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Epidemias ao Longo da História


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UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR
TEOLOGIA
LINDUARTE TAVARES DA SILVA NETO
AS EPIDEMIAS AO LONGO DA HISTÓRIA
 
CAMPO GRANDE – MS
2020
UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR
TEOLOGIA
Prática e Produção de Textos 
História Medieval e Moderna
 História Contemporânea
 Fundamentos Antropológicos e Sociológicos
 Direitos Humanos
LINDUARTE TAVARES DA SILVA NETO
AS EPIDEMIAS AO LONGO DA HISTÓRIA
CAMPO GRANDE – MS
2020
1. INTRODUÇÃO
	
 Grandes epidemias e doenças sempre marcaram a história humana. Subitamente, diferentes sociedades, ao longo do tempo, foram colocadas sob situação de pânico e estresse quando uma doença desconhecida (ou até mesmo conhecida, mas que não havia cura) manifestou-se e levou milhares à morte.
Nesses momentos, as pessoas agarram-se a todas as chances de sobrevivência. Os relatos, em diferentes circunstâncias, contam sobre pessoas que fugiram para sobreviver, enquanto outras apelavam à religião, por exemplo. Estudar as doenças que surgiram ao longo do tempo também faz parte da história, e, neste texto, veremos alguns exemplos de grandes epidemias e pandemias que devastaram partes do planeta.
É a elevação brusca, temporária e acima do esperado de uma doença em várias regiões próximas ou interligadas, como vários bairros de uma mesma cidade, vários estados de um mesmo país.
Ocorre quando uma epidemia se espalha entre a população, atingindo grandes regiões geográficas, continentes ou todo o planeta, quando há um aumento repentino além do esperado pelas autoridades de uma doença em uma área geográfica limitada ou ainda que atinja uma população restrita à uma instituição, como uma escola, uma empresa ou uma igreja.
2. DESENVOLVIMENTO
Antes de conhecermos as epidemias e pandemias que marcaram a história mundial, é importante nos atentarmos para as diferenças entre os conceitos de epidemia e pandemia.
 Uma epidemia faz referência a doenças que se disseminaram por uma região geográfica limitada, como uma cidade. Já o termo pandemia é utilizado para se referir a uma doença que se espalhou por um espaço geográfico muito grande, como um continente.
Pandemia é o estágio mais grave de uma escala de incidência e pode ser decretada em casos onde uma patologia se espalha dentro de quadros epidêmicos por diversos países e continentes.
Febre amarela (a partir de 1850)
A primeira epidemia que atingiu o Brasil foi a de febre amarela, com um grande surto no Rio de Janeiro em 1850. Em 1889, grande parte da zona cafeicultora paulista também foi afetada pela doença, que, além da febre e da pele amarela, causa calafrios, dores musculares e pode levar à morte.
Dessa forma, a enfermidade era vista como a grande vilã do País, porque atacava tanto o campo quanto a cidade e afetava o comércio de café, que era muito importante. Na época, não se sabia que doenças como essa poderiam ser causadas por um vírus nem que a febre amarela era transmitida por um mosquito, e não entre pessoas.
Apenas no fim do século 19 essas descobertas foram feitas e ajudaram na luta contra a doença. O combate à febre amarela influenciou o desenvolvimento da medicina e da ciência no Brasil, além de moldar o crescimento das cidades, no início do século 20, com medidas para evitar a disseminação do mosquito.
Embora exista uma vacina contra a febre amarela, distribuída gratuitamente, a doença ainda é considerada endêmica em nosso país, especialmente após aumento no número de casos nos últimos anos. Causador: um vírus do gênero Flavivirus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Gripe Espanhola (1918)
Com o surgimento da covid-19, a pandemia de 1918 voltou a ser assunto, já que as duas situações apresentam semelhanças. Assim como em 2020, o uso de máscaras era obrigatório, e medidas de distanciamento social foram adotadas para conter a doença. Aulas foram suspensas, eventos foram cancelados e locais de trabalho foram fechados em várias cidades.
