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Terapia Antimicrobiana:1. → Pode ser utilizada de forma terapêutica - que implica na utilização de antimicrobianos a partir de um diagnóstico preciso, ou presuntivo da etiologia do processo infeccioso, fundamentado na anamnese, nos exames clínicos e laboratoriais. → A concentração do antibiótico no local da infecção deve ser suficiente para inibir o crescimento do microorganismo agressor, e não ser tóxica ao hospedeiro. → Quando as defesas do hospedeiro estão boas utiliza-se agentes bacteriostáticos. → Defesas do hospedeiro diminuídas, requerem agentes bactericidas. Uso Irracional: São produtos capazes de destruir microrganismos ou de suprimir sua multiplicação ou crescimento. → A tendência atual é de denominar-se antimicrobianos dois tipos de produtos: • Antibióticos - Substâncias produzidas por várias espécies de microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetes) que impedem o crescimento de outros microorganismos. Ex: penicilinas • Quimioterápicos - antimicrobianos sintetizados em laboratório; ex: sulfas, quinolonas Terapia Antimicrobiana Antimicrobianos: Antibioticoterapia: → Tem a finalidade de curar uma doença infecciosa (cura clínica) ou de combater um agente infeccioso situado em um determinado foco de infecção (cura microbiológica) Uso em infecções virais Dosagem e frequência incorretas Falta de conhecimentos bacteriológicos Uso sem prescrição Desconhecimento sobre a farmacocinética Doses abaixo do necessário Suspensão e troca precoce do ATB Terapia Empírica:1. → Uso inicial de antimicrobianos baseado nos agentes mais prováveis da infecção. → Quando o agente não foi identificado e existe risco na espera: escolher antibiótico de largo espectro ou associações. • Agente infectante não identificado: escolher fármaco seletivo, para o possível agente com base no provável diagnóstico clínico, com menor potencial tóxico ou alergênico. • Recomendado em casos graves, exige profundo conhecimento dos fármacos e dos agentes infectantes mais comuns. resumosacademicos21@gmail.com Terapia Profilática (Antibioticoterapia preventiva): → A escolha do antimicrobiano mais apropriado requer o conhecimento: 1) da identificação do microrganismo; 2) da suscetibilidade do organismo com relação a um fármaco em particular; 3) do local da infecção; 4) de fatores do paciente; 5) da segurança do fármaco; e 6) do custo do tratamento; Ps.: Alguns pacientes precisam do tratamento empírico. → Cirurgias (CCIH) ou contato íntimo com a bactéria: escolher o mais indicado. → Pode ser usada em pessoas saudáveis para proteger de bactérias as quais foram ou serão expostas. → Rifampicina para pessoas expostas a meningite meningocócica. → Uso de trimetoprima + sulfametoxazol para infecções urinárias recorrentes por E.colli • Risco de endocardite: imediatamente antes de procedimentos cirúrgicos em mucosas, queimados, ou para portadores de prótese, marca-passo. (Ex: vancomicina) • Corte cirúrgico: no ato cirúrgico - utilização discutível (ex.: cefalosporina) Terapia Antimicrobiana Terapia Dirigida: → Uso de antimicrobianos escolhidos, segundo o diagnóstico microbiológico. → O agente agressor foi identificado: espectro estreito e atóxico Escolha do Antimicrobiano: A. Identificação do Microrganismos Infectantes: → A caracterização do microrganismo é decisiva para selecionar o fármaco apropriado. → A coloração de Gram permite uma avaliação rápida da natureza do patógeno – útil na identificação da presença e das características morfológicas do microrganismo. → Vale ressaltar que é necessário cultivar o microrganismo para chegar a um diagnóstico conclusivo e determinar a suscetibilidade aos antimicrobianos. → É essencial obter uma amostra do microrganismo antes de iniciar o tratamento. → A identificação definitiva do microrganismo infectante pode exigir outras técnicas laboratoriais, como a detecção de antígenos, DNA ou RNA, ou a detecção de uma resposta inflamatória ou imune do hospedeiro contra o microrganismo. B. Tratamento Empírico antes da Identificação do Organismo: → O ideal é que o fármaco antimicrobiano usado para tratar a infecção deve ser selecionado depois da identificação do microrganismo e resumosacademicos21@gmail.com do estabelecimento de sua sensibilidade aos fármacos. → Entretanto, no paciente criticamente doente, esse atraso pode ser fatal, e o tratamento imediato e empírico é indicado. Terapia Antimicrobiana Quando iniciar?: → Pacientes agudamente doentes com infecção de origem desconhecida (ex: meningite ou neutropênico) → Se possível, o tratamento deve ser iniciado após a obtenção de amostras para análise laboratorial, mas antes de o resultado da cultura e da sensibilidade estar disponível. Escolha do Fármaco: → Na ausência de informações sobre a suscetibilidade, a escolha do fármaco é influenciada pelo local da infecção e pela anamnese. → Inicialmente, pode ser indicado um fármaco de amplo espectro quando o microrganismo é desconhecido ou se é provável que haja infecções polimicrobianas. → A escolha dos fármacos também pode ser orientada pela associação