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Departamento de Farmácia 1 Doenças causadas por FUNGOS 2 ALVOS bioquímicos para a terapia antifúngica 3 CLASSES DE FÁRMACOS antifúngicos 3.1 Desestabilizadores de membrana 3.2. Inibidores da síntese de ergosterol 3.3 Inibidores da parede celular 3.4 Inibidores da síntese de DNA/RNA 3.5 Anti-mitóticos 3.6 Outros mecanismos • Fernandes, T.B.; Parise Filho, R.. Antifúngicos. In: ____. Ferreira, E.I; Barreiro, E.J; Giarolla, J.; Parise Filho, R. Fundamentos de Química Farmacêutica Medicinal. 2022, cap 33, p.583. • Lemke, T.L.; Williams, D.A. In: Fifer, K.E. Foye´s Principles of medicinal chemistry. Filadelfia: Lippincott and Wilkins, 2013, cap.35, p.1158-1174. N N H NH2 F O OCH3 H3CO Cl O O H3CO CH3 Dermatofitoses Acometem: pele, cabelo e unhas. Fungos alimentam-se de queratina. Exemplos: Tricophyton, Microsporum, Epidermophyton Leveduras -Candida albicans: microbiota normal de nosso organismo (orofaringe, TGI, vagina e pele) -Criptococcus neoformans: fezes de pombos 1 2 3 Blastomicose, paracoccidiomicose, coccidiomicose, histoplasmose, aspergilose - Blastomyces dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Aspergillus sp - Inalação de poeira contaminada - Problemas pulmonares • Infecções • Imunidade • Hormônio Quais os desafios no desenvolvimento de fármacos antifúngicos Quais os desafios no desenvolvimento de fármacos antifúngicos? • Eucariontes • Diversidade fúngica • Toxicidade e seletividade • Interações Medicamentosas • Resistência ▪ Eucariontes ▪ Fungos têm membrana celular e parede celular ▪ Biossíntese do DNA ▪ Montagem do fuso mitótico ▪ Metabolismo da célula fúngica ▪ Esterois da membrana https://www.youtube.com/watch?v=I9SiDPFMM3Y ▪ Eucariontes ▪ Fungos têm membrana celular e parede celular ▪ Biossíntese do DNA ▪ Montagem do fuso mitótico ▪ Metabolismo da célula fúngica ▪ Esterois da membrana Funcionamento de enzimas de membranas e proteínas transportadoras de íons https://questaodesaude.files.wordpress.com/2015/05/parede.png Volmer, A.A.; Szpilman, A.M.; Carreira, E.M. Nat. Prod. Rep., v.27, p.1329–1349, 2010. ergosterol colesterol 1 2 3 1903 iodeto de potássio 1957 1959 1963 1967 1976 1990 1994 2000 anfotericina B griseofulvina flucitosina miconazol cetoconazol itraconazol fluconazol caspofungina micafungina anidafunfina posaconazol ravuconazol variconazol 2014 F O B OH tavaborole 2015 Isavuconazol, sulfato de isavuconazônio (cresemba) Fase 1 Fase 2 Fase 3 Aprovado N ú m er o d e co m p o st o s Shafiei, M., Peyton, L., Hashemzadeh, M., & Foroumadi, A. (2020). Bioorganic chemistry, 104, 104240. 3.1 Desestabilizadores de membrana 1 2 3 ❑ Lactonas macrolídicas poliênicas ❑ Região hidrofílica ❑ Região hidrofóbica ❑ Número de duplas ligações → atividade antifúngica in vitro, toxicidade em mamíferos ❑ Mecanismo de ação: afinidade pelos ergosteróis da membrana (micelas) 1 2 3 • Acilações: melhoram permeabilidade • Nitrogênio: carregado positivamente • Nitrogênio acilado: perda atividade Mecanismo de ação Kamiński, D. M. (2014). European biophysics journal, 43, 453-467. Matsumori, N., Sawada, Y., & Murata, M. (2005). Journal of the American Chemical Society, 127(30), 10667-10675. colesterolx ergosterol Fosfolipídios micosamina Meio extracelular poro Fosfolipídios citoplasma bicamada lipídica água Mecanismo de ação Matsumori, N., Sawada, Y., & Murata, M. (2005). Journal of the American Chemical Society, 127(30), 10667-10675. colesterolx ergosterol Fosfolipídios micosamina bicamada lipídica Adsorção ▪ Poliênico antifúngico antibiótico proveniente de Streptomyces noursei ▪ Antifúngico tópico ▪ Tóxico para uso sistêmico ▪ Adiministração IV ▪ Nefrotoxicidade ▪ Não atravessa a BHE ▪ Lipossomas: diminuem toxicidade ▪ Tetraeno ▪ Suspensão para uso tópico ocular 3.2 Inibidores da síntese de ergosterol: 1 2 3 Potência e Seletividade Gerações 1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração miconazol clotrimazol fluconazol cetoconazol voriconazol posaconazol quilseconazol oteseconazol Rabaan, A. A., et