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Farmacologia e Toxicologia

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Farmacologia e 
Toxicologia Geral
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Mariana Cavalcante e Almeida Sá
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Meire Silva
Revisão Textual:
Maria Cecília Andreo
Processos Farmacodinâmicos de Fármacos como Agentes 
Antimicrobianos e Anabolizantes
Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
 
 
• Conhecer os principais agentes antimicrobianos: antissépticos, desinfetantes, quimioterá-
picos anti-infecciosos, antibióticos β-lactâmicos, antibióticos que interferem na síntese da 
parede celular, ácidos nucleicos e proteínas e agentes antifungos e antivirais (antimicro-
bianos na mastite);
• Conhecer a ação dos anabolizantes.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Conceitos Gerais Sobre Antimicrobianos;
• Classificação dos Antimicrobianos;
• Anabolizantes.
UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
Conceitos Gerais Sobre 
Antimicrobianos
A primeira coisa que precisamos esclarecer é: O que são os antimicrobianos? Bem, os 
antimicrobianos, ou anti-infecciosos, são substâncias químicas usadas para combater os 
diversos tipos de microrganismos.
Figura 1 – Manuseio de meio de cultura
Fonte: Getty Images
Outro ponto importante é saber quais são os tipos de antimicrobianos e como 
eles atuam. Como pode ser visto na Figura 2, os antimicrobianos são classificados 
em dois tipos, dependendo do mecanismo de ação do fármaco. O primeiro tipo de 
antimicrobianos são os inespecíficos. Eles atuam em praticamente todos os tipos de 
microrganismos, quer sejam patogênicos, quer não (por exemplo, os antissépticos e 
os desinfetantes). O segundo tipo de antimicrobianos são os específicos, que atuam 
em microrganismos responsáveis por doenças infecciosas que acometem os humanos 
e os animais (como exemplo temos os quimioterápicos e os antibióticos).
Antimicrobianos
Inespecí�cos
Antissépticos
(empregados sobre a 
pele e as mucosas)
Desinfetantes
(empregados em
superfícies e objetos)
Quimioterápicos*
*Este termo é utilizado apenas para fármacos que atuam sobre neoplasias.
(produzidos por 
síntese laboratorial)
Antibióticos
(produzidos por 
seres vivos)
Especí�cos
Figura 2 – Classificação dos tipos de antimicrobianos 
Fonte: Adaptada de SPINOSA, et al., 2017
8
9
Classificação dos Antimicrobianos
Como discutido previamente, os antimicrobianos são divididos em específicos e ines-
pecíficos. Agora falaremos um pouco sobre cada um deles, exemplificando seus princi-
pais fármacos e tipos de atuação (Figura 3).
Figura 3 – Diferentes tipos de medicamentos
Fonte: Getty Images
Antissépticos
Antisséptico é um termo utilizado para substâncias que apresentam a capacidade de 
degradar ou inibir a proliferação de microrganismos presentes na superfície da pele e das 
mucosas. São substâncias usadas para desinfectar ferimentos, pois evitam ou reduzem o 
risco de infecção pela ação de bactérias ou germes. Os antissépticos são representados 
por substâncias como aldeído, álcool, ácido, fenol, entre outras (Figura 4).
Figura 4 – Tipos de antissépticos
Fonte: Getty Images
9
UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
Desinfetantes
Os desinfetantes são similares, em ação, aos antissépticos. No entanto, essas subs-
tâncias são aplicadas em superfícies não vivas para destruir os microrganismos sobre 
objetos. A ação desinfetante não mata, necessariamente, todos os microrganismos, mas 
é eficaz na esterilização de superfícies (processo químico ou físico que mata todos os 
tipos de vida). Assim como os antissépticos, os desinfetantes são representados por 
substâncias como aldeído, álcool, ácido, fenol, entre outras (Figura 5).
Figura 5 – Aplicação de desinfetante
Fonte: Getty Images
Quimioterápicos
O termo quimioterapia foi originalmente usado para descrever o uso de fármacos 
“seletivamente tóxicos” para patógenos (incluindo bactérias, vírus, protozoários, fungos 
e helmintos), tendo efeitos mínimos no hospedeiro. Atualmente, refere-se ao uso de 
fármacos aplicados em tratamentos de tumores. Existe, porém, a quimioterapia antimi-
crobiana, que consiste na ação farmacológica de matar ou inibir o microrganismo sem 
afetar o hospedeiro. Essa toxicidade é fundamentada nas diferenças entre a estrutura e 
a composição química das células procarióticas e eucarióticas.
