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3ºAula
Estimulação precoce
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 definir, cientificamente, estimulação;
•	 compreender a importância da estimulação no desenvolvimento de habilidades motora, cognitiva, afetiva e social;
•	 discutir, criteriosamente, sobre estimulação precoce;
•	 identificar os construtos teóricos da estimulação enquanto recurso pedagógico.
FIGURA 25 - ESTIMULANDO O BEBÊ
Disponível em: http://yourcorebalance.com/massageyour-way-to-good-health/infant-babymassages/. 
Acesso em: 04 jun.2013.
Os bebês precisam de experiências táteis para o cérebro se desenvolver, e 
também para desenvolver a conexão entre o cérebro e o resto do corpo, essas 
experiências são tão vitais quanto os nutrientes e vitaminas (Silberg, 2011).
Na aula passada, vimos toda a evolução do conceito de afetividade e sua 
relação com a aprendizagem e como o afeto influencia no processo de ensino 
e aprendizado atingindo assim o desenvolvimento da criança.
Neste momento, abordaremos sobre a estimulação precoce e a evolução 
dos conceitos relacionados a ela.
Bons estudos!
26Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Seções de estudo
1- Estimulação precoce
2- Estimulação e os benefícios para o desenvolvimento
1- Estimulação precoce
FIGURA 26 - ESTIMULAÇÃO
Disponível em: http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/formacao-familia/
pais/2793-como-multiplicar-a-inteligenciado-bebe.html?start=2. 
Acesso em: 04 jun.2013.
O exercício ajuda o cérebro a refinar os circuitos para o desenvolvimento 
da coordenação motora.
A estimulação precoce é uma ciência 
baseada principalmente nas neurociências, 
na pedagogia e nas psicologias cognitivas 
e evolutiva; é implementada através de 
programas	 construídos	 com	 a	 finalidade	 de	
favorecer o desenvolvimento integral da 
criança (Legarda; Miketta, 2008).
Vamos	 definir,	 antes	 de	 tudo,	 a	 palavra	 estimular	 de	
acordo com (Aurélio, 1995):
 
1. excitar, incitar, instigar; picar, espicaçar, ativar. 2. Encorajar, animar”.
Quando pensamos em estimular, pensamos em algo que 
irá alavancar, melhorar, excitar o desenvolvimento de algo. 
Neste caso, falaremos sobre a estimulação em bebês.
Faremos um panorama pelos conceitos e autores que 
discutem este tema. Avançaremos no assunto e investigaremos 
o sentido do termo estimulação precoce. Veremos então o 
que dizem os teóricos:
Conceito
O termo estimulação precoce é derivado da tradução dos termos em 
espanhol – estimulacion precoz e estimulacion temprana e do inglês, erly 
stimulation ou early intervention. 
O que pode ser ainda intervenção precoce e educação precoce. A palavra 
estimulação vem do latim stimulatione, e significa ato de aguilhoar, ação 
de aguçar, coisa que estimula. Já a palavra precoce originária do latim 
praecox, significa prematuro, temporão, antecipado (Brasil, 1995).
FIGURA 27 - BEBÊ BRINCANDO
Disponível em: http-//1.bp.blogspot.com/_zogJRc5g_Q0/TCvVJ4U0gkI/
AAAAAAAAAig/UBznuPdPeMg/s400/mamaebrincando-bebe-grande.jpg.
Acesso em: 04 jun. 2013.
Para Houaiss et al.	(2001)	a	definição	de	estimulação	seria	
o	ato	ou	efeito	de	estimular,	que	significa	incitar,	promover,	
empenhar-se	para	algo	seja	intensifi	cado	ou	realizado.
Pode-se, ainda, encontrar na literatura o termo 
estimulação	essencial,	advindo	de	uma	crítica	de	alguns	profi	
ssionais que acreditam que o emprego da palavra precoce não 
seria adequado, devido a sua relação com o entendimento de 
que nada poderia realizarse antecipadamente no que se refere 
ao desenvolvimento e à educação (Cabral, 1989). Contudo, 
para Pérez- Ramos (1996), o sentido da palavra estimulação, 
está ligada a sua natureza preventiva.
