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PRINCÍPIOS DE PK/PD DE ANTIMICROBIANOS Luciana B. Lopes – ICB-USP Papiro de Ebers: 1550 AC 1935: Gerhardt Domagk – Nobel 1939 Prontosil 1907: Erlich – Salvarsan (606) Nobel em 1908 e clínica em 1910 1928: Fleming- penicilina O início… GOLDEN AGE Lewis, Cell, 2022 Daptomicina (2003) Retapamulin (tópica, 2007) Plataforma de Wakesman Antibióticos: moléculas naturais que antagonizam crescimento Discovery void Dalbavancin (2014) Fonte: Lee et al., Nature Reviews Disease Primers volume, 2018 Uma alta porcentagem de infecções hospitares é causada por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) ¨ TB resistentes à rifampicina (RR-TB) requerem tratamento muito mais longos e menos efetivos – 630.000 casos de MDR-TB (entre 12 milhões de TB) no mundo. Fonte: www.who.int Antibiotics 2019, 8(2), 45; https://doi.org/10.3390/antibiotics8020045 Produtos naturais Antibióticos Dominante na época de ouro Moléculas complexas Problemas de solubilidade e biodisponibilidade Química sintética Modificações moleculares Novas moléculas com base em alvos ou estruturas naturais ¨ Bacteriostáticos ¤ Interferem em cascatas necessárias para o processo de crescimento ou replicação, mas não à sobrevivência ¤ Ex: eritromicina ¨ Bactericidas ¤ Morte do microrganismo ¤ Ex: penicilina, cefalosporina • Pacientes imunossuprimidos: • Bactericida ou bacteriostático? Alvo Efeito J Infect Chemother. 21, 2005 Objetivos do tratamento • Erradicar • Previnir a recorrência Patógeno • Não causar danos Hospedeiro • Toxicidade seletiva -MOA: existência de alvo específicos ao microrganismo - PK: garantir a distribuição até o alvo PD Microorganismo e hospedeiro como entidades distintas Índices PK/PD • Estabelecer regimes de dosagem • Otimizar efeitos • Estabelecer uso em populações 14 PK: chegar ao alvo 1. Ser capaz de cruzar barreiras biológicas: ¤ membrana celular ¤ múltiplas camadas celulares ¤ Barreiras específicas – BHE ¤ Difusão ¤ Efeitos de transportadores 2. Estar dissolvido em fluidos biológicos no sítio de absorção 3. Distribuição ¤ Complexação com proteínas plasmáticas ¤ Características da molécula e estado do hospedeiro – Vd e afinidade a tecidos específicos Exemplo da importância da chegada no tecido para o efeito do fármaco levofloxacina PD e toxicidade seletiva • Via exclusiva do patógeno • Ex: síntese da parede celular e penicilina Exclusivos • Isoforma protéica do patógeno • Ex: proteínas de subunidade ribossomal e aminoglicosídeos Seletivos • Necessidade metabólica do patógeno • Ex: produção de ácido fólico e sulfas Comuns Concentração plasmática Farmacodinâmica slope Resistência e EC50 ¨ Resistência altera susceptibilidade PD ¨ Índice de efeito farmacodinâmico mais comum é a concentração inibitória mínima (MIC) ¤ Menor concentração do fármaco que inibe o creascimento visível do microrganismo. ¤ medido após 18-24h ¤ Expressa a susceptibilidade do microrganismo ao fármaco Estático Não avalia a influência do tempo Curva tempo- resposta Interação fármaco- microrganismo Não avalia interação com hospedeiro Não considera flutuações na Conc plasmática Índices PK/PD Predizer eficácia da terapia Índices PK/PD ¨ fCmax/MIC (f= free drug) ¨ ft/MIC ¨ AUC/MIC (24 h) Padrão de atividade, efeito pós-antibiótico VALORES ALVO DE CADA ÍNDICE DEVEM SER DETERMINADOS (PK/PD BREAKPOINT) Asin et al. J Infect Chemother. 