conhecida de microrganismos particulares em um dado ambiente clínico C. Determinação da suscetibilidade antimicrobiana de microrganismos infecciosos: → Depois que um patógeno foi cultivado, a sua suscetibilidade a antimicrobianos específicos serve de orientação na escolha do fármaco. → Alguns patógenos, como Streptococcus pyogenes e Neisseria meningitidis, em geral têm padrões de suscetibilidade previsíveis a certos antimicrobianos. → A maioria dos bacilos gram-negativos, enterococos e estafilococos com frequência revela padrões imprevisíveis e exige testes de suscetibilidade para determinar o tratamento antimicrobiano apropriado. → A concentração inibitória e bactericida mínima de um fármaco pode ser determinada de forma experimental. Bacteriostáticos X Bactericidas Os antimicrobianos são classificados como bacteriostáticos ou bactericidas. BACTERIOSTÁTICOS: inibem o crescimento e a multiplicação da bactéria no soro (ou urina) em concentrações que podem ser alcançadas no paciente, limitando, assim, o agravamento da infecção, enquanto o sistema imune ataca, imobiliza e elimina os patógenos. Se o fármaco é removido antes que o sistema imune tenha eliminado os microrganismos, pode permanecer um número viável de microrganismos para iniciar um segundo ciclo de infecção. BACTERICIDA Os fármacos bactericidas matam a bactéria nas concentrações séricas do fármaco alcançadas no paciente. resumosacademicos21@gmail.com Concentração inibitória mínima (CIM): Devido à sua ação antimicrobiana mais agressiva, os bactericidas são, em geral, de escolha no paciente gravemente enfermo e imunocomprometido. Mata a bactéria, e o número total de microrganismos viáveis diminui. Terapia Antimicrobiana → A CIM é a menor concentração que previne o crescimento visível do microrganismo após 24 horas de incubação. → Essa é uma medida quantitativa da suscetibilidade in vitro e é usada comumente na prática para agilizar o tratamento. → A automação computadorizada melhorou a precisão e diminuiu o tempo necessário para obter os resultados de CIM, e é o modo mais comum usado pelos laboratórios clínicos. Concentração bactericida mínima (CBM): → A CBM é a menor concentração de antibacteriano que resulta em diminuição de 99,9% na contagem de colônias após incubação noturna em caldo de cultura. D. Efeito do local da infecção no tratamento: a barreira hematoencefálica → Níveis adequados de um antimicrobiano devem alcançar o local da infecção para eliminação eficaz do microrganismo invasor. → Capilares com variados graus de permeabilidade levam os fármacos aos tecidos corporais. → Barreiras naturais para a distribuição dos fármacos são criadas pelas estruturas dos capilares de certos tecidos, como próstata, testículos, humor vítreodo olho e sistema nervoso central (SNC). → Os capilares no cérebro ajudam a criar e manter a barreira hematencefálica 9impedem a passagem de praticamente todas as moléculas do sangue ao cérebro, exceto aquelas que são lipofílicas e pequenas). → A penetração e a concentração de um antibacteriano no LCS são particularmente influenciadas por: → É o principal determinante da sua capacidade de entrar no cérebro. → Fármacos lipossolúveis, como o cloranfenicol e o metronidazol, têm penetração significativa no SNC, ao passo que os antimicrobianos B-lactâmicos, como a penicilina, são ionizados no pH fisiológico e têm baixa solubilidade em lipídeos (têm penetração limitada através da barreira hematencefálica intacta em circunstâncias normais). 1. Lipossolubilidade do fármaco: resumosacademicos21@gmail.com → Em infecções como a meningite, em que o cérebro está inflamado, a barreira não funciona com eficácia, e a permeabilidade local aumenta. → Alguns antimicrobianos B-lactâmicos podem entrar no LCS em quantidade terapêutica quando as meninges estão inflamadas. Terapia Antimicrobiana 2. Massa Molecular do fármaco: 3. Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas: → Um composto com baixa massa molecular tem maior capacidade de atravessar a barreira hematencefálica, e compostos com massa molecular elevada (p. ex., vancomicina) penetram escassamente, mesmo na presença de inflamação das meninges. → Uma taxa elevada de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas limita a entrada no LCS. → É a quantidade de fármaco livre (não ligado) no soro, e não a quantidade total de fármaco presente, que é importante para entrar no LCS. E. Fatores do Paciente: → Na escolha do antimicrobiano, deve ser considerada a condição do paciente (sistema imune, dos rins, do fígado e da circulação e a idade do paciente devem ser levadas em conta. → Na mulher, gestação e amamentação também afetam a escolha do antimicrobiano. Sistema Imune: → A eliminação dos microrganismos infectantes do organismo depende de um sistema imune intacto, e o sistema de defesa do hospedeiro precisa ao afinal eliminar os microrganismos invasores. → Alcoolismo, diabetes, infecção com vírus da imunodeficiência humana (HIV), subnutrição, doenças autoimunes, gestação ou idade avançada podem afetar a imunocompetência do paciente, assim como os imunossupressores (dosagens