Neste momento, é relevante explicar que a ação 
preventiva ocorre em três níveis: primário, secundário e 
terciário,	o	Ministério	da	Saúde	(Brasil,	1994)	define	que:
a prevenção primaria caracteriza-se pela 
promoção da saúde por meio de saneamento 
básico, condições de higiene pessoal e 
ambiental, fortalecimento de vínculos 
familiares, renda adequada as necessidades 
básicas,	nutrição	balanceada	e	sufi	ciente,	etc.	
Vacinação, pelos cuidados de puericultura, 
pelo controle de gestação de alto risco, pela 
atenção à desnutrição da gestante e da criança. 
Já a secundaria está relacionada a detecção 
precoce, a avaliação clinica global da mulher 
e	 do	 bebe,	 a	 exames	 para	 identificação	 de	
erros inatos do metabolismo, a prevenção 
de incapacidades, à intervenção precoce, a 
procedimentos imediatos e adequados para 
evitar e ou minimizar sequelas, à intervenção 
precoce, a procedimentos imediatos e 
adequados para evitar e ou minimizar sequelas, 
à intervenção em berçários destinados a 
bebes de alto risco e ao acompanhamento do 
crescimento e do desenvolvimento de crianças 
ate 3 anos de idade. Enquanto que a prevenção 
terciária, trata-se da reabilitação.
Fiquem atentos! A quem se destina todo este conjunto de técnicas de 
estimulação?
27
A estimulação precoce se destina às crianças de 0 a 3 
anos de idade e, como medida de prevenção. Ou seja, desde 
o nascimento ou mesmo antes, já que os três primeiros anos 
de vida são os mais relevantes para o desenvolvimento do 
bebê, pois é até esta idade que o cérebro se forma em 60%. 
Desta	forma,	fica	evidente	que	a	estimulação	da	criança,	desde	
a mais tenra idade, é fundamental para que ela desenvolva a 
capacidade. É a fase na qual a criança poderá adquirir qualquer 
habilidade com muito mais facilidade, ocorrendo a maior 
maturação do sistema nervoso central. Tendo em vista, que a 
estimulação precoce pode, ainda, reduzir consideravelmente o 
índice	de	pessoas	com	deficiência	em	um	pais	ou	atenuar	seus	
efeitos (Safar, 2011).
É importante considerar que é nessa fase que se dá as 
mudanças de crescimento mais incríveis e que o ser humano é 
inteiramente sensível aos efeitos do meio que vive, durante o 
período da primeira infância (Fonseca, 1995 apud Safar, 2011, 
p. 12).
De acordo com as Diretrizes Educacionais sobre a 
Estimulação Precoce (Brasil, 1995, p. 11):
Estimulação precoce é o conjunto dinâmico de atividades 
e de recursos humanos e ambientais incentivadores que são 
destinados a proporcionar à criança, nos seus primeiros 
anos	de	vida,	 experiências	 significativas	para	alcançar	pleno	
desenvolvimento no seu processo evolutivo.
Tendo em vista que o termo, “pleno desenvolvimento”, 
significa:	 desenvolvimento	 integral	 das	 potencialidades	
da criança, com suas diferenças em relação aos padrões 
regularmente previstos.
FIGURA 29 - CRIANÇA COM TINTA
Disponível em: http-//revistacrescer.globo.com/Revista/
Crescer/0,,EMI17793-10510,00.html. Acesso em: 04 jun. 2013.
E quais seriam, então, os objetivos da estimulação 
precoce?
O objetivo principal da estimulação precoce seria 
propiciar o desenvolvimento de habilidades básicas da criança 
com atraso no desenvolvimento em seus primeiros anos de 
vida ou ainda bebês de alto risco, com o intuito de prevenir 
ou minimizar déficit futuros. Os autores acreditam que as 
intervenções realizadas durante a etapa sensóriomotora 
(do nascimento até 2 anos) são determinantes para o 
desenvolvimento posterior e que capacitam a criança à 
aprendizagem futura (Pérez-Ramos, 1996).
