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Revista FEO - 2024 01

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NESTA
EDIÇ ÃO
Redação 
Isadora Oliveira
Julio Fernandes de Jesus 
Luiz Scola 
Yuri Franco
Seleção e Revisão 
Yuri Rafael Franco
Editoria e Design
Jennifer Santos
https://www.instagram.com/iooliveira/
https://www.instagram.com/luizscola/
https://www.instagram.com/jf_fisio/
https://www.instagram.com/yurifranco/
Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2024
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Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2024
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 A meniscectomia parcial artroscópica 
é um dos procedimentos ortopédicos mais 
realizados na prática clínica. Para atletas 
e indivíduos de meia-idade fisicamente ativos 
com histórico de lesão meniscal, o retorno 
ao esporte é um importante resultado e poucos 
estudos investigaram o retorno ao esporte após 
determinado procedimento cirúrgico.
 Desta forma, o artigo que discutiremos 
hoje, tem como objetivo investigar a proporção 
de pacientes que retornaram aos níveis pré-lesão 
de seu esporte, a extensão de sua participação 
e desempenho esportivo, aproximadamente 
5 anos após a meniscectomia parcial. Além disso, 
foram analisadas as diferenças de trajetórias 
de resultados relatadas pelo paciente desde 
antes da cirurgia até aproximadamente 5 anos 
após a cirurgia entre aqueles que retornaram 
aos níveis pré-lesão de seu esporte e aqueles 
que não o fizeram.
A meniscectomia parcial 
artroscópica é um dos 
procedimentos ortopédicos 
mais realizados 
na prática clínica. 
Investigar a proporção 
de pacientes que retornaram aos níveis 
pré-lesão de seu esporte, a extensão 
de sua participação e desempenho 
esportivo, aproximadamente 5 anos 
após a meniscectomia parcial.
Foram analisadas as diferenças 
de trajetórias de resultados relatadas 
pelo paciente desde antes da cirurgia até 
aproximadamente 5 anos após a cirurgia 
entre aqueles que retornaram aos níveis 
pré-lesão de seu esporte e aqueles que 
não o fizeram.
 288 pacientes de um centro na Dinamarca foram questionados sobre retorno ao esporte 
e razões para não retorno em aproximadamente 5 anos (intervalo entre 4-6 anos) após 
o procedimento cirúrgico, usando questões específicas sobre desempenho esportivo, em formato 
online. Pacientes que encontravam-se envolvidos em seu esporte no nível pré-lesão durante 
o período de acompanhamento foram classificados como “RTS” (ou “retornou ao esporte”) 
e também como está engajado em seu esporte: (1) plena participação e desempenho, (2) desempenho 
reduzido, ou (3) ambos reduzidos - participação e desempenho. A função auto referida do joelho 
acometido foi avaliada usando o questionário Knee Osteoarthritis Outcome Score (KOOS).
V I S ÃO G E R A L
M E TO D O LO G I A
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A função auto referida do joelho 
acometido foi avaliada usando 
o questionário Knee Osteoarthritis 
Outcome Score (KOOS).
 (1) plena participação e desempenho, 
(2) desempenho reduzido, ou (3) ambos 
reduzidos - participação e desempenho
 Pacientes que encontravam-se envolvidos em 
seu esporte no nível pré-lesão durante o período 
de acompanhamento foram classificados como 
“RTS” (ou “retornou ao esporte”) e também 
como está engajado em seu esporte
Uso de questões 
específicas sobre 
desempenho 
esportivo, em formato 
online
288 pacientes de um 
centro na Dinamarca 
foram questionados 
sobre retorno ao 
esporte e razões para 
não retorno
172 pacientes 
foram classificados 
como “retornaram 
ao esporte”
Pacientes que retornaram ao esporte, 
em média, melhoraram em 10,1 pontos 
no questionários KOOS, quando 
comparadas com as pontuações de linha 
de base para 5 anos do que os pacientes 
que não retornaram.
