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Topicos especiais vol.1

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Conteudista: Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual: Vinicius Oliveira
 
Objetivo da Unidade:
Evidenciar o processo introdutório e as principais conceituações acerca do
envelhecimento humano, sob a ótica multidimensional para o sujeito.
 Material Teórico
 Material Complementar
 Referências
Conceituação e Princípios do Envelhecimento
Humano
Introdução
Olá, aluno(a)! Vamos iniciar esta unidade abarcando a compreensão multidimensional do
processo de envelhecimento humano no cenário contemporâneo, um fenômeno reconhecido
globalmente. Leia atentamente o material de estudo e as indicações complementares, pois
tratam de temas indispensáveis para sua futura carreira.
Bom estudo!
Processo de Envelhecimento Humano: Definição,
Teorias Gerais e Visão Multidimensional do Ser
O perfil do idoso vem se modificando ao longo dos anos, desencadeando uma série de
transformações no contexto geral do processo de envelhecimento humano. Atualmente, o
número de idosos cresce de maneira alarmante e contínua, daí a necessidade de reconhecer
quem são esses sujeitos. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), idoso é o indivíduo
com 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais nos países
desenvolvidos (OMS, 2002).
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 Material Teórico
Figura 1 – Envelhecimento humano 
Fonte: Getty Images
O crescimento da população idosa na sociedade moderna se deve a uma gama de fatores:
diminuição das taxas de mortalidade infantil e de natalidade; acesso aos serviços e profissionais
de saúde; avanço da indústria farmacêutica; melhora nas condições sanitárias; controle de
doenças infectocontagiosas e parasitárias; desenvolvimento de novas tecnologias digitais;
disseminação de práticas voltadas à promoção da saúde; e priorização da qualidade de vida,
independência, bem-estar e autonomia humana, entre outras ações específicas da área da saúde
que contribuíram para o aumento da expectativa de vida da população.
De acordo com Alencar e Carvalho (2009), o envelhecimento é um processo inevitável,
irreversível e dinâmico, associado a possíveis perdas nos mais variados aspectos que constituem
o ser, enfatizando-se as vertentes biopsicossociais. Nesse sentido, o termo “vulnerabilidades”
surge para caracterizar o processo de envelhecer. As vulnerabilidades se diferenciam conforme
gênero, idade, classe social, raça, localidade geográfica, entre outras variáveis, e impactam a
expectativa de vida humana, a qualidade de vida e a morbidade e mortalidade desse grupo
populacional.
Vale destacar que, em relação à última década, a expectativa de
vida humana aumentou para ambos os sexos: 79 anos para
mulheres e 72 para homens.
Vídeos 
Porque Envelhecemos 
Assista ao vídeo a seguir, chamado “Porque envelhecemos?”, e entenda
como funciona essa etapa do ciclo vital.
por que envelhecemos
https://www.youtube.com/watch?v=LEwje_kz8W8
No Brasil e no mundo, a população idosa tem crescido. Para o ano de 2050, a expectativa é que,
pela primeira vez, os idosos ultrapassem o número de crianças e adolescentes com idade
inferior a 15 anos.
O processo de transição epidemiológica desencadeou o principal fenômeno demográfico do
século XX: o envelhecimento populacional. Essa mudança provocou as buscas por práticas
positivas nos serviços de saúde. Os idosos demandam cuidados específicos, que são um grande
desafio, haja vista as doenças crônicas que podem surgir com o avançar da vida e as disfunções
em órgãos e sistemas corporais que desencadeiam sintomas que afetam a qualidade de vida.
Figura 2 – População Idosa 
Fonte: Getty Images
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2030, o índice
de idosos deverá superar o de crianças e adolescentes em cerca de 4 milhões, diferença que
aumentará para 35,8 milhões em 2050 (BRASIL, 2009). Com o aumento da expectativa de vida da
população brasileira, a Organização Mundial de Saúde prevê que o Brasil será o sexto país do
mundo com o maior número de pessoas idosas até 2025 (WHO, 2005). Até meados de 2060, a
quantidade de pessoas com mais de 60 anos no Brasil chegará a 34%; atualmente, 13% da
população brasileira se enquadra nessa faixa etária (IBGE, 2014). 
