Buscar

Ensaio 2 bini DIA 10 do 11 de 2023

Prévia do material em texto

A INFLUÊNCIA DO TRAÇO DE PERSONALIDADE NEUROTICISMO 
NA SUSTENTABILIDADE ÀS FALSAS MEMÓRIAS 
Libni Vaz 
Data: 10/11/2023 – Ensaio nº 2 
 
 
Resumo 
 Processos psicológicos básicos são ferramentas necessárias para nossa interação com 
o ambiente. Sendo eles: sensação, percepção, atenção, memória, pensamento, linguagem, 
motivação e aprendizagem. Esses recursos são necessários para que sejamos funcionais ao 
meio que estamos inseridos. Porém, traços de personalidade poderiam afetar esses processos? 
Para começar, precisamos conceituar alguns pontos. Os psicólogos consideram como 
memória o processo pelo qual codificamos, armazenamos e recuperamos informações (Afonso, 
citação pessoal, 2023). Para Atkinson & Shiffrin (1968, 1971): existem diferentes sistemas ou 
etapas de armazenamento da memória por meio dos quais a informação deve passar para que 
possa ser lembrada. Primeiro fazemos um registro de novas informações por meio da 
codificação. Depois armazenamos a informação para uso futuro e por último recuperamos a 
informação quando necessária. 
Porém, a memória também tem suas falhas. Podemos armazenar novas informações em 
nosso cérebro e esquecê-las ou distorcê-las de forma rápida ou gradual, por diversos fatores. 
Esse evento que ocorre inconscientemente de distorção de memórias é chamado de falsas 
memórias: quando lembramos de algo que nunca ocorreu, porém acreditamos fielmente que 
aconteceu. Enquanto que a memória de essência armazena somente o significado do fato 
ocorrido, a memória literal contém em si as lembranças dos detalhes específicos sobre o evento 
(Brainerd, Stein & Reyna, 1998). 
A Teoria do Traço Difuso, com o intuito de estudar as falsas memórias, criada por 
Brainerd & Reyna, 1998. Essa teoria compreende que memória é constituída por vários 
sistemas independentes, incluindo representações literais e de essência (Neufeld & Stein, 
2001). Sendo assim “Na recordação dos eventos, aspectos específicos e detalhados (memórias 
literais) podem dar lugar aos aspectos e representações de essência das lembranças – mais 
 
gerais e amplas – devido, principalmente, à fragilidade dos traços literais.” (Moreira, Milnitsky, 
2006). 
Mas já que existe a possibilidade de criarmos falsa memórias sem percebermos, há 
algum tipo de pessoa que é mais suscetível ou resistente a criar falsas recordações? O estudo 
apresentado no livro de Moreira e Milnitsky, tem o objetivo de verificar como as emoções 
afetam nossa memória em função do traço de personalidade Neuroticismo. 
“O modelo dos Cinco Grandes Fatores, conhecido como “Big Five” e considerado 
como uma versão moderna da teoria do traço, busca compreender a essência da natureza 
humana de acordo com suas diferenças individuais (McCrae & John, 1992). O modelo 
considera que a personalidade é constituída por cinco grandes traços: 1) Extroversão, 2) 
Socialização, 3) Escrupulosidade, 4) Neuroticismo e 5) Abertura para Experiência” (Moreira, 
Milnitsky, 2006). 
O traço de personalidade Neuroticismo refere-se ao nível crônico de desajustamento e 
instabilidade associados a um desconforto psicológico causado por aflições, angústias e 
sofrimentos (McCrae & John, 1992). Além disso, o livro aponta que altos níveis de 
neuroticismo, pode acarretar sofrimento ao indivíduo, como: ideias dissociadas da realidade, 
baixa tolerância à frustação, afetos negativos e entre outros. 
Há também quatro subfatores dentro da Escala do Neuroticismo, identificados por Hutz 
e Nunes (2001), são eles: vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, ansiedade e depressão. 
Vulnerabilidade refere-se a sintomas típicos de esquiva, além da intensidade que as pessoas 
vivenciam sofrimentos em decorrência da falta de aceitação dos outros para consigo. O subfator 
desajustamento psicossocial agrupa sintomas típicos de transtorno antissocial borderline. Já o 
subfator ansiedade inclui características como instabilidade emocional, variações de humor e 
disposição, enquanto que o da depressão engloba sintomas de desesperança, ideação suicida e 
similares (Hutz & Nunes, 2001). 
Após os testes com os indivíduos e analisando os sub fatores do Neuroticismo. Viram 
que pessoas com alto nível de Vulnerabilidade possuem tendência a criar falsas memórias. Isso 
se dá ao fato de que não são tão confiantes em seus próprios julgamentos. Além disso, por 
insegurança, têm medo de críticas de terceiros, ocasionando nervosismo ao tentar lembrar de 
ocorridos. Podendo assim, se esquecer ou alterar as memórias. 
 
Um apontamento interessante é que tanto pessoas com neuroticismo alto, quanto 
pessoas com efeito da emocionalidade na memória, tendem a valorizar mais os fatos negativos. 
Os resultados dos testes mostraram que essas pessoas lembraram com mais facilidade das 
palavras desfavoráveis de si mesmas. 
Em uma apresentação de aula, o professor Stevan do Centro Universitário do Distrito 
Federal, explicou o fenômeno dos processos construtivos da memória. Esse evento é 
constituído por processos em que as memórias são influenciadas pelos significados que damos 
as circunstâncias. Isso quer dizer que, a maneira como interpretamos os estímulos ambientais, 
interfere em como lembramos. Porém, ter falsas memórias também pode nos proteger de 
traumas, pois nosso cérebro identifica que alguns acontecimentos são fortes demais para 
suportarmos. (Afonso, citação pessoal, 2023). 
Como futuro psicólogo, compreendo que é importante identificar as falsas memórias 
para poder encontrar o real problema do paciente. Além de estudar técnicas que possam ajudar 
a lidar de forma saudável o traço de personalidade neuroticismo. Assim é possível diminuir o 
sofrimento do indivíduo, dando mais segurança e atenção aos fatos que estão verdadeiramente 
acontecendo. 
 
Exemplos de lista de referências na norma APA: 
Moreira, L. A., Milnitsky, L. S. (2006). A influência do Traço de Personalidade Neuroticismo 
na Suscetibilidade às Falsas Memórias. 
Afonso, S. (2023). Memória. Slide apresentado em sala de aula.

Continue navegando