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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diabetes no Idoso Intro Quais são os fatores de risco para DM? ● Obesidade grave ● Sedentarismo ● Parente de 1º grau acometido ● Etnia: negros, latinos, indio americano, ilhas do pacífico ● História de diabetes gestacional ● História de doenças cardiovasculares ● Estados pré-diabéticos ● Hipertensão arterial ● HDL < 35 mg/dl ( baixo HDL) ● Triglicerídeos > 250 mg/dl ● SOP (relação com resistência a insulina) ● Acantose nigricans Especificidades com idosos ● Aumento de prevalência na pop. idosa ● Associação com outras comorbidades ● Complicações micro/macrovasculares DM1 ● Destruição autoimune das células beta das ilhotas pancreáticas. ○ Anticorpo anti-ilhota, anti-insulina, antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD65), antitirosina-fosfatase IA-2 e IA-2B e anticorpo transportador de zinco ● Quadro clássico: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso ( os 4 Ps)→polis + cetoacidose diabética! ● A doença só é percebida na sua descompensação (cetoacidose diabética)! ● Presença de autoanticorpos ● O DM1 pode ser apresentado na fase adulta ? SIM! na forma de LADA (Latent Autoimmune Diabetes of Adults) → que costuma aparecer em indivíduos mais velhos e evolui insidiosamente (acaba sendo confundido com DM2) ○ Os sintomas aparecem mais tarde quando há hiperinsulinismo absoluto! DM2 ● Resultante da deficiência na secreção e/ou ação da insulina ● Influência genética bem estabelecida ● Doenças crônicas + comuns que afetam idosos ● Quadro clássico: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso (os 4 Ps) ● Costuma ser mais tardio, visto que pode ser completamente assintomático por décadas! ● Cetoacidose diabética é raríssima → a produção endógena de insulina evita a cetogênese hepática! ● Atenção: a acantose nigricans é um importante sinal clínico → pensar em resistência a insulina (DM ou pré-diabetes) e neoplasia maligna (Ca de pulmão ou do trato gastrointestinal (principalmente se o acometimento for extenso, rápido e envolver palmas e solas). ● Atenção: em 50% dos casos o reconhecimento dos casos só é feito quando há lesões irreversíveis em órgãos alvos ● Perfil de um paciente com DM2 → Adulto > 40-45 anos, obeso, sedentário e possui outros fatores de rsico cardiovascular ● Idoso com DM2 ○ Queixa de visão borrada ○ Declínio funcional do idoso e aumenta o risco de queda ○ Hiperglicemia muito alta → diurese osmótica → desidratação → poliúria, polidipsia e perda de peso Etiopatogenia ● Envelhecimento está associado com o desenvolvimento de resistência insulínica → predispõe os idosos a intolerância à glicose ● Envelhecimento → perda de massa magra (distribuição da glicose mediada pela insulina), aumento da gordura visceral (aumento da resistência insulínica) ● Resistência à insulina → evolução da doença → deficiência na produção de insulina ● Influência genética + hábitos de vida 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Síndrome da resistência insulínica ● Glicotoxicidade → aumento do estresse oxidativo no interior da célula ● Afeta o metabolismo das lipoproteínas → HDL-c mais baixo, maiores níveis de TG e partículas de LDL menores e mais densas (com maior potencial aterogênico) ● A HAS e a obesidade frequentemente acompanham a DM2→ síndrome metabólica ● Aumento da idade → preciso de mais insulina para manter a glicose em níveis normais → ocorre devido à adiposidade central, vida sedentária e presença de comorbidades Quando investigar? Tabela acima + ● Pcts com história familiar de DM2, obesidade, HA ou hiperlipidemia. Glicemia em jejum a cada 3 anos!