Segundo Herren e Herren (1989), com a finalidade de 
garantir à criança uma melhor interação com o meio em que 
criança vive, a estimulação precoce lança mão de uma série de 
processos preventivos e ou terapêuticos.
A estimulação tenta, por meio de técnicas, anular as 
reações patológicas, direcionando a criança para aquisições 
das etapas do desenvolvimento motor e fundamentos do 
desenvolvimento, e preparando-a para uma atividade motora 
posterior mais complexa. Quando falamos em estimulação 
precoce, não falamos apenas na área motora, mas sim em um 
desenvolvimento geral da criança. É uma área abrangente que 
incluem noções de saúde, higiene, sociabilidade, a utilização da 
musica, de atividades que englobem passeios, diversão, jogos, 
recreação, trabalhos com lápis, giz de cera,pintura, recortes 
etc... E também a implantação de atividades básicas de vida 
diária (AVD e prática AVP). Hoje sabemos que o portador de 
deficiência tem apenas um ritmo de aprendizagem mais lento, 
embora as etapas ultrapassadas sejam as mesmas. O objetivo 
da estimulação é justamente acelerar esse processo, que foi 
retardado pela síndrome (TISI, 2010, p. 19).
A estimulação precoce utiliza de experiências 
significativas, nas quais participam os sentidos, a percepção 
e o prazer da exploração, o autocontrole, o descobrimento, a 
expressão artística e o jogo. É importante o reconhecimento 
dos vínculos afetivos sólidos e uma personalidade segura, 
já que seu o objetivo principal é desenvolver a inteligência 
(Legarda; Miketta, 2008).
FIGURA 30 - BEBÊ COM JOGO DE MONTAR
Disponível em: http://arquidiocesedecampogrande.org.br/arq/formacao-familia/
pais/2793-comomultiplicar-a-inteligencia-do-bebe.html?start=3. 
Acesso em: 04 jun.2013.
Quanto mais cedo e mais intensamente a 
criança usufruir a mediação intencional dos 
seus processos de aprendizagem, tanto mais 
tranquilamente se dará o seu desenvolvimento 
cognitivo (Feuertein apud Safar 2011, p. 4). 
Para o bebê, tudo é estimulo: sons, odores, 
cores, luminosidade, entre outros. Por outro 
lado, bebês que sofrem carência de estímulos 
corporais e ambientais adequados podem 
apresentar	difi	culdades	no	decorrer	de	outros	
estágios do desenvolvimento (Safar, 2011, p. 
12).
28Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Neste sentido, a detecção precoce de retardo no 
desenvolvimento ou situação de risco, torna-se tão importante 
quanto o atendimento propriamente dito em estimulação, já 
que quando mais cedo, melhores serão os resultados (Pérez-
Ramos, 1996).
No século XIX, deu-se início aos trabalhos de educação 
compensatória com Pestalozzi, Frobel, Montessori e 
McMillan. Neste momento, a intenção era compensar as defi 
ciências culturais e do próprio desenvolvimento de crianças 
de classe baixa. Acredita-se que a partir daí surgiram os 
programas de estimulação precoce (PÉREZ-RAMOS, 1996).
Curiosidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o termo Deficiência trata-
se da ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica 
ou anatômica, inserida na biologia da pessoa. Dessa forma, o termo 
pessoa com deficiência refere-se a qualquer pessoa que possua uma 
deficiência. É preciso observar, pois, em contextos legais, o termo 
pessoas com deficiências é utilizado de forma mais restrita, estando 
estas sob o amparo da lei.
Faremos agora, um paralelo ao conteúdo de estimulação e 
realizaremos um breve retrocesso na história para entendermos 
a conotação do termo deficiência e a evolução da ciência para 
os dias atuais, nos quais falamos em estimulação precoce.
