Buscar

Antimicrobianos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
–
Princípios gerais dos antimicrobianos 
1. O que são antimicrobianos? 
ANTIMICROBIANO: “substâncias naturais ou sintéticas 
capazes de destruir ou inibir o crescimento microbiano 
(bactérias, fungos, vírus, parasitas)”. 
→ Antibióticos: antimicrobianos produzidos por 
microrganismo (bactérias, fungos, actinomicetos) – 
termo amplo, não é só para bactérias. Ex.: 
penicilina. 
→ Quimioterápicos: antimicrobianos sintetizados em 
laboratório. Ex.: sulfas, quinolonas. 
Toxicidade seletiva: capacidade de lesar o 
microrganismo sem ser tóxica para o hospedeiro. 
Índice terapêutico: dose máxima tolerada pelo 
paciente/ dose terapêutica mínima 
2. Qual a diferença de um medicamento 
bacteriostático e um bactericida? 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
1) Por microrganismos suscetíveis: antibacteriano, 
antifúngico, antivirais, antiparasitários, etc. 
2) Por origem do antimicrobiano: antibióticos ou 
quimioterápicos 
3) Por efeito nos microrganismos: 
BACTERIOSTÁTICO: inibe o crescimento das bactérias. 
Geralmente inibe síntese proteica ou de membrana. 
Não mata as bactérias já existentes – limita a 
inflamação. 
BACTERICIDA: lise das bactérias. Geralmente por 
inibição da replicação do DNA. Mata as bactérias. 
Alguns medicamentos podem ter ambas ações para 
diferentes microrganismos. 
 
Classificado com testes padronizados de crescimento 
bacteriano → Existem diferentes tipos de acordo com a 
NCCLS (National Committe for Clinical Laboratory 
Standards) 
 
Características desejáveis de um antimicrobiano 
• Ser ativo frente ao patógeno in vivo. 
• Não deve produzir reações indesejáveis, ou seja, 
deve ser relativamente atóxico para fagócitos, 
células, tecidos e órgãos do corpo. 
• Não deve hemolisar o sangue: destruir as células 
sanguíneas. 
• Não deve precipitar as proteínas plasmáticas. 
• Deve ser solúvel em água ou soro fisiológico. 
• Ser relativamente estável 
3. Como a ligação as proteínas plasmáticas podem 
interferir no efeito de um antimicrobiano? 
2 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Interfere na absorção e consequentemente no efeito. 
Apenas a fração livre do fármaco tem efeito antibiótico. 
Dois fármacos com muita afinidade competem, sendo 
que o fármaco com menor afinidade fica muito mais 
livre e por isso tem um efeito maior. 
A parte ligada a proteínas chama FRAÇÃO DE RESERVA 
OU INERTE (não atravessam o endotélio vascular) e não 
chegam ao local de ação – perde efeito. 
✓ Mais fármaco livre → maior efeito 
✓ Mais afinidade com proteínas → menor efeito 
4. O que o tempo de meia-vida de um antimicrobiano 
expressa (ou representa) em termos farmacocinéticos e 
o que isso determina na prática clínica? 
TEMPO DE MEIA-VIDA: é o tempo decorrido necessário 
para que seja reduzida à metade a concentração do 
fármaco. 
- Depende da taxa de metabolismo e de excreção. 
- Determina a dosagem, administração e intervalo entre 
as doses do medicamento 
- A próxima dose deve ser administrada antes que a CIM 
seja atingida 
5. O que é e para que serve a Concentração Inibitória 
Mínima (CIM) de um antimicrobiano? Qual a 
concentração inibitória desejável de ser alcançada no 
local infeccioso por um antimicrobiano? 
CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM): menor 
concentração da droga capaz de inibir o crescimento 
bacteriano – bacteriostático. 
Ou concentração bactericida mínima: menor 
concentração da droga que inibe pelo menos 99,9% do 
inóculo bacteriano – medicamento bactericida. 
Abaixo disso, não há efeito terapêutico, por isso é 
importante manter o intervalo correto entre as doses. 
✓ Fármaco com CIM MENOR → mais potente 
 
Efeito pós antimicrobiano: reflete a manutenção da 
supressão de crescimento bacteriano mesmo quando 
as concentrações séricas do fármaco já são inferiores à 
CIM 
6. O que são antimicrobianos concentração-
dependente (dose-dependente) e tempo-
dependente? Como isso reflete na administração de 
um medicamento? 
Tempo-dependentes: ação regida pelo tempo de 
exposição das bactérias às suas concentrações séricas 
e teciduais. 
Independem dos níveis séricos que atingem, mas 
dependem do tempo que permanecem acima da CIM 
para esse microrganismo. 
Importa a quantidade de vezes que é administrado 
(fracionar doses) 
Ex.: vancomicina e beta-lactâmicos. 
Concentração ou dose-dependentes: exibem 
propriedades de destruição de bactérias em função da 
concentração. 
O melhor parâmetro indicador é o pico de 
concentração da droga (pode ser administrado uma 
vez por dia). Se atingir o pico vai continuar tendo efeito 
por um longo período de tempo. 
Quanto maior a concentração da droga, mais rápida a 
erradicação do patógeno. 
7. Explique para que serve a parede celular e quais as 
principais diferenças na parede das bactérias gram+ e 
gram-? 
Gram positiva (+): só tem uma membrana com uma 
espessa camada externa de peptidoglicanos – retém 
corante 
Gram negativa (-): possui duas membranas plasmáticas 
Parece celular: mantém a forma e previne ruptura por 
pressão da água (bactéria é hiperosmótica) 
 
8. O que significa um antimicrobiano ser de pequeno 
espectro, de espectro ampliado ou de amplo espectro? 
ESPECTRO DE AÇÃO → diversidade de microrganismo 
que os antimicrobianos inibem 
3 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Pequeno espectro: atuam sobre um tipo de 
microrganismo (GRAM +). Ex.: Isoniazida 
Espectro ampliado: atuam sobre GRAM + e número 
significativo de GRAM -. Ex.: Ampicilina 
Amplo espectro: atuam em ampla variedade (GRAM 
+/-, álcool-ácido resistentes, bactérias atípicas). Ex.: 
tetraciclinas 
→ Priorizar medicamentos com menor espectro possível. 
9. Observando uma célula bacteriana: 
(a) Indique quais os possíveis alvos para ação dos 
medicamentos antibacterianos (leve em consideração 
o metabolismo bacteriano e sua estrutura)? 
→ Inibição da síntese da parede celular (cefalosporinas, 
penicilinas, vancomicina): desestabiliza a bactéria, 
pode fazer com que as bactérias “explodam” devido a 
entrada de água. 
→ Alteração da permeabilidade da membrana celular 
ou do transporte ativo através da membrana celular 
(anfotericina B, polimixinas): desestabiliza o potencial 
eletroquímico e metabolismo decorrente da membrana 
celular da bactéria, fazendo com que a bactéria 
acabe morrendo. 
→ Inibição da síntese de proteínas (aminoglicosídeos, 
tetraciclinas, Macrolídeos), provavelmente pro se ligar a 
sítios específicos nos ribossomos bacterianos. 
→ Inibição da síntese e replicação de ácidos nucleicos 
(quinolonas, rifampicina). 
→ Modificação do metabolismo de energia 
(sulfonamidas, trimetoprima). 
Importante o fármaco ter alvos diferentes dos que 
existem nas células humanas. 
 
10. Em relação a resistência bacteriana: 
(a) Conceitue resistência bacteriana e explique 
sucintamente como ela pode se desenvolver e ser 
transferida (parte genética). 
RESISTÊNCIA BACTERIANA 
Resistência bacteriana ocorre porque concentrações 
subletais de um antimicrobiano exercem pressão 
seletiva sobre a população de bactérias, sem erradica-
las. Assim, cepas mutantes possuem certo grau de 
resistência à droga são favorecidas e tendem a 
dominar a população. 
A maior concentração do fármaco não tem ação 
danosa sobre a bactéria. 
Pode ser devido a mutação ou seleção natural 
(diferença de sensibilidade – mais comum). 
- Genes: adquiridos por mutações do DNA ou por 
aquisição de novo DNA 
- Plasmídeos: 
▪ Conjugação: transferência de genes de resistência, 
principalmente pelos plasmídeos, através do pili 
sexual – mais comum 
▪ Transdução: transferência do material genético 
através do bacteriófago. 
▪ Transformação: desestabilização da membrana da 
bactéria que vai acabar incorporando o material 
genético de outra bactéria que já estava morta 
- Transposons: genes de resistência que estão no 
plasmídeo podem ser transferidos para o DNA 
cromossômico,e vice-versa, através dos transposons. 
(b) Exemplifique os mecanismos de resistência 
bacteriana (no mínimo 4). 
- Destruição/inativação do antibiótico: enzima muda 
aminoglicosídeo e beta-lactamases. 
- Acesso reduzido ao patógeno: mutações/perda de 
porinas que diminui permeabilidade. 
- Expulsão do fármaco: bombas de efluxo. 
- Redução da afinidade do fármaco pela estrutura 
(receptores) alterada do alvo: altera proteína-alvo 
Controle: 
→ Prevenção de mutantes: doses adequadas e 
terapia combinada 
→ Prevenção da disseminação de mutantes: ↓ 
emprego 
→ Eliminação de cepas resistentes durante o 
tratamento (ex.: penicilinas resistentes à beta-
lactamases 
→ Teste de sensibilidade ao antimicrobiano ou 
Antibiograma 
(c) Explique quais fatores podem contribuir para o 
desenvolvimento da resistência bacteriana em relação 
à clínica, a pecuária, a agricultura e abastecimento 
hídrico? 
Clínica → exposição repetida a antimicrobianos em 
concentrações abaixo da CIM (letal), uso por tempo 
menor que o indicado ou intervalos inadequados entre 
doses, exercendo uma pressão de seleção de bactérias 
resistentes (mais fortes). Utilização de antibiótico de 
amplo espectro em um caso que não era necessário. 
Pecuária → muitas bactérias de animais já possuem 
resistência a medicamento e ao consumir a carne ou 
4 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
derivado desses animais, eles transferem essa resistência 
bacteriana. 
Água → descarte incorreto de medicamentos pode se 
acumular na água e se houver um problema na 
filtragem dessa água, as pessoas podem consumir esses 
medicamentos de forma desnecessária induzindo 
resistência nas bactérias. 
❖ DOIS TIPOS DE RESISTÊNCIA 
A – Se aumentar a dose, o medicamento ainda pode 
ter efeito 
B – Resistência irreversível, mesmo que aumente a dose 
o medicamento não tem efeito terapêutico 
 
COMBINAÇÕES ANTIMICROBIANAS 
Razões para o uso de combinações antimicrobianas: 
✓ Tratar uma infecção que traz risco de vida. 
✓ Tratar uma infecção polimicrobiana. 
✓ Terapia empírica quando nenhum agente é ativo 
contra patógenos em potencial. 
✓ Atingir sinergismo. 
✓ Prevenir a emergência de resistência bacteriana. 
✓ Permitir o uso de baixas doses de um dos agentes 
antimicrobianos. 
 
