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Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas Estimulando bebês Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender os aspectos que interferem no desenvolvimento global do bebê; • identificar as habilidades e destrezas do bebê de 0 a 2 anos; • entender os enfoques da estimulação de bebês; • ententer sobre os campos de experiências e objetivos de aprendizagem descritos pela BNCC. FIGURA 34 - BEBÊ SOBRE AS MÃOS Disponível em:http://www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=16784. Acesso em: 07 jun.2013. O toque estimula o cérebro a liberar hormônios importantes que permitem que a criança cresça. O amor é a chave de ligação e afeta a forma como o cérebro estabelece conexões (Silberg, 2011, p. 17). Nesta aula, estudaremos a importância das fases do bebê, suas habilidades e destrezas para o desenvolvimento de um programa de estimulação, assim como os enfoques estabelecidos para tal. Bons estudos! 4º Aula 33 Seções de estudo 1- Habilidades e destrezas do bebê de 0 a 2 anos 2- Enfoques da estimulação de bebês 1- Habilidades e destrezas do bebê de 0 a 2 anos Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/-NLBEcKvfIUY/TihKqXdQp3I/AAAAA AAAAJA/8o_HyVSqAJ0/s400/shantala_bb6.jpg. Acesso em: 07 jul. 2013. Observe que o desenvolvimento da criança obedece à mesma sequência da formação do embrião: cabeça, tronco, e membros (TISI, 2010). Não se pode falar em estimulação sem antes falar sobre o desenvolvimento infantil. E considerando que vocês já tiveram um conhecimento prévio de psicologia do desenvolvimento e, também, por já termos revisados alguns conceitos, vamos, agora, apenas trazer alguns aspectos das habilidades das crianças de 0 a 2 anos. Na estimulação precoce, é importante respeitarmos as etapas da evolução motora. Assim, é importante conhecer alguns princípios básicos: QUADRO 5 - EVOLUÇÃO MOTORA Direção céfalo/ caudal O desenvolvimento se processa no sentido da cabeça para os pés (olhos, mãos, braços, pernas e pés). Partindo do geral para o específico, ou seja, dos grandes para os pequenos músculos. O bebê vê um objeto antes de poder alcançá-lo com as mãos; controla a cabeça antes de controlar o tronco; aprende a fazer muitas coisas com as mãos, bem antes de andar. Direção próximo/ distal O desenvolvimento se dá, da área central do corpo para as periféricas, ou seja, a maturação processa-se da região escapular para as mãos, isto é, a abertura da coluna vertebral para as mãos, e da região pelviana para os pés. Primeiramente, há o controle dos grandes músculos fundamentais e, posteriormente, dos pequenos músculos, que se prestam aos movimentos finos. Ou seja, prossegue do simples para o complexo. O bebê, primeiro, tem a capacidade para usar o braço e a coxa, depois, mãos e pés, e por fim, seus dedos. Fonte: Tisi (2010, p. 43). A estimulação favorecerá o desenvolvimento global do bebê, visando o ritmo de seu desenvolvimento individual, pois nenhuma criança é igual a outra. “Começa então, um período cheio de emoções e descoberta, tudo é novo, motivo pelo qual os bebês serão encorajados a confiarem em si mesmos” (Pulkkinen, 2006, p. 5). No quadro, a seguir, é possível observar o desenvolvimento do bebê em suas várias posições: posição da barriga, sentar, posição de cabeça, o ficar em pé e o relacionamento social de 0 a 12 meses. 34Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas QUADRO 6 - DESTREZAS E HABILIDADE DO BEBÊ ATÉ 1 ANO Disponível em: http://www.anapediatra.com.br/img/desenvolvimento.jpg. Acesso em jul.2013. Segundo Tisi (2010, p. 44), alguns aspectos podem ser observados nesta fase: Nos primeiros 3 meses, a criança adquire o controle sobre os 12 pequenos músculos que regem o movimento dos olhos. Dos três aos seis meses, adquire domínio sobre músculos que sustentam a cabeça e que dão movimentos aos braços, e estende a mão em busca de objetos. Dos seis aos 9 meses, adquire o controle sobre as mãos e tronco, é capaz de sentar-se, pega