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Farmacologia de Quinolonas

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Prof.ª Jucimara Baldissarelli 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA 
DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA 
ANTIMICROBIANOS: 
QUINOLONAS 
• Fármaco de pequeno espectro: 
 
• Ácido nalidíxico (ITU, não alcançava níveis sistêmicos) - quinolona 
 
• Agentes de largo espectro: 
 
• Ciprofloxacino (Cipro®) 
• Norfloxacino (Floxacin®) 
• Ofloxacino (Oflox®) 
• Levofloxacino (Levaquin®) 
• Moxifloxacino 
 
 
 
Quinolonas (Fluoroquinolonas) 
Fluoroquinolonas 
BACTERICIDAS 
 
• Proteus, E.coli, Klebsiela e Salmonella, Shigella, Enterobacter e Camphylobacter; 
• Neisseria gonorrhoeae; 
• Pseudomonas (algumas – Cipro e Levofloxacino, inclusive infecções sistêmicas); 
• Estafilococos (menos ativas contra as resistentes à meticilina); 
• Estreptococos: Melhor com fármacos mais novos: Levofloxacino, Moxifloxacino 
e Gemimfloxiacino; 
• Chlamydia; Mycoplasma, Legionella, Brucella, Mycobacterium. 
 
ESPECTRO ANTIBACTERIANO 
• Mecanismo de ação 
 
• Gram + Inibem a topoisomerase IV 
 
• Gram - Inibem a DNA-girase bacteriana 
que produz um supernovelo negativo no DNA, 
permitindo sua transcrição ou replicação. 
 
• Bactericidas 
Fluoroquinolonas 
• DNA-girase bacteriana produz um supernovelo negativo no DNA, 
permitindo sua transcrição ou replicação. 
 
 
 
 
 
 
• Topoisomerase IV: separa as moléculas de DNA filhas interligadas. 
 
• Células eucarióticas não tem DNA girase; 
Mecanismo de ação 
Aspectos farmacocinéticos 
Bem absorvidas por VO, níveis máximos em 1-3h. 
Meia-vida longa: intervalos de dose de 12 a 24 h. 
Eliminação do ciprofloxacino e norfloxacino parte 
por metabolismo hepático e parte renal. 
A maioria não consegue atravessar a BHE; 
Ofloxacino penetra no LCR. 
Moxifloxacino tem metabolismo hepático: não deve 
ser administrado em pacientes com ins. hepática. 
FLUORQUINOLONAS 
NORFLOXACINO CIPROFLOXACINO LEVOFLOXACINO/ 
OFLOXACINO 
Boa atividade 
gram – 
Níveis séricos 
alcançados são 
baixos; 
Usos em ITU e 
infecções GI, por 
VO. 
Biodisponibilidade 
≈70%; 
Doses orais: 250-
750mg, doses IV: 
200-400mg; 
2x/dia ou liberação 
controlada 1x; 
Boa atividade 
Gram + 
Biodisponibilidade 
excelente; 
Doses VO e IV 
iguais; 
Levofloxacino 
1x/dia Ofloxacino 
2x/dia 
Gram +; Ativo contra anaeróbios, 
menos ativo contra P. aeruginosa; 
Doses VO e IV iguais (400mg/dia); 
Não alcança altas concentrações na 
urina. 
Mais potentes 
contra Gram + 
Gatifloxacino: 
preparação 
oftálmica para 
conjuntivite 
bacteriana. 
 
 
GATIFLOXACINO/ 
GEMIFLOXACINO 
MOXIFLOXACINO 
 
• Alterações do TGI, reações de hipersensibilidade, cefaleia, tonturas. 
• Artralgia e dor articular ocasionalmente; 
• Tendinites e ruptura de tendões (raras mas graves) → principalmente em 
idosos ou com fatores predisponentes → glicocorticoides, doença renal. 
• Não recomendado o uso concomitante com corticoides em idosos. 
• Não recomendado → crianças e adolescentes em fase de crescimento, 
gestantes (categoria C) e durante a amamentação → risco de lesão na 
cartilagem articular → retardo da ossificação. 
 