Espectro de ação dos antimicrobianos 
 
5 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Sulfonamidas, antissépticos e quinolonas 
CASO CLÍNICO 
Andreia, 16 anos, sexo feminino, acompanhada pelo 
pai, deu entrada no ambulatório para consulta médica. 
Refere disúria, polaciúria e urgência urinária, que 
interfere no padrão de sono. Nega dor lombar, 
comorbidades e tratamento medicamentoso. Você a 
diagnostica com cistite bacteriana e inicia tratamento 
empírico com Sulfametoxazol e Trimetoprima, 800/160 
mg, 12/12h por três dias. 
História 
• Relata hábito de retardar a micção quando está 
ocupada 
• Estima ingestão hídrica inferior a 800 ml/dia 
Exame físico 
• Abdominal: plano, flácido, mas doloroso na região 
supra púbica 
• Ruídos hidroaéreos (RHA) presentes 
• PA = 110 x 70mmHg 
• FC = 102 bpm 
• FR = 20 ipm 
• T = 36,8 ºC 
• Demonstra irritabilidade e inquietação 
A paciente retorna ao consultório após 5 dias, relatando 
os mesmos sintomas descritos anteriormente, e o exame 
de urinálise mostrou leucocitúria e nitrito positivo e a 
urocultura revelou infecção bacteriana por Escherichia 
coli. A ultrassonografia das vias urinárias não mostrou 
alterações. Desta vez você decide trata-la com 
Nitrofurantoína, 100 mg, 12/12h por 5 dias. 
✓ Disúria: dor ou ardência ao urinar 
✓ Polaciúria: frequência aumentada com volume 
reduzido 
✓ Leucocitúria: leucócitos na urina – indicam 
inflamação 
- Empírico: tratamento sem ter certeza qual é o 
patógeno causador 
1. O que é uma infecção urinária baixa e/ou alta? 
❖ INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) 
ITU ALTA: parênquima renal (rins e ureteres) – pielonefrite 
aguda ou crônica. 
Sintomas: febre alta associada a calafrios, sinal de 
Giordano positivo (dor à punho percussão na região 
lombar) e leucocitose com desvio à esquerda. Se a 
paciente não for tratada corretamente ela poderá 
evoluir para sepse e óbito. 
ITU BAIXA: bexiga – cistite ou uretra – uretrite em ambos 
os sexos. 
Sintomas: disúria (desconforto à micção) e polaciúria 
(aumento da frequência miccional), binômio típico da 
cistite, de curso autolimitado 
ITU não-complicada: mulher não-gravida do trato 
urinário baixo 
 2. Quais as principais bactérias que causam infecção 
urinária baixa? Por que? 
Em mais de 80% dos casos, é causada pela bactéria 
Escherichia coli, presente no intestino e na pele do trato 
urogenital → produz componentes adesivos para se 
ligar ao urotélio, possui fimbrias 
O Staphylococcus saprophyticus é o responsável por 10 
% das cistites em mulheres jovens, particularmente nas 
sexualmente ativas. 
Outros agentes assumem maior importância em 
situações específicas, tais como as infecções 
recorrentes por anormalidades anátomo-funcionais e 
infecções hospitalares → Klebisiella spp., Proteus spp., 
Pseudomonas spp., Enterobacter spp., estafilococos e 
enterococos. 
Principalmente: Escherichia coli, Enterococcus faecalis, 
Klebisiella, Proteus mirabilis (meninos até 2 anos) e 
Streptococcus saprophyticus (mulheres sexualmente 
ativas) 
Sulfonamidas 
3. Qual o mecanismo de ação do Sulfametoxazol? 
- Primeiros agentes utilizados na profilaxia e cura de 
infecções bacterianas (década de 30). 
- Melhor classificadas como antimetabólitos, que são os 
fármacos que antagonizam um metabólito essencial ao 
organismo vivo. 
➢ SULFAMETOXAZOL 
- Redução do uso após advento das penicilinas. Volta 
da utilização em associação com a trimetoprima 
(década de 70). 
- Bacteriostático (se torna bactericida se associado a 
trimetoprima) 
- Grande espectro (gram + e gram -) 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
→ inibidores da síntese do folato 
- Inibição competitiva da dihidropteroato sintase → 
responsável pela incorporação do ácido para-
aminobenzoico (PABA) ao ácido diidropteroico, o 
precursor imediato do ácido fólico 
- Ácido fólico é importante para produção e 
manutenção dos ácidos nucleicos → bacteriostático 
- Atinge bactérias que normalmente sintetizam o próprio 
ácido fólico; 
6 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Bactérias capazes de utilizar o folato pré-formado não 
são afetadas. 
4. Qual o objetivo de administrar Trimetoprima junto com 
a Sulfonamida? 
➢ TRIMETOPRIMA E SULFAMETOXAZOL 
- Sinergismo: quando dois fármacos atuam em etapas 
sequenciais de determinada reação enzimática 
essencial às bactérias 
- Efeito maior que o aditivo, soma dos efeitos dos dois 
medicamentos isolados → bloqueio sequencial da via 
- A combinação é conhecida como Cotrimoxazol 
- Trimetoprina é um inibidor do dihidrofolato redutase → 
20 a 100x mais potente 
- Ações sobre duas etapas da via enzimática da síntese 
do ácido tetraidrofólico → sulfonamida inibe a 
incorporação do PABA ao ácido fólico e trimetoprima 
impede a redução do diidrofolato a tetraidrofolato 
 
- Também possuímos essa enzima, porque usamos pré-
folato da dieta para produzir ácido fólico 
→ Conhecido como bactrim 
5. Quais são as indicações terapêuticas destes 
medicamentos (Sulfametoxazol e Trimetoprima)? 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
SULFAMETOXAZOL 
✓ Streptococcus pyogenes (resistência) 
✓ Streptococcus pneumoniae 
✓ Haemophilus influenzae 
✓ Haemophilus ducreyi (cancro mole) 
✓ Nocardia 
✓ Actinomyces 
✓ Calymmatobacterium granulomatis 
✓ Chlamydia Trachomatis 
✓ Escherichia coli (resistência) 
✓ Neisseria meningitidis (resistência) 
✓ Shigella (resistência) 
Infecções do trato urinário (ITU) não empírica, 
nocardiose, Toxoplasmose e uso profilático – infecções 
estreptocócicas e febre reumática 
TRIMETOPRIMA 
✓ Chlamydia diphteriae 
✓ Neisseria meningitidis 
✓ Streptococcus pneumoniae (resistência) 
✓Staphylococcus epidermidis 
✓ Staphylococcus aureus 
✓ Streptococcus pyogenes (resistência) 
✓ Escherichia coli (resistência) 
✓ Proteus mirabilis 
✓ Proteus morganii 
✓ Proteus rettgeri 
✓ Enterobacter 
✓ Salmonella 
✓ Shigella 
✓ Pseudomonas pseudomallei 
✓ Serratia 
✓ Nocardia asteroides 
✓ Klebsiella 
✓ Brucella abortus 
✓ Pasteurella haemolytica 
✓ Yersinia pseudotuberculosis 
✓ Yersinia enterocolítica 
USO COMBINADO 
Infecções das vias urinárias: infecções crônicas e 
recorrentes das vias urinárias. Prostatite bacteriana 
(concentrações terapêuticas nas secreções 
prostáticas). 
Infecções do trato respiratório: agudização da 
bronquite crônica H. influenzae e Streptococcus 
pneumoniae. Otite média em crianças e sinusite maxilar 
aguda em adultos. Não deve ser usada na faringite 
estreptocócica (não erradica o microrganismo - 
resistência). 
Infecções por Staphylococcus aureus: bactéria gram + 
multirresistente 
Infecções gastrintestinais: alternativa no tratamento da 
shigelose - muitas cepas são resistentes à ampicilina. 
Fármaco de 2ª linha para febre tifoide (Salmonella typhi 
– diarreia, febre alta, tosse seca, etc). Cepas sensíveis de 
Salmonella. Tratamento de diarreia aguda por cepas 
sensíveis de E. coli enteropatogênica (EPEC). 
Infecção por Pneumocystis carinii ou P jaroveci: fungo 
que causa infecção pulmonar nos pacientes com AIDS. 
Profilaxia em pacientes neutropênicos: neutropenia é o 
nível muito baixo dos neutrófilos 
Outras infecções: tratamento de infecções por 
Nocardia (infecção pulmonar ou de pele), brucelose 
(infecção sistêmica): sulfametoxazol + trimetoprima + 
doxiciclina/estreptomicina/gentamicina (bactéria 
Brucella – zoonose). 
6. Qual o provável motivo pelo qual não houve eficácia 
antimicrobiana com o uso destes medicamentos? 
• Resistência bacteriana 
- A resistência a cominação é um problema que se 
espalha rapidamente, embora seja menor que a 
observada com cada um dos agentes isoladamente. 
- Deve-se a aquisição de um plasmídeo que codifica 
uma diidrofolato redutase alterada ou por aumento na 
quantidade do PABA (competitivo). 
7. Qual o cenário brasileiro em relação a resistência da 
E. coli às sulfonamidas? Neste contexto, estas podem ser 
usadas como tratamento empírico da cistite 
bacteriana? Por que? 
- Possuem alta resistência → ocorre em quase 30% das 
cepas de E. coli isoladas da urina 
- Não deve ser usado em tratamento empírico, somente 
quando se sabe que a cepa não é resistente 
7 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
8. Quais as principais RAM (mais comuns) destes 
medicamentos? 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Distúrbios do trato urinário: prejuízo as vias urinárias 
devido ao risco de cristalúria em urina mais ácida. 
Distúrbios do sistema hematopoiético: 
Anemia hemolítica aguda – hemólise está relacionada 
com uma deficiência na atividade da glicose-6-fosfato-
desidrogenase dos eritrócitos. 
Agranulocitose (0,1%) – maioria dos pacientes 
consegue recuperar espontaneamente após semanas 
ou meses. 
Anemia aplásica – supressão completa da medula 
óssea por efeito mielotóxico direto (rara) ou supressão 
reversível da medula óssea (comum princip. pacientes 
HIV ou que fazem uso de quimioterapia). 
- Tratamento crônico (longo) é acompanhado com 
hemograma 
Reações de hipersensibilidade: manifestação cutâneo 
mucosa (erupções são comuns 2%) + febre (3%), mal 
estar e prurido. Náuseas, vômitos e anorexia (1-2%). 
Hepatite (< 0,01%). 
SNC: cefaleia, tontura, depressão e alucinações – 
comum em crianças e idosos. 
9. Quais os riscos da administração das sulfonamidas na 
gestação e porque as mesmas são contraindicadas 
para indivíduos com deficiência de Glicose-6-Fosfato 
Desidrogenase (G6PD)? 
❖ CONTRAINDICAÇÕES 
Gravidez: (especialmente 1º trimestre – risco C). 
Risco de más-formações, inibe a síntese do ácido fólicos 
nas bactérias, então pode acabar interferindo também 
na nossa conversão de ácido fólico e causar discrasias 
sanguíneas. Estes fármacos atravessam a placenta e 
são secretados no leite. 
→ Em caso de toxoplasmose gestacional, deve ser 
comparado risco com benefícios – usado no 2º e 3º 
trimestre 
Recém-nascidos: Menores de 1 mês de idade – doença 
relacionada com a falta de conjugação da bilirrubina 
no recém-nascido. 
A bilirrubina tem que ser conjugada com a albumina, e 
as sulfonamidas competem pela ligação com a 
albumina, deixando muito mais bilirrubina livre do que o 
normal. Essa bilirrubina livre atravessa a barreira 
hematoencefálica e causa lesões no SNC 
(encefalopatia conhecida como Kernicterus ou 
icterícia nuclear) 
 
