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Estrutura e Composição Celular

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 14 
2. TECIDOS E CÉLULAS VEGETAIS 
 
Célula vegetal: possui parede celular e protoplasto (conteúdo delimitado pela membrana plasmática) 
Célula Animal X Célula Vegetal 
Célula vegetal: 
• Presença de Parede celular 
• Presença de plastídios 
• Vacúolos 
• Presença de amido (a reserva das células animais é o glicogênio) 
• Presença de plasmodesmos (conexão entre membranas plasmáticas que permitem a troca de 
substâncias) 
Célula animal: lisossomos e centríolos 
 
PAREDE CELULAR. A membrana vegetal é dupla, isto é, possui membrana celular e parede celular. 
Todas as células vegetais têm a parede primária, e a parede secundária surge em células mais 
velhas. A parece celular permite que a célula murche e volte a ficar túrgida, importante meio de 
regulação osmótica. 
 
- Parede primária: paredes finas, que permitem o crescimento (são formadas na divisão celular). 
Formadas por polissacarídeos e proteínas, principalmente celulose, hemicelulose e pectina. Se cora 
em azul com o corante azul de astra. 
Reagentes para colorir a parede primária: cloreto de zinco (específico da celulose, corando-a em 
azul), fuccina básica e hematoxilina de Delafield (cora em roxo ou azul). 
As paredes primárias são feitas de microfibrilas de celulose (celulose = polímeros de glicose). São 
fibrilas longas e cristalinas. Ligada a elas temos as hemiceluloses – porção aderida à celulose. Entre 
as fibrilas temos as moléculas de pectina neutras e ácidas. São polissacarídeos ramificados que 
conectam as fibrilas de celulose. 
 
- Parede secundária: lignificada 
Lignina: ocorre principalmente nos tecidos esclerenquimáticos e xilemáticos. Lignina → polímeros 
de fenilpropano (C6C3) da via do chiquimato. 
São paredes espessas e se formam quando as células não crescem mais. A parede secundária se 
forma no interior da parede primária. Dessa forma, temos externamente na célula a parede primária, 
que é fina, e a parede secundária localiza-se internamente, sendo muito espessa. Entre elas temos 
a lamela média que “cola” uma célula na outra. Lamela média é pectina que mantém unidas as 
células adjacentes. Somente em alguns casos excepcionais, a lamela é digerida. 
Lignina cora-se especificamente de roxo-avermelhado com floroglucina clorídrica (sol. sat. de 
floroglucinol em ác. clorídrico a 20%), em vermelho com Safranina e em amarelo pelo cloreto de 
zinco iodado. 
 
Conexões entre as células: 
Os plasmodesmas são conexões entre as membranas celulares onde não há deposição de parede 
celular. conectam as células vivas entre si. A limitação para a passagem de substâncias diretamente 
entre as membranas através do plasmodesma é o tamanho: se a molécula tiver tamanho suficiente 
para passar pelo canal de plasmodesma (30 – 60 nm), a passagem ocorre. Uma molécula de água 
pode passar diretamente entre uma célula e outra diretamente pelo citoplasma via plasmodesmo. 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 15 
PROTOPLASMA 
 
Plastídios. Cloroplasto é o plastídio mais famoso. Possui dupla membrana (uma da bactéria original 
fagocitada (evolução) e outra do fagossoma). A origem aceita atualmente é pela endosimbiose do 
ancestral das plantas com uma bactéria fotossintetizante. Possui DNA próprio e circular (como das 
bactérias) e um sistema de membranas internas chamadas de tilacoides. Versatilidade no 
metabolismo energético → podem se converter de um tipo em outro. (Ex: A batata, que possui 
muitos amiloplastos, porém quando começa a receber luz transforma os amiloplastos em 
cloroplastos, e por isso fica verde e brota). 
Proplastideos – plastídios indiferenciados, ocorrem em células meristemáticas de raízes, caules e 
folhas. Possuem lamelas simples. São precursores de plastídios mais diferenciados. 
Estioplastos – são plastídios que ocorrem em plantas que cresceram no escuro. 
Cloroplastos – sist. de membranas tilacoides. Germinaram em condição de luz fazendo fotossíntese. 
Cromoplastos – armazenam pigmentos 
Leucoplastos (amiloplastos, oleoplastos, proteoplastos) – plastídios brancos que tem subst. de 
reserva. Amiloplastos, elaioplastos (reserva de óleo) e proteoplastos (proteína). 
 