→ 1 ano se tiver fator de risco! Quadro clínico no idoso ● Sintomas clássicos nem sempre presentes ● Fadiga, adinamia, estado confusional e incontinência urinária são frequentes. ● Diminuição na acuidade visual→ retinopatia ● Dor “cansada” nas pernas→ neuropatia ● Diurese osmótica → desidratação → complicações agudas. Diagnóstico O diagnóstico clínico no idoso é + difícil → clínica peculiar → sintomas clássicos podem estar ausentes ● Glicemia de 220 mg/dL nos idosos→ glicosúria ○ Em jovens acontece com menos! ● Sintomas como mialgia, fadiga, adinamia, estado confusional e incontinência urinária são frequentes. ● Considerar metas menos rigorosas ● Níveis de glicose muito elevados levam a diurese osmótica. 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA DM tipo 2 em pacientes de muito alto risco! → esse paciente também deve aderir às MEV! ● Quem é alto risco? ○ IMC ≥ 35, idade < 60 anos e) história de diabetes gestacional. ● Idade menor que 60 anos ● Obesos com IMC acima de 36 kg por metro quadrado ● Mulheres com história de DG ● SM ● HAS ● Glicemia em jejum maior que 110 mg por dL ● Pode retirar o uso da metformina caso um desses critérios sejam retirados ○ Faça avaliação periódica de vitamina B12 → metformina reduz sua absorção → bloqueia a absorção intestinal mediada ao cálcio desta vitamina ○ Usar 500 mg, 1x ao dia O que fazer antes de decretar paciente pré-diabético? ● Devo fazer TOTG 75g → caso > ou = a 200 mg/dl→ diabético! Quais são as medidas de prevenção? ● ↓ de 7%+ do peso corporal ● 150min/semana + de atividade aeróbica moderada (ex. caminhada) ● Consultas frequentes para reforçar o alcance das metas ● Exames anuais para rastreio de DM Complicações microvasculares A investigação dessas complicações deve ser realizada anualmente → em paciente de alto risco o acompanhamento pode ser feito com maior frequência Retinopatia → não-proliferativa (produção de microaneurismas), pré-proliferativa e proliferativa ● Vazamento de líquido seroso ou de lipoproteína na mácula → edema com comprometimento da visão central ● Presença de ponto algodoados devido a infartos (exsudatos moles)→ forma avançada ● Fazer avaliação anual Nefropatia ● Pode ser clinicamente assintomática de 10-15 anos→ microalbuminúria é um bom marcador da progressão da doença → fazer sua dosagem no diagnóstico e repetir anualmente ● Dosar creatinina anualmente Neuropatia ● Polineuropatia distal simétrica/autonômica → afeta fibras sensoriais e motoras ● Parestesias sintomáticas são + comuns à noite com sensação de alfinetada ● IECA impedem a progressão da neuropatia diabética ● Há evidências que os BRA também evitam a progressão da doenças renal Complicações Macrovasculares ● Risco de DCV é 2-4 vezes maior nos diabéticos → aterosclerose ○ Hiperglicemia pós-prandial → aumento agudo da glicosilação lábil das proteínas envolvidas na regulação cardiovascular e do estresse oxidativo → processo inflamatório, hipercoagulabilidade e alterações plaquetárias ● DAC 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Doença cerebrovascular ● Doença arterial periférica Como prevenir? ● Interrupção do fumo ● Tratamento da HAS→ abaixo de 140x90 mmHg ○ PA acima de 120x80mmHg já indica mudança no estilo de vida! ● Tratamento da obesidade ● Tratamento da dislipidemia→ estatinas ● Iniciar tratamento com AAS ● Adotar a prática de exercício físico ● Redução do peso ● Restrição de sal ● Controle no consumo de álcool 🚨 Em hipertensos diabéticos os fármacos de escolha são IECA ou BRA ● Beta-bloqueadores e tiazídicos podem ter efeito hipoglicêmico! 🪔 Nos diabéticos, as dislipidemias encontradas, em geral, são hipertrigliceridemia, redução de HDL-c e aumento do volume de partículas de LDL-c pequenas e densas. → Deve corrigir com estatinas para prevenir doenças ateroscleróticas! → Óbvio que depois da mudança no estilo de vida. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Comorbidades associadas a DM ● Aumento do risco de declínio cognitivo e demência ● Depressão ● Aumenta ocorrência de quedas ● Neuropatia ● DAP ● Redução de função renal ● Fraqueza muscular ● Incapacidade funcional ● Comprometimento articular→ doenças reumáticas ● Aumento nos riscos de infecção Tratamento DM1 ● Insulinoterapia: deve ser o tratamento convencional e não o tradicional → reduz complicações crônicas microvasculares com mais eficiência(retinopatia, nefropatia e neuropatia)! ● Atenção: insulina + receptor tirosina quinase → fosforilação de substratos do receptor de insulina (IRS) → faz com que muita coisa entre na célula→ incluindo a glicose - faz com que os GLUTs vão para a membrana celular → entra a glicose por meio do GLUT4 no músculo e tecido adiposo, por exemplo! Tratamento DM2 ● Deve-se iniciar com doses menores → idosos usam muitos fármacos → maior chance de interação medicamentosa Qual a diferença de um idoso saudável, comprometido e comprometido grave? ● Múltiplas comorbidades: câncer, atrite reumatoide, IRC classe III, ICC, depressão grave, enfisema, doença de Parkinson, IAM, AVC Quais as metas de glicemia? (Quadro azul) Medicamentos Sulfonilureias ● Glibenclamida → muita hipoglicemia → não usar em idosos! ○ Escolha para indivíduos magros → deficiência na secreção de insulina pode ser mais grave) e ao longo do tempo perdem a eficácia - as células beta do pâncreas morrem ● Clorpropamida → excreção renal (não usar em quem tem insuficiência) ● Glimepirida e gliclazida → preferencial para idosos → causa menos hipoglicemia (que é comum na classe, especialmente gliclazida) e tem posologia cômoda (só deve ser usada 1x por dia) Metiglinidas = Glinidas ● Nateglinida e repaglinida ● Estimulam a liberação de insulina após o aumento de glicose → top p quem tem hiperglicemia pós-prandial, mas poucos estudos em idosos. ● Podem ser usadas em pacientes com IR→ metabolismo é principalmente hepático → usar dose menor em pacientes com TFG muito baixa ● Administrar antes da refeição ● Meia-vida curta→ menor risco de hipoglicemia ● Úteis para idoso e pacientes com hiperglicemia pós-prandial ● Não presta com as sulfonilureias Biguanidas ● Metformina ● Reduz a produção hepática de glicose e diminui a resistência insulínica→ top p idosos que ñ respondem a dieta→ efeito anoréxico 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Metabolismo renal ● Baixo risco de hipoglicemia ● Contraindicada nos pacientes com tendência ao desenvolvimento de acidose láctica → portadores de IC, renal, respiratória e hepática, sepse, anemia grave e alcoolismo ● Benéfico para idosos → menor chance de hipoglicemia, mas evitar usar em insuficiência cardíaca, renal, respiratória, hepática, sepse, anemia grave e alcoolismo ● Atentar para efeitos gastrointestinais (diarreia e desconforto abdominal) e perda de peso nos idosos ● Administrar 2-3 vezes/dia Tiazolidinedionas = glitazonas ● Pioglitazona ● Sensibilização da insulina ● Eliminação hepática ● Recomendada como terceiro medicamento quando os pacientes não conseguem controle glicêmico com metformina e sulfonilureia ● Melhora perfil lipídico → reduz TG e AG e aumenta HDL-c, mas pode gerar ganho de peso e edema ● Dose única ● Ganho de peso e edema ● Diminui a densidade óssea em mulheres → maior risco de fraturas ● Contraindicada em IC Acarbose ● Inibe competitivamente e temporariamente a atividade das enzimas alfaglicosidades, na parede intestinal → retarda a degradação e absorção dos carboidratos ● Não causa hipoglicemia ● Não aumenta o peso ● Contraindicada em doença intestinal inflamatória, obstrução intestinal, cirrose ou em pacientes com creatinina superior a 2 mg/dL Inibidores da DPP-IV e Incretinomiméticos ● Principais incretinas→GLP-1 e GIP ● Aumentam o tempo de ação das incretinas, como GLP-1 (que tem como função aumentar secreção de insulina, reduzir glucagon e tempo de esvaziamento gástrico)→ muito caros! ● Incretinas → intensificam a secreção de insulina, suprimem a secreção de glucagon (mantém a glicemia no período pós-prandial), retardam o esvaziamento gástrico ● Incretinomiméticos → liraglutida, exenatida e lixisenatida → mimetizam a ação do GLP-1→ aplicação