O acelerado crescimento da populacional geriátrica brasileira implica a questão da eficácia da
sociedade em se adaptar a esse novo paradigma social. À medida que as pessoas envelhecem,
ocorrem alterações que demandam atenção da sociedade, sobretudo no que diz respeito à saúde.
A transformação da pirâmide etária global demanda pensamento crítico acerca do
envelhecimento humano. Trata-se de um processo complexo e interdisciplinar, que envolve
discussões da área da saúde, educação, assistência social, previdência e habitação, incluindo-se
os aspectos sociais e econômicos que afetam a qualidade de vida da população idosa.
Conhecidos os dados mais relevantes do tópico, é necessário considerar a visão
multidimensional das demandas individuais durante o processo de envelhecimento. Vale a pena
destacar que, na atuação profissional, o modelo biopsicossocial e espiritual deve ser aplicado,
dada a sua importância para compreender o sujeito na sua totalidade.
Figura 3 – Modelo biopsicossocial
Quais são as principais características do modelo biopsicossocial e espiritual?
Em essência, tal abordagem subsidia a assistência aos indivíduos, aos cuidadores, às equipes de
saúde e aos familiares de maneira holística, sem enfocar única e exclusivamente a patologia. Em
vez de “tratar uma doença”, esse modelo visa “cuidar de alguém de maneira global”. O cuidado
se dá por meio de ações interligadas de uma equipe multiprofissional composta de profissionais
de diferentes formações: médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos,
fonoaudiólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, biomédicos, pedagogos, profissionais de
educação física, entre outros.
Figura 4 – Equipe Multiprofissional  
Fonte: Getty Images
Em tal abordagem, o ato de cuidar transpassa a demanda exclusivamente médica, abrindo
espaço para todos os profissionais necessários para o caso. O sujeito é visto de maneira singular,
com demandas e especificidades individuais, considerando-se a relação multifatorial da
enfermidade. No modelo biopsicossocial, a palavra "saúde” tem o sentido dado pela Organização
Mundial de Saúde. Trata-se de um estado completo de bem-estar físico, mental e social do
indivíduo, e não apenas da ausência de doença ou enfermidade (a essa concepção
posteriormente foi incluído o aspecto espiritual).
Reflita 
Você já parou para pensar no modelo biomédico? Ele é limitado e centrado em um único aspecto
– a doença –, pois "saúde" é vista, exclusivamente, como a ausência de enfermidade, dor ou
defeito. Em tal modelo, considera-se que o indivíduo, ao ficar doente, tem apenas alteração
fisiológica, e não se aventa a possibilidade de aspectos sociais ou psicológicos serem possíveis
agentes causadores. Nele o médico é o protagonista, e os outros profissionais de saúde não têm
autonomia, sendo encarados como secundários. O modelo ainda supõe uma separação entre
corpo e mente, como se a situação de um não trouxesse nenhum impacto ao outro.
Pensando ainda no modelo biopsicossocial, a ênfase básica é proporcionar um tratamento
pautado em uma assistência humanizada, acolhedora e próxima do paciente, familiar e equipe,
destacando que o paciente está no centro do atendimento, ou seja, ele é o ator principal no
processo de cuidar e deve ser visto na sua totalidade.
Figura 5 – Cuidado Humanizado 
Fonte: Getty Images
Vídeos 
Vamos ver na prática a diferença entre o modelo biomédico e o
biopsicossocial? 
Assista a duas cenas clássicas do filme Patch Adams: o amor é
contagioso. 
Na primeira cena, você verá como é o tratamento pautado
Modelo Biomédico: 
Modelo Biopsicossocial:
exclusivamente pela doença, sem o mínimo de humanização. Na cena
seguinte, você verá um exemplo de como olhar o paciente em sua
totalidade.
Palestra Motivacional - Cena
Patch Adams
Cena Inesquecível : Patch Adams - O Amor é Contagioso
https://www.youtube.com/watch?v=0bhK5DiacNA
https://www.youtube.com/watch?v=T09TGuDyiQw
Hoje em dia, apesar de suas contribuições e ações em nível social, familiar, educacional, laboral,
etc., a população idosa enfrenta estereótipos e preconceitos. A discriminação por idade contra o
idoso pode repercutir de modo negativo em sua saúde e seu bem-estar, acentuando sua
vulnerabilidade e fragilidade física, social e mental, além de reduzir sua autonomia e participação
na sociedade contemporânea.