Vacúolo. Bolsa citoplasmática. Organela característica das células vegetais. Possui uma membrana 
única chamada de tonoplasto. Contém água, cristais e secreções. Muito importante para manter a 
pressão osmótica das plantas. Quando a planta está murcha e é regada, o vacúolo absorve água e 
pressiona o citoplasma contra a parede celular. Muitas substâncias de interesse farmacêutico 
podem estar armazenadas no vacúolo. 
 
Inclusões celulares: substâncias resultantes da atividade química do protoplasma. Podem ser 
orgânicas ou inorgânicas. 
 
 
❖ Inclusões ORGÂNICAS: grãos de amilo, grãos de aleurona, inulina e gotículas de óleo. 
 
Amido ou amilo: polímero de glicose formado na fotossíntese (amilose ~20% + amilopectina ~80%). 
Cora-se em azul com iodo. Adota-se o termo amido para o amilo obtido de órgãos aéreos (amido 
de milho, amido de arroz, amido de trigo) e fécula (fécula de mandioca, fécula de batata) para o 
amilo obtido de órgãos subterrâneos. 
 
Identificação: 
- Quanto à forma: esféricos, ovoides, poliédricos, cupuliformes (em formato de cúpula C), riniformes 
(forma de rim), halteriformes (em formato de halter); 
- Quanto à estrutura: homogêneos ou estratificados; 
- Quanto ao tipo de hilo: puntiforme, linear, cruciforme, estrelado, circular, poliédrico 
- Quanto ao estado de agregação: simples ou isolado, composto. 
 
 
Prova de identificação: amido aquecido com 15 partes de água e resfriado forma um líquido viscoso 
e translúcido, que se cora com lugol. 
Caracterização: 
- Quando observados à luz polarizada: podem apresentar a Cruz de Malta. 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 16 
- Azul com reagente lugol (iodo). O iodo se intercala no meio da cadeia de amido, promovendo a 
coloração. 
- Quando tratados com água aquecida, intumescem, perdendo a estriação 
- Aspecto microscópico quando tratado com KOH 0,9% → alguns gelificam, outros não 
- Insolúveis em água fria, acetona, éter e etanol 
 
Amidos incluídos na farmacopeia: milho, arroz, trigo, mandioca e batata. Muito utilizados na 
obtenção de formas farmacêuticas como comprimidos e pomadas e adjuvantes para facilitar a 
compressão do pó (lubrificantes e diluentes). 
 
Conteúdo e fotos da Farmacopeia 6ª edição: 
 
Amido de trigo: obtido de frutos de Triticum vulgare L., 
Poaceae 
 
Apresentam dois tipos de grãos: os maiores são lenticulares 
quando vistos de frente ou biconvexos quando vistos de 
lado, arredondados ou ovalados, com estrias pouco 
visíveis e hilo pontuado em raros grãos. Os menores têm 
forma arredondada ou ligeiramente poligonal. Em média 
medem 20 a 30 μm. 
 
Amido de milho: obtido de sementes de Zea mays L., 
Poaceae 
 
Os grãos oriundos da periferia da semente são 
poliédricos achatados, ligeiramente abaulados. Os da 
parte interna são ovoides e menores, apresentando hilo 
pontuado ou estrelado. Medem em média 30 μm. 
 
 
 
Amido de arroz: obtido de frutos de Oryza sativa L., Poaceae 
Apresenta tamanho muito pequeno e contorno poliédrico. São 
amidos do tipo compostos, portanto em microscopia são 
visualizados em pequenos grupos ou agregados irregulares. 
Medem de 2 a 8 μm, podendo chegar a 10 μm. 
 
 
 
 
 
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Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 17 
Fécula de batata: obtida de tubérculos de Solanum 
tuberosum L., Solonaceae 
 Os grãos são elipsoides, ovais, periformes, arredondados, 
subtriangulares, com lamelas excêntricas e bem visíveis.O 
hilo é pontuado e excêntrico. Os grãos menores, de 6 a 15 
μm, formam geralmente agrupamentos de dois ou mais 
grãos. Os grãos maiores variam de 40 a 70 μm, podendo 
chegar a 100 μm. 
 