Entre as décadas de 60 e 80, muitas terminologias foram 
aplicadas a fim de tentar esclarecer a diversidade, vejamos 
algumas delas: indivíduos “defeituosos”, “deficientes” ou 
“excepcionais”. Nesse período, a sociedade não se direcionou 
para a ausência de qualquer capacidade mental ou física das 
pessoas. Passando para os anos 90, o termo que mais se 
utilizou foi “pessoa portadora de deficiência”, passando a 
atribuir a deficiência como um valor agregado à pessoa. Dessa 
forma, substituiu-se o termo deficiência por “necessidade”, 
contudo, esse também foi eliminado. E, na atualidade, o 
termo aplicado é “pessoas com deficiência”, dando lhes o 
aumento da autonomia na tomada de decisões e aumento 
das responsabilidades no sentido de favorecer a inclusão 
(ZAVAREZSI, 2009).
Um significativo avanço na história é que podemos 
contar, hoje, com as Diretrizes Educacionais sobre a 
estimulação precoce, como um marco para o desenvolvimento 
e estimulação de crianças em situação de risco e deficientes. 
Elaborada em 1995 pela secretaria de educação especial, 
tem como objetivo uniformizar os princípios e definir a 
abrangência de programas de estimulação precoce, assim 
como promover serviços, diretrizes, normas e procedimentos 
que norteiam suas atividades conforme progressos científicos 
e tecnológicos relativos à estimulação precoce e fundamentar 
a implantação e a atualização adequada dos programas 
destinados às crianças com necessidades especiais em seus 
primeiros anos de vida (Brasil, 1995).
Curiosidade
Entende-se por crianças portadoras de necessidades especiais com 
distúrbios no desenvolvimento originados por acidentes ocorridos 
durante a gestação, nascimento ou primeiros anos de vida: deficiência 
sensorial (auditiva e visual); defi ciência física; deficiência mental; 
deficiência múltipla e condutas típicas (síndrome do autismo e outras 
psicoses) (Brasil, 1994).
De acordo com as Diretrizes Educacionais sobre a 
Estimulação Precoce:
Toda criança tem condições e assimilar, de 
alguma forma, os benefícios da estimulação 
que lhe for proporcionada em função de suas 
características individuais, seja qual for o tipo 
e	a	intensidade	de	sua	defi	ciência;
Os	 benéfi	 cos	 da	 estimulação	 precoce	
serão mais efetivos quando o processo for 
organizado e aplicado de maneira gradual, 
variada e motivadora, seguindo o desenrolar 
do progresso que a criança for alcançando em 
seu desenvolvimento; 
Toda família que possui criança portadora 
de necessidades especiais tem direito a 
receber	 apoio	 e	 orientação	 específi	 cos,	 face	
à problemática que decorre de tal condição, 
além de ter o dever de participar do processo 
de estimulação, assumindo o papel que lhe 
cabe.
FIGURA 31 - CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA E 
SUA FAMÍLIA 
Disponível em: http://www.movimentodown.org.br/wp-content/uploads/2012/10/
movimento_down_header_sindrome.jpg. Acesso 04 em jun. 2013.
Bolsanello (1998 apud Safar, 2011, p.14) esclarece que 
uma das funções da estimulação precoce é oferecer suporte 
e apoio à mãe com o intuito de facilitar a interação mãe-bebê 
e para que ela perceba o que seu filho é capaz de realizar. 
As mães devem perceber que, embora seus filhos apresentem 
deficiências, também possuem potencialidades que poderão 
ser desenvolvidas.
Desta forma, é importante que os pais conheçam 
os estímulos e as atividades que serão desenvolvidas em 
um programa de estimulação, as quais irão favorecer o 
desenvolvimento de seus filhos, visto que a eficácia dos 
programas estaria justamente na disponibilidade afetiva da 
família (Shonkoff; Hauser-Cram, 1987 apud Safar, 2011).
2- Estimulação e os benefícios para
o desenvolvimento
FIGURA 32 - BEBÊ E JOGO DE XADREZ
Disponível em: http://www.ciamaterna.com.br/wpcontent/ uploads/2013/06/
baby-genius.jpg. Acesso em: 05 jul. 2013.
