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Internacionalismo e Globalização

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INTERNACIONALISMO,	GLOBALIZAÇÃO	E	O
FUTURO	DO	ESTADO-NAÇÃO
O	século	20	viu	várias	tentativas	de	se	estabelecer	um	sistema	efetivo	de	ordem
internacional	 para	 diminuir	 os	 riscos	 da	 guerra	 e	 resolver	 outros	 problemas
internacionais.	No	século	anterior,	a	Cruz	Vermelha	e	a	primeira	Convenção	de
Genebra	já	representavam	algum	progresso	na	direção	de	um	acordo	de	conduta
em	 tempo	de	 guerra,	mas	 a	Liga	 das	Nações	 após	 a	Primeira	Guerra	Mundial
(veja	 a	p.	 230)	 foi	 a	primeira	grande	 tentativa	de	 estabelecer	uma	organização
pan-nacional	 com	 a	 missão	 de	 prevenir	 a	 guerra	 e	 lidar	 com	 questões	 não
resolvidas	em	tempo	de	paz.
Fundada	 em	 1919,	 a	 Liga	 alcançou	 vários	 sucessos	 logo	 no	 início	 –	 por
exemplo,	lidou	com	a	crise	humanitária	causada	pelos	combates	na	Turquia	em
1922-1923.	 Também	 procurou	 atuar	 em	 questões	morais:	 definiu	 a	 escravidão
em	1926	e	estabeleceu	que	ser	membro	da	Liga	estava	condicionado	à	abolição.
Mas	sua	resposta	à	invasão	japonesa	da	Manchúria	em	1931	e	à	invasão	italiana
da	 Abissínia	 (Etiópia)	 em	 1935	 revelou-se	 ineficaz.	 A	 Liga	 recebeu	 pouca
cooperação	 global.	 As	 nações	 conseguiram	 desrespeitar	 suas	 sanções	 e	 seus
pedidos	 de	 arbitragem.	 Um	 resultado	 sério	 foi	 o	 fracasso	 das	 negociações	 de
desarmamento	nas	décadas	de	1920	e	1930.	As	potências	europeias	continuaram
a	 reconstruir	 seus	 arsenais,	 o	 que,	 por	 sua	 vez,	 corroeu	 a	 fé	 internacional	 na
capacidade	da	Liga	de	impedir	futuros	conflitos.
“Uma	das	minhas	lembranças	mais	antigas	é	caminhar	por	uma	estrada
lamacenta	 nas	 mon-tanhas.	 Estava	 chovendo.	 Atrás	 de	 mim,	 minha
aldeia	 estava	 em	 chamas.	Quando	havia	 escola,	 ela	 ficava	 embaixo	 de

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