70% dos pacientes como 
a principal razão para não 
retornar aos níveis pré-
lesão de seu esporte
Problemas persistentes com o joelho 
operado foram relatados por 60% dos 
pacientes como o principal motivo da 
redução da participação ou desempenho
42% dos pacientes 
relataram 
participação plena 
e desempenho
 288 pacientes 
(média ± DP idade, 
49 ± 12 anos; 
44% mulheres).
 Foram incluídos 288 pacientes (média ± DP idade, 49 ± 12 anos; 44% mulheres). Destes, 
172 pacientes foram classificados como “retornaram ao esporte”, mas apenas 42% relataram 
participação plena e desempenho. Problemas persistentes com o joelho operado foram relatados 
por 60% dos pacientes como o principal motivo da redução da participação ou desempenho e por 
70% dos pacientes como a principal razão para não retornar aos níveis pré-lesão de seu esporte. 
Pacientes que retornaram ao esporte, em média, melhoraram em 10,1 pontos no questionários 
KOOS, quando comparadas com as pontuações de linha de base para 5 anos do que os pacientes 
que não retornaram.
R E S U LTA D O S
288
pacientes
42%
pacientes
60%
pacientes
70%
pacientes
Questionários Knee injury 
and Osteoarthritis Outcome 
Score for Patellofemoral 
Pain and Osteoarthritis 
(KOOS-PF)
288
pacientes
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 O estudo é um dentre os diversos estudos que buscam fornecer mais informações sobre 
retorno ao esporte após um procedimento cirúrgico. Pontos fortes como o número de pacientes 
acompanhados e o tipo de cirurgia abordada devem ser enfatizados, porém algumas limitações 
também podem ser discutidas, como por exemplo, devido ao design retrospectivo e à adição 
de perguntas sobre retorno ao esporte ao questionário de acompanhamento de 5 anos, existe 
o risco de viés de memória, além dos dados terem sido relatados pelo paciente; assim não podemos 
ter certeza se a participação e desempenho esportivo correspondem à medidas objetivas, por 
exemplo, de testes funcionais. Além disso, vale ressaltar que devido ao perfil da amostra do estudo, 
os resultados podem não ser generalizáveis para adolescentes ou adultos jovens populações 
de esportes de alto rendimento.
P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S
› Número de pacientes acompanhados 
› Tipo de cirurgia abordada
› Risco de viés de memória 
› Dados terem sido relatados pelo paciente 
› Perfil da amostra do estudo, os resultados podem não 
ser generalizáveis para adolescentes ou adultos jovens 
populações de esportes de alto rendimento
Exercícios domiciliares X Supervisionados pós meniscectomia
A incidência anual de lesões meniscais é de, aproximadamente, 
66 a 70 para cada 100.000 
pessoas. 
Apesar das evidências atuais não demonstrarem superioridade 
do tratamento cirúrgico em 
relação ao tratamento conservados para lesões de menisco 
degenerativas, as meniscectomias 
continuam sendo uma das cirurgias mais realizadas no mundo. 
 
Os resultados dessa revisão foram diferentes do esperado por você? 
 
Lembrando que nada substitui a leitura do artigo completo. 
DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2021.11582.
Material selecionado e produzido pelos queridos @luizscola e @iooliveira.
Para mais mais conteúdos como esse acesse o nosso Instagram
@fisioemortopedia
FIC A A DIC A 
PARA LER
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 Dor lombar é uma condição clínica 
que gera um certo grau de limitação aos seus 
portadores. Atualmente, as terapias ativas são 
as terapias mais indicadas para essa população 
com resultados comprovados em diversos 
estudos. Uma das modalidades que vem 
mostrando resultados é o método Pilates, com 
valores similares de efeito em comparação com 
as demais formas de terapias ativas.