No início da pandemia, como conta um artigo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre o assunto, as autoridades brasileiras não deram importância para as notícias vindas de Portugal e acreditaram que a doença não chegaria ao País. Porém, até o fim daquele ano, mais de 14 mil mortes foram registradas apenas no Rio de Janeiro. Relatos da época dizem que havia tantos doentes que faltavam pessoas até para enterrar os mortos. Um dos casos mais notórios foi o do presidente eleito, Rodrigues Alves, que morreu antes de assumir o mandato.
A situação começou a ser revertida quando o médico Carlos Chagas foi convidado pelo então presidente, Venceslau Brás, a assumir o combate à gripe. Ele criou cinco hospitais e mais de 20 postos de atendimento à população em toda a capital. 
Causador: vírus influenza H1N1, transmitido entre pessoas. O vírus influenza causou milhões de mortes em todo o mundo em 1918.
Tuberculose
Em seu auge, entre os anos de 1850 e 1950, o número de mortes por conta da tuberculose pôde ter chego a até um bilhão de pessoas. A doença infecciosa é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Ela existe desde a Antiguidade e permanece ativa até os dias de hoje, sendo altamente contagiosa.
A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias. O pulmão é o principal órgão atacado. Os sintomas clássicos são tosse crônica com expulsão de sangue, escarro, febre, suores noturnos e perda de peso. A infecção de outros órgãos pode causar vários outros sintomas.
Atualmente, mais de 95% das mortes por tuberculose ocorrerem em países em vias de desenvolvimento, principalmente Índia, China, Indonésia, Paquistão e Filipinas. Em 2016, 1,3 milhões de infectados morreram no mundo.
AIDS
O vírus HIV foi identificado em 1981, para o espanto da sociedade. Desde então, se calcula que aproximadamente 21 milhões de pessoas tenham morrido depois de contrair essa doença.
Incurável, essa Doença Sexualmente Transmissível (DST) possui tratamento para conseguir prolongar a vida do paciente. Os métodos de prevenção são bastante difundidos em todo o mundo, sendo o principal deles, o uso de preservativos nas relações sexuais.
À medida que a doença progride, ela interfere mais e mais no sistema imunológico, tornando a pessoa muito mais propensa a ter outros tipos de doenças, como infecções oportunistas e câncer.
Varíola (início do século 20)
A doença é considerada erradicada no mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com seu último caso registrado em 1977 após campanhas de vacinação. Contudo, essa enfermidade, cujo principal sintoma são as pústulas na pele, foi um grande problema no Brasil no início do século 20.
Como explica um artigo da Fiocruz, a vacina contra a varíola já existia há mais de 100 anos e era obrigatória pela legislação brasileira, porém a lei não era praticada. Tendo em vista o alto número de internações pela doença (1,8 mil em 1904), o médico Oswaldo Cruz motivou o governo a implementar a obrigatoriedade da imunização na prática.
Por fim, podemos citar os surtos de peste bubônica, que, com a febre amarela e a varíola, foi uma das três principais doenças a atingir o Brasil na virada do século 19 para o século 20 e estimular o desenvolvimento da medicina no País. Nos registros mais recentes, há também o zika vírus, que afetou milhares de pessoas entre 2015 e 2016 — embora a febre causada pelo zika não seja grave, sua ocorrência em gestantes foi associada ao nascimento de crianças com microcefalia.
Gripe Suína
A pandemia causada pelo vírus H1N1 teve um surto global, com os primeiros casos surgindo no México em março de 2009. No final do mês de abril, a OMS declarou Emergência de Saúde Pública em Âmbito Internacional.
Estima-se que até 1,4 bilhões de pessoas tenham contraído o vírus, mais de 20% da população mundial. Destes, 500 mil vieram a falecer.
Em agosto de 2010 foi anunciado o fim da pandemia, meses depois de a vacina passar a ser distribuída.
