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Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Conceitos importantes quando se 
fala de educação infantil
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
•	 conceituar criança em sua singularidade, respeitando a infância como uma etapa primordial da vida do ser humano 
e para o processo de ensino e aprendizagem;
•	 refletir o processo de cuidar na perspectiva da educação infantil;
•	 compreender o processo de ensino e aprendizagem instaurado no conceito de educar crianças de zero a três anos;
•	 analisar o contexto histórico em que está inserida a educação infantil para que possamos elucidar questões relevantes 
•	 acerca a educação infantil dos dias atuais;
•	 perceber como a legislação ao longo da história da educação infantil brasileira influenciou o sistema educacional 
como um todo. 
Vamos recordar alguns conceitos sobre a criança em seus 
diversos aspectos para que a partir daí possamos compreender 
esse universo magnífico dos princípios e métodos de cuidar e 
educar crianças de zero a três anos na Educação Infantil.
Estudar sobre os princípios e métodos de educar e cuidar 
crianças de 0 a 3 anos é de suma importância, pois quando 
estiverem atuando como professores(as) de educação infantil 
terão a compreensão de como se organiza o processo de ensino 
e aprendizagem nesta primeira etapa da educação básica.
Para pessoas leigas aos assuntos educacionais, as crianças 
da faixa etária de zero a três anos ainda não estão propensas ao 
aprendizado, mas essa afirmação não é verdadeira.
Estudos comprovam que quanto mais cedo a criança 
estiver inserida no ambiente escolar maiores são suas chances 
de apropriação do conhecimento.
Bons estudos!
5º Aula
43
1 - A criança
2 - O conceito de cuidar
3 - O conceito de educar
4 - A educação infantil no contexto histórico 
5 - Aspectos legais da educação infantil no Brasil
1 - A criança
Quando se fala em criança pode-se pensar em uma 
concepção	 já	 historicamente	 definida,	 mas	 com	 o	 passar	
do tempo muitas mudanças vem surgindo, considerando 
principalmente a sociedade e o período em que vivemos.
Disponível em: http://ouniversodaeducacaoinfantil.blogspot.com/ 01/09/22 blog-
post.html. Acesso em: 01 set. 2022.
Os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil 
(RCNEI),	de	1998,	em	seu	volume	1,	afirma	que:
A criança como todo ser humano, é um 
sujeito social e histórico e faz parte de uma 
organização familiar que está inserida em uma 
sociedade, com uma determinada cultura, 
em um determinado momento histórico. É 
profundamente marcada pelo meio social 
em que desenvolve, mas também o marca. 
A criança tem na família, biológica ou não, 
um ponto de referência fundamental, apesar 
da multiplicidade de interações sociais que 
estabelece com outras instituições sociais. (p. 
21) 
A criança nesse contexto apresentado pelo documento 
do Ministério da Educação (MEC) apresenta uma natureza 
singular e heterogênea, ou seja, cada criança pensa de um jeito, 
anda,	fala,	se	expressa,	enfim,	cada	uma	possui	características	
próprias. Assim como o convívio com outras pessoas se 
estabelece muito cedo e dessa forma começa a compreender 
o mundo que a cerca.
Seções de estudo
Disponível em: http://catarinaprofessora.blogspot.com/2010/03/poemas-para-
brincar-jose-paulo-paes.html. Acesso em: 01 set. 2022.
Nesse contexto da concepção de criança torna-se difícil não 
vincular	a	figura	criança	ao	processo	em	que	esta	contextualizada	
na educação infantil. O mesmo documento mencionado 
anteriormente ainda salienta a respeito dessa etapa da educação 
básica:
Compreender, conhecer e reconhecer o 
jeito particular das crianças serem e estarem 
o	 mundo	 é	 o	 grande	 desafio	 da	 educação	
infantil	 e	 de	 seus	 profissionais.	 Embora	 os	
conhecimentos derivados da psicologia, 
antropologia, sociologia, medicina etc. possam 
ser de grande valia para desvelar o universo 
infantil apontando algumas características 
comuns de ser das crianças, elas permanecem 
únicas em suas individualidades e diferenças 
(p. 22). 