 Uma das principais barreiras de se evoluir 
com exercícios para esse tipo de paciente 
é o medo de piorar seus sintomas. Dessa 
forma, os autores desse estudo pensaram 
em seu estudo principal (Franco KM, Franco 
YD, Oliveira NB et al. Is interferential current 
before Pilates exercises more effective than 
Placebo in patients with chronic nonspecific low 
back pain?: a randomized controlled trial. Arch. 
Phys. Med. Rehabil. 98(2), 320–328 (2017)) em 
V I S ÃO G E R A L
utilizar a corrente interferencial previamente 
aos exercícios de Pilates e o resultado final foique 
não existe diferença em utilizar uma corrente 
ativa ou placebo, ao final das 6 semanas.
Porém, um questionamento surgiu após 
um editorial da profa. Sluka, que fala sobre 
a importância de se avaliar as correntes 
analgésicas dentro do que ela se propõe, ou seja 
avaliações imediatas após sua aplicação, tendo 
em vista seus efeitos serem mais adequados 
nesse tempo de avaliação.
O artigo que discutiremos hoje é uma análise 
secundária de um ensaio clínico randomizado 
e controlado por placebo. O objetivo dessa 
análise secundária é saber se os pacientes que 
utilizaram a corrente ativa têm uma velocidade 
de melhora mais rápida do que os pacientes que 
receberam placebo.
Dor lombar é uma 
condição clínica que 
gera um certo grau 
de limitação aos seus 
portadores.
As terapias ativas são 
as terapias mais indicadas para 
essa população com resultados 
comprovados em 
 diversos estudos. 
Método Pilates 
É uma das modalidades que vem 
mostrando resultados com valores 
similares de efeito em comparação com 
as demais formas de terapias ativas.
Medo de piorar seus sintomas 
É uma das principais barreiras de se 
evoluir com exercícios para esse tipo 
de paciente
Um questionamento 
A importância de se avaliar as correntes analgésicas dentro 
do que ela se propõe, ou seja avaliações imediatas após 
sua aplicação, tendo em vista seus efeitos serem mais 
adequados nesse tempo de avaliação.
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 Trata-se de uma análise secundária de um ensaio clínico com paciente com dor lombar crônica 
que foram submetidos há um protocolo de tratamento de seis semanas, onde as duas primeira 
eram somente de eletroterapia e as demais era associação da eletroterapia (ativa ou placebo) com 
exercícios do método Pilates. A análise final desse estudo mostrou que não existe diferença entre 
os grupos ao final das seis semanas. Porém, a análise secundária verificou a quantidade de sessões 
necessárias para aliviar a dor em 30%, 50% e 100% na intensidade da dor.
 
 Para isso, foi adotado o seguinte protocolo de coleta de dados. A intensidade da dor foi 
avaliada a cada sessão pelos terapeutas que realizavam o tratamento com o método Pilates. 
A intensidade da dor foi avaliada pela escala numérica da dor, variando de 0 a 10 pontos. O terapeuta 
perguntava ao paciente a intensidade da dor antes e depois da corrente interferencial (ativa 
ou placebo) e após os exercícios. 
M E TO D O LO G I A
 Paciente com dor 
lombar crônica 
foram submetidos 
há um protocolo 
de tratamento
Duração: seis semanas 
Onde as duas primeira eram somente 
de eletroterapia e as demais era 
associação da eletroterapia (ativa 
ou placebo) com exercícios 
do método Pilates
Não existe diferença
A análise final desse estudo 
mostrou que não existe 
diferença entre os grupos 
ao final das seis semanas. 
Sessões necessárias
A análise secundária verificou 
a quantidade de sessões necessárias 
para aliviar a dor em 30%, 50% e 100% 
na intensidade da dor.