 
Fécula de mandioca: obtida de tubérculos de Manihot 
esculenta Crantz., Euphorbiaceae 
Grãos esféricos ou irregularmente arredondados, em forma 
de dedal ou de esferas truncadas em uma ou mais facetas. 
Possuem hilo pontuado, linear ou estrelado, central e bem 
nítido. As lamelas são pouco evidentes. Medem de 25 a 35 
μm. Tanto os grãos pequenos como os grandes formam 
agregados de dois a três elementos. 
 
 
Inulina: polissacarídeo resultante da polimerização da frutose com glicose. O nome é devido o 
gênero Inula, da família Asteraceae. 
Pouco solúvel em água fria. Para ser observada no microscópio é necessário ser cristalizada, 
tratando-se o órgão vegetal com álcool absoluto por vários dias. Retira-se o fragmento do órgão do 
líquido desidratante e efetuam-se os cortes histológicos para visualizar os esferocristais: cristais em 
agulha distribuídos em círculo. 
É um frutooligossacarídeos - FOS → açúcares não convencionais não metabolizados pelo nosso 
organismo. Substituir o açúcar ou a gordura sem ganho calórico. 
 
 
Óleos: podem ser fixos (ácidos graxos) ou voláteis (mono/sesquiterpenos e fenilpropanoides). 
Podem ocorrer tanto no interior das células (idioblastos secretores) como no interior de estruturas 
especializadas, como as glândulas e os canais secretores. Coram-se em laranja com Sudan III. 
 
 
Aleurona: do grego, significa “farinha”. São corpúsculos de reserva proteica que se formam no 
interior dos vacúolos de inúmeras sementes e que, com o processo de maturação e diminuição do 
teor de água se solidificam. Frutos de funcho e erva doce possuem grãos de aleurona. 
 
 
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Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 18 
❖ Inclusões INORGÂNICAS: oxalato de cálcio → ácido oxálico precipitado com Ca+2 extraído 
do solo pelos vegetais. 
 
OXALATO DE CÁLCIO - CaC2O4 
 
Rafídeos: cristais aciculares (forma de agulha). Encontrados principalmente entre as 
monocotiledôneas. Com frequência as células que apresentam rafídeos contêm mucilagens. 
 
Drusas: cristais em forma de roseta. Mais comuns nas dicotiledôneas. 
 
Areias cristalinas: aglomerados de microcristais. 
 
Cristais prismáticos ◊ e cristais estiloides П 
 
Identificação química do oxalato de cálcio: 
 
CaC2O4 + H2SO4 → CaSO4 + H2C2O4 
 
 
 
CARBONATO DE CÁLCIO - CaCO3 
- Inclusões de carbonato de cálcio (cistólitos). Célula chama-se litocisto. 
- Ocorrem na forma de cistólitos em células do parênquima fundamental ou em células epidérmicas 
- Cistólito é constituído de 2 partes: pedicelo e matriz incrustada de cristais de carbonato de cálcio 
- Maconha: pelos tectores com inclusões de carbonato de cálcio 
CaCO3 + H2SO4 → CaSO4 + H2CO3 
 
 
 
 
cristal de 
oxalato de 
cálcio 
cristal 
aciculado 
 
CO2 + H2O 
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Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 19 
ESTRUTURAS SECRETORAS ou glândulas: células individualizadas especializadas ou estruturas 
multicelulares especializadas que liberam variados tipos de substâncias que não são estocadas para 
remobilização e que são retiradas de outros processos metabólicos. Estão geralmente relacionadas 
ao metabolismo secundário. 
- Pigmentos, componentes de paredes (cutina) não são considerados secreção. 
- Todas as células possuem algum tipo de secreção (exocitose). 
 
Como reconhecer uma estrutura secretora ao microscópio: (1) apenas paredes primárias finas 
presentes; (2) citoplasma denso; (3) núcleo grande e nucléolo evidente; (4) presença de secreções. 
 
Tricomas: podem ser tectores ou glandulares. 
- Unicelulares: uma única célula 
- Multicelulares 
 - Unisseriados: uma única série de células enfileiradas 
 - Multisseriados: várias células, podendo estar uma do lado da outra 
 - Simples ou ramificados 
 
Funções: resiníferos, oleíferos, mucilaginoso, nectário, glândula digestiva e urticantes. 
 