Contudo, cabe ainda dizer que a criança possui uma 
identidade e esta precisa ser respeitada pelo adulto, tem suas 
necessidades e devem consideradas, bem como vive a infância, 
que é considerada por especialistas em desenvolvimento infantil, 
principalmente psicólogos como etapa primordial para o bom 
desenvolvimento cognitivo e interpessoal do indivíduo.
VOCÊ SABIA?
A Constituição Federal de 1988 afirma:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança 
e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão.
Na próxima seção iremos conceituar o cuidar na perspectiva 
da educação infantil.
2 - O conceito de cuidar
Acima de tudo precisa-se considerar que cuidar é: “valorizar 
e ajudar a desenvolver capacidades” (RCNEI, 1998. p. 24), 
para que a partir daí possa se começar a elucidar o conceito de 
“cuidar”.
Quando se fala nesse termo precisa-se considerar o contexto 
de uma instituição de educação infantil, para que partindo disso 
44Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
compreenda-se o cuidar como parte integrante da educação. Já 
que o ato de cuidar requer o desenvolvimento de habilidades e 
instrumentos que se reportam as questões de cunho pedagógico.
 Disponível em: tvdegraca.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
Para que haja o desenvolvimento integral da criança 
muitos	 fatores	 influenciam	 no	 cuidar,	 como	 as	 questões	
relacionadas à afetividade e os aspectos biológicos do próprio 
corpo da criança, além da alimentação, saúde, bem como a 
oportunidade de acesso aos mais variados conhecimentos de 
mundo. 
Veja	o	que	o	RCNEI	afirma	sobre	o	assunto:
As atitudes e procedimentos de cuidado são 
influenciadas	por	crenças	e	valores	em	torno	
da saúde, da educação e do desenvolvimento 
infantil. Embora as necessidades humanas 
básicas sejam comuns, como alimentar-se, 
proteger-se	 etc.	 as	 formas	 de	 identificá-las,	
valorizá-las e atendê-las são construídas 
socialmente. As necessidades básicas, podem 
ser	 modificadas	 e	 acrescidas	 de	 outras	 de	
acordo com o contexto sociocultural. Pode-
se dizer além daquelas que preservam a vida 
orgânica, as necessidades afetivas são também 
base para o desenvolvimento infantil (RCNEI, 
1998, p. 24-25). 
Nessa perspectiva, torna-se fundamental compreender 
as necessidades das crianças e o papel do adulto diante desse 
contexto. Um exemplo simples, mas que explica claramente 
esse poder de compreensão que parte do adulto, ocorre 
quando um bebê chora, pois a partir daí precisa prestar 
atenção na razão desse choro: o que levou a criança a dar 
essa resposta? Ao adulto cabe buscar meios de solucionar 
a situação, seja embalando o bebê no colo ou conversando, 
verificando	as	fraudas	ou	se	há	fome,	enfim,	o	importante	é	
encontrar um meio de melhor resolver o problema.
 Disponível em: tribunadonorte.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
O RCNEI de 1998 aponta:
O cuidado precisa considerar, principalmente, 
as necessidades das crianças, que quando 
observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar 
pistas importantes sobre a qualidade do que 
estão recebendo. Os procedimentos de cuidado 
também precisam seguir os princípios de 
promoção à saúde. Para se atingir os objetivos 
dos cuidados com a preservação da vida e com 
o desenvolvimento das capacidades humanas, 
é necessário que as atitudes e procedimentos 
estejam baseados em conhecimentos 
específicos	sobre	o	desenvolvimento	biológico,	
emocional, e intelectual das crianças, levando 
em consideração as diferentes realidades 
socioculturais (p. 25).
Sendo assim, o ato de cuidar requer comprometimento 
por parte do adulto, respeitando a singularidade da criança 
bem como asnecessidades e potencialidades. Contudo, 
torna-se também primordial a construção de um vínculo 
afetivo entre quem cuida e o ser humano cuidado (a criança). 