e passa objetos de uma para outra. Aos dois anos, caminha e corre, articula palavras, tem pouco controle sobre esfíncteres, anal e urinário, adquire um sentido rudimentar de identidade e posições pessoais. Segundo Piaget, do útero até 1 ano, os movimentos do bebê são reflexos, e este estágio é chamado de codificação da informação. Nesta etapa o bebê também pode apresentar movimentos rudimentares, só que neste momento o estágio passa a ser chamado de inibição dos reflexos. O bebê se arrasta, engatinha até se colocar em pé e dar os primeiros passos, conseguindo ao final do primeiro ano, andar. Mas nem todos os bebês já estarão andando e isso não é preocupante, pois cada bebê terá seu tempo. Nesta idade, o bebê terá certa autonomia com os movimentos das mãos (Tisi, 2010). FIGURA 36 - BEBÊS CAMINHANDO Disponível em: http://www.paisefilhos.pt/images/stories/MANCHETE2/ desenvolvimento%20media.jpg. Acesso em: 07 jul. 2013. Quando a criança atinge 2 anos, os movimentos continuam rudimentares, mas, agora, o estágio avança para o estágio de pré-controle e já começa a pular no mesmo lugar, com os pés juntos. Consegue correr com segurança, mas não controla ainda a velocidade, não conseguindo parar bruscamente (Tisi, 2010). 35 FIGURA 37 - BEBÊ DE PONTA CABEÇA Disponível em: http://www.blogdavita.com.br/wpcontent/uploads/2013/02/ Fotolia_40613763_XS.jpg. Acesso em: 07 jul. 2013. De 2 a 3 anos, começam a atingir os movimentos fundamentais, trata-se do estágio inicial, com as primeiras tentativas da criança em executar uma habilidade proposta. Já demonstra um avanço na percepção do espaço e na localização do seu corpo, desta forma, consegue caminhar para trás, sem ajuda, e já conquistou uma autoconfi ança e autossufi ciência (Tisi, 2010). FIGURA 38 - CRIANÇA AUTÔNOMA Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/imagem/familia/galeria/menina- brincando-15957.jpg. Acesso em: 07 jul. 2013. Recordaremos as etapas de desenvolvimento de Piaget até 3 anos. QUADRO 7 - ESCALA DE DESENVOLVIMENTO Período Características Principal mudança Do útero até 4 meses. Atividades reflexas; Coordenação mão/ boca; diferenciação do reflexo de sucção. Sensório-motor (0 à 2 anos). Coordenação de mão/olhos; repete acontecimentos pouco comuns. Coordenação de dois esquemas; atinge a permanência dos objetos. Apresenta novos meios de experimentação; segue deslocamentos sequencias. Representação interna; novos meios através de combinações mentais. O desenvolvimento ocorre a partir da atividade reflexa e evolui para a representação e soluções sensório- motoras dos problemas. Pré-operatório (2 à 7 anos). Desenvolvimento da linguagem. Tanto pensamentos e linguagem são ainda egocêntricos, O desenvolvimento ocorre a partir da representação sensório-motora para as soluções de problemas e para o pensamento pré logico. Fonte: Tisi (2010, p. 43). No desenvolvimento da linguagem, o bebê primeiro se comunica por meio do choro, depois pelo balbucio, depois palavras e finalmente por meio de frases. Veja no quadro abaixo essa evolução. QUADRO 8 - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-VK2rD36J6ew/T0bJ4NdJPRI/AAAAA AAACDo/49yXq1SYhY4/s1600/desenvolvimento_da_linguagem.jpg. Acesso em: 08 jul.2013. 36Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas A fala desempenha um papel importante na formação e organização do pensamento complexo e abstrato individual. Ex.: a mãe diz que brincar na rua é perigoso. Isso resulta na percepção e no conhecimento da criança. Existe, ainda, o processo de internalização. Processo ativo, a criança apropria- se do social de uma forma particular/crítico e transformador, por meio da sua interiorização. Ao internalizar instruções, as crianças modificam suas funções psicológicas: percepção, atenção, memória e resolução de problemas, assim como as formas historicamente determinadase socialmente organizadas de operar com informação. Influenciam o conhecimento individual, a consciência de si e do mundo. Dessa maneira, a palavra dá forma