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CRÉDITO, DÉBITO E INVESTIMENTO Mesmo algumas das primeiras economias já tinham sistemas de crédito. E, onde há sistemas de crédito, há crises periódicas de dívida. Muitas guerras e revoluções tiveram suas origens em problemas de dívida ou remissão de dívida. Bastões de contagem e registros similares de crédito remontam a civilizações tão antigas quanto a Mesopotâmia – assim como as ofertas de empréstimos com juros. Onde quer que esses empréstimos estivessem disponíveis, havia sempre a chance de que os tomadores de empréstimos ficassem em atraso e tivessem suas posses confiscadas – ou, pior, que membros de sua família fossem levados como “escravos por dívida”. Para resolver os problemas sociais que isso causava e manter a lealdade de seus súditos, os reis sumérios e babilônicos anunciaram “jubileus” periódicos, nos quais as dívidas dos consumidores eram anuladas. Mais tarde, líderes gregos e romanos, diante de ameaças de revolta dos devedores, anunciaram pagamentos aos cidadãos, por exemplo, por meio de alíquotas de impostos negativas. A consciência em relação aos problemas que as dívidas poderiam causar também se refletia em pronunciamentos morais, religiosamente sancionados ou não. Em A república, o filósofo grego Platão levantou a seguinte questão retórica: “A justiça não é apenas uma questão de pagar as dívidas de alguém?”, para a qual a resposta era que a justiça é muito mais complexa que isso. A usura (a prática de empréstimos com juros) foi proibida pela igreja cristã medieval. Ao mesmo tempo, o Islã permitia apenas empréstimos em troca de participação nos lucros (em que o credor podia reivindicar apenas uma parte dos lucros do investimento dos devedores, não juros) e baniu a escravidão por dívida. Mas os
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