Tricoma urticante: causam irritação, reações alérgicas. Caracterizados por possuírem uma célula 
apical em formato de espinho → ponta que se quebra dentro da pele. Quimicamente podem ser 
formados com aminoácidos e proteínas, acetilcolina, histamina. 
 
Ducto ou canal resinífero: resina que em contato com o ar se polimeriza e endurece. Ocorrem 
bastante em madeiras de Pinus sp. Anacardiaceae → Schinus terebinthifolius (pimenta rosa). O 
ducto é um epitélio de células secretoras. Selam ferimentos das plantas. Formam um sistema 
conectado por todos os órgãos do vegetal. Formados por substâncias terpênicas e/ou fenólicas; ou 
lipídicas. 
 
Cavidades secretoras: se diferenciam dos ductos por serem estruturas esféricas. Epitélio de células 
secretoras que secretam para o lúmen. Em algum momento essa estrutura é rompida e libera para 
o ambiente. Às vezes a própria movimentação natural das folhas fazem a liberação. 
Típico de várias famílias: Myrtaceae, Rutaceae, algumas Malvaceae. É possível realizar o 
reconhecimento de plantas da família pelo aroma da família. 
 
Idioblastos secretores: a secreção é armazenada dentro de si mesma, dentro do próprio vacúolo. 
Muitas famílias são caracterizadas por idioblastos secretores, como a família Lauraceae (ex. 
abacateiro). Plantas que possuem idioblastos secretores são mais indicadas que se rasure antes de 
fazer um chá, por exemplo. Idioblastos secretores de mucilagem → babosa. Podem produzir óleo 
ou substâncias fenólicas. 
 
Laticíferos: produzem látex (ex: papoula, borracha). Podem ter diversos compostos químicos. Hevea 
brasiliensis. 
 
 
 
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Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 20 
MERISTEMAS (Meristos = divisível). Tecidos que dão origem aos demais tecidos. 
Características de um meristema – células totipotentes (são como as células-tronco animais). 
Células pequenas, com paredes finas e capazes de crescer. Figuras mitóticas podem estar 
presentes no corte histológico. Citoplasma denso e núcleo condensado com nucléolos evidentes. 
São pouco vacuoladas ou apresentam pequenos vacúolos. Sem espaços intercelulares. 
Meristemas de dois tipos: 
- Apicais (primários) 
 Nos ápices de caules e raízes e nas gemas axilares das folhas (gemas da base das folhas) 
 Se diferenciam em 3 meristemas: protoderme, procâmbio e meristema fundamental → esses 
3 meristemas dão origem ao corpo primário da planta 
Meristema apical no ápice caulinar 
 Protoderme → epiderme (sistema dérmico) primeiro tec de revestimento do vegetal 
 Procâmbio → xilema, floema (sist. vascular primário), câmbio e ao periciclo 
 Meristema fundamental → parênquima fundamental (que faz o preenchimento) – 
parênquima, colênquima e esclerênquima 
 
 
Meristema sub-apical no ápice radicular: muito parecido com o ápice, porém tem tecidos adicionais, 
como a coifa, que faz a proteção do meristema da raiz (órgão que tem que perfurar a terra!) e o 
caliptrogênio, que é o tecido que dá origem a coifa. 
Portanto no ápice da raiz, temos: 
- Caliptrogênio – dá origem à um tecido de proteção da raiz denominado coifa 
- Protoderme 
- Procâmbio 
- Meristema fundamental 
 
- Laterais (secundários) 
 Estão presentes na periferia de órgãos que se espessam – caules, raízes, pecíolos de folhas. 
Se formam no corpo primário e geram o corpo secundário – madeira e casca. 
 - Câmbio (câmbio vascular) e felogênio (câmbio da casca) 
CÂMBIO: Onde que o câmbio vai se instalar? Entre o xilema e o floema! 
Dessa forma, é denominado câmbio fascicular (entre xilema e floema) e interfascicular (entre os 
feixer). Formam um cilindro contínuo que vai formar madeira para o interior (xilema secundário) e 
floema secundáriopara o exterior. 
FELOGÊNIO: à medida que o câmbio vai se expandindo por dentro, também ocorre a ruptura da 
epiderme. Se um órgão interno está aumentando de diâmetro, o órgão externo tem que 
acompanhar. Assim, surge o felogênio, que dá origem ao tecido de revestimento secundário: 
feloderme para dentro e súber para fora. O conjunto súber, felogênio e feloderme é denominado 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 21 
periderme. O súber é um tecido muito importante contra o fogo (também é a parte utilizada para 
fazer rolhas - cortiça). 
Retornaremos neste assunto na aula de caule! 
 
