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1 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 aul� 8 - farmacologi� Inibidores da síntese de ácidos nucleicos Quinolonas •Devido ao aumento indiscriminado do uso das quinolonas houve um aumento da resistência antimicrobiana •Bactericida •São comumente consideradas alternativas para pacientes com comprovada alergia grave a β-lactâmicos Mec����mo �� �ção O fármaco atravessa a parede bacteriana por meio de canais de porina e atuam sobre 2 enzimas: 1. DNA-girase (topoisomerase II) - sua inibição resulta no relaxamento do DNA, promovendo a quebra da �ita 2. Topoisomerase bacteriana IV - sua inibição resulta na desestabilização cromossomal durante a divisão celular. - Interfere na separação do DNA recém replicado Há uma diferença quanto ao mecanismo de ação do fármaco nas bactérias: ✓Topoisomerase II (DNA girase) – alvo primário nas Gram- ✓Topoisomerase IV – alvo primário nas Gram+ Mecanismos de resistência 1. Alteração do local de ligação resultante de mutações cromossômicas em genes bacterianos (topoisomerases)-(diminui a a�inidade das quinolonas pelo local de ação) 2. Diminuição da [ ] intracelular da droga (bombas de e�luxo 3. Diminuição dos canais porina) *Existe resistência cruzada entre as quinolonas Far����ci�éti�� •Possui alta biodisponibilidade oral - Os alimentos podem atrasar o tempo entre a administração do medicamento e o pico de concentração sérica •Possui um grande volume de distribuição •Administração: IV, oftálmico ou VO •T ½ = 3-10h •Se acumula nos tecidos - Rins, próstata, pulmão, ossos, urina - Efeito pós-antibiótico (menor frequência de doses 1-2x p/ dia) •Não penetram a BHE - Exceto a O�loxacina •Eliminação renal e hepática Alimentos como laticínios, antiácidos, multivitaminas (especialmente as que contêm zinco), magnésio, cálcio e alumínio podem interferir signi�icativamente na absorção. 2 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 Espectro de ação •Gram + (streptococcus, Staphylococcus aureus) •Gram - (E. coli, P. aeruginosa, Haemophilus in�luenzae) •Micobactérias (Mycobacterium tuberculosis) •Microorganismos atípicos (Legionellaceae, Chlamydiaceae) *Não são e�icazes contra sí�ilis e Neisseria gonorrhoeae, devido a resistência. Os bacilos gram-negativos aeróbicos, como a E.coli, Klebsiella spp e Proteus spp são cobertos de forma efetiva quando as quinolonas são utilizadas. Em geral, as �luoroquinolonas não são usadas contra infecções por Staphylococcus aureus ou enterococos. 1 Geração ✓Ácido nilidíxico (protótipo) - Não �luorada *Possui pequeno espectro de ação (nunca usar em infecções respiratórias) 2 Geração EVITAR USO EM INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS (resistência) Representantes ✓O�loxacino ✓Cipro�loxacino - IV (pacientes internados) ✓Nor�loxacino (pouco prescrito) - Baixa disponibilidade oral e meia-vida curta - Possui níveis séricos mais baixos (evitar uso em infecções mais disseminadas/ sistêmicas - Uso: Infecções não sistêmicas - ITU, prostatite e diarréia infecciosa Atuam contra gram-negativos aeróbicos e bactérias atípicas. *Se o paciente apresentar algum problema de absorção oral preferir o cipro�loxacino ao nor�loxacino (menor disponibilidade oral). *Possuem penetração intracelular signi�icativa, permitindo o tratamento de infecções em que as bactérias passam parte de seu ciclo (ou todo o ciclo) no interior da célula hospedeira (p. ex., clamídia, micoplasma e micobactérias). - Possui atividade contra microrganismos intracelulares Ciprofloxacino Atua contra patógenos respiratórios • Streptococcus pneumonia (não cobre bem) • Haemophilus in�luenzae; • Moraxella catarrhalis; • Legionella spp; • Mycoplasma spp; • Chlamydia pneumoniae Utilizado no tratamento de infecções sistêmicas causadas por bacilos Gram -, diarreia do viajante (E. coli) e febre tifóide (Salmonella typhi). *Possui formulações orais e IV. *Dentro das quinolonas ele é o mais efetivo contra