29
Jogos e brinquedos ajudam a manter tônus muscular e o controle 
da postura. As brincadeiras são importantes nos primeiros anos de 
vida da criança, pois permitem a repetição de diversos movimentos 
fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê.
Tendo em vista os conceitos de estimulação descritos 
acima, estudaremos agora os benefícios da mesma para o 
desenvolvimento saudável da criança.
Veremos a seguir o que Perin (2010) descreve sobre o 
desenvolvimento nos primeiros anos de vida. E porque a 
estimulação seria tão importante nesta fase. O autor coloca 
que se trata de:
um período no qual ocorrem diversas 
modificações	 importantes	 e	 se	 apresentam	
características de desenvolvimento de 
habilidades cognitivas e motoras. É nesta etapa 
de maturação que o organismo tornase apto ao 
aparecimento dos marcos do desenvolvimento 
que possibilitam as crianças o processo linear 
de seu crescimento global.
A carência da estimulação nos primeiros anos 
de vida de uma criança diminui o ritmo do 
processo evolutivo e aumenta as chances de 
transtornos psicomotores, sócio-afetivos, 
cognitivos e da linguagem.
O autor apresenta, ainda, os principais fatores que 
interferem no desenvolvimento infantil, na área médica:
Nos fatores Pré-natais observa-se:
Alteração de genes ou cromossomos (Down);
•	 Fatores ambientais ligados a saúde da 
gestante;
•	 Erros inatos do metabolismo 
(fenilcetonúria,hipotiroidismo 
congênito);
•	 Microcefalia, hidrocefalia;
•	 Infecções na gravidez (rubéola, 
toxoplasmose,	sífi	lis,	AIDS);
•	 Desnutrição, alcoolismo, fumo, uso de 
remédios, exposição à radiação.
Fatores Perinatais (durante o nascimento):
•	 Prematuridade;
•	 Baixo peso ao nascer;
•	 Problemas de parto (partos demorados, 
circular de cordão, parto pélvico);
•	 Icterícias graves por incompatibilidade 
sanguínea;
•	 Infecções;
•	 Hemorragia cerebral;
•	 Uso de fórceps;
•	 Anóxia (falta de oxigênio).
Fatores Pós-natais:
•	 Prematuridade;
•	 Deficiência	alimentar	(desnutrição);
•	 Infecções agudas;
•	 Parasitoses intestinais;
•	 Doenças metabólicas;
•	 Problemas emocionais (privação de afeto 
e de estímulos);
•	 Violência, traumas.
O trabalho de estimulação precoce apresenta como 
objetivo central o acompanhamento clínico e terapêutico 
de bebês em risco e com patologias orgânicas, uma vez 
que intervém junto aos familiares, com o intuito de gerar 
benefícios no desenvolvimento podendo propiciar:
[…] que os fatores estruturais (maturação, 
estruturação psíquica e cognitiva) e 
instrumentais (linguagem e comunicação, 
brincar, aprendizagem, psicomotricidade, 
início da autonomia e socialização), possam 
se articular de forma que a criança consiga o 
melhor desenvolvimento possível. O ponto 
central de referência é a estruturação ou 
reestruturação da função materna, abrindo 
espaço para a constituição da criança como 
sujeito	 psíquico	 capaz	 de	 autosignifi	 car-se	
(Brandão; Jerusalinsky, 1990, p. 55).
A fase estipulada como mais propensa e de maiores 
resultados para a estimulação se deu, também, pela descoberta 
da “migração neuronal”. Evidenciou-se que até os dezoito 
primeiros meses, criam-se novas conexões neuronais, que 
podem vir a substituírem os neurônios prejudicados ou 
lesados. Sendo assim, a “migração neuronal” possibilita 
o surgimento de novas conexões, e o que tudo indica são 
eliciadas por infl uência do meio externo (Alves, 2007).