ao pensamento, criando novas modalidades de atenção, memória e imaginação, e a linguagem sistematiza a experiência direta da criança e serve para orientar seu comportamento. Outro papel importante no aparecimento da fala é sua influência no desenvolvimento do autoconceito da criança, segundo L’Ecuyer (1985), a partir do enfoque ontogênico ou evolutivo: O eu começa a desenvolver desde o nascimento, porém a criança inicialmente não tem consciência de uma existência separada e diferenciada de sua mãe. Por meio do processo de diferenciação entre aquilo que é “si mesmo” e o que é “o outro” emerge o autoconceito. Por meio das sensações corporais que experimenta e os contatos com a mãe a criança aprende a distinguir seu corpo daquilo que não é seu corpo. Nesta etapa, são importantes no surgimento do autoconceito, as relações sociais e afetivas que se estabelecem com as pessoas do ambiente, como as trocas vocais e as mímicas que ocorrem entre adultos e a criança. Podemos refletir que todos os conceitos até aqui estudados se inter-relacionam com o desenvolvimento infantil. O vínculo afetivo, a afetividade, a forma como se dá a maturação biológica e cerebral, o desenvolvimento motor, todos estão diretamente relacionados ao processo de aprendizagem e vice versa. Desta forma, é importante frisar que a qualidade do desenvolvimento de todos estes aspectos irão influenciar na formação da identidade da criança, por isso, a importância da estimulação precoce. Notem o quão importante é para profissionais que atuam na educação infantil saberem desses conceitos uma vez que estão lidando com o que é de mais precioso no desenvolvimento infantil. Verifiquem no trecho abaixo extraído do documento “Avanços do Marco legal da Primeira Infância” o que diz a filosofia de Emmi Pikler pediatra húngara formada em Viena, responsável por um abrigo para crianças órfãs e abandonadas, após a Segunda Guerra Mundial, criou uma forma de ensinar e cuidar das crianças pequenas em sistemas coletivos. Filosofia Emmi Pikler A pediatra acreditava na necessidade de buscar soluções originais, levando em conta os mínimos detalhes da vida cotidiana como uma fórmula de vida em longo prazo. Eram necessárias soluções que permitissem que a personalidade da criança pudesse se construir com riqueza de relações de profundo interesse do adulto, para que ela pudesse ter um desenvolvimento afetivo e mental sadio, para que fosse capaz de estabelecer vínculos profundos, duradouros e signifi cativos, e que mais tarde fosse capaz trabalhar e levar uma vida em família. A fi losofi a da Emmi Pikler é baseada em um ambiente previsível por meio dos cuidados básicos no momento da troca, do banho e da alimentação. O profundo respeito pela criança no seu ritmo e interagindo com o adulto em todos os momentos do cotidiano, por meio do olhar atento, do toque cuidadoso no manuseio do corpo do bebê e prestando atenção na interação, tanto do cuidador, como do bebê. Este processo de cooperação mútua permite ao bebê conhecer o educador, e vice-versa, possibilita o desenvolvimento da capacidade de se comunicar e aumentar a confi ança com o adulto. Por parte do cuidador, é preciso prestar atenção no próprio corpo, uma vez que este é o instrumento de trabalho principal na relação com o bebê. Por exemplo, cuidar da temperatura das mãos, cuidar com acessórios como pulseiras, anéis e demais adornos, unhas longas, movimentos rápidos e invasivos sem serem nomeados, ou seja, sem colocar em palavras gestos do cotidiano. Pois é disso que se trata, um corpo de linguagem. É toda uma formação detalhada dos cuidados de como olhar, como tocar e como falar com o bebê, baseada na observação (Brasil, 2016, p. 119). Posteriormente trabalharemos com um artigo da autora em nossas atividades. 