPLOS a, an des, in privação, negação anarquia, desigual, inativo anti contra oposição, ação contrária antibiótico, contraditório anfi ambi duplicidade, de um e outro lado, em torno anfiteatro, ambivalente apo ab afastamento, separação apogeu, abstrair di bi(s) duplicidade dissílabo, bicampeão dia, meta trans movimento através diálogo, transmitir e(n)(m) i(n)(m)(r) movimento para dentro encéfalo, ingerir, irromper endo intra movimento para dentro, po- sição interior endovenoso, intramuscular e(c)(x) e(s)(x) movimento para fora, mu- dança de estado êxodo, excêntrico, estender epi, super, hiper supra posição superior, excesso epílogo, supervisão, hipér- bole, supradito eu bene excelência, perfeição, bon- dade eufemismo, benéfico hemi semi divisão em duas partes hemisfério, semicírculo hipo sub posição inferior hipodérmico, submarino para ad proximidade, adjunção paralelo, adjacência peri circum em torno de periferia, circunferência cata de movimento para baixo catavento, derrubar si(n)(m) cum simultaneidade, companhia sinfonia, silogeu, cúmplice Sufixos Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extrema- mente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de ação e os que for- mam nomes de agente. Sufixos que formam nomes de ação -ada - caminhada -ez(a) - sensatez, beleza -ança - mudança -ismo - civismo -ância - abundância -mento - casamento -ção - emoção -são - compreensão -dão - solidão -tude - amplitude ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR -ença - presença -ura - formatura Sufixos que formam nomes de agente -ário(a) - secretário -or - lutador -eiro(a) - ferreiro -nte - feirante -ista - manobrista Além dos sufixos acima, tem-se: Sufixos que formam nomes de lugar, depositório -aria - churrascaria -or - corredor -ário - herbanário -tério - cemitério -eiro - açucareiro -tório - dormitório -il - covil Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção >-aço - ricaço -ario(a) - casario, infantaria -ada - papelada -edo - arvoredo -agem - folhagem -eria - correria -al - capinzal -io - mulherio -ame - gentame -ume - negrume Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência -ite bronquite, hepatite (inflamação) -oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores) -ato, eto, ito sulfato, cloreto, sulfito (sais) -ina cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais) -ol fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto) -ite amotite (fósseis) -ito granito (pedra) -ema morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística) -io - sódio, potássio, selênio (corpos simples) Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR -ismo budismo kantismo comunismo Sufixos Formadores De Adjetivos a) de substantivos -aco - maníaco -ento - cruento -ado - barbado -eo - róseo -áceo(a) - herbáceo, liláceas -esco - pitoresco -aico - prosaico -este - agreste -al - anual -estre - terrestre -ar - escolar -ício - alimentício -ário - diário, ordinário -ico - geométrico -ático - problemático -il - febril -az - mordaz -ino - cristalino -engo - mulherengo -ivo - lucrativo -enho - ferrenho -onho - tristonho -eno - terreno -oso - bondoso -udo - barrigudo b) de verbos SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFICAÇÃO -(a)(e)(i)nte ação, qualidade, estado semelhante, doente, se- guinte -(á)(í)vel possibilidade de praticar ou sofrer uma ação louvável, perecível, punível -io, -(t)ivo ação referência, modo de ser tardio, afirmativo, pensativo -(d)iço, -(t)ício possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, refe- rência movediço, quebradiço, factí- cio -(d)ouro,- (t)ório ação, pertinência casadouro, preparatório ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Sufixos Adverbiais Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "-mente", derivado do substantivo feminino latino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o intento".Este su- fixo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo. Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente, pia-mente Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues- mente, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês. Sufixos Verbais Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar. Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja: -ar: cruzar, analisar, limpar -ear: guerrear, golear -entar: afugentar, amamentar -ficar: dignificar, liquidificar -izar: finalizar, organizar Observe este quadro de sufixos verbais: SUFIXOS SENTIDO EXEMPLOS -ear frequentativo, durativo cabecear, folhear -ejar frequentativo, durativo gotejar, velejar -entar factitivo aformosentar, amolentar -(i)ficar factitivo clarificar, dignificar -icar frequentativo-diminutivo bebericar, depenicar -ilhar frequentativo-diminutivo dedilhar, fervilhar -inhar frequentativo-diminutivo-pejorativo escrevinhar, cuspinhar -iscar frequentativo-diminutivo chuviscar, lambiscar -itar frequentativo-diminutivo dormitar, saltitar -izar factitivo civilizar, utilizar ESTRUTURA E FORMACAO DAS PALAVRAS 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Observações: Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida. Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar. Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa. Radicais Gregos O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compreensão e