Diante	 disso,	 a	 figura	 do	 professor	 é	 fundamental	 para	
que	assim	possa	levar	a	criança	a	identificar	suas	próprias	
necessidades garantindo assim um contínuo crescimento 
e desenvolvimento infantil. Já que é papel do professor 
conhecer como a criança sente, pensa, interage e vê a si 
mesma bem como o mundo, para que partindo disso possa 
ampliar seus conhecimentos e suas habilidades.
CONCEITO
Portanto, cuidado não pode ser compreendido na Educação Infantil 
como era antigamente, ou seja, apenas como a realização das tarefas 
de alimentação, higiene etc. O cuidado é mais que isso: o cuidado tem 
uma dimensão filosófica. A atenção, a ternura, o carinho, a gentileza, a 
generosidade, a simpatia, “o sentimento, a coisa mais fina do mundo” 
são dimensões do cuidado que precisam estar presentes nas relações 
entre as pessoas, tanto na Educação Infantil como em todas as outras 
atividades educativas”.
Na próxima seção, vamos conferir os principais 
conceitos sobre o educar no contexto das instituições de 
educação infantil. 
 
3 - O conceito de educar
Com o passar dos anos percebeu-se que o processo de 
educar e cuidar caminham juntos, houve então a necessidade 
de instauração de instituições de educação infantil para que 
assim houvesse a integração do cuidar e educar.
45
Disponível em: clickgratis.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
As novas propostas hoje para a educação infantil 
apontam para padrões de qualidade da educação ofertada, 
ou	 seja,	 profissionais	 qualificados	 para	 atuar	 como	
infraestrutura para receber a criança no ambiente escolar.
A instituição de educação infantil deve tornar 
acessível a todas as crianças que a freqüentam, 
indiscriminadamente, elementos da cultura 
que enriquecem o seu desenvolvimento e 
inserção social. Cumpre um papel socializador, 
propiciando o desenvolvimento da identidade 
das crianças, por meio de aprendizagens 
diversificadas,	 realizadas	 em	 situações	 de	
interação. (RCNEI, 1998, p. 23)
As instituições de educação infantil ou centros de 
educação infantil precisam oferecer às crianças situações de 
socialização que ocorram por meio da brincadeira oriundas 
de situações pedagógicas organizadas e orientadas por 
profissionais	 da	 educação,	 os	 professores.	 Sendo	 assim,	
acaba por ser instaurado o processo de aprendizagem 
infantil.
No	RCNEI	(1998,	p.	23)	afirma	ainda	que:
Educar	significa,	portanto,	propiciar	situações	
de cuidados, brincadeiras e aprendizagens 
orientadas de forma integrada e que possam 
contribuir para o desenvolvimento das 
capacidades infantis de relação interpessoal, de 
ser e estar com os outros em uma atitude básica 
de	aceitação,	respeito	e	confiança,	e	o	acesso,	
pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos 
da realidade social e cultural. Neste processo, 
a educação poderá auxiliar o desenvolvimento 
das capacidades de apropriação e 
conhecimento das potencialidades corporais, 
afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na 
perspectiva de contribuir para a formação de 
crianças felizes e saudáveis. 
Assim sendo, a missão maior apresentada pela 
educação	 infantil	 e	a	arte	de	cuidar	e	educar	fica	amparada	
no compromisso que há com o processo de ensino e 
aprendizagem das crianças na faixa etária de zero a três anos 
de idade.
A seguir, trataremos do contexto histórico em que está 
inserida a educação infantil dos primórdios aos dias atuais.
4 - A educação infantil no contexto 
histórico
Inicialmente, o papel de cuidar e educar era uma tarefa 
essencialmente da mãe e do pai, ou seja, da família. Entretanto, 
nos últimos vinte anos essa perspectiva foi ultrapassada, pois 
houve compreensão de que a criança necessita de garantias de 
um desenvolvimento motor, cognitivo, social, cultural, dentre 
outros aspectos que podem ser trabalhados na educação 
infantil, como forma de garantia do processo de aprendizagem 
da criança.
 
Disponível em: themewordpress2011.com. Acesso em: 01 set. 2022.