Corona vírus COVID 19 (início 2019) 
O novo corona vírus continua como o assunto mais comentado no mundo, seja por populares, ou pela comunidade científica. A pandemia já tiroua vida de aproximadamente 6.500 pessoas, com casos em todos os continentes do planeta. Escolas e universidades vêm cancelando aulas e aos poucos, trabalhadores passam a fazer home office para não precisar sair de casa.
No Brasil, o número de casos ainda pode ser considerado baixo em relação a outros países. Porém, o vírus é altamente contagioso, podendo ser transmitido com facilidade. Principalmente, as medidas de prevenção não foram cumpridas.
Ao longo da história a humanidade já sofreu com diversas epidemias, propagadas por vírus, bactérias, ou outros micro-organismos. Populações foram verdadeiramente dizimadas em tempos em que a medicina ainda não era avançada como nos dias de hoje. Estragos foram tão expressivos como grandes guerras, terremotos ou tsunamis.
Atualmente, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19 em todo o mundo: são mais de 2,5 milhões de casos confirmados e cerca de 90 mil mortes, segundo dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins (EUA) até 30 de julho. Contudo, por mais que se trate de uma situação rara, não é a primeira vez que nosso país é severamente afetado por uma doença em grande escala.
Desde o século 16, epidemias de leishmaniose, esquistossomose, conjuntivite e outras enfermidades trazidas pelos colonizadores afetaram a população brasileira, como explica André Mota, historiador e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em vídeo para o canal da instituição no YouTube.
3. CONCLUSÃO
As doenças epidêmicas são vistas como entidades qualitativamente diferentes daquelas doenças não epidêmicas. É um certo estado, da atmosfera, a causa de tais doenças. 
A noção de contágio está presente, por meio da ideia de partículas que são aspiradas. A compreensão das causas dos miasmas não é absolutamente clara, porém, a ideia do miasma e de seu mecanismo de ação sobre o indivíduo é suficientemente lógica para ser aceita. As medidas profiláticas vão estar voltadas para a higiene e o saneamento ambiental. 
Se a doença é uma expressão de vida individual sob condições desfavoráveis, a epidemia deve ser indicativa de distúrbios em maior escala da vida da massa."
"As epidemias não apontarão sempre para deficiências da sociedade? Pode-se apontar como causas as condições atmosféricas, as mudanças cósmicas gerais e coisas parecidas, mas em si e por si estes problemas nunca causam epidemias. Só podem produzi-las onde devido a condições sociais de pobreza, o povo viveu durante muito tempo em uma situação anormal.
Para prevenir a ocorrência de epidemias o autor propõe um sistema eficiente de drenagem, abastecimento de água de boa qualidade, criação de hospedarias para indigentes pobres em geral, inculcar hábitos de asseio pessoal em todos, manter vigilância sobre as pessoas e navios provenientes de regiões infectadas.
O caráter da reforma sanitária está presente nessas medidas assim como a redução da determinação social aos hábitos e modos de vida das populações pobres está evidente na discussão sobre o modo de transmissão da doença.
Mais que isso, essas doenças mudaram certos comportamentos humanos e contribuíram significativamente para o avanço da Ciência — um ponto positivo, em meio aos vários negativos gerados por todas elas.
4. REFERENCIAS
SILVA, Daniel Neves. "Grandes epidemias da história"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/grandes-epidemias-da-historia.htm. Acesso em 05 de novembro de 2020.
 FIOCRUZ, Universidade Johns Hopkins, Universidade de São Paulo.
 https://www.infoescola.com/doencas/endemia-epidemia-e-pandemia
Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundação Oswaldo Cruz 
BREILH, Jaime Epidemiologia: economia, medicina e política Santo Domingo SESPAS 1980.    [ Links ]
CASTIGLIONE, Arturo História da Medicina Rio de Janeiro Companhia Editora Nacional 1947.      [ Links ]
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