Pacientes com deficiência de glicose 6 fosfato 
desidrogenase: na via das pentoses enzima que 
converte NADP em NADPH que protege as células do 
estresse oxidativo, antioxidante das hemácias – risco de 
anemia hemolítica. Gene no cromossomo X, mais 
comum em homens. Aparece no teste do pezinho 
ampliado – não disponível pelo SUS. 
10. O metabolismo das Sulfonamidas pelo fígado faz 
com que estes medicamentos percam sua atividade 
biológica? E os seus efeitos tóxicos? Qual a principal via 
de excreção destes medicamentos? De acordo com 
estas informações, que tipo de paciente você deve ter 
maior cuidado? 
• Metabolismo no fígado 
- Principal derivado metabólico é a sulfonamida N4-
acetilada. 
- A acetilação, que ocorre em diferentes graus de 
acordo com o fármaco, não é vantajosa porque os 
produtos resultantes não possuem atividade 
antibacteriana, mas continuam retendo o potencial 
tóxico da substância original. 
• Excreção 
- São eliminadas do organismo em parte na forma 
inalterada e, em parte, como produtos metabólicos. 
- A maior parte é excretada na urina 
- Na urina ácida, as sulfonamidas mais antigas são 
insolúveis e podem precipitar, formando depósitos 
cristalinos (cristalúria) que podem causar obstrução 
urinária. 
- Quantidades pequenas são eliminadas nas fezes, na 
bile, no leite e em outras secreções. 
- Cuidado com pacientes que possuem insuficiência 
renal 
 
Antissépticos 
11. Qual o mecanismo de ação da nitrofurantoína? 
➢ NITROFURANTOÍNA 
- 1ª escolha para itu 
- Bacteriostático e bactericida (em altas doses) 
- Espectro de ação: atinge E. coli e enterococos 
8 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Bactérias resistentes: Proteus, Klebisiella, pseudomonas, 
algumas enterobactérias. 
- ADME: bem absorvida com baixa biodisponibilidade 
(rapidamente excretada). Excreção principalmente 
renal. 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Sofre redução enzimática pelas bactérias, formando 
compostos reativos que causam danos ao DNA. 
- Maior atividade em urina ácida 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
• Náusea/vômito/diarreia – mais comuns 
• Urina castanha 
• Hipersensibilidade 
• Cefaleia, mialgia, vertigem, sonolência e nistagmo 
(mov. Involuntário olhos) – reversíveis 
• Neuropatia 
• Fibrose pulmonar intersticial – uso prolongado 
❖ CONTRAINDICAÇÕES 
• Recém-nascidos e pacientes com deficiência 
G6PD (pode causar anemia hemolítica) 
• Gestantes (principalmente no 1º trimestre – risco B) 
• Pacientes com insuficiência renal. 
Caso a urocultura revelasse Proteus mirabilis, você 
poderia ter tratado a paciente com nitrofurantoína? Por 
que? E com a fosfomicina? 
Não poderia ser usado nitrofurantoína, porque a 
bactéria possui resistência a esse fármaco. 
Poderia ser usado fosfomicina. 
12. Qual o mecanismo de ação da fosfomicina 
trometamol? 
➢ FOSFOMICINA TROMETAMOL 
- 1ª escolha pra itu em grávidas 
- Espectro de ação: atua contra gram+ e gram- 
- Atua contra E. coli, Estafilo, Estrepto, Proteus, Klebsiella, 
Enterobacter e Pseudomonas 
- ADME: bem absorvida por via oral e com ótima 
biodisponibilidade. Eliminada inalterada principalmente 
pela urina e fezes. 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Inibição da enzima MurA (primeira etapa da síntese de 
peptidoglicanos da parede celular) - bactericida 
- Reduz adesividadedo patógeno nas células do trato 
urinário 
- Maior atividade em urina ácida 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
• Comuns – diarreia (C. dificille), náusea, dispepsia, 
cefaleia, tontura e vulvovaginite. 
• Hipersensibilidade. 
 
 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Infecções bacterianas não complicadas das vias 
urinárias baixas: cistite, uretrite, bacteriúria 
assintomática na gravidez, ITU pós-operatória (profilaxia 
também). 
 
Quinolonas 
13. Como as quinolonas são consideradas fármacos de 
quarta linha para o tratamento de ITUs, responda as 
questões a seguir: 
- Terminadas em ... XACINO 
- São bactericidas. 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
1° Geração (1960): Ácido nalidíxico – resistência 
2° Geração (1970/80): 
▪ Norfloxacina: Floxacin 
▪ Ciprofloxacina: Cipro, Procin 
▪ Lomefloxacina: Maxaquin (RETIRADO NOS EUA – 
fototoxicidade, prolongamento QT) 
▪ Ofloxacina: Floxtat, Floxan. 
3° Geração (1990): 
▪ Levofloxacina: Tavanic; 
▪ Moxifloxacino Avalox; 
▪ Sparafloxacino (RETIRADO, fototoxicidade, 
prolongamento QT); 
▪ Gatifloxacino (Tequin - RETIRADA hipoglicemia); 
▪ Trovafloxacina (RETIRADO, hepatotoxicidade). 
4° Geração (2006): 
▪ Gemifloxacino: Factive (Descontinuado pela Aché 
devido a RAM: Rash cutâneo) 
a) Explique o mecanismo de ação e cite as indicações 
terapêuticas desta classe. 
➢ CIPROFLOXACINO E NORFLOXACINO 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
→ Inibidores da função do DNA 
→ Bactericidas 
- Inibição da enzima Topoisomerase IV nas gram (+), 
como S. aureus → auxilia na separação das cromátides 
irmãs. 
- Inibição da enzima DNA-girase (ou topoisomerase II) 
nas gram (-), como E. coli → relaxa o DNA 
superespiralado, permitindo a transcrição e replicação. 
- Células eucarióticas não contêm DNA-girase igual aos 
procariotos. 
- Inibem a topoisomerase II humana em concentrações 
muito maiores que as capazes de inibir esta enzima nas 
bactérias. 
 
9 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
❖ ADME 
- São absorvidas por VO. 
- Maiores concentrações na urina, rins, próstatas, 
pulmões, fezes, bile, macrófagos e leucócitos 
- Tempo dependente e concentração dependente 
Espectro de ação: gram+ e gram- 
 
❖ USOS TERAPÊUTICOS 
Infecções do trato urinário: Ciprofloxacino (restrição de 
uso – apenas casos de pielonefrite). 
Prostatite bacteriana: norfloxacino, ciprofloxazino e 
ofloxacina 
Infecções sexualmente transmissíveis: ofloxacino e 
ciprofloxacino são eficazes no tratamento contra N. 
gonorrhoeae. 
Infecções gastrintestinais e abdominais: diarreia do 
viajante (frequentemente causada por E. coli 
enterotoxigênica); Shigelose - Norfloxacino, 
Ciprofloxacino e Ofloxacino; Salmonella Typhi – febre 
entérica ou tifóide – Ciprofloxacino e Ofloxacino 
Infecções do trato respiratório: Pneumonias por gram-
negativos. 
Infecções dos ossos, articulações e tecidos moles: 
Osteomielite crônica (Staphylococus aureos, 
Pseudomonas aeruginosa, Serratia marcescens) 
Outras infecções: tuberculose resistente; profilaxia do 
antraz - Ciprofloxacino e tratamento – levofloxacino; 
tratamento tularemia – Ciprofloxacino; peste – Yersinia 
pestis; tratamento das micobacterioses (ex: 
Micobacterium avium, atípicas). 
b) Quais as principais RAM (mais comuns) desta classe? 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Principal: Artrite reacional, Artropatia, tendinite e/ou 
ruptura tendão em pacientes sensíveis 
• TGI: náuseas brandas, vômitos e/ou desconforto 
abdominal 
• Ciprofloxacino é a causa mais comum de colite 
causada por C. difficile 
• Gatifioxacino foi associado à hipoglicemia e à 
hiperglicemia em pacientes idosos 
• SNC: cefaleia branda e tontura, raramente 
alucinações, delírio e convulsões 
• Artralgia reversível (2%) 
• Prolongamento onda QT 
• Erupções cutâneas 
• Fotosensibilidade 
c) Esses medicamentos podem ser utilizados durante a 
gestação? E para tratamento pediátrico? 
❖ CONTRAINDICAÇÕES 
Crianças (efeitos nos dentes e cartilagens), grávidas 
(risco C) e juntos com corticoides crônicos por via oral. 
*Usadas para casos de infecções mais graves – não usar 
em ITU baixa 
14. Compare a escolha terapêutica (1º escolha) para 
tratamento empírico da cistite bacteriana em crianças, 
adultos e gestantes, justificando. 
 
 
 
 
 
→ Crianças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Antibióticos beta-lactâmicos 
Inibidores da síntese de parede celular 
CASO CLÍNICO 01 
FARINGOAMIGDALITE BACTERIANA 
Mariana, 13 anos, foi levada para atendimento médico 
apresentando febre (38,5 ºC), odinofagia, prostração, 
calafrios, cefaleia, vômitos e dor abdominal. O exame 
físico evidenciou aumento das tonsilas palatinas, 
exsudato purulento e petéquias em palato mole. 
Também foi possível observar linfonodomegalia cervical 
dolorosa, porém com ausência de coriza. Suspeitando 
de faringoamigdalite bacteriana, o médico solicitou 
que a paciente realizasse o teste rápido para 
Streptococcus pyogenes beta-hemolítico do grupo A 
(SGA), e que retornasse ao consultório para a 
orientação do tratamento. O resultado foi positivo e o 
médico receitou Amoxicilina por 10 dias. A paciente 
retornou ao consultório médico após 12 dias com os 
mesmos sintomas e o médico decide prescrever 
Amoxicilina + Clavulanato por 10 dias. 
 