elevadas de bactericidas ou tempos de tratamento mais longos podem ser necessários para eliminar os microrganismos invasores nesses indivíduos). Disfunção Renal: → Mau funcionamento renal pode causar acúmulo de certos antimicrobianos. → O ajuste da dosagem previne o acúmulo do fármaco e também os efeitos adversos. → Os níveis de creatinina no soro são usados, com frequência, como índice da função renal para ajuste do regime do fármaco. → No entanto, o monitoramento direto dos níveis séricos de alguns antimicrobianos (p. ex., vancomicina, aminoglicosídeos) é preferível para identificar os valores máximos e/ou mínimos para prevenir potenciais toxicidades. → Nota: o número de néfrons funcionais diminui com a idade. Assim, pacientes idosos são particularmente vulneráveis ao acúmulo de fármacos eliminados pelos rins. resumosacademicos21@gmail.com → Os antimicrobianos que se concentram ou são eliminados pelo fígado (p. ex., eritromicina e doxiciclina) devem ser usados com cautela ao tratar pacientes com disfunção hepática. → A diminuição da circulação para determinada área anatômica, como os membros inferiores em um diabético, reduz a quantidade de antimicrobiano que alcança tal área e torna a infecção difícil de combater. Terapia Antimicrobiana Disfunção Hepática: Má Perfusão: → Os processos de eliminação renal ou hepática são mal desenvolvidos em recém- nascidos, tornando os neonatos particularmente vulneráveis aos efeitos tóxicos do cloranfenicol e das sulfonamidas. → Crianças jovens não devem ser tratadas com tetraciclinas ou quinolonas, as quais afetam o crescimento ósseo e as articulações, respectivamente. Idade: → Idosos podem ter redução de função renal ou hepática, o que pode alterar a farmacocinética de certos antimicrobianos. → Muitos antimicrobianos atravessam a placenta ou chegam ao lactente por meio do leite materno. → Embora a concentração do antimicrobiano no leite geralmente seja baixa, a quantidade total pode ser suficiente para causar efeitos prejudiciais na criança. Gestação e Lactação: → Infecções com patógenos multirresistentes necessitam de coberturas antibióticas mais amplas ao iniciar o tratamento empírico. → Fatores de risco comuns para infecções por esses patógenos incluem tratamento antimicrobiano nos 90 dias precedentes, hospitalização por mais de 2 dias nos 90 dias precedentes, hospitalização corrente Fatores de Risco para microrganismos resistentes a vários fármacos: por mais de 5 dias, alta frequência de resistência na comunidade ou na unidade hospitalar local (avaliado pelos antibiogramas do hospital) e doenças ou tratamentos imunossupressores. F. Segurança do Fármaco: → Antimicrobianos, como as penicilinas, estão entre os menos tóxicos de todos os fármacos, pois interferem em um local ou função singular para o crescimento de microrganismos. → Outros antimicrobianos (p. ex., cloranfenicol) têm ação menos específica e são reservados para o tratamento de infecções ameaçadoras à sobrevivência, devido ao potencial para toxicidade grave no paciente. → Nota: a segurança não se relaciona somente com a natureza inerente do fármaco, mas também com fatores específicos do paciente que podem o predispor à toxicidade. resumosacademicos21@gmail.com → Frequentemente, vários fármacos podem apresentar eficácias similares no tratamento de uma infecção, mas variam amplamente no custo. → Embora a escolha do tratamento em geral seja centrada no local da infecção, na gravidade da doença e na capacidade de tomar medicação por via oral, também é importante considerar o custo do medicamento. Terapia Antimicrobiana G. Custo do Tratamento: Espectro Quimioterapêutico: Por exemplo, a isoniazida é ativa somente contra Mycobacterium tuberculosis. → Os antimicrobianos que atuam somente em um grupo único ou limitado de microrganismos são considerados de espectro estreito. A. Antimicrobianos de espectro estreito Por exemplo, a ampicilina tem um espectro estendido porque atua contra bactérias gram-positivas e algumas gram-negativas. → Espectro estendido é o termo aplicado aos antimicrobianos que são modificados para serem eficazes contra microrganismos gram-positivos e também contra um número significativo de bactérias gram-negativas. B. Antimicrobianos de espectro estendido: → Fármacos como as tetraciclinas, fluoroquinolonas e carbapenemos afetam uma ampla variedade de espécies microbianas e são referidos como antimicrobianos de amplo espectro. → A administração de antimicrobianos de amplo espectro pode alterar drasticamente a natureza da flora bacteriana normal e causar superinfecção por microrganismos como o Clostridium difficile, cujo crescimento normalmente é limitado pela presença de outros microrganismos C. Antimicrobianos de amplo espectro: resumosacademicos21@gmail.com Terapia Antimicrobiana Quando associar Antibióticos? Indicações: Terapia empírica com causa da infecção desconhecida, Tratar infecções polimicrobianas, Aumentar atividade antimicrobiana (sinergismo) infecções graves Prevenir ocorrência de resistência. resumosacademicos21@gmail.com
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