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Política Portuária: Competitividade, Exportações e Emprego O principal objectivo dos portos deve ser fomentar as exportações e o comércio externo, apoiando as empresas portuguesas a criarem mais postos de trabalhos. Ou seja, o propósito que deve nortear todo o trabalho e organização dos portos tem a ver com tornar as empresas e as regiões mais competitivas, servindo de pólos de desenvolvimento para a criação de mais valor e emprego. Assim, as palavras-chave dos portos deverão ser Competitividade, Exportações e Emprego. Deverá ser a partir destas palavras-chave que toda a política portuária se deve desenrolar. Defendo que para se atingirem estes objectivos devemos ter um mix de liberalismo e intervencionismo, na estreita medida em que um e outro sirvam a maximização dos objectivos da competitividade, das exportações e do emprego. Tendo como princípios básicos a liberalização e a concorrência nos mercados portuários, que são os instrumentos comprovadamente mais adequados para a regulação das actividades económicas, embora devam ser aplicados na medida do necessário, ou seja onde a intervenção trás mais prejuízo que a liberalização e a concorrência, e devam ser regulados procurando compatibilizar, por exemplo, com a necessidade de se obter massa critica mínima e com a necessidade de se ter uma adequada qualidade de serviço. Ou seja, os princípios da liberalização e da concorrência devem ter primazia, excepto e na mínima medida, quando é necessário alguma intervenção para obter valor maior para a competitividade, a exportação e o emprego. Não devemos esquecer que os portos não devem ser tratados como “vacas leiteiras” de receitas para o Estado, onde a taxa tem a primazia sobre tudo e a rentabilização financeira dos investimentos é primordial, mas como pólos de desenvolvimento económico muito importantes para a criação de riqueza e de emprego, designadamente na exportação, onde a rentabilização económica pode implicar menores taxas e apoio da autoridade portuária, sendo fundamental o investimento público nos portos e organizar a sua governação e a actividade das entidades públicas e semi-publicas no sentido de maximizar o impacte económico no tecido empresarial das regiões. É com base nestes objectivos, propósitos e princípios que se deve analisar cada uma das vertentes dos portos, mão-de-obra portuária, concessões, serviços portuários, ligação logística, acessos, terminais, equipamentos, terraplenos, valências, factores competitivos, devendo ainda conhecer-se ao detalhe os nichos de mercado por produto, por clientes e por hinterland e foreland, antes de pensar em intervencionismos e especializações que não façam sentido prático. Para isso, parece muito importante o papel de empreendedor público das Administrações Portuárias, que já se encontra muito desenvolvido nos países do Norte da Europa. Nos portos do Norte da Europa, a Administração Portuária (AP) tem um papel muito importante enquanto aglutinador de interesses de todo o porto, que é uma unidade devido à sua proximidade geográfica, como um organismo, e que funciona na articulação dos seus diversos terminais, com os canais de acesso e com as acessibilidades terrestres, ligando-se ao exterior. A AP tem, nesses países com portos concessionados, um papel empreendedor fundamental no desenvolvimento do porto em diversas vertentes em que o privado não intervém: a) No planeando a criação de novos terminais e cais, na extensão e aprofundamento de canais de acesso marítimo, na interlocução com as entidades responsáveis pelo financiamento público e pelas acessibilidades terrestres e intermodalidade; b) Na divulgação do porto como um todo, aglutinando os interesses dos diversos operadores como unidade e tendo como propósito o interesse geral do porto; c) No apoio aos terminais em visitas e propostas comerciais e operacionais a clientes carregadores e armadores; d) Na montagem de serviços e na conectividade intermodal nas ligações ferroviárias, rodoviárias e informacionais a terminais e plataformas logísticas terrestres de distribuição e recolha; e) Na facilitação e montagem de investimentos privados e no incentivo à escolha do porto pelas cadeias logísticas terrestres e marítimas; f) Na garantia da qualidade, fiabilidade e da competitividade dos serviços portuários, regulando, liberalizando e promovendo a concorrência; g) Na redução de custos e dando o exemplo para tornar o porto mais competitivo e interagindo com as forças da região onde se insere e com os principais clientes e indústrias, com vista a adaptar o porto às necessidades dos clientes e a ganhar as entidades institucionais e a população para as suas causas; h) No avanço da investigação com estudos inovadores em termos de tecnologias ou soluções logísticas e na dinamização da concorrência interna e com outros portos; i) Promovendo fóruns alargados de interessados no desenvolvimento do porto, em temas específicos ou de nichos de mercado e em temas intermodais e inter-institucionais. Estes aspectos aparentemente teóricos e de menor importância, quase que dispensáveis, revelam-se fundamentais na diferenciação dos portos do Norte da Europa e dos seus terminais, representando uma forte mais-valia para os terminais sob gestão ou concessão de empresas privadas. A AP aproveitando normalmente um quadro mínimo de técnicos altamente qualificados trata da segurança, das obras gerais, da gestão de contratos de concessão, mas tem como principal papel o empreendorismo público. Aliás, o estudo do Parlamento Europeu de 2009, “THE EVOLVING ROLE OF EU SEAPORTS IN GLOBAL MARITIME LOGISTICS”, tem este tema como mote de desenvolvimento dos portos europeus e das AP, concluindo sobre a importância destas no desenvolvimento de redes de portos e de terminais logísticos, elevando o campo de acção do porto e saindo da área de jurisdição para o hinterland e para o foreland. Source: Buck Consultants International (2008) estudo do Parlamento Europeu de 2009, “THE EVOLVING ROLE OF EU SEAPORTS IN GLOBAL MARITIME LOGISTICS” em: http://www.europarl.europa.eu/activities/committees/studies/downloa d.do?language=en&file=28491#search=%20maritime http://www.europarl.europa.eu/activities/committees/studies/download.do?language=en&file=28491#search=%20maritime http://www.europarl.europa.eu/activities/committees/studies/download.do?language=en&file=28491#search=%20maritime
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