Para se ter uma ideia, historicamente falando sobre 
a criança, no Brasil Colônia, a partir de 1500, a infância 
demorou a ser reconhecida, pois tinha-se como ideal o 
modelo europeu de vida. E, nessa perspectiva, a criança era 
tida como no período de infância até os sete anos de vida, 
após essa faixa etária acompanhava a vida dos adultos, sendo 
também incluídas no processo educativo.
Disponível em: saibaja.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
VOCÊ SABIA?
Neste período da história brasileira a educação também estava limitada 
aos pertencentes à burguesia (pessoas de posse) enquanto que os 
trabalhadores (plebeus) aprendiam trabalhos manuais e braçais.
Sendo assim, a infância não era vista como uma fase e 
não tinha seus direitos assegurados, bem como a distinção 
de	 raça,	 cor	 e	 posição	 social	 influenciava	 o	 convívio	 em	
sociedade, conforme relata Espindola (2006):
46Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Na sociedade colonial-escravista, por um 
longo período da história brasileira, a infância 
esteve socialmente à margem de qualquer 
valorização. Consequentemente, sua educação 
não se traduziu em objetivo a ser alcançado. 
Ao contrário da criança escrava e indígena, a 
criança	 branca,	 filha	 do	 fazendeiro	 da	 casa-
grande, tinha uma ama negra para dela cuidar 
(p. 41).
Dando continuidade ao desenrolar da história da infância 
no Brasil, vale salientar que no Brasil Império (1822-1889) 
houve a institucionalização da educação para a criança. E, essa 
conquista está garantida até hoje por meio da Constituição 
Federal de 1988, pois está assegurado na lei o direito à 
educação para crianças a partir dos seis anos. Embora haja 
tramitação legal no legislativo federal para assegurar o direito 
a educação a partir dos quatro anos de idade, ainda há muita 
discussão a ser feita sobre a inserção da criança de quatro anos 
no ensino obrigatório.
Ainda na evolução da história da infância no Brasil, 
houve um tempo no período do Brasil Império em que a 
educação das crianças estava a cargo de pessoas vinculadas 
à igreja como padres-mestres, capelães de engenho, ou seja, 
pessoas portadoras de certo grau de instrução e que eram 
respeitadas perante a sociedade.
VOCÊ SABIA?
Capelães de engenho eram pessoas que tinham a função de cuidar da 
vida espiritual da comunidade que vivia no engenho (grandes fazendas) e 
em terras vizinhas, bem como lavradores e mecânicos, com suas famílias 
que prestavam serviço ao engenho.
Disponível em: http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesan 
ais/anais9/artigos/mesa_redonda/art9.pdf. Acesso em: 01 set. 2022.
 
Neste período também encontra-se situações de 
abandono de crianças e em função disso criaram-se locais 
chamados de casas de abrigo, que eram apropriados para 
cuidar e educar. A partir das publicações de Lourenço Filho 
houve	preocupação	oficial	com	a	educação	infantil	no	Brasil	e	
a educação de uma forma geral. 
SABER MAIS
Manoel Bergström Lourenço Filho (1897-1970) publicou vários livros, 
textos, artigos sobre a literatura infantil e juvenil.
Sendo assim, começou-se a pensar sobre a criação de 
um jardim-de-infância, que se tratava de um local propício ao 
desenvolvimento infantil e à formação de sua personalidade. 
Contudo, surgiram também as creches que representavam 
espaços onde as mães trabalhadoras, pobres e operárias, 
deixavam	seus	filhos	antes	de	ir	para	o	trabalho.
Nesta nova perspectiva da educação para a infância 
pode-se perceber que a criança começou a ser vista com 
outros olhos, ou seja, com um olhar para a conscientização da 
sua importância e singularidade.
Disponível em: educacaodeinfancia.com. Acesso em: 01 set. 2022.
Em 1878, um projeto da reforma de Leôncio de 
Carvalho tinha como ponto chave a liberdade de ensino. 
No artigo n. 2 do mesmo projeto garantia a obrigatoriedade 
de frequência às escolas primárias, a partir dossete anos de 
idade.