 Protocolo de coleta de dados
A intensidade da dor foi avaliada a cada 
sessão pelos terapeutas que realizavam 
o tratamento com o método Pilates
 Intensidade da dor
Avaliada pela escala numérica da dor, variando 
de 0 a 10 pontos. O terapeuta perguntava 
ao paciente a intensidade da dor antes e depois 
da corrente interferencial (ativa ou placebo) e após 
os exercícios.
06
semanas
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 Diferente do estudo principal, a corrente 
ativa mostrou que tem resultado na velocidade 
de melhora dos pacientes com dor lombar. 
Para uma melhora de 30% dos sintomas de 
dor (melhora clinicamente significante) quem 
utilizou a corrente ativa, teve a melhora uma 
sessão mais rápida. Para redução de 50% dos 
sintomas dolorosos (redução substancial) o 
grupo que utilizou a corrente ativa mostrou 
uma melhora duas sessões mais rápidas do 
que o grupo placebo e para redução de 100% 
dos sintomas dolorosos (redução completa) os 
pacientes do grupo ativo atingiram esse limiar 
três sessões mais rápido. 
R E S U LTA D O S
 Um dos pontos fortes deste estudo 
está na forma de avaliar o efeito das correntes 
analgésicas sendo feito no imediato a aplicação 
como se preconiza os estudos editoriais sobre 
a atualização das correntes analgésicas.
 O ponto de limitação desse estudo 
está na estatística utilizada, que é uma análise 
de sobrevivência. Essa estatística é utilizada 
para desfechos de morte, na maioria dos casos, 
ou seja, se o paciente atingiu o objetivo que nesse 
estudo foi a melhora em 30%, 50% ou 100% ele 
era censurado e não retomava a estatística caso 
seu caso voltasse a piorar, uma condição comum 
de se ver em paciente com dor lombar.
P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S
+30%
Corrente ativa 
A corrente ativa mostrou que tem 
resultado na velocidade de melhora 
dos pacientes com dor lombar.
Melhora de 30% dos sintomas de dor
(melhora clinicamente significante) 
quem utilizou a corrente ativa, teve 
a melhora uma sessão mais rápida.
Redução de 50% 
dos sintomas dolorosos
(redução substancial) o grupo que 
utilizou a corrente ativa mostrou uma 
melhora duas sessões mais rápidas 
do que o grupo placebo
Redução de 100% 
dos sintomas dolorosos
(redução completa) os pacientes 
do grupo ativo atingiram esse limiar 
três sessões mais rápido. 
Pontos fortes
Forma de avaliar o efeito das correntes 
analgésicas sendo feito no imediato a aplicação 
como se preconiza os estudos editoriais sobre 
a atualização das correntes analgésicas.
Estatística utilizada, que é uma análise 
de sobrevivência
Se o paciente atingiu o objetivo que nesse estudo 
foi a melhora em 30%, 50% ou 100% ele era 
censurado e não retomava a estatística caso seu 
caso voltasse a piorar
-50%
-100%
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 A tendinopatia patelar é uma condição 
musculoesquelética de tendência a cronicidade 
e que, consequentemente, gera disfunções 
e queixas prolongadas nos sujeitos que 
a apresentam. Além disso, possui taxas 
elevadas de prevalência; principalmente em 
indivíduos praticantes de esportes (profissionais 
e amadores), sendo que estes, queixam-se 
de forma rotineira de dor na região anterior 
do joelho (ápice a patela) ao realizar mudanças 
bruscas de direção e/ou aterrissagens. 
 Os processos de reabilitação, alta 
fisioterapêutica e prevenção desta condição são 
extremamente desafiadores – principalmente 
quando se lida com atletas de alto rendimento – 
e geralmente, necessitam da associação de uma 
gama de abordagens para se obter resultados 
positivos e controlar os sintomas. Desta forma 
e para tornar os resultados mais promissores, 
é necessário acompanhar as pesquisas sobre 
a temática e escolher de forma precisa 
as melhores e mais atuais estratégias disponíveis. 