2- Enfoques da estimulação de bebês FIGURA 39 - MASSAGEANDO O BEBÊ Disponível em: http-//www.bebedobras.com.br/blog/shantala-massagem-nos- bebes/.jpg. Acesso em: 08 jul. 2013. As experiências sensoriais e interações sociais com adultos receptivos desenvolvem a habilidade mental (Silberg, 2011, p. 28). Já estudamos que ser estimulada precocemente é fundamental para o desenvolvimento futuro da criança, tenha ela ou não defi ciência. Vimos, ainda, que a migração neuronal é de suma importância para o processo de estimulação. Tendo em vista todo o conhecimento adquirido até o momento, de como se dá o estabelecimento dos comportamentos de apego, da influência da afetividade na aprendizagem e até mesmo como se dá a aprendizagem e todo o processo de ensino e aprendizado em crianças, será 37 mais fácil a aplicação destas bases para o entendimento e formulação de programas de estimulação. FIGURA 40 - ESTIMULAÇÃO PRECOCE Disponível em: http://www.maededeus.edu.br/images/ed_infantil.jpg. Acesso em: 08 jul.2013. É importante saber que um programa de estimulação precoce deve ter objetivos claros e bem traçados para que possa cumprir com sua função. Veremos a seguir o que diz Regen (1984, p.66) em relação a este objetivos. Quais são eles? Maximizar o potencial de cada criança inserida no programa através de estudo da criança em seu ambiente natural, estabelecendo um perfi l de reações e designando especifi camente o passo e a velocidade dos estímulos de acordo com cada criança. Maximizar o potencial de cada pai ou responsável, de modo que eles interajam com a criança de forma a estabelecer mutualidade precoce na comunicação e afeto e prevenir o advento de patologias. Prover uma base para um conjunto de serviços, baseados na comunidade, na prevenção da deficiência mental e na detecção precoce dos casos. Promover uma base para treinamento de profissionais e para profi ssionais no campo da estimulação precoce em todo pais. Prover uma base de pesquisa na área do crescimento e desenvolvimento infantil como, por exemplo, sobre os efeitos da privação ambiental e sensorial no desenvolvimento da área cognitiva. Prover informações a pais e outros quanto a recursos na comunidade, disponíveis desde o período pré-natal até a idade pré escolar. Disseminar informações (filmes, slides, material audiovisual, folhetos) auxiliando na criação de novos programas de estimulação precoce. Prover um modelo de atuação cruzada e multidisciplinar de trabalho com crianças e suas famílias ou responsáveis. De qualquer maneira, os enfoques de um programa de estimulação precoce podem apresentar diferenças. Isso não impede que você utilize mais de um enfoque para elaborar um programa. Vamos apresentar algumas perspectivas que darão sustentação a um programa de estimulação, descritas por Legarda e Miketta (2008, p. 8). Estimulação centrada em atividades e ou experiências FIGURA 41- BRINCANDO NA AREIA Disponível em: http-//www.horadopasseio.com.br/media/1c8c0e232d5 f417cb928c 7c169123e82/0F/crianca-brincan do-com-areia-no-parquinho-da- praca-000000000000000F.jpg. Acesso em: 09 jul. 2013. Esta perspectiva apresenta rotinas por áreas de desenvolvimento e objetivos, de acordo com a idade da criança. Desta forma, é necessário estabelecer algumas regras a serem seguidas: Definir a experiência de aprendizagem, se será a visita a um parque, por exemplo. Criar um ambiente que tenha estímulos variados e que considere os diferentes campos do conhecimento e áreas do desenvolvimento, sempre considerando o interesse e idade da criança. Potencializar a interação social, a linguagem verbal e corporal, assim como o contato das crianças com o meio apresentado. Permitir que as crianças disponham do tempo necessário para familiarizar-se com o ambiente e poder explora-lo. Permitir que elas iniciem suas próprias atividades ou jogos, dando-as autonomia. É importante, neste momento, que a criança experencie e vivencie suas emoções, podendo senti- las,percebendo-as e interiorizando-as. 38Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas Estimulação centrada em experiências pontuais e ou projetos FIGURA 42 - CIRCO Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_kTO3OQUbn04/TKm-ipNQ9qI/ AAAAAAAABRo/6O_D6XEki9E/s1600/Z.jpg. Acesso