 
Efeitos adversos 
 
• Uso concomitante de antiácidos que contenham Mg2+ , Al3+ , Ca2+ , vitaminas 
com Zn ou preparações de ferro pode interferir com a absorção. 
 
 
 Administrar esses fármacos 2 horas após o 
antimicrobiano. 
 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Risco pequeno de aumentar o intervalo QT: evitar em 
pacientes tratados com antiarrítmicos da classe III. 
 
 
 
• Bactérias multirresistentes (Pseudomonas) ou contraindicações clínicas aos agentes 
penicilinas, penicilinas associadas a inibidores de beta-lactamases, macrolídeos e 
tetraciclinas. 
 
• Infecções do trato urinário complicadas – norfloxacina, ofloxacina, 
ciprofloxacina 
 
Infecções por micro-organismos sensíveis a outros antimicrobianos 
não devem ser a priori tratadas com fluorquinolonas. 
Usos clínicos 
 
 
 
 
 
 
• AINEs podem aumentar o deslocamento do 
GABA de seus receptores; 
• Maior risco em pacientes com histórico de 
epilepsia. 
• Causa rara de neuropatia periférica; 
Interações Medicamentosas 
• Convulsões associadas a alterações do SNC ou 
com o uso concomitante de teofilina e AINEs. 
• Ciprofloxacino inibe metabolismo da Teofilina 
 
 
• Diarreia bacteriana causada por Shigella, 
Salmonella, E.coli toxigênica ou Campylobacter: 1-3 dias; 
• Ciprofluoxacino; 
• Otite externa invasiva (“otite maligna”) causada pela P. aeruginosa 
• Erradicação de Salmonella typhi nos portadores 
Usos clínicos 
• Infecções respiratórias - Pseudomonas aeruginosa 
nos pacientes com fibrose cística (Levo e Cipro); 
Pneumonia adquirida da comunidade e infecções das 
vias aéreas superiores (Levo, moxi e gamifloxacino) 
• Prostatite bacteriana (nor, cipro, levo e ofloxacino): 4 a 6 
semanas 
• Infecções sexualmente transmissíveis: Clamídia (7 dias de 
ofloxacino) 
• Tratamento de infecções dos ossos e articulações; 
(Osteomieltie crônica, necessárias semanas a meses de 
tratamento. ) 
• Infecções de pele e de tecido subcutâneo complicadas, 
como em escaras infectadas, úlceras 
 crônicas e pé-diabético. 
 
Usos clínicos 
RESISTÊNCIA BACTERIANA 
• Mutações no Gene que codifica a DNA girase ou Topoisomerase IV; 
• Transporte ativo do fármaco para fora da bactéria; 
• Menos comum: Resistencia mediada por plasmídeo; 
 
• + Frequente: Pseudomonas e alguns estafilococos; 
• Estreptococos e os pneumococos são apenas fracamente inibidos; 
 
 
A resistência, principalmente de alto nível, geralmente confere 
resistência cruzada a todos os outros membros dessa classe. 
CASO CLÍNICO 
• Paciente, do sexo feminino, chega ao ambulatório apresentando ardência ao 
urinar e forte necessidade de urinar mesmo tendo acabado de voltar do 
banheiro, urina escura e com cheiro muito forte, dor pélvica. 
• É prescrita dose única de Norfloxacino e a paciente é liberada. 
• Paciente retorna ao consultório 5 dias depois, referindo que ainda apresenta 
os mesmos sintomas urinários. 
• Relata já ter usado Norfloxacino e ter tido sucesso anteriormente. 
• Ao ser questionada comenta que sentiu desconforto gástrico após ingerir o 
medicamento e que por isto utilizou um antiácido (aproximadamente 15 
minutos depois). 
 
Comente o caso e o que pode estar causando a falta de efeito do Fármaco.

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