 Sendo assim, o objetivo deste estudo 
foi identificar com a utilização de uma enquete 
on-line se os fisioterapeutas brasileiros estão 
utilizando (e com qual frequência) as mais 
eficazes estratégias e abordagens direcionadas 
para o manejo clínico da tendinopatia patelar.
V I S ÃO G E R A L
M E TO D O LO G I A
 Foram convidados a participar deste estudo 444 fisioterapeutas brasileiros, associados 
ou não na Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE) e que tinham experiência prévia 
com o tratamento de indivíduos com tendinopatia patelar, para participar deste estudo (enquete) 
transversal. Para estes convidados, foram enviados os formulários explicativos e também o termo de 
consentimento de utilização das respostas. Os fisioterapeutas que aceitaram participar da pesquisa 
(121) receberam então o formulário/enquete que continha perguntas sobre o manejo clínico 
e as escolhas de abordagens para o tratamento, alta e prevenção da tendinopatia patelar.
Tendinopatia patelar 
Umacondição musculoesquelética de tendência 
a cronicidade e que, consequentemente, gera 
disfunções e queixas prolongadas nos sujeitos 
que a apresentam
Prevalência
Possui taxas elevadas de prevalência; 
principalmente em indivíduos praticantes 
de esportes (profissionais e amadores)
Sintomas
Queixam-se de forma rotineira de dor na região 
anterior do joelho (ápice a patela) ao realizar 
mudanças bruscas de direção e/ou aterrissagens. 
Reabilitação
Geralmente necessitam da associação de uma 
gama de abordagens para se obter resultados 
positivos e controlar os sintomas. É necessário 
acompanhar as pesquisas sobre a temática 
e escolher de forma precisa as melhores e mais 
atuais estratégias disponíveis. 
Objetivo
Identificar com a utilização de uma enquete 
on-line se os fisioterapeutas brasileiros estão 
utilizando (e com qual frequência) as mais 
eficazes estratégias e abordagens direcionadas 
para o manejo clínico da tendinopatia patelar.
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Participantes
Foram convidados a participar deste estudo 
444 fisioterapeutas brasileiros, que tinham 
experiência prévia com o tratamento de 
indivíduos com tendinopatia patelar
Formulários explicativos
Foram enviados os formulários explicativos 
e também o termo de consentimento 
de utilização das respostas.
121 foram aceitos
Receberam então o formulário/enquete que 
continha perguntas sobre o manejo clínico 
e as escolhas de abordagens para o tratamento, 
alta e prevenção da tendinopatia patelar.
Recebimento e agrupamento adequado
das respostas contidas nos questionários
Realizadas buscas por revisões sistemáticas 
de literatura que contemplassem a condição 
(tendinopatia patelar) e o grupo de intervenções 
As respostas
Fototerapia 
e recursos 
eletrotérmicos
Exercícios 
de fortalecimento
 Graduações
A = indicativo de forte 
qualidade de evidência
B = moderada qualidade 
de evidência
C = evidências 
fracas
D = evidências 
conflitantes
 E = evidência 
teórica/base
F = opinião 
de especialista
Exercícios 
de alongamento
Outros(as)
 As respostas sobre as abordagens foram 
aglutinadas – para uma melhor interpretação 
e análise dos dados – em 4 grupos:
 › Fototerapia e recursos eletrotérmicos
 › Exercícios de fortalecimento
 › Exercícios de alongamento
 › Outros(as)
 Após o recebimento e agrupamento 
adequado das respostas contidas nos 
questionários, foram realizadas buscas por revisões 
sistemáticas de literatura que contemplassem 
a condição (tendinopatia patelar) e o grupo 
de intervenções (abordagens utilizadas e que 
estivessem dentro destes 4 grupos determinados 
previamente) em uma base de dados (PubMed/
Medline) com o intuito de identificar a eficácia 
das intervenções citadas pelos participantes 
e também o seu grau de recomendação.