 
TECIDOS 
 
A. Sistema dérmico ou de revestimento – isolamento e proteção 
1ário = Epiderme: Origem → protoderme. Quando as plantas são jovens, possuem apenas epiderme. 
2ário = Periderme: Tem origem do felogênio 
 
Epiderme – características histológicas: células vivas na maturidade; unisseriada (uma única camada 
de células) ou multisseriada (pluriestratificada; como na orquídea, também chamado de velame). 
Recobre todo o corpo da planta. Paredes justapostas, sem espações intercelulares (o que faz 
sentido: deve impedir a entrada de microorganismos e perda de água). Outras funções: trocas 
gasosas através dos estômatos, absorção de água e nutrientes. 
Parede externa da epiderme possui lipídeos impermeabilizantes. Esta camada é denominada 
cutícula, sendo uma camada acelular. 
A epiderme possui células comuns e sem cloroplastos (apenas as células-guarda do estômato que 
possuem cloroplasto), e vários tipos celulares, como estomáticas e tricomas. 
Tricomas: podem ser simples (unicelulares), ou multicelulares. Quando multicelulares, podem ter 
uma única fileira de células (unisseriado) ou mais (multisseriado). 
Células estomáticas: células-guarda e células-subsidiárias. Ostíolo (abertura). Células-guarda 
possuem cloroplastos. Células estomática reniformes (em formato de rim): ocorrem principalmente 
nas eudicotiledôneas e algumas monocotiledôneas. Gramíneas é comum ter estômatos na forma de 
alteres. 
Hipoestomática – estômatos na face abaxial. Epiestomática – face adaxial. Anfiestomáticas – ambas 
as faces. 
 
B. Sistema fundamental – fotossíntese, armazenamento, preenchimento, sustentação, 
metabolismo, secreção, etc 
Parênquima, esclerênquima e colênquima (origem – meristema fundamental) 
Critérios para o reconhecimento dos tec. fundamentais: 
 - Célula viva ou morta 
 - Espessura da parede 
 - Presença de parede secundária 
 - Química da parede (lignina) 
 - Espaços intercelulares 
Parênquima: tecido fundamental mais abundante da terra. Ocorre em todos os órgãos e é 
potencialmente meristemático, ou seja, se houver uma lesão o parênquima pode se desdiferenciar 
e gerar um tecido de cicatrização, ou até mesmo outros órgãos. 
Geralmente possui apenas parede primária sem lignina. PAREDES FINAS, EXISTEM ESPAÇOS 
INTERCELULARES E AS CÉLULAS SÃO MUITO VACUOLIZADAS → estas são as principais 
características desse tecido. 
Funções: fotossíntese, armazenamento, preenchimento transporte a curta distância. 
 
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Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 22 
Especializações do parênquima: 
(1) aerênquima ou parênquima aerífero. Grandes reservas de ar, grandes espaços intercelulares. 
Muito abundante em plantas aquáticas. (2) hidrênquima ou parênquima aquífero. Estoca água no 
interior dos grandes vacúolos que possui. (3) amilífero. Grandes grãos de amido na forma de 
amiloplastos. Coloração com lugol. Tem parênquimas que reservam óleo (elaioplastos) e 
proteoplastos (proteína). (4) parênquima de reserva – cromoplastos (plastídeos que reservam 
pigmentos). (5) parênquima clorofiliano – apresenta grande número de cloroplastos para a 
realização de fotossíntese. 
 
Colênquima e esclerênquima. Tecidos de sustentação. Indicação histológica do tecido de 
sustentação: CÉLULAS DE PAREDE ESPESSA. 
 
Colênquima 
- Apresenta células vivas na maturidade. Apresenta apenas paredes primárias, sem lignificação. O 
colênquima ocorre em um órgão que ainda está crescendo. Diversos tipos de espessamento são 
possíveis, normalmente com celulose. Possui ampla distribuição na planta, exceto raízes. 
 