Outro fenômeno importante para o entendimento da 
aquisição de conhecimento é a mielinização, que segundo Tisi 
(2010, p. 39) consiste:
no aparecimento de uma substância, a mielina, 
ao redor de cada neurônio, permitindo que 
essas células nervosas se comuniquem entre 
si. A mielina funciona como um condutor 
elétrico da informação e só se forma a partir 
da soma de dois fatores internos e externos: O 
interno depende de uma constituição orgânica 
saudável	e	efi	ciente.	O	externo,	de	estímulos	
percebidos através dos cinco sentidos e das 
experiências motoras, por exemplo. São os 
fatores ambientais, e neles incluímos uma 
alimentação correta, estímulos táteis e visuais 
variados, afetos etc... assim a criança que nasce 
com	 defi	 ciência	 tem	 uma	 estrutura	 interna	
deficitária,	a	estimulação	adquire	 importância	
maior ainda.
Desta forma, fica evidente que a interação da criança 
com o meio gera a estrutura de funcionamento de seu sistema 
nervoso central, uma vez que todo este mecanismo cerebral 
se desenvolve em maior velocidade nos primeiros dois anos 
de vida.
Do ponto de vista clínico, qualquer evento 
ambiental nocivo, que ocorra na vida fetal 
(infecções congênitas, fumo drogas, etc.), 
durante o parto (anóxia, hemorragias 
maternas, etc.) e nos primeiros anos de vida 
(infecções, desnutrição, etc.), pode lesar o 
sistema nervoso central. Esse é um período 
30Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
de grande plasticidade cerebral, sendo o 
cérebro capaz de realizar novas funções, 
transformando de maneira duradoura, com 
auxílio do meio ambiente, seja os elementos 
que o compõem, seja a rede de conexões que 
os une. Quanto mais jovem o indivíduo, mais 
plástico é o seu cérebro, apesar de que essa 
plasticidade também ocorre na idade adulta, 
porém é menos do que na infância (Nielsen- 
Ojd, 2013, p. 3).
FIGURA 33 - VIDA UTERINA
Disponível em: http://3. bp.blogspot.com/-fBAvQkbmip8/ TV5B366rTsI/
AAAAAAAAAJY/ EO5mtjb3WTY/s320/feto-it1.jpg. Acesso em: 04 jul.2013.
O desenvolvimento integral do indivíduo, por meio da 
plasticidade que o cérebro apresenta, se torna fundamental 
para a prática de atividades de estimulação tendo em vista que:
[…] o comando genético do processo de 
maturação precisa de alimento funcional 
dos estímulos adequados. Também sabemos 
da plasticidade funcional e da capacidade 
compensatória deste sistema nervoso central. 
A maioria das células do sistema nervoso 
central é adquirida até os seis meses de vida 
extrauterina.
Como consequência, o sistema nervoso central 
é muito vulnerável durante a gestação, o parto, 
o período pré natal e os primeiros anos de vida 
(Brasil, 2002b).
Com todo o avanço das pesquisas em neurociências e suas 
descobertas sobre a plasticidade cerebral e o desenvolvimento 
de novas conexões neuronais, não se pode perder de vista a 
importância da relação mãe-bebê neste processo. Vejamos 
como é importante e adicional!
Nas observações em lactentes normais, vemos 
que as crianças estimuladas têm, dentro de 
certos limites, um processo de maturação mais 
acelerado do que os não estimulados. Estes 
limites	 estão	 definidos	 por	 um	 automatismo	
genético, que provê a base material para a 
habilidade respectiva, mas que requer ser 
suscitado pela atividade materna, desde o 
exterior. Em caso contrário, a maturação sofre 
alterações, como é demonstrado pelo atraso 
que registram crianças com graves problemas 
emocionais e sem afecções neurológicas 
demonstráveis (Foster; Jerusalinsky, 1989, p. 
171).