Antibióticos 
Os antibióticos atuam sobre as bactérias e podem ser classificados em dois grandes 
grupos: bactericidas (responsáveis por matar as bactérias) e bacteriostáticos (impedem 
a reprodução bacteriana). Para isso, oferecem como mecanismos de ação a inibição da 
síntese proteica, alteração da parede celular bacteriana, alterações nas proteínas da mem-
brana plasmática, inibindo a síntese de RNA ou bloqueando a replicação ou o reparo do 
DNA (Figura no link a seguir).
Tipos de antibióticos. Disponível em: https://bit.ly/32cNZOc
10
11
Como há diversidade considerável quando se trata de bactérias, a abrangência dos 
antibióticos também é bem elevada. Há antibióticos naturais e semissintéticos, como 
os β-lactâmicos, tetraciclinas, peptídicos cíclicos, aminoglicosídeos, estreptograminas, 
macrolídeos, entre outros. Os antibióticos produzidos de maneira sintética podem ser 
classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas.
Dentro desse quadro, discutiremos os principais tipos de antibióticos baseados em 
seu mecanismo de ação:
Medicamentos que atuam na parede e na membrana celular:
• • ββ-lactâmicos: esse grupo de fármacos corresponde à grande parte do grupo de 
antimicrobianos variados, ou seja, as classes de antibióticos cuja fórmula molecular 
contém um anel β-lactâmico (Penicilinas, Cefalosporinas, Monobactâmicos e Carba-
penêmicos) e outros fármacos que inibem a enzima bacterianas β-lactamase e ami-
dase (por exemplo, Ácido Clavulânico, Sulbactam e Tazobactam). Essas enzimas 
são capazes de inativar, por degradação, algumas Penicilinas e Cefalosporinas e, por 
isso, o uso desses medicamentos inibidores é capaz de intensificar a ação ou mesmo 
ampliar o espectro desses antibióticos ;
• Penicilinas (PCN ou pen): trata-se de uma substância derivada do fungo do gênero 
Penicillum. Como exemplo, temos: Benzilpenicilina ou Penicilina G, Penicilina V, 
Nafcilina, Oxacilina, Cloxacilina, Dicloxacilina, Amoxicilina, Amoxicilina/Clavula-
nato, Piperacilina e Ticarcilina.
Seu mecanismo de ação se dá (1) pela inibição da síntese da parede celular bacteria-
na a partir da interação covalente com a enzima PBP (Penicillin Binding Protein), 
na membrana citoplasmática desses organismos, logo abaixo da parede celular (elas 
penetram na célula por meio de porinas presentes nessa estrutura). Essa enzima, 
quando ativada, remove a alanina terminal do ácido N-acetilmurâmico (componente 
dos polissacarídeos que, juntamente com polipeptídeos e peptídeoglicanas, formam 
o polímero cruzado complexo que origina a parede celular bacteriana) no processo de 
formação de ligações cruzadas com o peptídeo vizinho. Como essas ligações cruzadas 
são justamente as que garantem a rigidez estrutural da parede celular, o organismo 
se torna vulnerável. Esse processo corresponde à inibição de reações de transpepti-
dação (na fase de ligação cruzada, com já foi dito), uma das últimas etapas na síntese 
da parede. Assim como os outros β-lactâmicos, geralmente são bactericidas, de time-
-dependent killing (quanto maior for o tempo de ação, mais bactérias serão mortas) 
através da plasmólise provocada em bactérias replicantes (não atua sobre bactérias 
que já possuem parede celular, somente em crescimento e produção de parede celu-
lar). A presença de β-lactamases no espaço periplasmático é um importante meca-
nismo de evasão microbiana em algumas bactérias; (2) outro possível mecanismo de 
ação envolvido na alteração da morfogênese da parede celular é a ativação indireta de 
autolisinas pelas penicilinas (por meio de uma desestabilização do complexo endógeno 
inibidor dessa autólise,o ácido lipoteicóico). Esses fármacos podem apresentar efeitos 
colaterais. Apesar de serem pouco tóxicos, podem desencadear reações de hipersensi-
bilidade, sendo que todos eles têm sensibilidade e reatividade cruzada. Devido ao risco 
de anafilaxia nesse grupo, as penicilinas devem ser preferencialmente substituídas 
por outra classe compatível ou usadas com muita cautela, acompanhada de desensi-
bilização e aumento progressivo de dosagem, se não for possível a substituição. 
