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Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 1 HEMORRAGIAS NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO ABORTAMENTO: ➔ Interrupção da gestação antes da viabilidade (20 – 22 semanas) CAUSAS: ➔ Anomalias Cromossômicas: ➢ Corresponde a pelo menos 50% dos casos ➢ Trissomias são as causas mais frequentes ➢ Outras: síndrome de turner, triploidias e tetraploidias ➔ Anomalias uterinas ➔ Alterações endócrinas ➔ Doenças maternas ➔ Infecções ➔ Tabagismo CLASSIFICAÇÃO: ➔ Idade Gestacional: ➢ Precoce: até 12ª semana ➢ Tardio: após a 12ª semana ➔ Periodicidade: ➢ Habitual: 3 ou mais consecutivos QUADRO CLÍNICO: ➔ Ameaça de Abortamento: Colo fechado, com BCF positivo ➔ Completo: colo fechado com útero vazio ➔ Retido: colo fechado, com BCF negativo ➢ Gestação Anenbrionada: diâmetro médico do saco gestacional > 25 mm ➔ Inevitável: colo aberto, com ou sem BCF ➔ Incompleto: colo aberto, com restos placentários ou ovulares ➔ Infectado: colo aberto, com restos ovulares e paciente apresenta febre CONDUTA: ➔ Ameaça de Aborto ou Aborto Completo: deve fazer sintomáticos ou acompanhamento ➔ Esvaziamento Uterino: ➢ Indicações: • Aborto inevitável • Aborto Incompleto • Aborto Retido • Aborto Infectado: esvaziamento uterino, nesse caso deve associar o esvaziamento com antibioticoterapia ➢ Cirúrgico: • AMIU: escola até 12 semanas • Curetagem: alternativa a AMIU ➔ Clínico: ➢ Misoprostol: expulsão pata fetos > 12 semanas ➢ Ocitocina: alternativa ao misoprostol ABORTAMENTO RECORRENTE: ➔ 3 ou mais abortos consecutivos ➔ Principal Causa: anomalias genéticas ➔ Incompetência Istmocervica\ Orifício Interno Incompetente: ➢ Diagnóstico: • História de dilatação cervical indolor no 2º trimestre • Dilatação + encurtamento do colo (atual) • Histeroscopia ➢ Causas: • Conização • Curetagens • Amputações cervicais ➢ Tratamento: cerclagem uterina (técnica de McDonald) • Deve ser feita para pacientes entre 12 a 16 semanas, com dilatação menor que 3 cm e sem herniação de bolsa ➔ Síndrome Antifosfolipídeo: trombofilia autoimune ➢ Diagnóstico: precisa de 1 critério clínico + 1 laboratorial • Critério Clínico: trombose arterial ou venosa, 3 ou mais perdas antes de 10 semanas, mais de uma perna após 10 semanas ou parto prematuro por PE/CIUR < 34 semanas ➢ Quando pensar em SAF: • Perda fetal recorrente • Perda fetal inexplicável no 2º ou 3º trimestre • Início precoce de pré-eclâmpsia grave • CIUR inexplicável • Trombose arterial ou venosa (jovem) • História de LES, outras doenças autoimunes ➢ Tratamento: • Apenas Evento Obstétricos: AAS + heparina profilática • História de Trombose: AAS + heparina terapêutica INTERRUPÇÃO LEGAL DA GRAVIDEZ: ➔ Risco de Morte para Gestante: ➢ Abortamento terapêutico ➢ Deve ser atestado por dois médicos ➢ Deve notificar a comissão de ética do hospital Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 2 HEMORRAGIAS NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO ➢ Pode ser interrompido até 20 a 22 semanas ➔ Vítima de Violência Sexual: ➢ Permitida após a solicitação da paciente na UBS ➢ Não precisa de B.O ou autorização judicial ➢ IG deve ser compatível com a data do agravo ➢ Médico pode se recusar a fazer o procedimento ➔ Anencefalia: foi descriminalizado pelo STF em 2012 ➢ Interrupção em qualquer idade gestacional (se desejar) ➢ Diagnóstico ultrassonográfico a partir de 12 semanas • Duas fotografias (sagital e transversal) • Laudo assinado por dois médicos GESTAÇÃO ECTÓPICA: ➔ 95 a 97% dos casos ocorre na tuba uterina ➢ A forma ampolar é a mais comum FATORES DE RISCO: ➔ Doença inflamatória pélvica ➔ Aderências ➔ Cirurgia tubária prévia ➔ Endometriose ➔ DIU ➔ Reprodução assistida ➔ Tabagismo QUADRO CLÍNICO: ➔ Atraso Menstrual ➔ Sangramento vaginal discreto (ocorre em 50% dos casos) ➔ Dor abdominal importante ➔ Massa anexial palpável ➔ Defesa abdominal ➔ Irritação peritoneal ➔ Grito de Douglas (Sinal de Proust) ➔ Sinal de Laffon, Blumber e Cullen ➔ Forma Aguda x Subaguda: a forma aguda é quando a trompa rompe, e a subaguda não possui quadro clínico exuberante DIAGNÓSTICO: ➔ Clínica + beta-hCG + USG ➔ beta-hCG > 1500 ➔ Ultrassonografia: ➢ Saco gestacional em anexo ➢ Anel tubário ➢ Pseudossaco gestacional ➢ Dopplerfluxometria TRATAMENTO: ➔ Laparoscopia/ Laparotomia: ➢ Salpigostomia: é feito uma abertura na trompa e retira o saco gestacional • Indicações: para gestação tubária íntegra e que possui desejo reprodutivo ➢ Salpingectomia: é feito a retirada da trompa • Indicações: tubária rota, prole completa, instabilidade hemodinâmica ➔ Metotrexate: é o antagonista do ácido fólico ➢ Forma de Aplicação: • Injeção direta sobre o ovo • IM dose única • IM em dias alternados ➢ Condições Ideias: • Saco gestacional < 3,5 cm • Embrião sem atividade cardíaca • Beta-hCG < 5000 ➔ Conduta expectante: ➢ Beta-hCG baixo (< 1000) e decrescente ➢ Paciente estável ➢ Saco gestacional < 3,5 cm DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: ➔ Proliferação anormal do trofoblasto CLASSIFICAÇÃO: ➔ Benigna: ➢ Mola completa ➢ Mola incompleta ➔ Maligna: ➢ Mola invasora ➢ Coriocarcinoma ➢ Tumor trofoblástico do sítio placentário FATORES DE RISCO: ➔ Idade > 40 anos ➔ Mola anterior ➔ Inseminação artificial ➔ Tabagismo ➔ Abortamentos prévios QUADRO CLÍNICO: ➔ Sangramento intermitente, com aspecto de suco de ameixa ➔ Útero maior que o esperado (Sanfona) ➔ Hiperêmese gravídica ➔ Ultrassonografia com “tempestade de neve” ➔ Saída de vesículas (cachos de uva) Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 3 HEMORRAGIAS NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO ➔ Cistos tecaluteínicos bilaterais ➔ Pré-eclâmpsia precoce ➔ Hipertireoidismo ➔ hCG muito elevado TIPOS: ➔ Mola Completa: ➢ Cariótipo: 46 XX/XY, o espermatozoide fecunda um óvulo sem núcleo ➢ Não tem feto ➢ Beta-hCG muito elevado ➢ Cistos tecaluteínicos são comuns ➢ USG com ecos amorfos ➢ Chance de virar maligno em 10 a 30% ➔ Mola Incompleta: ➢ Cariótipo: 69 XXY/ XXX/ XYY ➢ Pode ter feto ou não ➢ Beta-hCG pouco elevado ➢ Cistos tecaluteínicos são raros ➢ USG com Ecos dispersos + feto ➢ Chance de virar maligno 5 a 10% DIAGNÓSTICO: ➔ Quadro Clínico + histopatológico TRATAMENTO: ➔ Vacuaspiração ➔ Opções: ➢ AMIU ➢ Curetagem ➢ HTA profilática: em caso de prole completa, maior de 40 anos ou com fator de risco para progressão em câncer maligno ACOMPANHAMENTO: ➔ Beta-hCG seriado: ➢ Semanal até zerar ➢ 1 dosagem quinzenal (opcional) ➢ Mensalmente até o 6º mês do 1º resultado negativo ➔ Acompanhamento clínico ➔ Acompanhamento ultrassonográfico ➔ Raio-X de tórax (possibilidade embolização) ➔ Anticoncepção NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: INDICATIVOS DE EVOLUÇÃO: ➔ Beta-hCG seriado: ➢ Elevação por duas semanas (> 10%) ➢ Estabilização dos níveis por 3 semanas (aproximadamente 10% dos casos) ➢ Ausência de negativação em 6 meses ➔ Surgimento de metástases (vagina, pulmão) ➔ USG com imagem intramiometrial ➔ RI e PI das AA. Uterinas baixo TIPOS: ➔ Mola invasora: é mais comum, é sequela da mola hidatiforme ➔ Coriocarcinoma: ocorre 10 a 30% dos casos ➢ Pode ocorrer após qualquer tipo de gestação ➢ Grande número de metástases (pulmão e vagina) ➔ Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário: altos níveis de lactogênio placentário TRATAMENTO: ➔ Baixo Risco: monoquimioterapia ➔ Alto Risco: poliquimioterapia ➔ Considerar histerectomia no Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL: ➔ Hemólise fetal causada por anticorpos maternos ➔ Mais frequente pelo sistema ABO, mais grave pelo sistema Rh FISIOPATOLOGIA: ➔ Gestante Rh– e pai Rh+, feto Rh+ ➔ Na primeira gestaçãopor algum motivo ocorre hemorragia fetomaterna, esse sangue Rh- entrou na circulação materna, fazendo com que seja produzido anticorpos IgM , que são moléculas grandes e não atravessam a placenta ➔ Na segunda gestação a mãe já possui anticorpos IgG que atravessam a placenta, levando a hemólise fetal COMPLICAÇÕES: ➔ Fetais: ➢ Hemólise ➢ Hidropsia ➢ Anemia ➢ Óbito fetal ACOMPANHAMENTO: ➔ Coombs Indireto: Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 4 HEMORRAGIAS NA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO ➢ Negativo: • Repetir exame com 28, 32, 36 e 40 semanas • Repetir no pós-parto ➢ Positivo: • Se menor ou igual a 1:8: deve repetir mensalmente • > 1:8: investigação fetal ➔ Dopplervelocimetria da Artéria Cerebral Média: avalia o estado hipercinético fetal ➢ Vmax > 1,5 MoM, deve fazer cordocentese (< 34 semanas) ou parto (> 34 semanas) ➔ Espectofotometria: diferença de densidade ótica do líquido amniótico, obtido através da amniocentese ➢ Não é mais utilizada ➔ Cordocentese: padrão ouro, é usada tanto para diagnóstico quanto para tratamento ➢ Indicações: • Hidropsia fetal • Doppler da ACM com Vmax > 1,5 • < 34 semanas PREVENÇÃO: ➔ Imunoglobulina Anti-D: destruição das hemácias fetais na circulação materna, evitando a produção de anticorpos ➢ Deve fazer apenas para pacientes não sensibilizadas ➢ Na dose de 300 mcg IM ➢ Indicações: • Após parto (72 horas) • Hemorragia na gestação • Procedimento invasivo • 28 semanas
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