Esclerênquima 
- Possui tipicamente células mortas na sua maturidade. Possui paredes celulares lignificadas 
(células muito impermeabilizadas e morrem). Fluoroglucinol acidificado e safranina → corantes que 
tingem a lignina em vermelho! 
Diversas formas de células de esclerênquima existem, mas 2 são principais: as fibras, que são 
alongadas e pontiagudas (elaboração do papel); e as esclereides, que possuem diversas formas. 
As fibras são facilmente observadas em macerações ou drogas vegetais → parecem agulhas. 
As esclereides possuem diversas formas e são muito bonitas. Formatos de estrela 
(astroesclereides), de osso (ou clava), colunas. Peras e goiabas têm esclereides chamadas células 
pétreas. 
 
Corantes: 
SAFRABLAU: Safranina (1%) + azul de astra (1%) (misturados na proporção 5:95) 
Safranina cora fortemente células lignificadas e azul de astra cora células que tem apenas a parede 
celulósica. 
 
C. Sistema vascular – condução e sustentação (sistema integrador) 
 
- Xilema 
Xilema e floema 1ários (origem: pró-câmbio) 
Xilema e floema 2ários (origem: câmbio) 
 
Xilema (significa madeira) – tecido complexo vivo, isto é, formado por vários tipos celulares: 
parênquima, elementos condutores (traqueais), fibras, células secretoras. Algumas células estão 
mortas, mas o tecido é considerado vivo. 
Ocorrência em todos os órgãos vegetais: folhas, caule, raiz, flor, fruto e semente. 
Condução de seiva do xilema: por células mortas – células que possuem apenas parede. Sofrem 
morte celular programada, possuem apenas parede (1ária e 2ária), sem protoplasto. 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
Disciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 23 
Protoxilema são células que podem crescer. Metaxilema são células que não crescem mais 
(maiores). 
Seiva do xilema: água, sais, hormônios e outras subst. 
 
- Floema 
Tecido complexo vivo, formado por células vivas: parênquima, elementos crivados, fibras, células 
secretoras. Ocorrem em todos os órgãos vegetais. 
Condução por células vivas com protoplasto – lento 
Seiva do floema. 
Elementos crivados são as células condutoras nas “gimnospermas” – tem muitos poros revestidos 
por membrana plasmática. 
Elementos de tubo crivado são as células condutoras das angiospermas. Não possuem núcleo e são 
controladas por células companheiras. Alongadas (200 µm até 1000 µm). Terminações com placa 
crivada (poros maiores). Áreas crivadas laterais. O conjunto é chamado de tubo (nunca chamar de 
vaso). 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. O que são inclusões? Como são classificadas? Qual a importância das inclusões celulares 
(substâncias ergásticas) na análise de drogas vegetais? 
 
 
2. Qual a diferença entre amilo, amido e fécula? Qual a natureza química? Quais são suas 
características físicas? 
 
 
3. Quais os principais amilos de importância farmacêutica? Quais seus usos? A que se deve a 
necessidade de diferenciá-los ao microscópio? 
 
 
4. Como são identificados os amidos? Qual é o principal reagente para coloração? O que é 
observado quando submetido à luz polarizada? 
 
 
5. Quais são os 5 principais tipos de amilos descritos na farmacopeia 6ª edição? Quais são as 
principais diferenças quando são observados ao microscópio? Esquematize! 
 
 
6. O que é inulina? Esquematize sua estrutura. 
 
 
7. A inulina encontra-se dissolvida no suco vacuolar, mas é cristalizada ao ser submetida a um 
procedimento. Qual é o procedimento? 
 
 
8. O que são grãos de aleurona e como são observados ao microscópio? 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO | FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICASDisciplina de Farmacobotânica – FBF0606 | 24 
 
 
9. Quais os tipos de óleos? Qual o reagente é utilizado para a coloração? 
 
 
10. Quanto à química, quais são os 2 tipos de inclusões inorgânicas? Quais são suas estruturas 
quando observadas ao microscópio? Esquematize! 
 
 
11. Como diferenciar em cortes histológicos: grãos de aleurona, amilos, gotas de óleo (fixo e 
essencial)? 
 
12. A espécie conhecida popularmente como Barbatimão possui o nome científico 
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (família Fabaceae). As cascas do caule são utilizadas 
para distúrbios gastrointestinais e em pomadas cicatrizantes (Fitoscar®), devido a presença de 
taninos. Com base no exemplo citado, explique o sistema de nomenclatura botânica. 
 