11
UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
Pelo fato se ser uma substância utilizada já há bastante tempo, muitas bactérias 
adquiriram resistência aos mecanismos de ação da penicilina. Desse modo, existem 
classificações para cada tipo de penicilina:
 » Penicilinas clássicas: como Benzilpenicilina ou Penicilina G, Penicilina V. Têm maior 
atividade contra gram-positivos, cocos gram-negativos e anaeróbios não produtores 
de β-lactamases (são degradadas por essas enzimas) e têm um espectro estreito;
 » Penicilinas antiestafilocócicas: como Cloxacilina, Dicloxacilina, Nafcilina, 
Oxacilina. São resistentes a β-lactamases estafilocócicas e mais eficientes contra 
gram-negativos, apesar de serem pouco eficientes contra enterococos e cocos 
gram-negativos. São fármacos de espectro moderado a amplo;
 » Penicilinas de espectro estendido (Ampicilina e Penicilinas Antipseudomonas): 
como as Aminopenicilinas, (Ampicilina e Amoxicilina, têm espectros de ação equiva-
lentes, sendo que a Amoxicilina é mais bem absorvida por via oral), Carboxipenicilinas 
(Carbenicilina, Carbenicilina Idanil Sódio e Ticarcilina) e Ureidopenicilinas (Piperaci-
lina, Mezlocilina e Azlocilina). Ampicilina, Amoxicilina, Ticarcilina e Piperacilina 
podem ser associadas a inibidores da β-lactamase. Mantêm o espectro das outras 
penicilinas e apresentam atividade aumentada contra gram-negativos. Esses fár-
macos têm maior atividade que as outras penicilinas de espectro menor contra 
bactérias gram-negativas, em razão de sua maior capacidade de penetrar a mem-
brana externa desse grupo de microrganismos. Entretanto, eles não são resistentes 
às β-lactamases e são inativados por elas.
• Cefalosporinas: são muito parecidas com penicilinas, mas apresentam maior esta-
bilidade contra β-lactamases bacterianas, apesar de ainda sofrerem degradação por 
algumas delas, especialmente as β-lactâmicas de espectro estendido, produzidas por 
Escherichia coli e Kebsiella. O mecanismo de ação desses fármacos é idêntico ao 
das penicilinas e os efeitos adversos também são similares, como hipersensibilidade. 
As cefalosporinas têm núcleo diferente do das penicilinas, o que faz com que alguns 
indivíduos sensibilizados não manifestem reação contra esses medicamentos. 
Assim como as penicilinas, as cefalosporinas são de uso frequente, isso faz com 
que muitas vezes tenham que ser modificadas estruturalmente. Dessa forma, são 
classificas em:
 » 1ª Geração: Cefazolina, Cefadroxil, Cefalexina, Cefalotina, Cefapirina e Cefradina. 
Ativas contra cocos gram-positivos;
 » 2ª Geração: Cefaclor, Cefamandol, Cefonicida, Cefuroxime, Cefprozil, Loracarbef 
e Ceforanida e as cefamicinas Cefoxitina, Cefmetazol e Cefotetan (contra anaeró-
bios). Heterogêneas, geralmente ativas contra cocos gram-positivos, com cobertura 
ampliada para organismos gram-negativos;
 » 3ª Geração: Cefoperazona, Cefotaxime, Ceftazidime, Ceftizoxime, Ceftriaxona, 
Cefixime, Cefpodoxime Proxetil, Cefdinir, Cefditoren Pivoxil, Ceftibuteno e Moxa-
lactam. Aumento da cobertura contra gram-negativos (em relação a fármacos de 
segunda geração) e alguns são capazes de cruzar a barreira hematoencefálica;
 » 4ª Geração: Cefepime, Cefozopran, Cefpirome, Cefquinome. Mais resistentes à 
hidrólise por lactamases cromossômicas. Espectro um pouco maior do que os de 
terceira geração em relação a gram-negativos;
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» 5ª geração: o grupo das cefalosporinas de 5ª geração foi recentemente criado e 
não é aceito em sua totalidade.
» Monobactâmicos: Aztreonam, único nos Estados Unidos da América. MA: 
Idêntico à Penicilinas e Cefalosporinas, apesar de ser resistente à maioria 
das β-lactamases ; 
» Carbapenêmicos: Imipenem-cilastatina, Meropenem, Doripenem, Ertapenem. 