al. (2023). Antibiotics, 12(3), 608. Shafiei, M., Peyton, L., Hashemzadeh, M., & Foroumadi, A. (2020). Bioorganic chemistry, 104, 104240. ✓ Biodisponibilidade por via oral (diferente da anfotericina B) ✓ Amplo espectro triazolimidazol 1 2 3 1 2 3 esqualeno esqualeno epoxidase esqualeno epóxido lanosterol 14α-desmetilase (CYP51) Δ-14 redutase Δ-8, Δ-7 isomerase ergosterol - Ácido fórmico 14α-desmetilase (CYP51) H OH O Lepesheva , Waterman . Curr Top Med Chem, v.11, p.2060-2071, 2011. O ferro do grupo heme porfirínico promove uma série de oxidações radicalares, que culminam na saída de ácido fórmico (desmetilação oxidativa) Interação por coordenação de um dos nitrogênios com o átomo de ferro do grupamento heme da enzima: sítio ativo da enzima não está mais disponível 1 Mecanismo de ação 14α-desmetilase Principal Interação Seletividade (apoproteína)interação 3Flowers, S.A. et al. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.51, p.1450-460, 2015. Mecanismo de ação Grupo prostético Fe-heme da CYP 51 ou 14 α-demetilase liga- se ao N-4 dos triazóis e tetrazóis ou N-3 dos imidazóis Sítio de interação com substrato Grupo prostético heme da citocromo 4 Importância do anel triazólico na interação com sítio de ação posaconazol HEME Interação Fármaco-Receptor posaconazol fluconazol Interação Fármaco-Receptor Sheng, C. et al. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.53, p. 3487–3495, 2009. itraconazol pozaconazol ▪ Cadeias laterais muito longas ▪ Interações adicionais hidrofóbicas com sítio de ação Interação Fármaco-Receptor Interação com a CYP 51 Morte Acúmulo de lanosterol Propriedades diferentes do ergosterol • Permeabilidade • Falhas na membrana • Mau funcionamento de proteínas de membranas Por que o lanesterol não acumula em células de humanos? Grupo 14α-metil https://www.qconcursos.com/questoes-de- concursos/questoes/78ae09a3-f4 https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/78ae09a3-f4 https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/78ae09a3-f4 Morte Acúmulo de lanosterol Propriedades diferentes do ergosterol • Permeabilidade • Falhas na membrana • Mau funcionamento de proteínas de membranas Por que o lanesterol não acumula em células de humanos? → Força de inibição • IC50 cetoconazol em C. albicans: 10-8 mol/L • IC50 cetoconazol em enzimas mamíferos: 10-6 mol/L Grupo 14α-metil Modificações no anel azólico Y e Z = CH (imidazol) Y = N e Z=CH (triazol) Y e Z = N (tetrazol) Triazol → lentamente metabolizado Triazol e tetrazol mais seletivo para o fungo Relação estrutura-atividade Substituintes no anel aromátco = Cl ou F Anel azólico de 5 membros com 2-4 N pozaconazol Cadeias longas: ajustar propriedades físico-químicas; dimiui mobilidade do azol dentro da fenda; aumento afinidade cetoconazol tioconazol clotrimazol miconazol Uso tópico 1 2 3 1,3-espirodioxolanas Anel imidazólico Grupo aromático cetoconazol (1981) 2ª geração 2 4 C2 Dioxolano substituído Segundo grupo aromático Grupo de interação adicional ▪ 1º azol via oral ▪ Uso tópico e sistêmico ▪ Amplo espectro de ação ▪ Meio ácido→ absorção cetoconazol desacetilase Inativos fluconazol ✓ Triazol para uso sistêmico: via oral e intravenosa ✓ Atravessa BHE ✓ Cryptococcus neoformans ✓ Baixa solubilidade 1 2 3 Flowers, S.A. et al. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v.51, p.1450-460, 2015. fosfluconazol fluconazol Limitada hidrossolubilidade Infusão 2 mg/mL Fosfatases alcalinas Pró-fármaco Éster fosfato Altamente hidrossolúvel Infusão > 100mg/mL In vivo 3ª geração 1 2 3 3ª geração itraconazol ✓ Primeiro triazol uso clínico ✓ Inibidor CYP3A4 ✓ Meio ácido: melhor absorção posaconazol ✓ Anel tetraidrofurano ✓ Maior espectro de ação terconazol ✓ Análogo cetoconazol e itraconazol voriconazol ✓ Triazol análogo do fluconazol ✓ Maior espectro de atividade que o fluconazol ✓ Atravessa BHE ✓ Extensivamente metabolizado e inibidor CYP450 1 2 3 5-fluorpirimidina 1 2 3 isavocunazol (cresemba, sulfato de isavuconazônio) voriconazol tiazolil-benzonitrila Solubilidade esqualeno esqualeno