em: 09 jun. 2013. Esta abordagem procura que as experiências pontuais sejam vivenciadas de forma momentânea, por exemplo, em um espetáculo de teatro. Já a centrada em projetos, implica em objetivos mais elaborados, e coloca a criança na participação e elaboração dos mesmos. Esta abordagem exige um tema concreto que será trabalhado de forma exaustiva considerando a maior quantidade de perspectivas. Este se presta para que a criança amplie sua vivência em relação ao tema determinado. Estimulação unissensorial e ou multissensorial FIGURA 43 - BEBÊ NA COZINHA Disponível em: http://alimentese.net/wp-content/uploads/crianca-na-cozinha- 300x261.jpg. Acesso em: 09 jun.2013. Unissensorial foca a vivência em um dos sentidos por vez. Já o enfoque multissensorial, pretende trabalhar os vários sentidos de uma só vez, estimulando paladar, olfato, tato, visão, audição, todos juntos! Por exemplo: possibilitar uma experiência com música, mas que também trabalhe visão e ou tato, como a caixinha de música. Ou ainda uma oficina de culinária, na qual a criança pode experimentar sabores, sentir os mais diversos aromas, colocando literalmente a mão na massa! Estimulação puramente intelectual ou orientada para aspectos variados do desenvolvimento FIGURA 44 - BEBÊ JOGANDO Disponível em: http://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2009/04/bebe- combrinquedos-pedagogicos.gif. Acesso em: 09 jun. 2013. Nesse aspecto, é importante considerar, sempre, a interrelação do desenvolvimento sensorial, motor, da linguagem e ou da personalidade, pois todos dependem um do outro para a sua maturação. Existem programas de estimulação focados somente nas inteligências múltiplas, orientados para o cognoscitivo, mas isso não destaca os aspectos da personalidade envolvida no processo. Estimulação centrada em áreas de desenvolvimento e ou em espaços ou campos de aprendizagem FIGURA 45 - CRIANÇA E A MATEMÁTICA Disponível em: http://www.clinicasercrianca.com.br/como-as-criancascomecam- a-desenvolver-o-raciociniomatematico/. Acesso em: 09 jun. 2013. Entre as áreas de desenvolvimento estão: a sensação e a percepção, a coordenação motora, a inteligência, a linguagem e a área sócio emocional. Todas elas ligadas ao crescimento e maturidade da criança. Desta forma, a estimulação centrada no desenvolvimento será mais específica, focando uma determinada área, por exemplo, na área motora. 39 Já a abordagem centrada nos campos de aprendizagem irá trabalhar diferentes áreas do conhecimento da criança, podendo a criança decidir por quais áreas irá explorar. Podendo ser ciências naturais, matemática, música, mecânica, linguagem entre outras. Estimulação baseada no construtivismo ou em uma transmissão - aquisição de conhecimento FIGURA 46 - MENINA E A OVELHA Disponível em: http://viajandocompimpolhos.files.wordpress.com/2010/11/ fazendinha16.jpg. Acesso em: 09 jul.2013. Na abordagem construtivista, pretende-se que a criança modifique sua estrutura mental, ou seja, a ela terá a possibilidade de construir e viver suas próprias experiências de aprendizagem, por si e com o tempo ela saberá a diferença entre uma galinha e um peru, por meio da sua própria experiência. Já a abordagem inatista investe em uma maior quantidade de estímulos, pois acredita que é possível que a criança incorpore de uma só vez vários conhecimentos, assim, a criança será exposta à maior quantidade de informações possíveis: músicas, desenhos, cores, animais etc. Então, pessoal! Acima, foram expostos os tipos de estimulações, ou melhor, os diferentes enfoques que poderão ser dados em um programa de estimulação precoce. A seguir, listarei os fundamentos para um programa ser bem sucedido. • orientação para o desenvolvimento integral; • criação de um clima de afeto; • ênfase no descobrimento e exploração do jogo e na arte; • utilização de experiências signitfi cativas; • trabalho nas áreas de desenvolvimento e campos de aprendizagem; • utilização de ambientes variados. Nas práticas pedagógicas da