Com mecanismo de ação semelhante ao das Penicilinas e Cefalosporinas, ape-
sar de ser resistente à maioria das �-lactamases. Como efeito colateral, pode 
proporcionar convulsões e desconforto gastrointestinal.
• Inibidores da ββ-Lactamase: como representantes de fármacos desse grupo, temos 
Ácido Clavulânico, Sulbactam, Tazobactam. MA: Inibem as β-lactamases e impe-
dem a inativação de algumas penicilinas (aquelas degradadas por β-lactamases) e 
outros β-lactâmicos (entretanto, seus usos clínicos mais importantes são em combi-
nação com penicilinas). Não têm ação abundantemente significativa ;
• Antibióticos glicopeptídeos: como representantes de fármacos desse grupo, temos 
Vancomicina, Teicoplanina, Dalbavancina, Telavancina, sendo os dois últimos apenas 
investigacionais. O mecanismo de ação desses fármacos é inibir a síntese da parede 
celular bacteriana ao se ligar à porção terminal do peptídeoglicano, região formadora 
da parede celular que impede sua elongação; geralmente são bactericidas. Como 
efeitos colaterais, temos a Red-man syndrome (fruto da liberação exacerbada de his-
tamina), ototoxicidade e, raramente, nefrotoxicidade ;
• Antibióticos lipopeptídeos: como representantes de fármacos desse grupo, temos 
a Daptomicina. O mecanismo de ação desses fármacos se dá pela sua ligação com a 
membrana celular, causando despolarização e morte celular rápida, assim, são consi-
derados bactericidas. Os efeitos colaterais que esses fármacos podem apresentar são 
miopatia (monitorização de CK (creatinina cinase) é recomendada). Outros agentes 
ativos de membrana ou parede celular: Fosfomicina (inibe estágio inicial da síntese 
da parede celular – bloqueia enolpiruvato transferase citoplasmática, que atua na 
primeira etapa da parede celular), Bacitracina (inibe a síntese da parede celular ao 
interferir na transferência das subunidades peptideoglicanas do citoplasma para a 
parede celular) e Cicloserina (bloqueia a incorporação de D-ala no pentapeptídeo 
peptídeoglicano ao inibir alanina racemase, que converte L-ala em D-ala). Como 
foi dito, eles atuam sobre etapas variadas da síntese da parede celular (diferentes da 
traspeptidação). São medicamentos atuais, como a Daptomicina.
Medicamentos que inibem a síntese de proteínas bacterianas :
• Tetraciclinas: são fármacos de largo espectro ou Broad-Spectrum (Tetraciclina, 
Doxiciclina, Minociclina, Demeclociclina, Tigeciclina). O mecanismo de ação desses 
fármacos se dá por sua entrada das células dos microrganismos e sua ligação de for-
ma reversível à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, bloqueando a ligação do 
aminoacil t-RNA a essa organela, impedindo, dessa forma, a incorporação de ami-
noácidos na fita proteica e a síntese de polipeptídios bacterianos. Geralmente são 
bacteriostáticos, contra as bactérias susceptíveis. Podem apresentar como efeitos 
colaterais desconforto gastrintestinal, fototoxicidade/sensibilidade, hepatotoxicidade 
(em grávidas, sendo contraindicado para esse grupo) e deposição em ossos e dentes 
(sendo evitado em crianças, por poder levar a diminuição do crescimento ósseo) ;
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UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
• Macrolídeos: quimicamente, são compostos com anéis lactônicos macrocíclicos (anel 
macrolídeo) ligados a açúcares desoxidados. Eritromicina, Clariritromicina, Azitromi-
cina, Telitromicina (cetolídeo, derivado de Macrolídeos) – Eritromicina é o protótipo 
isolado do Streptomyces erythreus e Claritromicina e Azitromicina são seus derivados 
semissintéticos. O mecanismo de ação desses fármacos se dá por sua ligação com a 
subunidade 50S do ribossomo bacteriano, inibindo a translocação do peptidil-tRNA 
do sítio aceptor para o sítio doador eformação de complexos de iniciação na síntese 
proteica (menos característico). Geralmente, é bacteriostático, mas, de acordo com 
a dose e o pH (mais alcalino), pode ser bactericida. Esses fármacos podem apre-
sentar como efeitos colaterais distúrbios gastrointestinais (anorexia, vômitos, náuseas 
e diarreia, eventualmente), ototoxicidade (geralmente reversível e a doses elevadas), 
hepatotoxicidade (colestase hepática aguda, com febre, icterícia e função hepática 
diminuída, fruto de hipersensibilidade) e reações alérgicas como febre e eosinofilia; 
• Lincosamidas: como fármaco representante, temos a Clindamicina. O mecanismo 
de ação desse fármaco é similar ao dos macrolídeos, com ligação na mesma subu-
nidade 50S ribossomal. Como efeitos colaterais, podem apresentar desconfortos 
gastrointestinais, como diarreia e náuseas, podendo ocorrer enterocolite. Raramente 
deteriora a função hepática ou produz neutropenia;
• Cloramfenicol: é um bacteriostático de Amplo-Espectro ou Broad-Spectrum. 