epoxidase epóxido esqualeno lanosterol 14α- desmetilase (CYP51) Δ-14 redutase Δ-8, Δ-7 isomerase ergosterol esqualeno epoxidase 1 2 3 Vantagem → Seletividade para a enzima dos fungos Ex: Terbinafina: Ki = 0,03 mol/L em Candida albicans Ki = 77 mol/L em ratos (2500 X) Efeito 2 ❑ Aumento da concentração de esqualeno intracelular: tóxico para o fungo Efeito 1 ❑ Diminuição de esterol na membrana: alteração de propriedades físico-químicas → mau funcionamento de proteínas de membranas (nutrientes e pH) Menor espectro de ação 1 2 3 Alil-aminas naftifina ✓ Uso tópico terbinafina ✓ Usos tópico e oral ✓ Tratamento de onicomicose (lipossolubilidade) log P = 5,9 butenafina e tolnaftato ✓ Uso tópico ✓ Tratamento de dermatofitose naftaleno terbinafina Nowosielski. M. et al., J. Chem. Inf. Model., v. 51, p. 455–462, 2011. Esqualeno epoxidase de Saccharomyces cerevisiae esqualeno esqualeno epoxidase epóxido esqualeno lanosterol 14α- desmetilase (CYP51) Δ-14 redutase Δ-8, Δ-7 isomerase ergosterol Δ-8, Δ-7 isomerase Δ-14 redutase 1 2 3 amorolfina ✓ Alterações das duplas ligações → Formato e propriedades diferentes do ergosterol → Mau funcionamento de proteínas da membrana 1 2 3 ✓ Bom alvo? ✓ Exemplos: equinocandinas: peptídeos cíclicos com cadeia lateral lipofílica ✓ Inibem β-1,3-glucano sintase Parede celular β-(1,6)-glucano β-(1,3)-glucano Membrana celular β-1,3-glucano sintaseergosterol 1 2 3 -glucano Componente polimérico da parede celular fúngica https://questaodesaude.files.wordpress.com/2015/05/parede.png Impede a polimerização de β-glucano Prejudica a integridade estrutural da parede celular Inibe enzima 1,3 β-glucano sintase Enzima ausente em mamíferos Desequilíbrio osmótico Ruptura da parede celular Mecanismo de ação Estado normal Presença do inibidor ✓ Inovação no tratamento antifúngico de infecções sistêmicas (últimos 35 anos) ✓ Novo mecanismo de ação, alto custo ✓ Não são administrados por via oral, apenas IV 1 2 3 N-acil equinocandinas fluoruracila 5-fluordesoxiuridina monofosfato (5-FdUMP) • Síntese proteína e RNA Citosina desaminase fúngica ✓ Tratamento de infecções sistêmicas: Cryptococcus neoformans e Candida ssp ✓ 5-FdUMP: inibidor da timidilato sintase → não há síntese de proteínas essenciais ✓ Humanos: não temos citosina desaminase 1 2 3 flucitosina Toxicidade fluoruracila 5-fluordesoxiuridina monofosfato (5-FdUMP) Citosina desaminase fúngica Mecanismo de resistência ✓ Diminuição da permeabilidade do fármaco ✓ Diminuição da atividade da citosina desaminase → Resolver: administrar com anfotericina B ou fluconazol • Fármacos que alteram a permeabilidade da membrana: alteram a concentração do fármaco 1 2 3 griseofulvina ✓ Produzido por cepas de Penicillium ✓ Uso oral para infecções fúngicas superficiais (unha) ✓ Acumula nas células precursoras de queratina, sendo, vagarosamente, substituída pelo tecido saudável ✓ Mecanismo de ação: liga-se a tubulina, inibindo a divisão celular 1 2 3 Benzofurano fundido a uma ciclo-hexanona 1 2 3 griseofulvina OCH3 H3CO Cl O O H3CO CH3 Cl, F → Biossíntese do DNA e respiração celular → Quelação de íons (Fe), inibindo metaloenzimas dentro da célula fúngica USO TÓPICO - DERMATÓFITOS →Interação com componentes da membrana celular haloprogina ciclopirox ácido undecilênico 1 2 3 Perspectivas Nova classe: orotomidas • Mecanismo de ação: inibição da síntese de pirimidina • Estudos clínicos de fase III dapaconazol • Uso tópico, desenvolvido no Brasil • Estudos clínicos rezafungina • Estudos clínicos fase III Perspectivas Rabaan, A. A., Sulaiman, T., Al-Ahmed, S. H., Buhaliqah, Z. A., Buhaliqah, A. A., AlYuosof, B., ... & Mohapatra, R. K. (2023). Potential Strategies to Control the Risk of Antifungal Resistance in Humans: A Comprehensive Review. Antibiotics, 12(3), 608. N N H NH2 F O OCH3 H3CO Cl O O H3CO CH3 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12: 3.1 Desestabilizadores de membrana Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18: 3.2 Inibidores da síntese de ergosterol: Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55