Importante! 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que o processo de
envelhecer é um conjunto de ações sequencial, individual, cumulativo,
irreversível, universal, não patológico de deterioração de um
organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de
maneira que o tempo o torna menos capaz de fazer frente ao estresse
do meio ambiente.
As equipes de atenção multiprofissional em saúde devem se nortear pelas iniciativas em prol do
envelhecimento ativo e digno. Entre elas:
Como visto, a seguridade social é necessária para o processo de envelhecimento humano. Esse
sistema de proteção social, criado em 1988, abrange três programas sociais de extrema
relevância e tem como objetivo assegurar aos indivíduos os seus direitos. Esse tripé se dá pela
junção dos direitos relativos à Saúde, à Previdência Social e à Assistência Social. 
Busca pela máxima independência e pela autonomia dos idosos;
Compreensão do que se relaciona à saúde do idoso nas mais variadas vertentes;
Reconhecimento da lei (direitos e deveres legais);
Garantia de acessibilidade e mobilidade;
Inserção de programas e políticas públicas voltadas para o envelhecimento;
Condições humanas e básicas para sobrevivência;
Minimização dos efeitos negativos do processo de envelhecer;
Respeito pelas vontades geriátricas de modo individual e coletivo;
Garantia de oportunidades diversas: emprego, acesso à cultura, lazer, sistemas
educacionais;
Seguridade Social (conhecimento sobre tal temática);
Acesso global às oportunidades de desfrutar dos direitos humanos básicos e viver
com dignidade;
Suporte aos cuidadores, para que possam prestar cuidados adequados e também
cuidem da própria saúde.
Figura 6 – Tripé da Seguridade Social 
Fonte: Adaptado de ssvpbrasil.org
Previdência Social: de caráter contributivo, retributivo e compulsório, tem por fim
assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção por:
incapacidade, idade avançada, tempo de contribuição, desemprego involuntário,
encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente (Lei 8.212/91; Lei 8.213/91; Decreto 3.048/99) – 100 milhões de
brasileiros;
Assistência Social: a seguridade cuida gratuitamente dos hipossuficientes, ou seja,
daqueles sem condições de proverem o próprio sustento de forma permanente ou
provisória, sem exigir deles qualquer contribuição. É a política social que provê o
atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência, à pessoa idosa e à pessoa com deficiência,
independentemente de contribuição à Seguridade Social;
Saúde: é direito de todos e dever do Estado, ou seja, o Estado deve prover para cada
brasileiro tudo que ele precisar para a manutenção da sua saúde, desde aferição de
pressão arterial, sessões de fisioterapia sem custo pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), remédios, inclusive os de alto custo que não existem na farmácia pública, até
cirurgias de urgência. Vale destacar que nesse cenário o indivíduo é visto em sua
singularidade, dotado de necessidades e especificidades.
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Ao pensar no idoso, o profissional deve identificar, de maneira ampla, as condições de saúde e o
estado global do sujeito, ou seja, levar em consideração seu nível satisfatório de independência
funcional e não apenas a ausência de determinada patologia. Vejamos em detalhe, então, três
aspectos importantes para a compreensão da pessoa idosa, a saber: capacidade funcional,
independência e autonomia.
Leitura 
Lei nº 8.212 
Saiba mais sobre a Lei Orgânica da Seguridade Social. 
Capacidade funcional tem relação direta com as atividades
básicas, instrumentais e avançadas da vida diária dos
indivíduos, bem como com a mobilidade exercida pelo sujeito.
Envelhecer mantendo a integridade desses aspectos é um dos
objetivos centrais para ter uma boa qualidade de vida;
Autonomia é a capacidade de tomar decisões e gerenciar a vida, ou seja, ter controle
sobre os próprios desejos;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm
Um modelo moderno de assistência de saúde geriátrica necessita da união de uma gama de
ações que envolvem os aspectos educacionais, além de conhecimento e inserção de paradigmas
que abarquem promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis, autocuidado em saúde,
busca pela melhor evidência científica, visão multidimensional das questões biopsicossociais e
espirituais, envolvimento familiar e social, laços de rede de apoio e suporte, estratégias de
estabelecimento do percurso assistencial voltadas para o sujeito (de modo individualizado e
condizente com suas reais queixas e necessidades), olhar humanizado e pautado pela eficácia e
eficiência enfatizando a integralidade do cuidado, com protagonismo da pessoa idosa. Assim,
possivelmente, a atenção em saúde voltada para o idoso será mais condizente com as
necessidades que surgem com o envelhecimento.