 As graduações variaram de: A = indicativo 
de forte qualidade de evidência; B = moderada 
qualidade de evidência; C = evidências fracas; 
D = evidências conflitantes; E = evidência teórica/
base e F = opinião de especialista.
444
PubMed/Medline - 
base de dados
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 As abordagens mais citadas pelos fisioterapeutas que 
preencheram os questionários foram:
 Tratamento: 
 › Atividades de estabilização para os membros inferiores 
(sensório-motor/proprioceptivo) – 81,8%
 › Educação – 80,2%
 › Liberação miofascial – 78,5%
 Critérios de alta fisioterapêutica:
 › Dor & função & testes funcionais – 44,6%
 Prevenção:
 › Fortalecimento excêntrico do quadríceps – 75,2%
 › Educação – 61,2%
 › Atividades de estabilização para os membros inferiores 
e tronco (sensório-motor/proprioceptivo) & alongamento 
dos isquiotibiais – 59,5%
 Estes resultados indicam inconsistências entre 
as abordagens escolhidas pelos fisioterapeutas para o manejo 
prático da tendinopatia patelar e o que as pesquisas atuais 
apresentam como as mais eficazes diretrizes para o tratamento 
desta condição, uma vez que grande parte das abordagens 
escolhidas para tratamento, liberação (alta) da fisioterapia 
e prevenção foram graduadas entre C e F – ou seja – tratavam-
se de abordagens baseadas em pesquisas que variaram 
de evidências fracas à opiniões de especialistas; com exceção 
das atividades relacionadas com o fortalecimento excêntrico 
do quadríceps – que recebeu a graduação A (evidência 
de forte qualidade).
R E S U LTA D O S
81,8% 
Atividades de 
estabilização para 
MMII
75,2% 
Fortalecimento 
excêntrico do 
quadríceps
80,2% 
Educação
61,2% 
Educação
78,5% 
Liberação 
miofascial
59,5% 
Atividades 
de estabilização 
paraMMII e tronco
Resultados indicam inconsistências 
Entre as abordagens escolhidas pelos 
fisioterapeutas para o manejo prático 
da tendinopatia patelar e o que 
as pesquisas atuais apresentam como 
as mais eficazes diretrizes para 
o tratamento desta condição
44,6% 
Dor & função & 
testes funcionais
 Preencheram os questionários
Tratamento
Prevenção
Critérios de alta fisioterapêutica
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 O presente estudo tentou direcionar o questionário para fisioterapeutas que tivessem 
experiências prévias com o manejo clínico da tendinopatia patelar, porém não foram quantificados 
e analisados o tempo e a forma com que essas experiências práticas foram conquistadas. Foram 
convidados diferentes perfis de fisioterapeutas para preencher o questionário – é possível que alguns 
lidem com atletas de alto rendimento, outros atletas amadores e ainda alguns que não trabalhem 
com praticantes de atividade física – e sem dúvida, isso pode promover uma heterogeneidade grande 
dos tipos de experiências práticas e consequentemente das escolhas envolvidas com o manejo 
clínico da tendinopatia patelar (ex.: um caso de tendinopatia patelar apresentado por um atleta 
de alto rendimento em competição é clinicamente manejado de forma diferente de um indivíduo 
que não pratica esportes ou até mesmo o pratica, porém sem vínculos oficiais ou obrigatoriedades 
com resultados). Por fim, o questionário foi “auto preenchido” pelos fisioterapeutas participantes, 
sendo que não houve seções de retirada de dúvidas; característica esta que pode ter corroborado 
para imprecisões na coleta e análise dos dados.
P O N TO S F O RT E S E L I M I TAÇ Õ E S
Revista Fisio em Evidência, Edição de Junho | 2023
A Edição de junho da revista @revistafisioemevidencia está disponível 
gratuitamente através do link na Bio.