SABER MAIS
Carlos Leôncio de Carvalho, segundo Lira (1949), nasceu em 18 de junho 
de 1847, na cidade de Iguaçu, na província do Rio de Janeiro, era filho do 
Dr. Carlos Antonio de Carvalho. Reformou por meio do Decreto de 19 
de abril de 1879 a instrução pública primária e secundária no Município 
da Corte. Sua reforma educacional marcou uma etapa importante na 
educação brasileira.
Percebe-se que a partir desse período da história da 
infância no Brasil há uma preocupação com a sistematização 
da instrução pública no país. E, a partir desse período a 
criança começou a receber o atendimento em instituições 
especializadas, conforme modelo europeu de ensino.
Ainda na análise histórica, a partir da Primeira 
República (1889-1930), período de grande desenvolvimento 
econômico, por meio do café, viu-se que a política entrou 
em uma nova fase e a educação passou por muitas reformas, 
sem grandes progressos para a educação infantil.
Para	 melhor	 expressar	 a	 afirmação	 acima,	 salienta	
Espíndola (2006) na p. 106:
Pode-se	afirmar	que	a	Educação	Infantil	tem	
um pouco mais de cem anos no Brasil. O 
primeiro	 jardim-de-infância	 oficial	 brasileiro,	
no período republicano, começou a funcionar 
em 18 de maio de 1896, anexo à Escola 
Normal Caetano de Campos, em São Paulo. 
(grifos do autor).
Neste período histórico o jardim de infância 
representou uma oportunidade de desenvolvimento integral 
da criança, por meio de jogos, brincadeiras, música, cantos, 
pintura, criação de animais, contos, ou seja, a criança tinha 
todos os seus sentidos explorados. O contrário que se vê 
nos dias atuais, pois preocupa-se muito com o processo de 
leitura e escrita, ou seja, as instituições de educação infantil 
estão fugindo da proposta inicial da Primeira República.
Já na República Nova (1910-1920) a busca por melhores 
condições de vida e de trabalho marcaram esta nova fase 
47
da história brasileira, inclusive na educação, pois todas as 
camadas sociais reivindicavam creches para deixarem seus 
filhos	 no	 período	 em	 que	 estavam	 trabalhando.	 Logo,	
pode-se	afirmar	que	este	período	da	história	da	educação	
foi marcado por revoluções e grandes debates também no 
setor educacional.
Nesta vertente, torna-se relevante salientar que neste 
período tanto a educação infantil quanto o ensino primário 
não ganharam grande prospecção uma vez que o ensino 
secundário e o ensino superior foram os que sofreram 
reformas. Diante dessa situação, educadores e intelectuais 
da época que vislumbravam uma reforma educacional, 
organizaram um documento intitulado de Manifesto dos 
Pioneiros, o qual propunha ideais de uma escola pública 
gratuita e obrigatória para ambos os sexos nas escolas.
 
 Disponível em: coladaweb.com. Acesso em: 01 set. 2022.
Avançando um pouco no período histórico, entre as 
décadas de 1930 e 1950 as instituições de educação infantil 
criadas se caracterizavam por sua postura paliativa, ou seja, 
preocupavam-se com a alimentação, higiene e segurança das 
crianças, uma vez que a grande maioria dessas instituições 
eram	organizações	filantrópicas.
E, em 1940 foi criando o Departamento Nacional da 
Criança (DNCr) que preocupava-se principalmente com 
a saúde e o processo educativo das crianças. Contudo, o 
grande marco da história da educação infantil brasileira foi 
a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
as quais exigiam a criação de creches sob responsabilidade 
de	 empresas	 privadas	 para	 atender	 os	 filhos	 dos	 próprios	
funcionários.
Já na década de 1960 a educação foi marcada pelo 
movimento da Escola Nova, a qual trazia a preocupação de 
natureza pedagógica ao lidar com as crianças.
VOCÊ SABIA? 
Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do 
ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na 
primeira metade do século XX . “Escola Ativa” ou “Escola Progressiva” são 
termos mais apropriados para descrever esse movimento que, apesar 
de muito criticado, ainda pode ter muitas ideias interessantes a nos 
oferecer.