via subcutânea 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Inibidores do SGLT-2 ● Impedem a reabsorção de glicose nos túbulos proximais dos rins ● Baixo risco de hipoglicemia ● Promovem perda de peso e redução da pressão arterial sistólica ● Ação diurética → glicosúria → podem levar a depleção de volume → não usar em pacientes com risco de depleção de volume ● Não indicar em IR moderada ou grave ● Risco aumentado para infecções genitais (pois aumenta glicose na urina) e do trato urinário ● Dapagliflozina→ farmácia popular! Ácido Acetilsalicílico ● Prevenção das complicações no DM2 ● Preconizado em pacientes com sabida doença macrovascular ● Maior benefício em indivíduos acima de 65 anos com DM ou hipertensão diastólica ● Bloqueia a síntese do tromboxano → benéfico para prevenção primária e secundária dos eventos cardiovasculares ● Em baixas doses → não exerce efeitos sobre a função renal ou sobre a PA → os risco estão ligados à hemorragia gastrointestinal ● Pouco utilizado, mesmo com a comprovação dos benefícios Quando começo a insulina? ● Em idosos, o controle glicêmico, principalmente o uso de insulina, diminui diurese osmótica (incontinência urinária), instabilidade (quedas), insuficiência mental 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA (demência), imobilidade (neuropatia) e iatrogenia (polifarmácia), além da sarcopenia associada à hiperglicemia ● Não se pode esquecer que esses pacientes apresentam maior risco e menor tolerância a hipoglicemias, o que implica em maior monitorização e metas menos estritas; ● Há benefício na utilização de insulina no paciente portador de DM2, com redução de risco cardiovascular. O tratamento intensivo do DM2 com uso de insulina diminui as complicações microvasculares e macrovasculares. ● Cuidado especial com monitorizações mais frequentes e metas menos estritas devem ser feitas nos idosos, em que o uso de insulina diminui a diurese osmótica, risco de quedas, demência, neuropatia e sarcopenia ● Em adultos com DM2 sintomáticos (poliúria, polidipsia, perda de peso) e que apresentam HbA1c > 9% ou glicemia de jejum ≥ 250 mg/dl, a terapia à base de insulina é RECOMENDADA para melhorar o controle glicêmico, mesmo que de forma transitória. ● Iniciar com NPH ou análogos de ação prolongada ao deitar (ajustar dose a cada 3 ou 4 dias a depender da glicemia capilar) 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Caso a dose única ainda não seja suficiente, adicionar NPH antes do café da manhã ou insulinas rápidas (hiperglicemia no pós-prandial) ● Atentar para insulina de ação rápida em idosos → problema de hipoglicemia! Considerações para o início do tratamento com insulina. ● Discutir os objetivos da insulinoterapia, incluindo vantagens e preocupações ● Avaliar potenciais perigos e dificuldades, tais como físicas, mentais e problemas visuais ● Iniciar a administração ao deitar ● Iniciar com doses baixas, aumentando gradativamente ● Usar esquemas mais simples, por exemplo, preferir as canetas ou pré-misturas ● Individualizar o tratamento com insulina de acordo com as características pessoais, de saúde e social do paciente HAS Classificação Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg) Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 Limítrofe* 130 a 139 85 a 89 Hipertensão estágio 1 140 a 159 90 a 99 Hipertensão estágio 2 160 a 179 100 a 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 🚨Lembrar que precisa de 2+ aferições! Fisiopatologia ● Perda de distensibilidade e da elasticidade dos vasos de grande capacitância → aumento da velocidade da onda de pulso. ● Aterosclerose→ envelhecimento do vaso ● Declínio da massa dos rins Aumento na PA ● Menor débito cardíaco e volume intravascular, fluxo renal, atividade de renina plasmática e capacidade de vasodilatação mediada por receptores beta-adrenérgicos. ● Maior resistência periférica e massa de VE Quais as classes dos