A Fisio em Ortopedia trouxe aquele time para produzir mais uma edição 
sensacional para você e quem marcou presença foi: @iooliveira, 
@yurifranco , @luizscola e @jf_fisio .
Uma seleção dos principais artigos da área da musculoesquelética! 
Tudo traduzido e resumido.
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@fisioemortopedia
FIC A A DIC A 
PARA LER
 Foram convidados diferentes perfis de fisioterapeutas 
para preencher o questionário
Isso pode promover uma heterogeneidade grande dos tipos 
de experiências práticas e consequentemente das escolhas envolvidas 
com o manejo clínico da tendinopatia patelar 
Tempo vs. experiência
Não foram quantificados 
e analisados o tempo e a forma 
com que essas experiências 
práticas foram conquistadas
O questionário foi autopreenchido
O questionário foi “auto preenchido” pelos fisioterapeutas 
participantes, sendo que não houve seções de retirada 
de dúvidas; característica esta que pode ter corroborado para 
imprecisões na coleta e análise dos dados.
Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2024
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COMO ESTE ESTUDO 
ME AJUDOU?
 Embora simples, este estudo foi muito bem conduzido e de forma direta e indireta 
auxilia – primeiramente a afastar escolhas de abordagens sem eficácia e suportadas por 
evidências duvidosas – e também a selecionar as melhores e mais eficazes (até aqui 
publicadas) estratégias para o tratamento, liberação (alta) e prevenção da tendinopatia 
patelar – lembrando que esta condição é de manejo complexo e em geral com resultados 
frustrantes para as partes envolvidas.RECOMENDAÇÕES
 › Tratamento: exercícios de fortalecimento do quadríceps (preferencialmente, 
excêntricos – ex.: agachamento no declive) associados a outras atividades que corroborem 
com redução da demanda específica do mecanismo extensor – ex.: exercícios para 
musculatura glútea e tríceps surais e também estratégias de educação dos pacientes – 
visando aumento da aderência ao programa de reabilitação;
 › Critérios de alta: evidentemente que os níveis de dor são relevantes, porém 
é muito importante utilizar o questionário Victorian Institute of Sport Assessment 
- Patella (VISA-P) para avaliar (pré-tratamento) e liberar (pós-tratamento) para 
atividades esportivas. Sendo que este instrumento é sensível o suficiente para detectar 
as características de dor e função dos sujeitos com tendinopatia patelar, está facilmente 
disponível e é validado para o português brasileiro;
 › Prevenção: é importantíssimo implementar de forma específica estratégias 
e atividades que visam a manutenção e o condicionamento da força excêntrica 
do quadríceps femoral – principalmente o agachamento no declive – para a prevenção 
da tendinopatia patelar, além disso e novamente; programas de educação que visam 
o aumento da aderência são bem-vindos nesta etapa do manejo clínico.
Foi utilizado o questionário 
Victorian Institute of Sport 
Assessment - Patella (VISA-P) 
para avaliar (pré-tratamento) 
e liberar (pós-tratamento) 
para atividades esportivas
Por: Julio Fernandes de Jesus
https://www.instagram.com/jf_fisio/
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Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2024
1915
 A telessaúde pode ser definida como o uso 
da tecnologia em telecomunicações para cuidados 
de saúde à distância. Apesar de não se tratar 
de um conceito novo, no passado, a implementação 
e viabilidade da telessaúde eram muito desafiadoras, 
por exemplo, devido ao valor. Contudo, atualmente, 
a maioria da população em países de primeiro mundo tem 
acesso a internet e, sendo assim, a telessaúde se tornou 
mais acessível. A terapia manual é parte integrante 
do tratamento em pacientes que procuram tratamento 
para diversas patologias. Sendo assim, este editorial tem 
como objetivo discutir tópicos importantes para que 
terapeutas manuais também possam utilizar a telessaúde. 