educação infantil, principalmente na educação inclusiva, é possível e necessário que se trabalhe e aplique os princípios de uma estimulação precoce, contudo: Nem todas as crianças com deficiência terão, na realidade necessidades educacionais especiais. Os professores devem adotar ações especifi cas para tornar possível a participação efetiva de alunos portadores de necessidades educacionais especiais por meio de: - planejamento de tempo suficiente para permitir a conclusão satisfatória de tarefas; - planejamento de oportunidades que sejam necessárias ao desenvolvimento de habilidades em aspectos práticos do currículo; - identifi cação dos aspectos do programa de estudo e de metas de aquisição escolar que possam apresentar difi culdades especificas para os indivíduos (Mittler, 2003, p.147). Fica evidente que os benefícios destes programas de estimulação atendem não somente crianças com deficiências, para quais é de suma importância sua aplicação, porém, contempla a população infantil, vulneráveis, de alguma forma, às deficiências. Participar e colocar em prática uma estimulação precoce é uma decisão íntima dos pais e, se optarem por este caminho de estímulos, isso deve ser feito o mais rápido possível, pois, como já explicitado anteriormente, especialistas afi rmam que a flexibilidade do cérebro vai diminuindo com a idade, atingindo seu nível máximo até 3 anos e, a partir daí, começa a decrescer até ao seis anos de idade, quando já estão formados as interconexões neuronais, fazendo que os mecanismos de aprendizagem sejam parecidos ao de uma pessoa adulta. Hoje, é indiscutível o benefício que traz, para qualquer criança, independentemente de sua condição física, intelectual ou emocional, um bom programa de educação infantil do nascimento até os seis anos de idade. Efetivamente, esses programas têm por objetivos o cuidar, o desenvolvimento das possibilidades humanas, de habilidades, da promoção da aprendizagem, da autonomia moral, intelectual e, principalmente, valorizar as diferentes formas de comunicação e de expressão artística. O mesmo Referencial Curricular Nacional para educação infantil (Brasil, 1998) recomendado para outras crianças é essencial para estas com alterações signifi cativas no processo de desenvolvimento e aprendizagem, pois, valoriza: o brincar como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil, e a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma (Brasil, 2003, p. 9). Para a aplicação de um programa de estimulação, é necessário planejamento prévio das atividades, que responda aos conceitos claros e a objetivos definidos, levando-se em conta a etapa do desenvolvimento em que a criança se encontra, a idade, habilidades e destrezas. A metodologia deve permitir à criança participar ativamente na criação de experiências significativas, lúdicas e prazerosas, pedagogicamente construídas, adequadas para o desenvolvimento evolutivo e apropriadas para a maturidade do cérebro e do sistema nervoso. A partir da metodologia e estratégias pedagogicamente construídas, devem-se criar espaços afetivos e condições necessárias para que as crianças 40Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas cresçam ágeis e seguras de si mesmas, demonstrando suas potencialidades. Essas estratégias devem aproveitar o ápice das conexões sinápticas que ocorrem nos primeiros anos de vida da criança, desta forma, quanto mais precoce introduzir o programa de estimulação (sensorial, motora, afetiva e cognitiva), oudetectado qualquer défi cit, maior o impacto positivo no desenvolvimento global da criança (Pulkkinen, 2006). Sendo assim, os programas de estimulação salvaguardam a integridade do potencial de aprendizagem e a não intervenção em períodos sensíveis pode acumular efeitos mais tarde irrecuperáveis. Formular e promover estratégias que vise favorecer o desenvolvimento cognitivo, levando em consideração todos os outros aspectos que interferem no desenvolvimento global da criança é papel do pedagogo, eles usam como estímulo uma série de exercícios para desenvolver as capacidades da criança, respeitando a fase de desenvolvimento que ela se encontra, enfatizando a área cognitiva e sócio perceptiva (Fonseca, 1995 apud Perin, 2010, p.8). Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as atividades (exercícios) que deverão ser respondidas e enviadas. Terminando nossa disciplina, é possível visualizar todos os conceitos aqui trabalhados e aplicálos em sua prática pedagógica, de forma que os programas de estimulação precoce passem a ser mais divulgados e trabalhados no dia a dia das escolas, creches e centros especializados. É importante que vocês, futuros pedagogos, tenham em mente a importância da aplicabilidade destes conceitos para o desenvolvimento e crescimento saudável de nossas crianças. É importante ter em vista a destrezas da criança, sua etapa no desenvolvimento, assim como os objetivos bem defi nidos, para que o programa de estimulação seja bem sucedido. Retomando a aula 1 - Habilidades e Destrezas do Bebê de 0 a 2 Anos A estimulação favorecerá o desenvolvimento global do bebê, visando o ritmo de seu desenvolvimento individual, pois nenhuma criança é igual à outra. “Começa então, um período cheio de emoções e descoberta, tudo é novo, motivo pelo qual os bebês serão encorajados a confi arem em si mesmos” (Pulkkien, 2006, p. 5). 2 - Enfoques da estimulação de bebês Os enfoques de um programa de estimulação precoce podem apresentar diferenças. Isso não impede que você utilize mais de um enfoque para elaborar um programa. Foram apresentadas algumas perspectivas que darão sustentação a um programa de estimulação, descritas por Legarda e Miketta (2008, p. 8). MARSON, N.L.; PEREIRA, A. M. S. Revisão da literatura sobre a utilização do lúdico na estimulação precoce em crianças de 0 a 5 anos. Cadernos da FUCAMP, v. 10, n. 13, p. 81-90, 2011. Disponível em: http:// fucamp.edu. br/editora/index.php/cader nos/ article/view/129/183. Acesso em jul.2013. KAMILA, A. P. F.; MACIEL, R. A.; MELLO, L. de A.; SOUZA, R. A. A. A estimulação psicomotora na aprendizagem infantil. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 1, n. 1, p. 30-40, maio/out. 2010. Disponível em: http://www.faema.edu.br/revistas/index. php/Revista-FAEMA/article/ view/9/5. Acesso em: 10 jul. 2013. A Estimulação Psicomotora na Aprendizagem Infantil. Disponível em: http://www.faema.edu.br/revistas/index. php/Revista-FAEMA/article/view/9. Acesso em: 10 jul.2013. SILVA, Bartira; LUZ, Thamires; MOUSINHO, Renata. A eficácia das oficinas de estimulação em um modelo de resposta à intervenção. Rev. psicopedag. São Paulo, v. 29, n. 88, 2012. Disponível em: http://pepsic. bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 84862012000100004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 10 jul. 2013. OLIVEIRA, T. R. de. A intervenção precoce no autismo e trissomia 21: orientações para boas práticas de intervenção. 2010. 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Disponível em: http://www.asin.org.br/sindrome-de-down/14-desen volvimento-e-estimulacao-precoce. Acesso em: 11 jul. 2013. Dra. R. Glashan - Brincadeiras e estimulação de bebês - primeira parte 1, 2 e 3 (TV GAZETA). Disponível em: http:// www.youtube.com/watch?v=I916uoA3M3w>. Acesso em: 11 jul. 2013. PEKIP. http://www.youtube.com/watch?v=QpcQh WUF-Vg. Acesso em: 11 jul. 2013. Exercícios de estimulação precoce em bebês. Disponível em: http://intervencaoprecocenainfancia.blogspot.com. br/2011/12/exercicios-de-estimulacao-precoce-em.html. Acesso em: 11 jul.2013. Amy – uma vida pelas crianças. Conta a história de uma mulher que deixa tudo para se tornar professora em escola para crianças deficientes. Ela entra para um mundo sem som e se dedica a ensinar crianças a falar. Elas por sua vez, a ensinam a amar. Disponível em: http://filmessurdez.blogspot.com. br/2009/06/amy-uma-vida-pelas-criancas.html Acesso em: 11 jul. 2013. Vale a pena acessar Minhas anotações
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