O mecanismo de ação desse fármaco se dá pela ligação, de forma reversível, 
com a subunidade 50S do ribossomo bacteriano e inibe a atividade da peptidil-
transferase na síntese proteica, impedindo, dessa forma, a formação da ligação 
peptídica entre os aminoácidos. Essa substância pode apresentar como efeitos 
colaterais distúrbios gastrointestinais, distúrbios na medula óssea (anemias), Gray 
Baby Syndrome (Síndrome do Bebê Cinzento) em neonatos ou Gray Syndrome 
(Síndrome Cinzenta) em pacientes não neonatos, especialmente hepatopatas.
• Estreptograminas: como fármaco representante desde grupo, temos a Quinupristina-
-Dalfopristina. O mecanismo de ação desse fármaco se dá pela rápida atividade bacte-
ricida contra a maioria das bactérias susceptíveis. Liga-se à subunidade 50S e, como 
as tetraciclinas, inibe a incorporação de aminoácidos, mas de forma mais letal. Como 
efeitos colaterais podemos citas mialgias relacionadas à infusão severa e artralgias;
• Oxazolidinonas: como fármaco representante desse grupo, temos o Linezolid. 
O mecanismo de ação desse fármaco se dá pela inibição da síntese proteica 
bacteriana ao se ligar ao rRNA S23 da subunidade 50S, impedindo a formação 
com complexo de iniciação. É bacteriostático contra as bactérias susceptíveis. 
Apresentam como efeitos colaterais a supressão da medula óssea de duração 
dependente, neuropatia, neurite óptica e síndrome da serotonina quando admi-
nistrado com medicamentos serotonérgicos;
• Aminoglicosídeos e Espectinomicinas: como fármacos representantes desse gru-
po, temos Gentamicina, Tobramicina, Amicacina, Estreptomicina, Neomicina e Es-
pectinomicina. O mecanismo de ação desses fármacos se dá pela inibição da síntese 
bacteriana, ao se ligar com a subunidade 30S do ribossomo bacteriano, interferindo 
com a síntese do códon e formação do complexo de iniciação, provocando leitura 
incorreta do mRNA e quebra de polissomos em monossomos não funcionais. É bac-
tericida contra bactérias susceptíveis. Apresentam como efeitos colaterais Nefrotoxi-
cidade, ototoxicidade (reversíveis) e bloqueio neuromuscular.
14
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Medicamentos que inibem a síntese de ácido fólico e de ácido nucleico :
• Sulfonamidas: como fármaco representante desse grupo, temos Sulfacitina, Sulfisoxa-
zol, Sulfametizol, Sulfadiazina, Sulfametoxazol (SMX/SMZ), Sulfadoxina e Sulfapiridina. 