 
13. Considere as afirmativas. 
I - O fruto é uma estrutura presente nas gimnospermas e angiospermas, sendo importante para a 
dispersão e a proteção da semente. 
II - As plantas vasculares, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, são dotadas de xilema e 
floema, estruturas responsáveis pelo transporte de seivas. 
III - Os tecidos meristemáticos são responsáveis pelo crescimento dos vegetais e a partir deles são 
formados os tecidos adultos da planta. 
IV - Vacúolo, plastídios e membrana plasmática são típicos de célula vegetal. 
 
Estão corretas: 
a. I, II e III 
b. II, III e IV 
c. II e III 
d. I, III e IV 
e. Todas as afirmativas estão corretas 
 
14. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F). 
 
( ) Fitoterápico é o medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas 
ou substâncias isoladas a partir de vegetais. 
( ) O produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenha as 
substâncias responsáveis pela ação terapêutica e sem a presença de estruturas celulares é 
considerado o princípio ativo. 
( ) Fitocomplexo é a classe de substâncias (ex.: alcaloides, flavonoides, ácidos graxos, etc.) 
utilizada como referência no controle da qualidade da matéria-prima vegetal e do fitoterápico, 
preferencialmente tendo correlação com o efeito terapêutico. 
( ) Infusão é a preparação que consiste no contato da droga vegetal com água, à temperatura 
ambiente. 
( ) Planta medicinal é a espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. 
 
15. Dê os nomes dos tecidos. 
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______________________: tecido complexo vivo, formado por células vivas: parênquima, elementos 
crivados, fibras, células secretoras. Ocorrem em todos os órgãos vegetais. A condução de seiva 
ocorre por meio de células vivas com protoplasto, sendo um processo lento. 
 
______________________: tecido de sustentação com células de parede espessa e que permite a 
flexibilidade de alguns órgãos. Apresenta células vivas na maturidade e apenas paredes primárias, 
sem lignificação. 
 
_______________________: tecido de sustentação que possui tipicamente células mortas na sua 
maturidade. As células possuem paredes lignificadas que se coram em vermelho com safranina. 
 
_______________________: tecido complexo vivo, isto é, formado por vários tipos celulares: 
parênquima, elementos condutores (traqueais), fibras, células secretoras. Algumas células estão 
mortas, mas o tecido é considerado vivo. Ocorre em todos os órgãos vegetais: folhas, caule, raiz, 
flor, fruto e semente. 
 
_______________________: é o tecido fundamental mais abundante da terra. Ocorre em todos os 
órgãos. Geralmente possui apenas parede primária sem lignina. Possui células com paredes finas, 
existem espaços intercelulares e as células são muito vacuolizadas. Tem como funções: fotossíntese, 
armazenamento, preenchimento transporte a curta distância. 
 
_______________________: células totipotentes, pequenas, com paredes finas e capazes de crescer. 
Figuras mitóticas podem estar presentes no corte histológico. Citoplasma denso e núcleo 
condensado com nucléolos evidentes. São pouco vacuoladas ou apresentam pequenos vacúolos. 
Sem espaços intercelulares. 
 
 
16. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F). 
 
1. ( ) Análises macroscópicas e microscópicas são suficientes para assegurar a qualidade de 
drogas vegetais. 
2. ( ) Durante a colheita em habitats naturais, a identificação deficiente ou controles de 
manuseio insuficientes permitem que uma planta medicinal seja misturada com outra. 
3. ( ) Chá é o produto constituído de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is) inteira(s), 
fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação, tostada(s) ou não. 
4. ( ) Qualquer espécie vegetal pode ser comercializada como chá, mas não como chá 
medicinal. 
5. ( ) As limitações de impurezas são citadas nas farmacopeias, que estabelecem 
especificações e testes para a determinação de matéria estranha. 
6. ( ) Nenhum produto natural está livre de impurezas no momento da colheita, mas são 
utilizados processos de manuseamento adequados, tais como lavagem, peneiração e classificação, 
para minimizar a presença de tais impurezas. 
7. ( ) O cultivo é a forma de evitar que erros de identificação da planta medicinal aconteçam. 
 
 
 
 
 
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17. Defina: 
 
A. Fitoterápico: 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
B. Princípio ativo: 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
C. Marcador: 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13: c; 14: F, F, F, F, V; 16: F, V, V, F, V, V, F.

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