anti-hipertensivos? ● Diuréticos (DIU) ● Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) ● Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ● Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA) 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Betabloqueadores (BB): usados em situaçõespós-infarto agudo do miocárdio, angina no peito, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, para o controle de FC e em mulheres com potencial de engravidar ● O tratamento com medicamentos pode ser iniciado com monoterapia ou com combinação de fármacos. Ênfase deve ser dada ao uso de combinação de fármacos como estratégia preferencial para a maioria dos pacientes hipertensos Avaliação clínica Medida da pressão arterial ● Posição em decúbito é a mais adequada ● Deve-se tentar obter o máximo de relaxamento possível ● Devem ser feitas, idealmente, 3 medidas ● Podemos recorrer ao MAPA ou MRPA com o objetivo de afastar hipertensão do jaleco branco e de diagnosticar hipertensão mascarada ● Pseudo-hipertensão→ envelhecimento→ calcificação e enrijecimento das paredes das artérias → pulso radial não some quando insuflamos ao máximo o manguito → pressões muito elevadas não compatíveis com a pressão real do pct são registradas ● Em casos de suspeita de pseudo-hipertensão → manobra de Osler é altamente sugestiva→ consiste na palpação do pulso radial na presença de insuflação máxima do manguito ● Hiato auscultatório → condição que pode nos levar a subestimar a PAS e superestimar a PAD ● Pode ocorrer hipotensão postural com a utilização de fármacos hipotensores → hipotensão postural só é diagnosticada quando o pct apresenta queda de 20 mmHg ou mais na PAS e de 10 mmHg ou mais na PAD dentro de 3 min quando o pct muda da posição de supina para ortostática Exame físico do idoso hipertenso ● A palpação dos pulsos arteriais periféricos deve ser feita de rotina → possibilidade de envolvimento arteriosclerótico difuso ● Palpação e ausculta das artérias carótidas → pode haver diminuição da amplitude dos pulsos e/ou a presença de sopros ● A palpação abdominal busca a dilatação da aorta abdominal ● A ausculta das lojas renais pode surpreender sopros sistólicos ou sisto diastólicos indicativos de estenose de artérias renais ● Cifras tensionais sisto diastólicas elevadas surgidas recentemente ou agravamento da hipertensão arterial estável, ambas as situações sugestivas de hipertensão nefrovascular→USG com doppler ● Os pulsos arteriais de membros inferiores devem ser todos palpados ● O exame do precórdio inicia com inspeção e palpação → buscando-se aumento de ventrículos direito e esquerdo. A ausculta cardíaca pode detectar bulhas 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA extras: 3ª bulha (sugestivo de dilatação do VE) e 4ª bulha (sugestivo de dificuldade de enchimento do VE) ● Sopros cardíacos são comuns de serem encontrados em idosos hipertensos → alterações nas valvas mitral e aórtica Quais exames complementares devem ser pedidos inicialmente para pct idoso hipertenso? ● Hemograma completo ● Glicemia ● Colesterol total ● c-HDL ● c-LDL ● Triglicerídeos ● Ácido úrico ● Ureia ● Creatinina ● EAS ● Eletrocardiograma Pressão arterial secundária 🚨A busca de uma causa secundária para hipertensão arterial não é de rotina ● Causas hormonais: relacionadas às glândulas suprarrenais → secreção de catecolaminas (feocromocitoma), aldosterona (doença de Conn) e glicocorticóides (síndrome de Cushing) → suspeitar qndo houver sintomas ou sinais sugestivos dessa doença Tratamento Como deve ser feito? ● Considerações gerais sobre os benefícios do tto e revisão dos resultados dos principais estudos clínicos em idosos ● Considerar presença de fatores de risco CV e/ou lesão de órgãos-alvo ● Identificação de substâncias que possam contribuir com a elevação da PA: AINEs, anti-histamínicos, descongestionantes, antidepressivos tricíclicos, corticosteróide, esteroides