1. Quais as características do Streptococcus pyogenes 
beta-hemolítico do grupo A? (coloração de gram, 
aeróbia ou anaeróbia, habitat). 
Bactéria gram-positiva com morfologia de coco. 
São anaeróbios facultativos e catalase-negativos 
(enzima que converte o peróxido de hidrogênio em 
oxigênio e água). 
Em cultura de sangue, causam beta-hemólise (lise 
completa das hemácias que rodeiam a colônia). 
Presente na orofaringe e nas tonsilas palatinas. 
2. Sobre a infecção por SGA responda: 
(a) Esta infecção pode causar complicações que 
justifiquem o tratamento com antibacterianos? 
Supurativas: abcessos 
Não-supurativas: complicações de resposta imune → 
doença autoimune, como febre reumática e 
glomerulonefrite 
(b) Explique por que pode ocorrer glomerulonefrite e 
febre reumática após infecção pelo S. pyogenes do 
grupo A, e quais destas complicações podem ser 
evitadas pelo tratamento farmacológico? 
Febre reumática: é uma doença autoimune que pode 
acontecer como consequência de infecção 
por Streptococcus pyogenes. 
Isso porque nessa situação os anticorpos produzidos 
contra a bactéria (antígeno proteína M – parecida com 
proteínas do nosso corpo) conseguem atingir outros 
órgãos e causar inflamação em vários tecidos do corpo. 
Evitado com uso de antibiótico por 10 dias na intenção 
de erradicar a bactéria. 
Glomerulonefrite: inflamação nos glomérulos que pode 
provocar insuficiência renal. 
Danos causados pelo complexo antígeno-anticorpo → 
antígenos parecidos com a estrutura glomerular, 
causando ligação do anticorpo e desencadeando 
resposta imune. 
3. Explique sucintamente como é o teste rápido e a 
cultura para o SBA (compare o tempo e a 
sensibilidade/especificidade para cada tipo de teste). 
É um teste imunocromatográfico → cor indicado 
presença ou ausência de bactéria. 
Demora no máximo 30 min para sair o resultado. 
Sensibilidade: capacidade de detectar a maior 
quantidade de pessoas infectadas, mínimo de falso-
negativo 
Especificidade: capacidade do teste dar negativo na 
ausência de doença, mínimo de falso-positivo. 
Leva em consideração o número de casos da região. 
Em comparação com a cultura: é mais rápido e de 
baixo custo, mas cultura é “padrão-ouro” 
Penicilinas 
4. Qual a classe farmacológica e o mecanismo de ação 
da amoxicilina? 
- Obtidas de culturas dos fungos Penicillium notatum e 
Penicillium chrysogenum. 
 - Espectro de ação (Gram+ principalmente e Gram-). 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Pneumonias, otites e sinusites, faringoamigdalites, 
meningites, infecções do aparelho reprodutor 
(gonorreia e sífilis), endocardites, profilaxias (ex.: febre 
reumática e endocardite)❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Inibidores enzimáticos → bactericidas 
- Inibe a enzima que participa da síntese de 
peptideoglicano, impede a síntese da parede celular. 
- Faz a inibição das transpeptidases (PLP – proteína de 
ligação de penicilina) → responsáveis pela síntese do 
11 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
peptideoglicano através da ligação cruzada entre os 
peptídeos da cadeia lateral de aminoácidos. 
5. Explique o(s) provável(is) motivo(s) pelo qual o 
tratamento inicial com amoxicilina não surtiu efeito na 
paciente? Qual o objetivo de se associar o ácido 
clavulânico no tratamento de retorno? Qual o seu 
mecanismo de ação? 
Enzimas β-lactamases são capazes de clivar o anel 
beta-lactâmico → perda da atividade do fármaco 
Streptococcus não produz, mas outras bactérias podem 
produzir e inativar o fármaco → Moraxella catarralis e 
Haemophillus influenzae. 
INIBIDORES DA Β LACTAMASE 
- São capazes de inativar as β-lactamases e, desse 
modo, impedir a destruição dos antibióticos β-
lactâmicos que são substratos destas enzimas. 
- Os inibidores da B-lactamase são mais ativos contra β 
-lactamases codificadas por plasmídeos. 
- Possuem estrutura semelhante ao anel beta-lactâmico 
para se ligar irreversivelmente a enzima 
- Nomes genéricos: clavulanato, sulbactam e 
tazobactam. 
6. Quais os principais efeitos adversos desta classe de 
medicamentos? 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Reações de hipersensibilidade: reações alérgicas como 
eructações cutâneas até choque anafilático (edema 
de glote, hipotensão, broncoespasmo) 
Náusea, dor de estômago e diarreia 
Toxicidade: 
• Hematológica: efeitos tóxicos incluem depressão 
da medula óssea, granulocitopenia – 
principalmente pela oxacilina e anemia hemolítica. 
• Renal: hepatite 
• Neuro 
*Quando o anel beta-lactâmico se abre ele se liga a 
proteínas próprias e fazem apresentação de antígenos 
proteicos via MHC de classe II para linfócitos T CD4+ 
provocando uma resposta imunológica → ativa Th2 → 
produz IgE → resposta alérgica → APTENO 
* Pode haver reação cruzada, alergia a cefalosporinas 
e carbapenêmicos 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO 02 
INFECÇÕES DE PELE POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS 
Luciano, 11 meses de vida, foi levado à consulta médica 
devido a lesões de pele com 48 horas de evolução. As 
lesões surgiram como bolhas, acometendo região 
perioral e periocular com posterior coalescência 
formando crostas melicéricas. Não apresentou febre. O 
paciente foi diagnosticado com impetigo e o médico 
prescreveu cefalexina VO por sete dias, além de 
pomada antibacteriana para uso no local das lesões 
(Mupirocina). Após 36 horas o paciente foi levado 
novamente ao consultório médico com piora clínica e 
disseminação das lesões para o tronco e membros, com 
posterior descamação e vermelhidão. O paciente foi 
diagnosticado com síndrome da pele escaldada, 
sendo internado em Hospital Pediátrico de referência e 
iniciado tratamento endovenoso com oxacilina. Além 
disso, foi colhido material para a realização do teste de 
coagulase e aglutinação em látex para S. aureus e teste 
de sensibilidade de difusão em ágar. Os testes de 
identificação para S. aureus foram positivos e o 
resultado do teste de sensibilidade confirmou o 
tratamento adequado. O paciente evoluiu para a 
regressão das lesões e melhora clínica. 
 
Impetigo: trata-se de uma infecção de pele mais 
frequente na criança 
1. Quais as características do S. aureus (coloração de 
gram, aeróbia ou anaeróbia, habitat) e os principais 
focos de infecção hospitalar por esta bactéria? 
São bactérias gram-positivas, em forma de esferas 
(cocos), aeróbia ou anaeróbia facultativa. 
É encontrada na cavidade nasal e na pele. 
Translocação → bactéria da microbiota que sai do seu 
local “normal” e começa uma infecção em outro local. 
As feridas cirúrgicas, as escaras e os locais de saída de 
dispositivos médicos, também podem ser colonizados → 
cateteres, respiradores, ventiladores, aparelhos de 
hemodiálise. 
É causador de diversos gêneros de infecções, tais como 
endocardites, pneumonias e septicemias. 
Algumas das doenças provocadas por S. aureus são 
causadas pela produção de toxinas como nos casos da 
síndrome da pele escaldada, intoxicação alimentar e 
síndrome do choque tóxico, enquanto outras doenças 
resultam da proliferação dos microrganismos, o que 
leva à formação de abscessos e a destruição dos 
tecidos como a infecção cutânea, endocardite, 
pneumonia, empiema, osteomielite e artrite séptica 
12 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
2. O que são os testes de coagulase e o de aglutinação 
em látex e o que os seus resultados representam? 
TESTES BIOQUÍMICOS 
➢ Teste de coagulase 
A coagulase é uma adesina produzida por S. 
aureus e S. intermedius. Reage com a protrombina e 
fibrinogênio no sangue, promovendo a coagulação → 
impedir que o sistema imune alcance ela. 
É usada para distinguir diferentes isolados de 
Staphylococcus. 
O teste é realizado com plasma e o resultado 
apresenta-se positivo se após 24h a 37ºC o plasma 
coagular. 
A negatividade no teste da coagulase exclui presença 
de S. aureus e S. intermedius. 
➢ Aglutinação em látex 
É um teste usado para identificar o sorotipo de 
vários microrganismos com base na resposta 
imunitária antígeno-anticorpo do paciente. 
Aglutinação indireta: antígeno é absorvido por 
partículas de látex, que se aglutinam na presença do 
anticorpo específico no sangue para esse antígeno 
absorvido. 
 
Aglutinação direta: o anticorpo é quem vai se ligar a 
molécula de látex e o antígeno presente no corpo se 
liga a esse complexo. 
 
3. Qual substância/enzima pode ter sido produzida pela 
S. aureus que impossibilitou um tratamento eficaz com a 
cefalexina contra esta infecção (qual o possível 
mecanismo da resistência bacteriana)? Justifique o uso 
de oxacilina. 
❖ RESISTÊNCIA BACTERIANA 
- Pode estar relacionada com a incapacidade de o 
antibiótico atingir seus locais de ação, ou a alterações 
das proteínas de ligação da penicilina (PLPs), que são 
alvos das cefalosporinas. 
- A maioria das cepas (~98%) adquirem um plasmídeo 
que codifica uma penicilinase (β-lactamase), enzima 
que inativa o antibiótico por hidrólise do anel β-
lactâmico 
Pode ser usado oxacilina, porque é da classe de 
penicilinas resistente à penicilinase → mesmo que a 
bactéria receba o plasmídeo não consegue clivar o 
anel beta-lactâmico e resistir ao antimicrobiano. 
Cefalosporinas 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Inibem a síntese da parede celular bacteriana por 
mecanismos semelhantes aos da penicilina. 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
Primeira geração: cefalotina e cefazolina → boa 
atividade contra gram-positivas e moderada contra 
gram-negativos 
Segunda geração: cefoxitina, cefuroxima e cefaclor → 
atividade aumentada contra gram-negativos 
Terceira geração: ceftriaxona, cefotaxima e 
ceftazidima → menos ativa que a primeira para cocos 
gram-positivos, mais atividade contra as 
Enterobacteriaceae (gram-negativo) 
Quarta geração: cefepima → espectro ampliado de 
atividade em comparação com a terceira geração → 
uso empírico de infecções graves em pacientes 
hospitalizados 
Quinta geração: ceftarolima → gram-positivos 
(incluindo ORSA) e gram-negativos 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
• tromboflebite 
• hipersensibilidade 
• nefrotoxicidade 
4. O que é um teste de sensibilidade de difusão em 
placa (Kirby Bauer)? 
- Também chamado de teste de disco-difusão em ágar 
- É realizado dispensando os discos de antimicrobianos 
sobre a placa de ágar após a aplicação do inóculo 
bacteriano (líquido). 
- Os discos de antimicrobianos são feitos de papel-filtro 
impregnado com antimicrobianos em concentrações 
fixas e distribuídos comercialmente 
- Halo indica a sensibilidade da bactéria ao 
medicamento 
5. Considerando que a letra B seja Vancomicina, qual(is) 
letra(s) pode(riam) ser representada(s) pela cefalexina 
e a oxacilina? 
Oxacilina– letra A ou C → halo intermediário 
Cefalexina – letra E ou D → não surgiu efeito para o 
paciente, halo de inibição pequeno 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adesina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureus
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Staphylococcus_intermedius&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protrombina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sangue
https://pt.wikipedia.org/wiki/Serotipo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgeno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anticorpo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latex
13 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
 