Disponível em: http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete.
asp?idPubWiki=9577. Acesso em: 01 set. 2022.
Em seguida trataremos dos principais aspectos legais 
que norteiam a história da educação infantil, desde a primeira 
LDB n. 4.024/1961 a de n. 5.692/1971.
5 - Aspectos legais da educação 
infantil no Brasil
A preocupação com a criança em sua essência, 
respeitando sua singularidade, fez com que a educação infantil 
fosse vista como uma etapa do processo educacional e não 
meramente cuidados com a alimentação, bem como higiene 
da criança. Sendo assim, houve a necessidade de organizar leis 
que garantissem o direito à educação.
Para tanto, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) n. 4024 promulgada em 1961, 
no Título VI do Capítulo I, aponta os seguintes artigos:
Art. 23. A educação pré-primária destina-se 
aos menores até sete anos, e será ministrada 
em escolas maternais ou jardins-de-infância. 
Art. 24. As emprêsas que tenham a seu 
serviço mães de menores de sete anos 
serão estimuladas a organizar e manter, por 
iniciativa própria ou em cooperação com os 
poderes públicos, instituições de educação 
pré-primária. 
Os artigos citados acima deixam claro que a lei não 
determina ao poder público a obrigatoriedade em garantir 
recursos	 financeiros	 para	 a	 educação	 infantil.	 Sendo	 assim,	
mais uma vez a educação infantil sofreu mudanças, pois 
profissionais	 de	 áreas	 afins	 a	 educação	 ocuparam	 também	
espaço nas creches, como psicólogos, pedagogos e 
recreacionistas.	Na	década	de	1960	a	influência	desses	novos	
profissionais	da	educação	resultou	em	uma	nova	mudança	na	
rotina das instituições de educação infantil.
Passou-se a ter uma preocupação maior com 
o desenvolvimento das habilidades infantis, 
a organização do espaço, a inserção de 
atividades	diversificadas,	dentre	elas,	os	jogos	
e brincadeiras, de tal modo que a criança não 
ficasse	na	ociosidade(Espindola,	2006,	p.	91)
Todavia, a questão da qualidade do ensino ofertado não 
apresentou progressos, e um dos fatores determinantes desse 
fato respalda-se na grande expansão do setor em todo o país, 
impossibilitando um atendimento de qualidade devido ao 
quantitativo na demanda ser expressivo. 
 Disponível em: isaude.net. Acesso em: 01 set. 2022.
48Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Em 1971, surgiu uma nova LDB a de n. 5.692, que 
trouxe diretrizes e bases para o ensino ofertado no 1º e 2º 
graus. Essa lei surgiu em um contexto de regime militar e a 
educação infantil não sofreu grandes mudanças. Como pode-
se perceber nos artigos de n. 17 a 20, os quais estão presentes 
no Capítulo II e reportam-se exclusivamente ao Ensino de 1º 
Grau: 
Art. 17. O ensino de 1º grau destina-se à 
formação da criança e do pré-adolescente, 
variando em conteúdo e métodos segundo as 
fases de desenvolvimento dos alunos. 
Art. 18. O ensino de 1º grau terá a duração de 
oito anos letivos e compreenderá, anualmente, 
pelo menos 720 horas de atividades. 
Art. 19. Para o ingresso no ensino de 1º grau, 
deverá o aluno ter a idade mínima de sete anos. 
 § 1º As normas de cada sistema disporão 
sôbre a possibilidade de ingresso no ensino de 
primeiro grau de alunos com menos de sete 
anos de idade. 
 § 2º Os sistemas de ensino velarão para 
que as crianças de idade inferior a sete anos 
recebam conveniente educação em escolas 
maternais, jardins de infância e instituições 
equivalentes. 
 Art. 20. O ensino de 1º grau será obrigatório 
dos 7 aos 14 anos, cabendo aos Municípios 
promover, anualmente, o levantamento da 
população que alcance a idade escolar e 
proceder à sua chamada para matrícula. 