Vivenciar, de modo bem-sucedido, essa fase do ciclo vital ainda requer a junção de três
categorias de condições: 
Independência é a habilidade de realização, sem auxílio de outros indivíduos, das
atividades cotidianas.
Fraca probabilidade de doenças, em particular as que acarretam perda de autonomia;
Manutenção de alto nível funcional nos planos cognitivos e físico (envelhecimento
otimizado);
Conservação de compromisso social e de satisfatório bem-estar subjetivo. 
Importante! 
A partir do momento em que a presença da população idosa se torna
mais perceptível na sociedade, não só pelo crescimento numérico e
Ao longo da unidade, você pôde perceber como a imagem da pessoa idosa e as conquistas desse
grupo populacional foram se aprimorando no decorrer do tempo. O paradigma de saúde do idoso
se sustenta na ideia de funcionalidade, que passa a ser vista como um dos mais importantes
atributos do envelhecimento humano, pois envolve a interação entre as capacidades física,
psíquica e cognitiva para realização de atividades no dia a dia. Para afirmar tal mudança
relacionada à pessoa idosa e abandonar a imagem de fragilidade e perdas severas, o símbolo de
identificação de lugares preferenciais para o idoso não pode ser mais pejorativo, ou seja,
representar indivíduos com 60 anos ou mais como cidadãos frágeis, sem qualidade de vida ou
incapazes.
estatístico como também pela melhoria do nível de vida de parte dessa
parcela populacional, aumenta a demanda por serviços especializados
de todas as instituições.
Figura 7 – Alteração visual da representação da população
idosa 
Fonte: senado.leg.br
Há, ainda, três aspectos importantes do processo de envelhecimento humano que é preciso
mencionar. São eles: a senescência, a senilidade e o envelhecimento ativo.
Senescência: é um processo fisiológico, morfológico e funcional, relacionado com o
envelhecimento sadio, em que acontece o declínio físico e mental de modo lento e
gradativo; ocorre geralmente a partir dos 65 anos, e as transformações não são
produzidas por patologias, e sim por mudanças orgânicas, funcionais e psicológicas
características desse processo.
Senilidade: trata-se de um processo patológico que pode surgir com o processo de
envelhecimento, porém não está condicionado a ele, o qual se caracteriza pela
presença de doenças crônicas e outros fatores que comprometem a funcionalidade e
a qualidade de vida humana; essas alterações não são normais do envelhecimento
e
Figura 8 – Envelhecimento ativo 
Fonte: Getty Images
correspondem a um declínio gradual que atinge órgãos e sistemas corporais,
trazendo prejuízos para o cotidiano.
Envelhecimento ativo: é o conceito mais atual no que tange ao processo de
envelhecimento humano e abrange a otimização das oportunidades de saúde,
participação e segurança, com intuito de buscar, de modo multidimensional e
integral, a melhora da qualidade de vida à medida que as pessoas vão envelhecendo.
Envelhecer de modo ativo permite que os sujeitos identifiquem a pluralidade dos
potenciais das dimensões do bem-estar físico, social e mental ao longo das etapas
da vida, o que engloba quesitos básicos que permeiam os diversos pilares sociais. A
palavra “ativo” não se refere somente à manutenção do estado físico do indivíduo
ou à prática de atividade física, mas também à participação contínua nas diversas
demandas sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis. A Organização Mundial
de Saúde prioriza a disseminação desse modelo para os idosos de todo o planeta.
Você percebeu quantas temáticas podem ser exploradas quando se fala na pessoa idosa? Esta
disciplina introduz elementos de modo a construir o idoso em sua totalidade. A seguir
abordaremos a relação do idoso com o núcleo familiar e as redes sociais de apoio.
Família, Rede Social de Suporte e Afetividade
O conceito de família transpassa uma gama de possibilidades. Família é uma representação em
que existe a união entre indivíduos que possuem laços sanguíneos, de convivência e/ou
baseados no afeto. Para a Constituição brasileira, o conceito de família abarca diversas maneiras
de organização fundamentadas na relação afetiva entre seus membros. Porém, não se trata de
Importante! 