6. Se o tratamento com oxacilina não surtisse efeito 
neste caso, você poderia tratar com amoxicilina + 
clavulanato ou com uma cefalosporina de quarta 
geração ou carbapenêmico? Por que? Qual o possível 
mecanismo da resistência bacteriana? 
Bactéria usa outro mecanismo de resistência → 
mutação que causa alterações estrutural nas PLPs para 
que o fármaco não atue, nesse caso nenhum fármaco 
beta-lactâmico vai funcionar porque não consegue se 
ligar 
Amoxicilina + clavulanato → β-lactâmicos + inibidores 
da β-lactamase → evita a hidrólise do anel lactâmico – 
aumenta espectro e trata gram positivas, negativas e 
anaeróbias. 
Outras combinações: 
→ Ticarcilina + ácido clavulânico 
→ ampicilina + sulbactam 
Cefalosporina de quarta geração → resistente à hidrólise 
por muitas das β-lactamase codificadas por alguns 
plasmídeos (TEM-1, TEM-2 e SHV-1), mas permanece 
sensível a muitas bactérias que expressam β-lactamase 
mediadas por plasmídeos de espectro ampliado 
7. Se o impetigo fosse causado por estreptococos, a 
terapêutica com cefalexina poderia ter surtido em 
resolução do quadro clínico? Justifique. 
Sim, pois é uma cefalosporina de primeira geração e os 
estreptococos não produz a enzima β-lactamase. 
Impetigo pode ser causado por Staphylococcus 
ou Streptococcus. 
Expõe a outras infecções por ampla lesão de pele 
(barreira) 
Carbapenêmico 
Nomes genéricos: Imipenem, meropenem e ertapenem 
- Apesar de possuir espectro de ação amplo, não 
funciona contra S. aureus resistente à 
meticilina/oxacilina (ORSA) 
- Via endovenosa ou intramuscular 
Espectro de ação: ativos contra gram-positivos, gram-
negativos e anaeróbios 
- Imipenem e ertapenem atuam contra Pseudomonas 
- Usado em conjunto com Cilastatina – aumenta a 
biodisponibilidade 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Pacientes graves com pneumonia ou infecções 
abdominal, do SNC, de pele e tecidos moles, do trato 
urinário e ginecológicas 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Geralmente bem tolerados, mas níveis elevados podem 
causar convulsões
 
 
 
14 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
 
15 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Antibióticos inibidores da síntese proteica 
CASO CLÍNICO 
INFECÇÃO HOSPITALAR POR GRAM - 
João, 57 anos, com história de DPOC (enfisema 
pulmonar) e uso prolongado de antibioticoterapia, deu 
entrada em Hospital de especialidade Gastrointestinal 
de referência de Curitiba para realização de uma 
colecistectomia. Durante o processo operatório foi 
necessária utilização de respiração mecânica. No 
período pós-operatório o paciente iniciou com quadro 
febril (38,8), tosse seca, dispneia, taquipneia, adinamia 
e dores musculares. O médico solicitou uma cultura 
(ágar sangue) proveniente de escarro onde foi 
confirmado o crescimento de Pseudomonas aeruginosa 
(>10.000 UFC). O paciente foi tratado com amicacina 
1X ao dia + ceftriaxona (cefalosporina de terceira 
geração). 
1. Quais as características da P. aeruginosa (coloração, 
habitat e resistência)? 
→ Também conhecida como Pseudomonas 
pyocyanea 
→ Gram-negativa, baciliforme e aeróbia obrigatória, 
móvel. 
→ Coloniza ambientes úmidos (encanamento e 
equipamento hospitalares) 
→ Presente na microbiota intestinal e axilas 
→ Seu ambiente de origem é o solo, mas sendo capaz 
de viver mesmo em ambientes hostis. 
→ Patógeno oportunista: raramente causa doenças em 
um sistema imune saudável, mas explora eventuais 
fraquezas do organismo para estabelecer um quadro 
de infecção. 
→ Possui resistência natural a um grande número 
de antibióticos e antissépticos a torna uma importante 
causa de infecções hospitalares 
→ Grande capacidade de formação de biofilmes 
Aminoglicosídeos 
2. Qual a classe e o mecanismo de ação da 
amicacina? 
- Genéricos: gentamicina, estreptomicina, amicacina, 
tobramicina e neomicina. 
Espectro de ação: amplo → gram-negativos e aeróbias 
(pouco para gram+) 
- Efeito concentração-dependente 
- Penetração na célula bacteriana: 
✓ 1º membrana externa pelas aquaporinas. 
✓ 2º membrana interna por transporte ativo mediado 
pelo gradiente elétrico transmembrana (transporte 
de elétrons) – dependente de O2. 
OBS.: Bacs aeróbias ou aeróbias facultativas também 
produzem energia através do transporte de elétrons. E 
esse mecanismo pode gerar um gradiente 
transmembrana que facilita a entrada do 
antimicrobiano para dentro da célula. 
Por isso que em bactérias anaeróbias, que não possuem 
o transporte de elétrons, o aminoglicosídeo é INATIVO. 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Inibem a síntese de proteínas bacterianas, bloqueando 
a fase inicial do processo. 
- Ligam-se a subunidade ribossômica 30S – interfere na 
iniciação da síntese de proteínas (fixa o complexo 
ribossômico 30S-50S no códon de iniciação (AUG) do 
mRNA). 
- Bloqueio da síntese proteica ou erro de leitura de 
mRNA – terminação prematura da tradução, ou 
inserção do aa incorreto nas cadeias polipeptídicas em 
crescimento 
- Em baixas concentrações, induz a leitura incorreta 
pelos ribossomos 
- Em concentrações mais altas, inibem a síntese proteica 
por completo → estimulam o movimento do tRNA no 
sentido oposto (translocação reversa). 
3. Qual o espectro de ação desta classe de 
antibacteriano e as principais indicações terapêuticas? 
Espectro de ação: bactericida → gram-negativas 
- Atuam de modo sinérgico com outros agentes, como 
beta-lactâmicos 
- Gentamicina, tobramicina e amicacina são os mais 
empregados, em virtude de menor toxicidade e 
cobertura mais ampla → usados contra P. aeruginosa. 
- Administrados em conjunto com uma penicilina → 
infecções estreptocócicas e Listeria spp. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTCA 
- ITU (pielonefrite, abcesso), sepse, pneumonia, infecção 
de grande queimado, endocardite, otite externa 
❖ ADME 
- Policátions (bastante polares) 
- Pouco absorvidos pelo TGI (<1% absorvido após 
administração via oral ou retal). 
- São rapidamente absorvidos após injeção 
intramuscular → principal via de administração. 
- Administração EV: indicada para pacientes graves, 
como grandes queimados, pacientes chocados, 
infecções hospitalares. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnica_de_Gram
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunol%C3%B3gico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3ticos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antiss%C3%A9ptico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o_hospitalar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biofilme
16 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Inalatória: fibrose cística com infecção pulmonar 
crônica por P. aeruginosa – tobramicina e amicacina. 
- Eliminação: inalterados – Predominantemente renal – 
cuidado com pacientes que possuem insuficiência 
renal. 
4. Qual vantagem a amicacina possui em comparação 
com a gentamicina para o tratamento da P. 
aeruginosa? Compare o desenvolvimento de 
resistência bacteriana entre os diferentes 
aminoglicosídeos (mecanismos). 
❖ RESISTÊNCIA BACTERIANA 
1. Produção de enzimas intativadoras (aminoglicosídeo 
fosfotransferase, acetiltransferase e adeniltransferase) 
codificada por plasmídeos que inativam esses fármacos 
→ amicacina foi desenvolvida de propósito como 
substrato inadequado para essas enzimas. 
2. Alteração na membrana - possibilidade de dificultar 
a entrada do fármaco na célula, talvez por alteraçãoou eliminação de porinas ou outras proteínas envolvidas 
no transporte do fármaco na membrana externa → 
gentamicina/tobramicina. 
3. Alteração ribossômica bacteriana - mutação ou 
atividade de enzima codificada por plasmídeo pode 
tornar o alvo do fármaco na subunidade ribossômica 
30S resistente à ligação do fármaco → estreptomicina. 
5. Quais são os objetivos de se associar um 
medicamento inibidor da síntese de parede celular 
com um aminoglicosídeo? Qual destes objetivos 
relaciona-se a este caso? 
❖ ASSOCIAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Uso clínico: infecções mais sérias – pneumonia e sepse 
em serviço de saúde (P. aeruginosa, Enterobacter, 
Klebsiella e Serratia) 
→ Amplia o espectro empírico da atividade 
antimicrobiana (contra gram+ e gram-) 
→ Efeito sinérgico na morte bacteriana - a inibição da 
síntese da parede celular aumenta a entrada de 
aminoglicosídeos nas bactérias (gram+ como 
enterococos – controverso porque só beta-lactâmico já 
seria eficaz) 
→ Impede o desenvolvimento de resistência aos 
agentes individuais. 
6. Qual a via de administração dos aminoglicosídeos e 
qual esquema posológico da amicacina produz melhor 
resposta antibacteriana considerando que o paciente 
seja um adulto (1 x ao dia ou a cada 8 horas)? E em 
relação as reações adversas medicamentosas (ver 
gráfico concentração versus tempo dos 
aminoglicosídeos em relação ao limiar de toxicidade)? 
- Não apresentam biodisponibilidade oral, devem ser 
administrados por via parenteral. 
- O regime de altas doses em intervalos estendidos (1 
vez/dia) produz uma concentração plasmática três 
vezes maior, elevando a sua eficácia que de outra 
forma estaria comprometida devido às concentrações 
sub-MIC prolongadas no período tardio do intervalo da 
dosagem, quando comparada ao regime administrado 
a cada 8 h. 
- O regime de uma única dose diária fornece um 
período de 12 h durante o qual as concentrações 
plasmáticas estão abaixo do limite de toxicidade, 
minimizando a toxicidade que poderia resultar de altas 
concentrações plasmáticas iniciais. 
- O regime de 8 em 8 h, por outro lado, fornece apenas 
um breve período durante o qual as concentrações 
plasmáticas estão abaixo do limite de toxicidade. 
- Fica uma pequena concentração dentro das 
bactérias, ampliando e prolongando o efeito → efeito 
pós antibiótico 
 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Reações de hipersensibilidade e febre 
- Toxicidade → intoxicação mitocondrial e perturbação 
da membrana plasmática 
Ototoxicidade (lesão auditiva ou vestibular): inibição de 
ribossomos mitocondriais do hospedeiro → disfunção 
vestibular relacionado a perda equilíbrio e zumbido 
(estreptomicina, gentamicina, tobramicina) ou 
degeneração das células pilosas e dos neurônios da 
cóclea levando a perda da audição bilateral irreversível 
– perde primeiro frequência mais alta/agudo 
(amicacina, canamicina, neomicina, tobramicina) → 
mais importante (25%). 
*Difícil de perceber a perda de audição porque a voz é 
uma frequência mais baixa – pede exame para 
acompanhar. 
Nefrotoxicidade: acúmulo do fármaco em células 
tubulares proximais interrompe o transporte de cálcio – 
no geral é reversível (8 a 26%) - ↓ taxa filtração 
glomerular → Neomicina é o mais nefrotóxico, 
enquanto a estreptomicina o menos nefrotóxico → 
Insuficiência renal aguda ou crônica. 
Bloqueio neuromuscular: competição com o cálcio em 
sítios pré-sinápticos, ocasiona diminuição da liberação 
de ACh, gerando incapacidade de despolarização da 
placa terminal pós-sináptica → paralisia muscular 
(parada respiratória). 
*Administra gluconaco de cálcio IV para impedir esse 
bloqueio. 
17 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
7. Explique as principais RAM dos aminoglicosídeos e 
relacione estas informações com: 
(a) Qual tipo de paciente que deve haver maior 
cuidado/preocupação em administrar este 
medicamento? 
- Pacientes com distúrbios musculares, tais como 
miastenia gravis ou parkinsonismo 
- Cuidado com comprometimento da função renal – 
pacientes idosos e com nefropatias (ajuste de dose). 
- Tempo de ½ vida prolongada em recém nascidos – 
excretam menos fármaco (monitorar concentrações 
plasmáticas). 
- Paciente obeso porque a distribuição pelo tecido 
adiposo é ruim. 
(b) Quais medicamentos deve-se evitar administrar 
concomitantemente com os aminoglicosídeos? 
Interações medicamentosas - Cuidado ao administrar 
com: 
▪ Penicilinas → podem inativar os aminoglicosídeos 
▪ Vancomicina, IECA e cefalosporina → 
potencializam nefrotoxicidade 
▪ Diuréticos de alça: Ácido etacrínico e Furosemida 
→ potencializam ototoxicidade 
8. Esta classe de medicamentos pode ser utilizada para 
tratamento de infecções em bebês, gestantes e 
lactantes (comparar com outras classes estudadas até 
o momento)? Justifique. 
❖ CONTRAINDICAÇÕES 
Mulheres grávidas: 
- Poucos estudos; perda auditiva em crianças nascidas 
de mulheres tratadas com aminoglicosídeos 
(estreptomicina e tobramicina). 
- No final da gestação pode resultar em acúmulo do 
aminoglicosídeo no plasma fetal e líquido amniótico. 
Uso somente na ausência de alternativas adequadas. 
→ Lactantes podem usar, porque não é absorvido por 
via oral (estrutura policatiônica – muito polar). Absorvido 
apenas intravenosa ou intramuscular 
→ Pode ser administrado por via inalatória – pacientes 
com fibrose cística que tem infecção recorrente 
9. Qual(is) outra(s) classe(s) de antimicrobianos já 
estudadas poderia(m) ser utilizado(s) neste caso (contra 
P. aeruginosa)? 
Fluoroquinolonas → ciprofloxacino 
Carbapenêmicos → Meropenem e emepenem 
Cefalosporina 3ª geração → ceftazidima 
Cefalosporina 4ª geração → cefepima 
Penicilinas → ticarcilina + tazobactam e piperacilina + 
clavulanato (penicilinas anti-psedomonas) 
 
