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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-71-140-píginas-41

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OS	PRIMEIROS	AGRICULTORES
Quando	os	seres	humanos	começaram	a	cultivar	alimentos,	deram	início	a	uma
revolução	em	relação	à	forma	como	vivemos.	Antes	da	agricultura,	os	humanos
eram	 caçadores-coletores	 nômades.	 Com	 o	 advento	 do	 cultivo,	 as	 pessoas
começaram	a	fixar	residência	permanente	em	um	lugar	–	como	a	maioria	faz	nos
dias	de	hoje.
Com	a	agricultura,	as	pessoas	puderam	não	só	estocar	comida	para	o	inverno
e	 outros	 períodos	 de	 escassez,	 mas	 também	 comercializar	 o	 excedente
alimentício.	 A	 troca	 desses	 recursos	 extras	 por	 matérias-primas,	 produtos
manufaturados	 e	 trabalho	 forma	 a	 base	 de	 uma	 série	 de	 atividades	 até	 então
sequer	sonhadas,	desde	a	construção	de	templos	até	a	declaração	de	guerras.	O
excedente	de	alimentos	também	possibilitou	que	parte	da	população	vivesse	em
cidades	 e	 que	 algumas	 dessas	 pessoas	 praticassem	 ofícios	 e	 atividades	 com
maior	especialização.
Nos	 trópicos,	 alguns	 grupos	 já	 vinham	 praticando	 a	 “jardinagem	 florestal”
havia	milênios	 (veja	 a	 p.	 75-76),	 e,	 em	 outros	 lugares,	 os	 caçadores-coletores
tinham	começado	a	coletar	e	armazenar	alimentos	não	perecíveis,	como	grãos	de
cereais.	O	próximo	passo	 foi	perceber	que,	 se	 semeassem	esses	grãos	no	 solo,
poderiam	colher	muito	mais	do	que	tinham	plantado.
Isso	parece	ter	acontecido	entre	10000	e	8000	a.C.,	nas	condições	climáticas
mais	quentes	que	se	seguiram	à	última	era	do	gelo.	Naquela	época,	na	região	do
Oriente	Médio	chamada	de	Crescente	Fértil,	localizada	nos	vales	dos	rios	Tigre	e
Eufrates,	as	pessoas	começaram	a	plantar	trigo	e	cevada	e,	mais	tarde,	centeio	e
vagens	–	o	começo	da	agricultura	arável.	Nos	vários	milhares	de	anos	seguintes,

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