2015 May;21(5):319-29. Efeito pós-antibiótico (PAE) ¨ Refere-se à manutenção da supressão de crescimento bacteriano mesmo quando as concentrações séricas do fármaco caem abaixo do MIC. Depende: ¤ Antibiótico e patógeno ¤ Duração da exposição ¤ Taxa de crescimento bacteriano ¤ Resposta imune do hospedeiro Perfil de ação do antibacteriano ¨ Tempo-dependente: efeito depende do tempo em que o microrganismo é exposto ao fármaco ¤ Tempo Cmax>MIC ¤ Aumento da Cmax não afeta efeito ¤ Efeito pós-antibiótico é mínimo ¤ Frequência de administração é maior n Prolongar liberação ¨ Concentração-dependente: efeito depende da concentração que chega ao patógeno e, portanto, de Cmax ¨ Maximizar concentração plasmática para maximizar a concentração que chega ao sítio de infecção ¨ Permitem reduzir frequência de administração ¨ Efeito pós-antibiótico dependente da concentração ¨ Concentração-dependente com efeito do tempo: efeito depende da concentração do fármaco ao longo do tempo ¨ Efeito pós-adntibiótico moderado Índice PK/PD e perfil de ação ¨ Tempo-dependente: efeito depende do tempo em que o microrganismo é exposto ao fármaco ¤ t/MIC ¤ β-lactâmicos (penicillins, cephalosporins, monobactams, and carbapenems), macrolídeos. ¨ Concentração-dependente: efeito depende da concentração que chega ao patógeno ¨ Maximizar concentração plasmática para maximizar a concentração que chega ao sítio de infecção ¤ Cmax/MIC ¤ AUC/MIC ¤ aminoglicosideos, quinolones, azitromicina, vancomicina Perfil de ação do antibacteriano ¨ Concentração-dependente com efeito do tempo: efeito depende da concentração do fármaco ao longo do tempo ¤ AUC/MIC ¤ Ex: daptomicina Cmax/MIC éCmax/MIC ê Cmax/MIC éT>MIC Mesmo AUC Mesmo AUC Goodman & Gilman Concentração-dependente Modo de ação influencia dosagem Tempo-dependente Valores alvo do Indices PK/PD – valor alvo ou clinical breakpoint ¨ Definidos a atualizados por entidades para guiar a utilização de antibacterianos ¨ Relatórios de susceptibilidade para cada agente antibacteriano ¤ Dependendo da susceptibilidade ao agente, os microrganismos são categorizados como: n susceptíveis n Intermediários n resistentes “A microorganism is defined as susceptible by a level of antimicrobial activity associated with a high likelihood of therapeutic success. Resistance is defined as a high likelihood of therapeutic failure. Ideally, clinical breakpoints should therefore distinguish between patients that are likely or unlikely to respond to antimicrobial treatment.” EUCAST: Comitê Europeu de Testes de Susceptibilidade Antimicrobiana Tempo-dependente: t/MIC Craig WA. Diagn Microbial Infect Dis 1996; 25:213-217. Dagan R, et al.. Evidence to. J Antimicrob Chemother 2001; 47:129-140. Concentração-dependente: C/MIC ou AUC/MIC Redução da carga bacteriana em 2log10 Berry V, et al. . J Antimicrob Chemother 2000; 45(suppl1):79-85. Asin et al. J Infect Chemother. 2015 May;21(5):319-29. Situações de incerteza e dificuldades em determinar valores alvo ¨ Acompanhamento PK na clínica não é rotina para todos os fármacos ¨ Muitos ensaios de PK são realizados em pacientes saudáveis ¤ doenças e alterações em parâmetros PK ¨ Variabilidade entre pacientes ¨ Amostragem insuficiente? ¨ Simulação de Monte Carlo ¤ Modelo estatístico que permite aumentar o tamanho amostral e predizer o sucesso de estratégias variadas References ¨ Rodríguez-Gascón et al. The Role of PK/PD Analysis in the Development and Evaluation of Antimicrobials. Pharmaceutics 2021, 13, 833. ¨ Jacobs, How can we predict bacterial eradication? Int J Infect Dis. 2003 Mar;7 Suppl 1:S13-201 ¨ Asín-Prieto et al. J Infect Chemother. 2015 May; 21(5):319-29. GOLDEN AGE GAP Simulação de Monte Carlo Perfil de ação do antibacteriano ¨ Tempo-dependente com mímino efeito persistente : efeito depende do tempo em que o microrganismo é exposto ao fármaco ¤ ft/MIC (f= free drug) ¨ Tempo-dependente com efeito persistente (controle crescimento quando C<MIC) ¤ fAUC/MIC (preferencial) ¤ fCmax/MIC ¨ Concentração-dependente com efeito persistente: efeito depende da concentração do fármaco ¤ fCmax/MIC (f= free drug) ¤ fAUC/MICPreston SL et al. Pharmacodynamics of levofloxacin. A new paradigm for early clinical trials. JAMA 1998; 279:125-129.
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