Como atuam sobre um grupo de bactérias susceptíveis, são incapazes de captar ácido 
fólico (importante na síntese de purinas e DNA) do meio externo e necessitam produzi-lo 
a partir do PABA (Ácido Para-aminobenzóico) e da Pteridina, por meio da ação de dihi-
dropteroato sintetase sobre essas substâncias, produzindo ácido hidrofólico. As sulfas 
são estruturalmente similares ao PABA e inibem a DHPS (digidropteroato sintase) por 
meio de antagonismo competitivo. A diminuição na produção de ácido fólico diminui a 
síntese de DNA, o que leva à inibição do crescimento bacteriano (ação bacteriostática 
antimetabólica). Febre, rash cutâneo, dermatite esfoliativa, fotossensibilidade, urticária, 
distúrbios GI e urinários são os efeitos colaterais mais comuns. Um dos efeitos mais te-
midos, apesar de raro, é a síndrome de Stevens-Johnson. Podem ocorrer ainda outros 
efeitos importantes e característicos de antifolatos, como distúrbios hematopoiéticos 
(anemias, granulocitopenia, trombocitopenia, reações leucemóides), artrite, conjuntivite 
e distúrbios do trato urinário. São contraindicados para pacientes com rickettisia, uma 
vez que as sulfas podem estimular o crescimento delas. Pacientes com alergia também 
devem evitar esse tipo de medicamento ;
• Pirimidinas: como fármaco representante desse grupo, temos Trimetoprim (TMP) 
e Pirimetamina. MA: esse medicamento inibe seletivamente a Dihidrofolato Redu-
tase bacteriana, que converte ácido dihidrofólico em ácido tetrahidrofólico, que deve 
ser convertido, por outra enzima, em purinas, e originar DNA. É bacteriostático 
antimetabólico. Atuam num âmbito similar ao das sulfas, podendo, dessa maneira, 
atuar de forma sinérgica com elas, tornando-se bactericida. Apresentam os efeitos 
colaterais efeitos esperados de um antifolato (já citados para sulfas), especialmente 
distúrbios hematopoiéticos (anemia, trombocitopenia etc.) e enterocolites ;
Importante!
Trimetoprim-Sulfametoxazol (TMP-SMZ/SMX) – Trata-se de um dos mais importantes 
agentes de uso combinado sinérgico antifolato, que aproveita a ação das sulfas e das 
pirimidinas na inibição da síntese de ácido fólico e bloqueio da produção de DNA, como 
já foi descrito anteriormente, em bactérias susceptíveis. Adquire capacidade bactericida, 
em vez da bacteriostática característica dos outros antifolatos, em razão do sinergismo. 
Seu uso é importante no tratamento de ITUs, infecções por Shigella. Seus efeitos colate-
rais são os mesmos dos antifolatos, podendo ocorrer hipercalemia e distúrbios dos SNC, 
sendo que pacientes com algumas patologias (AIDS, pneumonia pneumocística) espe-
cíficas apresentam os efeitos com maior frequência, especialmente febre, leucopenia, 
diarreia, elevações de aminotransferases, hipercalemia e hiponatremia.
• Fluoroquinolonas (Quinolonas): como fármaco representante desse grupo, temos 
Ciprofloxacina, Ofloxacina, Levofloxacina, Moxifloxacina, Gemifloxacina (as oxa-
cinas). As quinolonas são análogos sintéticos fluorinados do ácido nalidíxico, são 
bactericidas e inibem replicação do DNA por meio da ligação e do bloqueio das to-
poisomerases II (DNA girase, que promove o relaxamento das fitas de DNA duran-
te a transcrição e a replicação do material genético) e IV (responsável pela sepa-
ração do DNA replicado durante a divisão celular). São fármacos ainda fortes, mas 
15
UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
a resistência bacteriana a eles vem aumentando recentemente. São usados princi-
palmente no tratamento de ITU, DST/ Doenças Inflamatórias Pélvicas, infecções de 
pele, osso e cartilagem, diarreia por Shigella, Salmonella, E. coli, Clampylobacter 
e infecção por Pneumococcos resitentes (Quinolonas Respiratórias). São muito bem 
tolerados quando comparados a outros antibióticos. Os principais efeitos adversos 
são: distúrbios gastrointestinais (náusea, vômitos e diarreia), neurotoxicidade (insô-
nia, tonturas, cefaleia), fototoxicidade (lomefloxacina e pefloxacina), anormalidade 
nos testes de perfil hepático.
Anabolizantes
Trata-se de uma classe de hormônios esteroides naturais e/ou sintéticos cuja função prin-
cipal é aumentar a retenção de nutrientes provindos da dieta. Promovem, assim, o cresci-
mento celular e a sua divisão, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, 
especialmente o muscular e o ósseo. Geralmente são substâncias derivadas da testosterona 
(hormônio sexual masculino), de administração principalmente por via oral ou injetável (in-
tramuscular). São uma classe de fármacos que vem sendo utilizada indiscriminadamente 
(tratamento farmacológico em queimados até o usopara aumento ilícito de massa muscu-
lar em atletas de alto desempenho). Os diferentes esteroides androgênicos anabólicos têm 
combinações variadas de propriedades androgênicas e anabólicas (processo metabólico que 
constrói moléculas maiores a partir de outras menores). Após sua descoberta, em 1930, os 
anabolizantes vêm sendo aprimorados, já que a testosterona (primeiro anabolizante descri-
to) tem baixíssimo tempo de meia-vida (aumenta a degradação metabólica hepática).