https://pebmed.com.br/fosfomicina-e-meropenem-sao-eficazes-no-combate-as-pseudomonas/
18 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Outros antimicrobianos 
CLASSES FARMACOLÓGICAS: 
→ Inibidores da síntese de proteínas que atuam sobre os 
ribossomos: tetraciclinas, glicilciclinas, cloranfenicol, 
macrolídeos e cetolídeos, Lincosamidas (clindamicina), 
Estreptograminas (quinupristina e dalfopristina), 
oxazolidinonas (linezolida) e aminociclitóis 
(espectinomicina). 
→ Agentes que atuam sobre a parede celular ou sobre 
a membrana celular: polimixinas, Glicopeptídeos 
(vancomicina a eteicoplanina) e lipopeptídeos 
(daptomicina). 
→ Agentes diversos: bacitracina e mupirocina. 
 
INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 
 
Tetraciclinas 
Terminados em “CINA” 
• Ação rápida: cloretraciclina, oxiteraciclina e 
tetraciclina 
• Intermediária: demeclociclina e metaciclina 
• Longa: doxaciclina e minonciclina 
Espectro de ação: gram-positiva (principalmente), 
gram-negativa, aeróbias, anaeróbias. 
→ MRSA (doxaciclina). 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
→ Bacteriostáticos 
- Ligam-se de modo reversível ao rRNA 16S da 
subunidade 30S e inibem a síntese proteica por bloqueio 
da ligação do aminoacil tRNA no sítio A do complexo 
mRNA-ribossomo. 
- Essa ação impede a adição de outros aminoácidos ao 
peptídeo nascente. 
❖ ALTA SELETIVIDADE 
- Se deve ao acúmulo ativo desses fármacos nas 
bactérias, mas não nas células dos mamíferos. 
- Devido a maneira de penetração: 
• Gram-negativas: difusão passiva por intermédio de 
porinas na membrana externa, seguidas de 
transporte ativo (dependente de energia) através 
da membrana citoplasmática interna. 
• Gram-positivas: ocorre de modo semelhante, por 
sistema de transporte dependente de energia. 
→ As células dos mamíferos carecem desse sistema 
ativo encontrado nas bactérias suscetíveis. 
❖ RESISTÊNCIA BACTERIANA 
- Pode surgir por aumento no efluxo do fármaco ou 
redução de seu influxo. 
→ Bombas de efluxo codificadas por plasmídeos – 
mecanismo mais comum. 
→ Produção de proteínas que interfiram na ligação 
de tetraciclinas ao ribossomo. 
→ Inativação enzimática das tetraciclinas.- Usado com aditivo na alimentação de animais, 
podendo gerar o consumo de bactéria resistentes. 
❖ FARMACOCINÉTICA 
- Interação com alimentos ricos em cálcio, como 
laticínios, e com medicamentos que contêm cátions 
divalentes e trivalentes, como antiácidos. 
- Interagem com cátions di e trivalentes – ferro, finco, 
alumínio, cálcio e magnésio – se ligam e diminui a 
absorção do fármaco 
- Absorção oral incompleta 
- Como tais produtos e medicamentos comprometem 
sua absorção, tetraciclinas são geralmente tomadas 
com estômago vazio – de 2 a 4h antes ou após refeição. 
- Entretanto, na circulação também pode ocorrer essa 
interação com Ca2+ levando ao sequestro do fármaco 
em osso e dentes → aparecimento de anormalidades 
de desenvolvimento em pacientes pediátricos. 
- Ampla distribuição pelo corpo 
- Excreção renal, também pode ser através da bile 
- Via oral ou endovenoso (tetraciclina causa flebite) 
- Ampla distribuição em todo o organismo 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
• Dentes pigmentados, devido às propriedades de 
absorção da luz ultravioleta (UV) das tetraciclinas – 
contraindicado para recém-nascido, crianças 
menores de 8 anos e gestantes. 
19 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
• Fotosensibilidade cutânea significativa – maior 
tendência ao desenvolvimento de células tumorais 
• Toxicidade hepática – adm parenteral, indivíduos 
com insuficiência renal 
• Toxicidade renal – Síndrome de Fanconi (fármaco 
vencido, não frequente), fosfatúria (amolecimento 
ósseo), osteomalácia e, adultos e raquitismo em 
crianças. 
• Alergia – angioedema, anafilaxia, reações 
cutâneas 
• Distúrbio gastrintestinal (náuseas e vômitos) 
• Colite pseudomembranosa 
- Não usar com aminoglicosídeos 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: 
• Riquetsias (tifo e febre maculosa) – 1ª escolha 
• Infecção por micoplasma e clamídia 
• Brucelose 
- Uso alternativo para bactérias atípicas (M. 
pneumoniae), N. gonorrhoeae, H. ducreyi, Treponema 
pallidum e pacientes com traqueobronquites e sinusites 
- Cicatrização de córnea 
- Infecções mistas das vias respiratórias e acnes 
Glicilciclinas 
Nome genérico: tigeciclina 
Espectro de ação: cocos gram-negativos e gram-
positivos multirresistentes, ORSA, anaeróbios, bactérias 
atípicas 
✓ Neisseria meningitidis 
✓ Bacteroides fragilis 
✓ Clostridium difficile 
✓ Micoplasmas, clamídias e Legionella 
✓ Resistência - P. aeruginosa e Proteus mirabilis 
- Sua estrutura de quatro anéis assemelha-se à das 
tetraciclinas. 
- Liberada no Brasil em 2006 – relativamente novo 
- Uso endovenoso. 
- Menos resistência que as tetraciclinas. 
- Boa penetração tecidual (pulmões e ossos) 
- Menor toxicidade 
- Maior chance de resistência por bomba de efluxo e 
menor chance por alteração ribossômica 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Osteomielite por ORSA, sepse abdominal e infecções 
complicadas de pele e tecidos moles. 
 