P. aeruginosa (usado comumente em pacientes com �ibrose cística) *ITU complicada *Utilizar em pneumonias hospitalares (risco de pseudomonas e bact. resistentes) 3 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 3 Geração Útil para tratamento de ITUs e infecções respiratórias. ✓Levo�loxacino - IV (pacientes internados) - Uso: prostatite, infecções de pele, pneumonias da comunidade e nosocomiais *Administrado em dose única por dia. - Efeito pós-antibiótico *Utilizar em casos de PAC - casos mais leves, não complicados Possui maior atividade contra bactérias gram +. Possui uma excelente atividade contra o S. pneumoniae. 4 Geração ✓Moxi�loxacino (único que possui atividade contra bactérias anaeróbicas e Gram +) - IV - pacientes internados - Possui metabolização hepática (pode ser usado em paciente com distúrbios renais, mas devem ser avaliados quanto ao uso em pacientes com disfunções hepáticas Uso clínico •Pneumonia por aspiração •Abscesso pulmonar OBS: não se concentra na urina,e, assim, não é indicado no tratamento de ITU. Possui e�icácia contra anaeróbios e gram +. Possuem o maior espectro de ação contra os Gram + *Possui pouca atividade contra P. aeruginosa. 1a ,2a e 3a geração: Trato urinário 3a e 4a geração: Trato respiratório Moxi�loxacino: baixo nível na urina Cipro�loxacino: Ine�icaz contra S. pneumoniae Ris��� � be���íci�� Efeitos adversos *Em geral são bem toleradas •Fototoxidade (recomendar o uso do protetor solar e evitar exposição excessiva ao sol) •Distúrbios gastrointestinais •Cefaléia •Tontura •Alterações transitórias de humor e sono •Erosão da cartilagem articular (artropatias, tendinites, rotura de tendão) - Quando administradas em menores de 18 anos - relativa (evitar durante a gestação e lactação) •Prolongamento do intervalo QT, aneurisma, dissecção aórtica, regurgitação mitral e aórtica 4 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 - Não utilizar em pacientes predispostos a arritmias, em uso de antiarrítmicos ou portadores de aneurisma aórtico •Neuropatia periférica (dor, queimação, formigamento, dormência, fraqueza) •Náuseas, êmese, diarréia, anorexia, desconforto abdominal •Tontura, cefaléia, alteração do humor, sono (podem ocorrer alucinações e convulsões) - Pacientes com distúrbios do sistema nervoso central (SNC) - epilepsia, devem ser tratados cautelosamente com esses fármacos •Exantemas cutâneos •Hiperglicemia •Infecções por Clostridium dif�icile *As quinolonas devem ser evitadas em pacientes com miastenia gravis, pois elas podem precipitar as crises. Por possuirem alta toxicidade não devem ser indicadas para infecções não complicadas, sendo seu uso prescrito apenas para infecções mais severas. Interações medicamentosas •Uso concomitante de antiácido como alumínio e magnésio (interferem na absorção do ATB) •Evitar o uso de quinolonas em pacientes em uso de varfarina (anticoagulante), cafeína, ciclosporina (aumenta sua [ ] sérica) *O cipro�loxacino inibe o citocromo P450 hepático, prejudicando a eliminação de drogas (clozapina, teo�ilina, cafeína) Varfarina (anticoagulante) Se o paciente faz uso de varfarina e iniciar antibioticoterapia com Bactrim ele pode estar sob maior risco de sangramento pois o ATB vai deslocar a varfarina da sua ligação com a albumina, fazendo com que sua [ ] ativa livre aumente. O uso concomitante com AINES, pode aumentar os efeitos das quinolonas no sistema nervoso central, deslocando o neurotransmissor GABA de seus receptores, o que pode diminuir o limiar convulsivo. Contraindicações •Menores de 18 anos (paciente em crescimento) •Pacientes com arritmias ou em uso de medicamentos antiarrítmicos •Evitar em gestantes (náuseas, cefaléia, tontura) Sulfonamidas •São prescritos como fármacos únicos •Bacteriostático (em associação tem efeito bactericida) •Derivados da sulfanilamida Usado como droga alternativa (em casos de alergias). Evitar usar elas como droga de escolha. *Pode ser usadas em pneumonias fúngicas Representantes ✓Sulfadiazina ✓Sulfametoxazol-Trimetoprim ✓Sulfasalazina ✓Mesalazina ✓Sulfadoxina Mec����mo �� �ção 5 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 O mecanismo de ação das sulfonamidas está relacionado com aprodução pelas bactérias de ácido tetrahidrofólico, o derivado ativo do folato. Os derivados do ácido fólico são cofatores enzimáticos fundamentais para a síntese do DNA, ou seja, essencial para a multiplicação celular). - O ácido fólico atua na síntese de purinas e pirimidinas As bactérias são capazes de produzir o ácido fólico e seus derivados. Os seres humanos não produzem ácido fólico, sua aquisição é exógena (alimentação). As sulfonamidas atuam sobre a primeira etapa da produção dos derivados do ácido fólico, por meio da competição com o ácido paminobenzóico (PABA) pela enzima di-hidropteroato sintetase, impedindo a formação do ácido di-hidropteroico. Dessa forma, estes medicamentos impedem a produção dos derivados do ácido fólico que são essenciais para a multiplicação celular, o que culmina no seu efeito bacteriostático, quando utilizados isoladamente, e bactericida, quando usados associados (Trimetoprim), devido ao aumento da potência terapêutica. As sulfonamidas são utilizadas em associação ao Trimetoprim. Esse fármaco atua na última etapa, que é a redução de ácido di-hidrofólico a ácido tetra-hidrofólico, por meio do bloqueio da enzima di-hidrofolato redutase. Como as células eucarióticas não produzem folatos, as sulfonamidas não exercem seu efeito sobre elas. Mecanismo de resistência *Bactérias que conseguem obter o folato do ambiente são naturalmente resistentes às sulfonamidas. Resistência adquirida - Transferência de plasmídeos , mutações aleatórias 1) Alteração da di-hidropteroato sintetase 2) Diminuição da permeabilidade celular às sulfonamidas 3) Maior produção do substrato natural, PABA Microrganismos resistentes a um membro dessa família de fármacos são resistentes a todos.) Espectro antibacteriano •Infecções do trato urinário (Enterobacteriaceae selecionada e Nocardia) •Toxoplasmose, antimalárico - Sulfadiazina + primetamina Far����ci�éti�� •Bem absorvida por VO, no intestino delgado (exceto a sulfassalazina) 6 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 - Só são administradas por via IV se não houver a possibilidade da ingesta oral - Via tópica deve ser evitada (risco de sensibilização) •Possuem boa penetração tecidual •Se espalha bem nos líquidos corporais (sinovial, pleural, peritoneal, pericárdico) - Ligação à albumina •Atravessa a BHE e barreira placentária - Pode chegar no SNC e circulação fetal •Metabolismo hepático •Excreção renal (ajuste de dose em pacientes com função renal reduzida) *Proscrito para lactantes (excretado no leite materno) Farmacodinâmica •Local de ação: interior das bactérias •Mecanismo de ação: competição com o PABA •Potência aumentada pela associação com Trimetoprim Efeitos adversos •Reações de hipersensibilidade (urticária, angioedema, síndrome de Stevens-Johnson) - Mais comum em sulfonamidas de longa duração •Cristalúria •Distúrbios hematológicos (pode ocorrer anemia hemolítica em pacientes com de�iciência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), leucopenia, plaquetopenia •Kernicterus (impregnação dos núcleos da base por Bb indireta) Ocorre em RN. - Isso ocorre porque as sulfonamidas têm alta a�inidade pela albumina e impedem a sua ligação à bilirrubina indireta (BI) - competição, dessa forma a BI livre entra no SNC - RN (BHE não está completamente desenvolvida) •Potencialização de fármacos (varfarina, metotrexato) Nefrotoxicidade As sulfonamidas possuem potencial nefrotóxico, devido ao risco de formação de cristais nos túbulos renais, que pode ter como consequência a insu�iciência renal pós-renal. - Mais comum entre as sulfas mais antigas *Prevenção: hidratação adequada e alcalinização da urina Contraindicação •Recém nascidos •Crianças menores de 2 meses •Gestantes no último mês de gestação •Lactantes •As sulfonamidas não devem ser administradas em pacientes sob tratamento com metenamina - Cristalização *Risco de Kernicterus Classi�icação Duração Fármaco Curta duração Sulfadiazina Duração intermediária Sulfametoxazol-Trime toprim Longa duração Sulfadoxina Interações medicamentosas •Potencialização da varfarina: competição pela albumina Trimetoprima •Inibidor da di-hidrofolato redutase bacteriana •Possui espectro semelhante ao das sulfonamidas •É entre 20 e 50% mais potente que as sulfonamidas •É associada a sulfametoxazol Mec����mo �� �ção A trimetoprima inibe a formação do ácido tetrahidrofólico, precursor da forma ativa do folato. Dessa forma, há uma diminuição na disponibilidade do cofator tetra-hidrofolato necessário para síntese de purina, pirimidina e aminoácidos. 7 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 Mecanismo de resistência 1. Presença de uma di-hidrofolato redutase alterada que tem menor a�inidade pela trimetoprima 2. Bombas de e�luxo 3. Diminuição da permeabilidade do fármaco Farmacocinética •Possui boa absorção oral •Distribui-se amplamente pelos líquidos corporais (incluindo o LCR) •Excreção renal Uso clínico •ITU aguda •Prostatite bacteriana *As �luoroquinolonas são preferíveis no tratamento. Efeitos adversos •Pode produzir efeitos da de�iciência de ácido fólico - Anemia megaloblástica, leucopenia, granulocitopenia *Esses distúrbios sanguíneos podem ser revertidos com a administração simultânea de ácido folínico, o qual não entra na bactéria. Cotrimoxazol •Associação de Sulfametoxazol + trimetoprima •Essa associação apresenta maior atividade antimicrobiana do que o uso de cada fármaco separadamente •Possuem atividade sinérgica •Bactericida Mec����mo �� �ção A atividade antimicrobiana sinérgica do cotrimoxazol resulta da inibição de duas etapas sequenciais na síntese do ácido tetra-hidrofólico. ✓Sulfametoxazol - inibe a incorporação do PABA nos precursores do ácido di-hidrofólico. ✓Trimetoprima previne a redução do di-hidrofolato a tetra-hidrofolato. Mecanismo de resistência A resistência à associação sulfametoxazol + trimetoprima é menos frequente do que a resistência a cada um dos fármacos usados isoladamente, pois isso exige que a bactéria adquira simultaneamente resistência aos dois fármacos. Farmacocinética •Administração oral - IV em casos de pacientes com pneumonia grave causada por PJ •Possui ampla distribuição pelo organismo - TMP se concentra bem nos �luidos prostático e vaginal •Atravessa a BHE 8 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 •Metabolização hepática parcial (uma parte da droga não é metabolizada e sai na urina inalterada) - Se o paciente possuir algum tipo de disfunção renal a droga pode se acumular nos rins e causar toxicidade •Eliminação renal •T ½ = 10-11 h Uso clínico •ITU •Infecções do trato respiratório •Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (PJ) •Toxoplasmose •Infecções sistêmicas por salmonella resistente à ampicilina e ao cloranfenicol •S. aureus resistente à meticilina (MRSA) Fármaco de escolha contra infecções causadas por espécies suscetíveis de Nocardia e Stenotrophomonas maltophilia. A E. coli e MRSA possuem resistência a cotrimoxazol. Efeitos adversos •Náuseas, febre e vômitos •Glossite, estomatites •Hipersensibilidade: urticária, rash, Stevens-Johnson •Hiperpotassemia •Anemia megaloblástica, leucopenia, trombocitopenia (podem ser fatais) - Para evitar/ reverter o quadro administra-se ácido folínico concomitante •Anemia hemolítica (paciente com de�iciência de G6PD) - Sulfametoxazol Interações medicamentosas •Potencialização da varfarina: competição pela albumina SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA (Bactrim) ✓Compr. 400+80 mg/ Susp.: 200+40 mg/5 9 Farmacologia丨 Mariana Oliveira丨P5 mL ✓Compr. F: 800+160 mg/ Susp. F: 400+80 mg/5 mL ✓Amp. (5mL): 400+80 mg Contraindicação •Crianças menores de 2 meses •Gestação a termo
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