Figura 6 – Testosterona sintética
Fonte: Getty Images
Os esteroides anabólicos podem produzir inúmeros efeitos fisiológicos, incluindo efei-
tos de virilização, maior síntese proteica, massa muscular, força, apetite e crescimento 
ósseo. Os esteroides anabolizantes também têm sido associados a diversos efeitos co-
laterais quando administrados em doses excessivas, esses efeitos incluem elevação do 
colesterol (aumenta os níveis de LDL e diminui os de HDL), acne, pressão sanguínea 
elevada, hepatotoxicidade e alterações na morfologia do ventrículo esquerdo do coração.
Suas principais ações terapêuticas são em casos de nanismo hipofisário, AIDS, cân-
cer, endometriose, puberdade retardada, partes do corpo que sofreram queimadura, 
partes do corpo que passaram por cirurgias extensas, entre outras.
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Vias de Administração
A vias de administração dos fármacos são: (1) a via oral (VO), que, apesar de ser 
talvez a mais conveniente, sofre pelo fato de que os esteroides orais necessitam ser 
quimicamente modificados, e seu metabolismo na forma ativa pode forçar o fígado. 
Aumentado a potência e a taxa de excreção (por isso, foram a primeira escolha con-
tra métodos antidoping). Como efeitos adversos, aumentam a toxicidade e, portanto, 
aumentam os efeitos sistêmicos; (2) e a injetável, com injeções que são tipicamente 
administradas intramuscularmente, para evitar variações bruscas no nível sanguíneo. 
Diminuem a potência, diminuem a taxa de excreção (facilmente detectável em métodos 
antidoping), diminuem a toxicidade e, portanto, diminuem os efeitos colaterais.
Ainda não está elucidado como se dão os efeitos fisiológicos dos andrógenos como 
testosterona e a di-hidrotestosterona. Sabe-se que suas ações são vastas, desde o desen-
volvimento fetal para manutenção de músculos e massa óssea até a vida adulta, incluindo 
o estímulo de estirões de crescimento na puberdade, indução de crescimento de cabelo, 
produção de óleo pelas glândulas sebáceas e sexualidade.
Os andrógenos estimulam a miogênese, que é a formação de tecido muscular. Também 
são conhecidos por causar hipertrofia dos dois tipos (I e II) de fibras musculares. É ampla-
mente entendido que doses suprafisiológicas de testosterona em homens normais aumen-
tam a densidade do nitrogênio e a massa magra (muscular) ao mesmo tempo que diminui 
a gordura, particularmente a abdominal.
Farmacocinética dos Anabolizantes
Os mecanismos de ação diferem dependendo do esteroide anabólico específico. 
Diferentes tipos de esteroides anabólicos se ligam ao receptor de andrógeno em diferentes 
graus, dependendo de sua fórmula química. Esteroides anabólicos como a metandrosteno-
lona não reagem fortemente com o receptor de andrógeno, usando a síntese proteica ou 
glicogenólise para sua ação, enquanto esteroides como a oxandrolona reagem fortemente 
com o receptor de andrógeno (quanto maior for a ligação, maior será o efeito).
Figura 7 – Metandrostenolona
Fonte: Divulgação
Vendida sob o nome comercial Dianabol e alguns outros, é um esteroide 
anabolizante e androgênico (EAA) sintético e oralmente ativo. É um derivado 
17alfa-alquelado da testosterona que já foi usada na medicina, mas não é 
mais utilizada.
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UNIDADE Processos Farmacodinâmicos de Fármacos 
como Agentes Antimicrobianos e Anabolizantes
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Farmacologia Ilustrada
 Vídeos
Medicamentos antimicrobianos
https://youtu.be/7Mf2JkpAWk0
 Leitura
Antibacterianos: principais classes, mecanismos de ação e resistência
https://bit.ly/3ggVUlI
Top 5 – Principais casos de doping no esporte
https://bit.ly/3e0kwMZ
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Referências
RANG, H. P. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
SPINOSA, H. S.; BERNARDI, M. M.; GORNIAK, S. L. Farmacologia aplicada à me-
dicina veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
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