É importante que o processo de estimulação seja 
acompanhado e realizado pela mãe, uma vez que o vínculo 
da relação mãe-bebê sustentado em uma relação de segurança 
facilita o processo. Pois, neste momento, está se estabelecendo 
uma gama de oportunidades e experiências, nas quais o bebê 
poderá adquirir destreza e habilidades, explorar e entender o 
que está acontecendo ao seu redor da forma mais natural e 
confortável.
A estimulação precoce o que faz é unir esta 
adaptabilidade do cérebro à capacidade de 
aprendizagem, e fazer com que os bebês 
saudáveis amadureçam e sejam capazes de 
adaptar-se muito melhor ao seu ambiente e 
às diferentes situações. Não se trata de uma 
terapia nem de um método de ensino formal. É 
apenas uma forma de orientação do potencial 
e das capacidades dos mais pequenos. Quando 
se estimula um bebê, está-se abrindo um leque 
de oportunidades e de experiências que o 
fará explorar, adquirir destreza e habilidades 
de uma forma mais natural, e entender o que 
ocorre ao seu redor (Nielsen, 2013, p. 2).
Para refletir
O planejamento de atividades e de rotina de trabalhos seja no âmbito 
familiar ou escolar cria ambientes acolhedores e agradáveis, facilitando à 
criança uma aprendizagem pela convivência e experiências com o outro 
e também com afeição, amor e paciência.
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa 
aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as atividades 
(exercícios) que deverão ser respondidas e enviadas.
Chegamos, assim, ao final da terceira aula. Espera-se
que agora tenha ficado mais claro o entendimento 
de vocês sobre a estimulação precoce. Vamos, 
então, recordar: “A estimulação precoce utiliza 
de experiências signifi cativas nas quais participam os sentidos, a 
percepção e o prazer da exploração, o autocontrole, o descobrimento, 
a expressão artiistica e o jogo. É importante o reconhecimento dos 
vínculos afeitvos sólidos e uma personalidade segura, já que seu 
o objetivo principal é desenvolver a inteligência” (Legarda; Miketta, 
s/d). Desta forma, será necessário o conhecimento adquirido nesta 
aula para seguirmos adiante e aprofundarmos nos programas de 
estimulação precoce.
Retomando a aula
1 - Estimulação precoce
A estimulação precoce se destina às crianças de 0 a 3 
anos de idade e, como medida de prevenção. Ou seja, desde 
31
o nascimento ou mesmo antes, já que os três primeiros anos 
de vida são os mais relevantes para o desenvolvimento do 
bebê. Poisé até esta idade que o cérebro se forma em 60%. 
Desta forma, fica evidente que a estimulação da criança, desde 
a mais tenra idade, é fundamental para que ela desenvolva a 
capacidade. É a fase na qual a criança poderá adquirir qualquer 
habilidade com muito mais facilidade, ocorrendo a maior 
maturação do sistema nervoso central. Tendo em vista, que a 
estimulação precoce pode, ainda, reduzir consideravelmente o 
índice de pessoas com defi ciência em um país ou atenuar seus 
efeitos (Safar, 2011).
2 - Estimulação e os benefícios para o 
desenvolvimento
Jogos e brinquedos ajudam a manter tônus muscular 
e o controle da postura. As brincadeiras são importantes 
nosprimeiros anos de vida da criança, pois permitem a 
repetição de diversos movimentos fundamentais para o 
desenvolvimento saudável do bebê.
Disponível em: http://criancaemfoco.com.br/index.
php?option=com_content&view=article&id=126& 
Itemid= 117.
Vale a pena acessar
PERIN, A. E. Estimulação precoce: sinais de alerta 
e benefícios para o desenvolvimento. Revista de educação do 
IDEAU. Auto Uruguai. v. 5, n. 12, jul./dez. 2010. Disponível 
em: http://www. ideau.com.br/getulio/upload/artigos/
art_116.pdf. Acesso em: jul.2013.
ALMEIDA, I. C. Intervenção precoce: Focada na 
criança ou centrada na família e na comunidade? Análise 
Psicológica, v. 1, n. XXII, p. 65-72, 2004. Disponível em: 
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PINHEIRO, M. Fundamentos de neuropsicologia: o 
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