› Como a telessaúde pode ser entregue aos pacientes
 Uma parte importante dos serviços 
de telessáude é o contato do paciente com o profissional 
de saúde. Este contato pode ser dado de diferentes 
formas, como por exemplo (1) em tempo real (onde 
a resposta é imediata) ou (2) assíncrona (onde a resposta 
pode ser dada ao paciente em um segundo momento). 
 › Efetividade da telessaúde em patologias 
musculoesqueléticas
 Parece que os pacientes tendem a aceitar bem 
as intervenções de telessaúde. Contudo, até 
o momento, a qualidade da evidência ainda é baixa 
para a aplicação desta intervenção devido a alta 
heterogeneidade dos estudos incluídos nas principais 
revisões sistemáticas.
 › Principais barreiras e facilitadores para 
utilização das intervenções em telessaúde
 Parece que as principais barreiras para utilização 
das intervenções em telessaúde são, por exemplo, 
(1) boas conexões de internet, (2) conhecimento 
dos clínicos em relação aos softwares utilizados, 
(3) proteção dos dados dos pacientes na internet 
e (4) a falta de contato físico do paciente com o terapeuta.
 Por outro lado, a principal barreira encontrada 
para a utilização da telessaúde é a falta de literatura 
sobre o tema. A falta de evidências, até o momento, 
pode levar profissionais e pacientes a não se engajarem 
na utilização da telessaúde para o tratamento 
das diferentes patologias musculoesqueléticas.
V I S ÃO G E R A L
O que é telesaúde
Telessaúde pode ser definida como o uso 
da tecnologia em telecomunicações para 
cuidados de saúde à distância.
Acessível na atualidade
Atualmente, a maioria da população 
em países de primeiro mundo tem acesso 
a internet e, sendo assim, a telessaúde 
se tornou mais acessível.
Objetivo
Discutir tópicos importantes para 
que terapeutas manuais também 
possam utilizar a telessaúde
Entrega aos pacientes
Efetividade no tratamento
Principais barreiras
Em tempo real
Conexões 
de internet
Conhecimento 
sobre os softwares 
utilizados
Proteção dos dados 
dos pacientes 
na internet
Falta de contato 
físico do paciente 
com o terapeuta
 Falta de literatura 
sobre o tema
Assíncrono
É bem aceito pelo 
paciente, mas ainda 
não tem evidências 
de sua eficácia.
REFERÊNCIAS
Participação e desempenho esportivo 5 anos após meniscectomia parcial 
artroscópica: coorte retrospectivo de 288 pacientes.
Referência: Giladi JO, Holsgaard-Larsen A, Varnum C, Thorlund JB. Sports 
Participation and Performance 5 Years After Arthroscopic Partial Meniscectomy: 
A Retrospective Cohort Study of 288 Patients. J Orthop Sports Phys Ther. 2022 
Apr;52(4):224-232. doi: 10.2519/jospt.2022.10785.
O uso da corrente inrteferencial antes dos exercícios do método pilates 
acelera a melhora dos pacientes com dor lombar crônica?
Referência: Yuri Franco et al. Pain Management 2018; 8(6)
https://doi.org/10.2217/pmt-2018-0034
Intervenções usadas para a reabilitação e prevenção da tendinopatia 
patelar em atletas: uma enquete de fisioterapeutas esportivos brasileiros
Referência: Mendonça LD et al. Interventions used for Rehabilitation and 
Prevention of Patellar Tendinopathy in athletes: a survey of Brazilian Sports 
Physical Therapists. Brazilian Journal of Physical Therapy 2020;24(1):46-53
Você pode ser um terapeuta manual sem usar as mãos?
Referência: Saragiotto BT, Sandal LF, Hartvigsen J. Can you be a manual therapist 
without using your hands? Chiropr Man Therap. 2022 Nov 14;30(1):48. doi: 
10.1186/s12998-022-00457-x. PMID: 36376968; PMCID: PMC9664669.
Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2024
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