Cloranfenicol 
Nome genérico: quemicetina 
→ Bacteriostático e algumas vezes bactericida 
Espectro de ação: gram-positiva, gram-negativa, 
aeróbia, anaeróbia, clamídias, riquétsias e micoplasma 
Resistência – P. aueruginsa, Salmonella, Shigella 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Liga-se à subunidade 50s e inibe por transpeptidação. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Infecções graves que não podem ser tratadas com 
outras fármacos 
Febre tifoide, meningite bacteriana e epiglotite, 
riquetsoides em alérgicos à tetraciclina, infecção por 
enterococos resistentes a vancomicina, artrite séptica e 
osteomielite por H. influenzae 
Seguro na aplicação tópica – eficaz na conjuntivite 
bacteriana. 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
▪ Síndrome cinzenta do recém-nascido 
▪ Hipersensibilidade 
▪ Distúrbios do TGI - náuseas, vômitos, diarreia e gosto 
desagradável 
▪ Discrasias sanguíneas (anemia aplásica) 
Contraindicado na gestação e lactação (passa para o 
leite) – Risco C 
❖ RESISTÊNCIA 
- Acetiltransferase codificada por plasmídeo, que 
inativa o fármaco. 
- Redução da permeabilidade nas células para 
alcançar os ribossomos (mutação). 
Macrolídios 
Terminados em “TROMICINA” → eritromicina, 
azitromicina e claritromicina. 
- Eritromicina é destruída pelo ácido do estômago → 
comprimidos de revestimento entérico 
20 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Macrolídios são assim denominados por seus grandes 
anéis de lactona, aos quais estão fixados um ou mais 
desoxiaçúcares. 
→ Bacteriostáticos 
Espectro de ação: gram-positivos aeróbios e poucos 
gram-negativos 
✓ Eritromicina: gram-positivos aeróbios 
✓ Claritromicina: gram positivo > gram-negativo 
✓ Azitromicina: ↑ gram-negativo – enterobactérias são 
resistentes 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Bloqueiam a etapa de translocação da síntese proteica 
ao atuar sobre o alvo rRNA 23S da subunidade 50S. 
Eritromicina – inibe a etapa de translocação para sítio E 
 
- Se ligam a um segmento específico e bloqueiam o 
túnel de saída a partir do qual emergem os peptídeos 
nascentes. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
- Importantes no tratamento de infecções pulmonares 
(excelente penetração no tecido pulmonar) → S. 
pyogenes do grupo A. 
- 1ª escolha no tratamento de pneumonias por 
bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, 
Legionella pneumophila, Chlamydia spp.). 
- Relevante contra Legionella 
- Alternativa à pacientes alérgicos a penicilinas 
- Coqueluche, difteria, infecções por clamídia, H. pylori, 
profilaxia febre reumática, sífilis, entre outros. 
- Pneumonia, endocardite, infecções superficiais de 
pele e profilaxia de febre reumática 
❖ RESISTÊNCIA BACTERIANA 
- Habitualmente codificada por plasmídeos. 
→ Produção de esterases que hidrolisam os macrolídios. 
→ Modificação do sítio de ligação ribossômico por 
mutação cromossômica. 
→ Redução da permeabilidade da membrana aos 
macrolídios ou (mais comumente) aumento do efluxo 
ativo do fármaco. 
→ Produção de metilase que modifica o alvo 
ribossômico dos macrolídios, resultando em diminuição 
da ligação do fármaco – maior parte da resistência em 
gram-positivos. 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Toxicidade gastrintestinal: náuseas, vômitos, diarreia e 
até anorexia. 
- Toxicidade hepática: hepatite colestática aguda 
(com febre, icterícia e comprometimento da função 
hepática) → reação de hipersensibilidade. 
- Toxicidade cardíaca. 
- Infecções oportunistas TGI e vaginal 
Cetolídio 
Novos macrolídeos 
Nome genérico: telitromicina 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Semelhante ao dos macrolídios, porém com maior 
afinidade pela subunidade ribossômica 50S, em virtude 
de sua capacidade de ligação a sítio adicional no rRNA 
23S. 
- Essa maior afinidade possibilita seu uso no tratamento 
de infecções causadas por certas cepas bacterianas 
resistentes a macrolídios. 
Lincosamidas 
Terminados em “MICINA” 
Nome genérico: clindamicina e lincomicina → pró-
fármaco 
- Distribuição ampla 
→ Bacteriostático 
Espectro de ação: anaeróbios, gram-positivo e gram-
negativo 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Bloqueia a formação de ligações peptídicas, 
aparentemente por meio de interações com sítios A e P 
na subunidade 50S. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
- Infecções anaeróbias graves causadas por 
bacteroides 
- Infecções intra-abdominais, pélvicas e infecções 
pulmonares (abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa, 
empiema) 
- Infecções odontogênicas, osteomielite, sinusites, otites 
crônicas, infecções de pele por estrepto e estafilo etc. 
- Alternativa terapêutica para toxoplasmose 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Causa potencial da colite pseudomembranosa 
decorrente de superinfecção por Clostridium difficile → 
bactéria selecionada durante a administração oral. 
- Caracterizada por ulcerações da mucosa, diarreia 
intensa e febre. 
21 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Exantemas cutâneos 
- Diarreia, flebite 
- Raro: síndrome de Steven Johnson 
❖ RESISTÊNCIA BACTERIANA 
- Alterações no sítio receptor do ribossomo 
- Mudanças mediadas por plasmídeos 
 Estreptograminas 
Terminados em “PRISTINA”Nomes genéricos: dalfopristina (grupo A) e quinupristina 
(grupo B). 
→ Bactericida 
Espectro de ação: gram-positivo e atípicos 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
- Tratamento de infecções graves ou potencialmente 
fatais causadas por ORSA, Enterococcus faecium ou 
Streptococcus pyogenes e Staphylococcus resistentes à 
vancomicina (GRSA). 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Agem sinergicamente 
- Inibem a síntese proteica por sua ligação ao centro 
peptidil transferase do rRNA bacteriano ligando a 
subunidade 50S. 
- Mutações e modificações que afetam essa região 
podem conferir resistência. 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Tromboflebite no local 
- Artralgias e mialgias 
- Rash cutâneo. 
Oxazolidinomas 
Nome genérico: linezolida 
Espectro de ação: anaeróbios e aeróbios, gram-
positivas resistentes incluindo: 
✓ S. aureus resistente à meticilina (MRSA/ORSA) 
✓ Estreptococo resistente à penicilina 
✓ Enterococo resistente à vancomicina (ERV) 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
- Bloqueia as interações produtivas de aminoacil tRNA 
com o sítio A no centro ativo da peptidil transferase. 
- Mutações na subunidade 50S do rRNA também 
podem conferir resistência ao fármaco. 
- Ligação ao sítio P da subunidade 50S do ribossomo, 
inibindo a síntese do maior complexo que dá início a 
síntese de proteínas. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Infecções por gram + multirresistentes, ORSA e GRSA, 
enterococos resistentes a vancomicina, S. pneumoniae 
resistente a penicilina 
- Tratamento de pneumonia, septicemia e infecções de 
pele e tecidos moldes → graves 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Mielossupressão, trombocitopenia, anemia, leucopenia, 
diarreia, náuseas, exatema, neurotoxicidade, tontura. 
Aminociclitóis 
Nome genérico: espectiromicina 
→ Bacteriostático 
Espectro de ação: gram-negativo 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Ligam-se à subunidade 50s do ribossomo. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Gonorreia em cepas resistentes à ceftriaxona ou 
quando não se pode administrar um beta-lactâmico ou 
fluorquinolona 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Urticária, dor no local da injeção, calafrios, febre, 
tontura. 
ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE DA 
MEMBRANA CELULAR 
Polimixinas 
Nome genérico: colistina (polimixina E) e polimixina B 
→ Bactericida 
Espectro de ação: gram-negativa, aeróbias e 
anaeróbias 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Interage com fosfolipídios e desorganizam membranas, 
modifica permeabilidade → são detergentes catiônicos 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Otite externa, úlceras na córnea por P. aeruginosa, 
infecções das mucosas do olho e orelha. Uso tópico. 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Nefrotoxicidade e reações neurológicas (fraqueza 
muscular, parestesias, náusea, vertigem e fala 
arrastada) 
 
 
 
 
22 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR NÃO 
β-LACTÂMICOS 
Glicopeptídeos 
Nome genérico: vancomicina e teicoplanina 
- Administradas por via endovenosa 
→ Bactericida 
Espectro de ação: gram-positivas anaeróbias – S. 
aureus, enterococos e estreptococos 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Inibem a síntese da parede celular → através de sua 
ligação firme à extremidade terminal D-Ala-D-Ala da 
unidade de monômeros de mureína, isso inibe a 
transglicosidase e bloqueia a adição de unidades de 
mureína à cadeia de polímero em crescimento. 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: 
- Osteomielite, endocardite, infecções de próteses entre 
outros. 
- ORSA, estreptococos e enterococos resistente a 
ampicilina 
- Colite pseudomembranosa 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
VANCOMICINA 
- Síndrome do pescoço vermelho 
- Rash e eritema maculo papular, hipersensibilidade, 
febre, rubor. 
- Leucopenia 
- Ototoxicidade 
- Nefrotoxicidade 
TEICOPLANINA 
- Reações cutâneas e disfunções hepáticas transitórias 
Lipopeptídeos 
Nome genérico: daptomicina 
→ Bactericida 
Espectro de ação: gram +, aeróbias e anaeróbias. 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
Faz a despolarização da membrana (efluxo de K+ - 
perda do potencial de membrana) 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
Infecções complicadas de pele e tecidos moles, ORSA 
e GRSA e estreptococos resistente a beta-lactâmicos. 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
Elevação da creatinocinase, toxicidade (miopatias) 
 
QUESTÕES SOBRE INIBIDORES DA SÍNTESE DE 
PROTEÍNAS E AGENTES DIVERSOS: 
1. Dentre os inibidores da síntese de proteínas e outros 
agentes, qual a classe/fármaco de escolha para o 
tratamento de infecções por riquétsias (tifo, febre 
maculosa): 
(a) Cloranfenicol – poderia ser se tivesse resistência ou 
alergia a tetraciclina 
(b) Tetraciclinas - uso alternativo devido aos efeitos 
adversos 
(c) Penicilina 
(d) Sulfonamidas 
2. A Tigeciclina é uma importante opção terapêutica 
para infecções como: 
(a) Cistites bacterianas 
(b) Osteomielites – por ORSA, boa penetração no 
tecido ósseo 
(c) Impetigo 
(d) Corioretinite por toxoplasmose - sulfonamidas 
*reservado para infecção grave – infecções de partes 
moles, complicadas e bactérias multirresistentes 
 