Parágrafo único. Nos Estados, no Distrito 
Federal, nos Territórios e nos Municípios, 
deverá	 a	 administração	 do	 	 ensino	 fiscalizar	
o cumprimento da obrigatoriedade escolar e 
incentivar a freqüência dos alunos. 
Sendo assim, pode-seobservar que a Lei n. 5.692 não 
referencia a educação infantil. E, este setor da educação ainda 
aguardava	uma	legislação	que	contemplasse	as	especificidades	
da educação infantil.
Na próxima aula vamos analisar à atual LDB, a de n. 
9.394/1996 a qual representou um grande avanço para a 
educação infantil, mas ainda há muitos pontos que precisam 
ser revistos visando assegurar a qualidade do ensino ofertado.
CHEGAMOS AO FINAL DA NOSSA QUINTA 
AULA!!
Nesta quinta aula pudemos melhor compreender alguns 
conceitos fundamentais sobre a criança e seu desenvolvimento 
histórico.
Além disso, também podemos dizer que a evolução da 
educação infantil no Brasil foi muito grande, uma vez que 
no Brasil Colônia a infância não era considerada uma etapa 
da vida da criança sendo então precocemente considerada 
como um adulto. Entretanto, com o passar das décadas e com 
a	 transformação	 socioeconômica	 do	 brasileiro	 verificamos	
que em função da necessidade dos trabalhadores em deixar 
seus	 filhos	 em	 instituições	 que	 pudessem	dar	 continuidade	
ao processo educativo, surgiram as creches. Essas, por sua 
vez, inicialmente tinham como objetivo principal cuidar da 
alimentação e higiene das crianças que ali passavam horas 
enquanto os pais trabalhavam. Contudo, no decorrer dos anos 
percebeu-se que o papel das creches deveria ir além do cuidar, 
necessitava-se desenvolver o processo educativo também. 
Sendo assim, houve a necessidade da instauração de 
leis, diretrizes que norteassem a educação infantil e o ensino 
obrigatório no Brasil. Lembrando que, a educação infantil nas 
décadas de 60, 70 e até os dias atuais é um direito da criança mas 
não representa uma obrigatoriedade. Nesse sentido, passou-se 
muito tempo em que o Estado não detinha o compromisso 
em oferecer e atender a toda a demanda da educação infantil.
Logo, percebemos que a evolução do processo 
de ensino e aprendizagem na educação infantil é nítido 
e de fundamental importância para as crianças e para 
o enriquecimento do sistema educacional no Brasil. 
Chegamos, assim, ao final da quinta aula. Espera-se 
que agora tenha ficado mais claro o entendimento de 
vocês sobre o conceito sobre crianças. Vamos, então, 
recordar o que vimos:
Retomando a aula
1 - A criança 
Nesta primeira seção, estudamos conceitos sobre a 
criança no contexto da Educação Infantil.
2 - O conceito de cuidar 
Nesta seção, tivemos a oportunidade de melhor 
compreender o processo de cuidar no contexto educacional.
 3 - O conceito de educar 
Nesta terceira seção, compreendemos que o educar não 
está distanciado do cuidar, pois ambas as ações caminham 
juntas em prol do aprendizado da criança.
4 - A educação infantil no contexto histórico 
Na	quarta	seção,	fizemos	uma	retrospectiva	histórica	da	
evolução da educação infantil no Brasil.
5 - Aspectos legais da educação infantil no Brasil 
Nesta última seção, pudemos melhor compreender a 
legalidade da educação infantil em nosso país.
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Minhas anotações
ROSSETTI-FERREIRA, Maria C.; AMORIM, Katia 
S.; VITÓRIA, Telma. A creche enquanto contexto possível de 
desenvolvimento da criança pequena/ The crèche as a possible context 
of development for the child
Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi- bin/
wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.
MUSATTI, Tullia. Programas educacionais para a 
pequena infância na Itália. Rev. Bras. Educ., dez. 2003, n. 24, 
p. 66-77. ISSN 1413-2478.
Disponível em: http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.
exe/iah/. 
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www.omep.org.br
revistaescola.abril.com.br
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