Todos os seres vivos enfrentam pelo menos duas etapas do ciclo vital:
o nascimento e a morte. Assim, para promover uma senescência
saudável e evitar a senilidade, determinados fatores são relevantes
para a manutenção da vida humana, como ter uma alimentação
balanceada, realizar regularmente atividade física, manter vínculos de
suporte e rede social, prestar atenção à própria saúde, vivenciar
oportunidades de lazer, potencializar a manutenção dos aspectos
biopsicossociais. Tudo isso afeta de maneira positiva o processo de
envelhecimento.
um conceito rígido, engessado ou imutável. Ao longo das décadas, o conceito de família vem
adquirindo diversos significados.
Nesse sentido, a família se destaca por ser um grande pilar de apoio múltiplo para os sujeitos,
incluindo a pessoa idosa, visto que esse indivíduo pode ser autônomo e independente e também
o contrário, quando demanda maior atenção, cuidados de baixa, média ou alta complexidade, e
também pode ser um alicerce fundamental que fomenta a rede de apoio em saúde. O núcleo
familiar é considerado espaço prioritário de permanência e cuidado com a saúde
multidimensional do idoso. Ademais, para entender a amplitude do processo de envelhecer, é
necessário perceber a singularidade desse núcleo e dos atores envolvidos, bem como a história
de vida, a realidade familiar, econômica, social e cultural.
Você Sabia? 
Nos dias atuais, após diferentes pautas de setores distintos da
sociedade, o direito brasileiro destaca que a constituição familiar se
baseia no afeto. Essa compreensão substitui o conceito segundo o qual
a família é a junção de um homem e uma mulher no matrimônio com a
finalidade de procriação.
Você Sabia? 
Tradicionalmente, no Brasil, são maiores os índices de mulheres que
realizam o ato de cuidar. Em qualquer etapa do ciclo vital, a mulher, por
diversos motivos, se dispõe mais a exercer o papel de cuidadora nos
pilares familiares.
Figura 9 – Tipos de família 
Fonte: Freepik
Trocando Ideias...
Vamos identificar alguns tipos de família e suas características:
Família matrimonial: constituída por meio do matrimônio
(casamento);
Família informal: formada por união estável;
Família monoparental: constituída por um pai ou uma mãe com seu(s) filho(s), por
exemplo: mãe solteira e seu(s) filho(s);
Família anaparental: sem pai e mãe, formadas apenas pelos irmãos;
Família reconstituída: os pais são separados, têm filhos e começam a viver com
outro(a) parceiro(a), que também tem filhos;
Família unipessoal: formada por apenas uma pessoa (um viúvo ou uma viúva, por
exemplo);
Família paralela: a pessoa constitui duas relações momentâneas, por exemplo, uma
pessoa casada que também possui outra união estável;
Família eudemonista: edificada exclusivamente pelo afeto e solidariedade de uma
pessoa com outra, visando ao crescimento mútuo e, principalmente, à felicidade.
Percebeu como a família pode ser constituída de diversas maneiras? A pessoa idosa pode se
enquadrar nesses mais variados modelos. Porém, vale ressaltar sempre que a transformação
social é contínua e dinâmica, e outros modelos podem surgir com o passar do tempo.
Um dos principais problemas relacionados ao envelhecimento humano é o isolamento social,
bem como os sentimentos de solidão. Comumente, nessa etapa do ciclo vital, a pessoa idosa
pode perder parcial ou totalmente sua capacidade funcional. Com suas capacidades diminuídas,
há culturalmente a expectativa de receberem cuidado, atenção e respaldo dos filhos ou netos, o
que nem sempre ocorre, pois cada núcleo familiar possui suas regras, conceitos, índoles e
modelo social. 
No Estatuto do Idoso (2003), porém, afirma-se claramente o seguinte: 
- BRASIL, 2003, art. 3º
“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade, do Poder Público assegurar
ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”
Além da família ser uma rede de suporte importante, os vínculos sociais diversos ganham
destaque na vida da pessoa idosa. Entende-se  rede de suporte social da seguinte maneira:
Vídeos 
Titãs – Família 
Você já ouviu a canção “Família”, da Banda Titãs? Analise a letra da
canção, que trata sobre um dos temas da disciplina. 