CASO CLÍNICO 
APENDICITE AGUDA 
M.L.R., sexo masculino, branco, 67 anos, foi admitido na 
Emergência de Hospital de grande porte de Curitiba 
com queixa de dor abdominal há 24 horas, do tipo 
difusa, moderada, contínua, de início súbito, que 
diminuía temporariamente com uso de analgésicos, 
acompanhada de náuseas e dificuldade para 
evacuar. Ao exame foi observado abdome globoso, 
distendido, peristalse débil, hipertimpânico, doloroso à 
palpação difusa. O paciente foi internado e realizado 
suporte hidroeletrolítico, analgesia e observação. 
EVOLUÇÃO 
Após 24 horas, houve piora do quadro clínico, com sinais 
e sintomas de irritação peritoneal. A rotina de abdome 
agudo evoluiu com apresentação de níveis líquidos, 
sendo indicada a Laparotomia Exploradora (LE). 
CIRURGIA 
O paciente foi submetido a LE com diagnóstico pós-
operatório de apendicite supurada, sendo realizada 
apendicectomia e deixado um dreno de Penrose 
intracavitário e iniciada antibioticoterapia com 
Cefalotina 1g IV de 6/6h (cefalosporina de 1º geração). 
PÓS - OPERATÓRIO 
Paciente evoluindo com estado geral regular no pós-
operatório imediato com prostração, distensão 
abdominal e eliminação de secreção purulenta pela 
ferida operatória. Foi coletada secreção da ferida para 
cultura e antibiograma e a prescrição foi alterada. 
3. Em relação a este caso responda: 
23 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
a) De acordo com a localização da infecção 
(proximidade com o cólon), que tipo de infecção você 
pode suspeitar neste caso? 
→ Bactérias anaeróbias 
→ Bacteroides (mais frequente) – gram-negativo 
anaeróbio, relacionada a infecções no abdome e da 
pelve, canal dentário, pneumonia aspirativa 
- Infecções por anaeróbios geralmente são mistas. 
- Característica produção de pus. 
b) Qual associação terapêutica poderia ter eficácia 
clínica para este caso (justifique)? Ceftriaxona 
associada à(o): 
(a) Gentamicina – aminoglicosídeo só penetra em 
células aeróbicas 
(b) Claritromicina (macrolídeo)- bactérias atípicas, não 
trata anaeróbio 
(c) Clindamicina - anaeróbios 
(d) Sulfametoxazol – não trata anaeróbio 
c) Cite outra opção a ser utilizada com a ceftriaxona 
neste caso. 
→ Metronidazol – cefalosporina de 3ª geração 
4. Cite quatro outras opções (classe/nome de 
medicamentos) que possuem espectro de ação para 
anaeróbios. 
• Penicilina – piperacilina + tazobactam ou 
tetraciclina + clavulanato 
• Carbapenêmicos 
• Quinolonas 
• Tetraciclina e Glicilciclinas 
5. Doenças do trato gastrintestinal tais como úlceras 
gástricas e/ou duodenais estão altamente relacionadas 
com a infecção por Helicobacter pylori (bastonete 
Gram-negativo). Qual medicamento é usado para o 
tratamento contra infeções de Helicobacter pylori em 
associação com uma penicilina em pacientes com 
estas doenças? 
Associação 1ª escolha: amoxicilina + omeprazol – 
inibidor de bomba de prótons (20mg) + claritromicina 
a) Doxiciclina 
b) Claritromicina (macrolídeo) – principalmentegram-positivo – controverso porque H. pylori é 
gram-negativo 
c) Clindamicina 
d) Ciprofloxacino 
6. Infecções das mucosas dos olhos e orelhas causadas 
por microrganismos Gram-negativas podem ser 
tratadas topicamente com: 
a) Mupirocina – tópica para gram-positivo 
b) Polimixinas B – só para uso tópico 
c) Neomicina – aminoglicosídeo, gram+/- mas 
não tem formulação para uso oftalmológico, 
pomada nebacetin 
d) Eritromicina 
7. Infecções causadas por Staphylococcus aureus 
resistente à oxacilina (ORSA), podem ser 
adequadamente tratadas com: 
a) Cefalexina – beta-lactâmico, bactéria possui 
resistência por alterar a PLP da parede celular 
b) Ciprofloxacino – mais para gram-negativo 
c) Vancomicina - Glicopeptídeo 
d) Espectinomicina – principalmente para gram-
negativo, usado para gonorreia 
8. Caso a infecção por Staphylococcus aureus fosse 
resistente também à Vancomicina (GRSA), qual classe 
de medicamentos seria uma opção de tratamento: 
*GISA – resistência intermediária a glicopeptídeo 
a) Tobramicina – aminoglicosídeo, trata gram-
negativo 
b) Teicoplanina – também um glicopeptídeo, 
mesma classe da vancomicina 
c) Linezolida (Oxazolidinonas)- trata gram-positivo 
multirresistente 
d) Colistina – polimixina, contra gram-negativo 
9. Pneumonias relacionadas a bactérias atípicas tais 
como Mycoplasma pneumoniae, Legionella 
pneumophila, entre outras, podem ser tratadas com: 
→ Bactérias que não tem parede celular, muito 
pequenas, intracelulares e algumas podem ficar na 
superfície das células. 
a) Vancomicina (glicopeptídeo) 
b) Sulfametoxazo+Trimetoprima (Sulfonamidas) 
c) Azitromicina (macrolídeo) – inibidor da síntese 
proteica, tempo de meia-vida (72h) maior, 
menos reações adversas, usada 1x ao dia, 
perde absorção junto com alimento 
d) Ceftriaxona (Cefalosporina de 3ºG) 
 
24 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
 
 
 
25 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
Antifúngicos 
CASO CLÍNICO 01 
DERMATOFITOSE 
Um menino de 4 anos de idade é levado por sua mãe 
ao consultório porque ele persiste coçando uma 
mancha em seu braço. A mãe diz que isso vem 
acontecendo há vários dias, e parece que a mancha 
está crescendo. Ninguém em casa tem algo parecido. 
Ele não teve febre ou quaisquer sinais sistêmicos de 
doença. Não houve exposições recentes a novos 
alimentos, medicamentos, loções ou sabonetes. Ele 
frequenta a pré-escola durante o dia. Ao exame da 
pele do menino, você vê um anel circular do tamanho 
de uma moeda de 5 centavos no antebraço direito. Ela 
tem uma borda vermelha, elevada, com escama ativa 
apenas nas bordas, e que clareia no centro. Você 
obtém um raspado da lesão com hidróxido de potássio 
que é positivo para elementos fúngicos. O restante do 
exame da pele e o exame físico geral são normais. Você 
o diagnostica com tínea de corpo (tinea corporis) e 
prescreve Ciclopirox olamina 1% creme, duas vezes ao 
dia, durante 4 semanas. 
 
Agentes estrut. diversos 
1. Qual a classe farmacológica e o mecanismo de ação 
do ciclopirox olamina? 
➢ CICLOPIROX OLAMINA 
- Uso tópico: xampu gel, suspensão, loção, e solução a 
8% para onicomicose. 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
→ Fungicida 
Inibe o transporte de elementos essenciais 
(aminoácidos, etc.) na célula fúngica, desregulando a 
síntese de DNA, RNA e proteínas. 
❖ ATIVIDADE ANTIFÚNGICA 
Amplo espectro (Candida albicans, Malassezia furfur, 
dermatófitos dos gêneros Tricophyton, Epidermophyton 
e Microsporum). 
2. Quais as indicações terapêuticas deste 
medicamento? 
❖ INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
- Dermatofitoses 
- Dermatite seborreica 
- Candidíase cutânea 
- Ptiríase versicolor por Malassezia furfur 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Prurido 
- Sensação de queimação 
- Dermatite alérgica de contato 
- Hipersensibilidade 
 
CASO CLÍNICO 02 
CANDIDÍASE VAGINAL 
Ludmila, 54 anos, com história pregressa de diabetes 
melito não compensado e hipertensão arterial, foi ao 
consultório médico relatando corrimento vaginal 
acompanhado de intenso prurido. Ao exame clínico o 
médico observa corrimento esbranquiçado e mucosa 
avermelhada/inflamada. Ele a diagnostica com 
candidíase vaginal e prescreve miconazol (5g creme 
1x/dia por 7 dias ao deitar) ou fluconazol 150 mg V.O., 
em dose única. 
*Diabetes não compensada → mais propenso a 
infecção fúngica. 
Azóis 
1. Qual a classe e o mecanismo de ação do fluconazol 
e do miconazol? 
➢ FLUCOMONAZOL E MICONAZOL 
❖ ATIVIDADE ANTIFÚNGICA 
- Amplo espectro de atividade (Aspergillus fumigatus; 
Candida sp; Cryptococcus neoformans; Histoplasma 
capsulatum; Paracoccidioidis braziliensis; Coccidioidis 
immitis; Blastomyces dermatitidis). 
- Infecções de bexiga, meningite fúngica, candidíase 
cutânea, tineas, candidíase vulvovaginal 
- Profilaxia de micose em pacientes imunosuprimidos 
(itraconazol) 
❖ MECANISMO DE AÇÃO 
→ Fungistático 
Bloqueio da síntese de lipídeos (esteróis) fúngicos, 
principalmente o ergosterol (14-alfa-esterol-
desmetilase), alterando a permeabilidade da 
membrana das células fúngicas. 
26 
AMANDA ALMEIDA DA LUZ – FPP TXIII 
- Interferência na ação enzimática associada à 
membrana. 
Fluconazol → inibe o dimorfismo da Candida sp. – 
inibição da transformação das células da levedura em 
pseudo-hifas (forma mais invasiva do fungo). 
Miconazol → altera outros componentes lipídicos da 
membrana, que pode resultar em necrose. 
2. Você poderia ter usado outro(s) creme(s) vaginal(is) 
ao invés do miconazol? Caso a resposta for sim, qual(is) 
seria(m) o(s) medicamento(s)? 
Cremes vaginais: outros imidazóis de aplicação tópica, 
como clotrimazol, tioconazol, butoconazol, etc. 
→ Nistatina (não tem bom resultado para pacientes 
diabéticos – pouco usada para candidíase vaginal) 
❖ CLASSIFICAÇÃO 
Imidazóis: cetoconazol (via oral e tópica - loção, creme, 
xampu) – substituída pelo itraconazol), miconazol 
(tópica), clotrimazol (tópica), oxiconazol (tópica), 
econazol (tópica), butoconazol (tópica), sertaconazol 
(tópica), tioconazol (tópica). 
Triazóis: itraconazol (via oral ou intravenosa), fluconazol 
(via oral ou intravenosa), voriconazol (via oral ou 
intravenosa), posaconazol (+ativo – via oral), terconazol 
(tópica). 
❖ RESISTÊNCIA 
- Mutações no gene que codifica a 14-alfa-esterol-
desmetilase. 
- Resistência cruzada entre todos os azóis (trocar a 
classe do medicamento). 
3. Quais os possíveis efeitos adversos destes 
medicamentos? 
❖ REAÇÕES ADVERSAS 
- Inibidores das CYPs (enzimas do citocromo P450) 
- Hepatotoxicidade 
- Teratogênicidade 
- Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, cefaleia 
e exantema 
- Hipopotassemia (itraconazol e anfotericina B) 
- Hipertrigliceridemia (itraconazol), efeito inotrópico 
(itraconazol) 
- Prolongamento intervalo QT (voriconazol) 
MICONAZOL 
→ menor absorção sistêmica 
- Ardência, prurido 
- Mais segura para gestação (exceto nas primeiras 
semanas) 
- Cólica 
CETOCONAZOL 
- Inibe biossíntese de testosterona (impotência, 
astenia, ginecomastia). 
- Inibe a síntese de corticosteroides (tratamento do 
hipercortisolismo – insuficiência suprarrenal. Pode 
acontecer como itraconazol em doses altas 
também). 
4. Além dos medicamentos para o diabetes, a paciente 
faz uso também de losartana para o controle de sua 
pressão arterial e de Erva de São João como 
antidepressivo. Pode haver alguma interação 
medicamentosa entre estes fármacos? Explique. 
Erva de São João: é um indutor enzimático das enzimas 
hepáticas, mesmas enzimas que metabolizam o outro 
medicamento de forma que reduz a concentração 
desse fármaco → interage apenas com voriconazol 
Losartana: pró-fármaco, não é convertido no 
metabolito ativo e assim diminui seu efeito terapêutico 
→ interage com fluconazol: é um inibidor enzimático, 
então o corpo vai metabolizar menos o losartana 
 
CASO CLÍNICO 03 
CANDIDOSE ORAL 
Analice, 46 anos, com história de doença autoimune e 
hipertensão

Outros materiais