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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-20

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LEIS
As	 leis,	originalmente	 impostas	por	 líderes	 familiares	e	 comunitários	na	 forma
de	 tabus	 e	 obrigações,	 foram	 se	 tornando	 mais	 complexas	 à	 medida	 que	 as
sociedades	 se	 desenvolviam.	 Como	 um	 sistema	 formal,	 elas	 estavam
relacionadas	à	expansão	dos	governos	e	da	escrita.
Não	há	como	determinar	em	que	medida	os	conceitos	de	certo	e	errado	são
inatos,	evolucionários	ou	criados	dentro	da	sociedade.	Alguns	defendem	que	eles
se	desenvolveram	como	parte	da	prática	religiosa,	outros	que	eles	antecedem	a
religião.	Mas	é	claro	que,	na	época	em	que	as	primeiras	leis	foram	escritas,	elas
serviam,	 em	 parte,	 para	 registrar	 o	 que	 uma	 sociedade	 julgava	 permissível	 ou
não,	e	isso	variava	de	acordo	com	as	suas	necessidades	e	valores.	As	leis	eram
também	 uma	 codificação	 de	 valores	 que	 os	 líderes	 ou	 governantes	 queriam
impor	a	seus	súditos,	mas,	com	o	tempo,	também	passaram	a	ser	uma	restrição
ao	 poder	 absoluto	 do	 governo.	Na	Atenas	 antiga,	 por	 exemplo,	 a	 constituição
draconiana,	ou	código	de	Drácon,	foi	criada	em	resposta	à	modificação	injusta	e
arbitrária	das	leis	orais	da	aristocracia	no	século	7o	a.C.	A	Magna	Carta	(1215)
marcou	um	momento	análogo	na	história	inglesa	porque	impôs	limites	ao	poder
real.
Os	códigos	jurídicos	variavam	quanto	a	considerar	que	um	ato	criminoso	era
uma	ofensa	contra	o	indivíduo	ou	a	comunidade,	ou,	ainda,	contra	o	Estado.	Isso
está	relacionado	à	distinção	entre	justiça	retributiva	(quando	a	lei	define	de	que
forma	um	 infrator	deve	ser	punido)	e	 justiça	 restaurativa	 (quando	os	 infratores
devem	 reparar	 o	 dano	 que	 causaram).	 Muitos	 códigos	 jurídicos	 antigos
incorporavam	 uma	 forte	 tendência	 retributiva.	 Por	 exemplo,	 o	 código	 do	 rei

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