Titãs - Família (Acústico MTV)
Rede: conjunto de relações sociais e institucionais que o
indivíduo vai construindo ao longo das etapas do ciclo vital;
https://www.youtube.com/watch?v=kh0EwVPfb2k
Figura 10 – Rede de suporte 
Fonte: Getty Images
Outro tipo de suporte muito comum na vida da pessoa idosa é a rede social pessoal, assim
definida por Sluzki e Berliner (p. 10, 1997):
Suporte: a função primordial da rede é prover apoio para as mais variadas
necessidades do sujeito (isso se reflete na saúde, no bem-estar e na qualidade de
vida).
“Soma de todas as relações que um indivíduo percebe como significativas ou
define como diferenciadas da massa anônima da sociedade, responsável pela
Observe a seguir como a pessoa idosa pode ser dotada de redes de suportes variadas, tanto em
nível formal quanto informal, ampliando-se o cuidado para a multidimensionalidade do ser e
reduzindo-se as vulnerabilidades diversas que podem ocorrer nessa etapa do ciclo da vida.
Figura 11 – Suportes formais e informais à pessoa idosa
O ser humano se constrói como um indivíduo global por meio das suas relações sociais. É
praticamente impossível conseguir viver nos espaços que edificam a sociedade moderna do
modo único, isolado e centrado do individualismo. É em grupos diversos, em relações de
amizade, de vínculos afetivos, que surgem sentimentos de pertencimento. Assim, estimular a
convivência fomenta sensações e emoções positivas e manter uma relação proximal com uma
identidade, bem-estar, capacidade de enfrentamento das situações de crises. É
também conhecido como mapa mínimo: família, amizades, relações de trabalho ou
estudo, relações comunitárias, de serviços/instituições.”
rede de apoio, além de permitir o acesso aos recursos afetivos e de auxílio mútuo na
comunidade, contribui para o aumento da sensação de pertencimento e de ser reconhecido,
acolhido e protegido,
o que afeta diretamente a saúde biopsicossocial e espiritual.
Chegamos ao final desta Unidade! Para empoderar ainda mais seu conhecimento sobre as
temáticas estudadas, leia os conteúdos complementares e assista aos vídeos sugeridos. Assim
você ampliará sua visão sobre nosso objetivo de estudo. 
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta
Unidade:
  Vídeos  
Início da Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030)
nas Américas 
2 / 3
 Material Complementar
Início da Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030) nas A…
https://www.youtube.com/watch?v=VwkRk1N2AAg
Envelhecimento Humano: Quando Começar?
O Trabalho do Assistente Social com Idosos – ILPI
Envelhecimento ativo, como e quando começar?
O trabalho do Assistente Social com Idosos - ILPI
https://www.youtube.com/watch?v=j5fb3-7xRvE
https://www.youtube.com/watch?v=NRyMjRXu0dU
Família – EnvelheSer – Sala de Notícias – Canal Futura
  Leitura  
Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde
Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo.
O Idoso e a Família - EnvelheSer - Sala de Notícias - Canal Futura
https://www.youtube.com/watch?v=WlUeg80KbXU
ACESSE
OPAS – Década do Envelhecimento Saudável nas Américas
(2021-2030)
Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo.
ACESSE
OPAS – Envelhecimento Saudável
Clique no botão ao lado para conferir o conteúdo.
ACESSE
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
https://www.paho.org/pt/decada-do-envelhecimento-saudavel-2021-2030
https://www.paho.org/pt/envelhecimento-saudavel
ALENCAR, M. S. S.; CARVALHO, C. M. R. G. O envelhecimento pela ótica conceitual,
sociodemográfica e político-educacional: ênfase na experiência piauiense. Interface -
Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 13, n. 29, p. 435-444, 2009. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/pdf/icse/2009.v13n29/435-444/pt>. Acesso em: 4/10/ 2021.
BRASIL. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Lei Orgânica da Seguridade Social. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212rep.htm>. Acesso em: 1/10/2021.
________. Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências.  Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso em: 1/10/2021.
IBGE. Projeção da expectativa de vida para 2050. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2004/metodologia.pdf.
Acesso em: 2/10/2021.
OMS. Keeping fit for life: meeting the nutritional needs of older persons. Genebra: OMS, 2002.
SLUZKI, C. E.; BERLINER, C. Rede social na prática sistêmica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
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 Referências

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