anabolizantes, vasoconstritores nasais, carbenoxolona, ciclosporina, inibidores da monoamina oxidase (IMAO), chumbo, cádmio, tálio, alcalóides derivados do ergot, moderadores do apetite, hormônios tireoideanos (altas doses), antiácidos ricos em sódio, eritropoetina, cocaína, cafeína Como se dá a monoterapia? ● Estratégia anti-hipertensiva inicial para paciente com HA estágio 1 com baixo risco cardiovascular ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto ou para indivíduo idosos e/ou frágeis ● DIU tiazídicos ou similares ● BCC ● IECA ● BRA 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Como fazer a combinação de medicamentos? ● Estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos hipertensos, independentemente do estágio da HA e do risco CV associado ● A combinação deve ser feita com medicamentos com mecanismo de ação distintos, sendo exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio ● Caso a meta pressórica não seja alcançada→ ajuste de doses e/ou combinação tripla de fármacos Diuréticos ● Como anti-hipertensivos, a preferência é dada para diuréticos tiazídicos e similares ● Diuréticos de alça são utilizados em situações de HAS e de IC ou insuficiência renal ● Os diuréticos poupadores de potássio têm pouca potência diurética → mas, podem ser associados a tiazídicos e aos de alça para prevenir a hipopotassemia! ● Efeitos adversos dos diuréticos: hipopotassemia (às vezes acompanhada de hipomagnesemia), que pode levar a arritmias cardíacas; e hiperuricemia ● Nos idosos, devido às suas características hidroeletrolíticas, há maior chance de desidratação e colapso circulatório com o uso diuréticos; ● A presença de clearance de creatinina abaixo de 30 mℓ/h contraindica o uso dos diuréticos tiazídicos. Betabloqueadores ● Benefícios não tão claros quanto os diuréticos para o tto da HAS em idosos ● Os betabloqueadores mais seletivos e menos lipossolúveis são os mais adequados ● Devem ser evitados em pcts com DPOC ou asma brônquica ● Em portadores de apneia do sono eles devem ser evitados, pois inibem a taquicardia reflexa que ocorre após o episódio de apneia Bloqueadores de canais de cálcio ● Redução da resistência vascular periférica por reduzir a disponibilidade de cálcio no interior de células da musculatura lisa dos vasos sanguíneos ● São eficazes como monoterapia Inibidores da enzima conversora de angiotensina ● Mais indicado no idoso hipertenso com associação de insuficiência cardíaca (com ou sem infarto do miocárdio prévio) e/ou diabetes (especialmente por seu efeito nefroprotetor a longo prazo) ● Os efeitos colaterais principais são: tosse seca, alteração do paladar e reações de hipersensibilidade ● Estão contraindicados na suspeita de hipertensão renovascular bilateral ou unilateral com rim único ● Efeitos nefroprotetores a longo prazo Bloqueadores dos receptores de angiotensina ● Eficazes como monoterapia no tto do paciente hipertenso e têm boa tolerabilidade ● Os antagonistas dos receptores da angiotensina II são utilizados quando há intolerância aos inibidores da enzima de conversão da angiotensina 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Crise hipertensiva - tto ● A crise hipertensiva é dividida em urgência e emergência hipertensiva ● Na urgência → PA elevada, porém não acompanhada de quadros clínicos agudos, como obnubilação, vômitos, dispneia entre outros → não representam risco imediato à vida ou lesões em órgãos-alvo (LOA) ○ PA deve ser controlada dentro de 24 h ○ Podemos usar: BCC, IECA, BB ou diurético de alça ● Na emergência → crise é acompanhada de sinais que indicam lesões em progressão em órgãos-alvo → encefalopatia hipertensiva, edema agudo de pulmão, acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio e evidências de hipertensão maligna ou de dissecção de aorta→ risco iminente à vida ou LOA irreversível ○ Tto feito com vasodilatadores de uso intravenoso → nitroprussiato de sódio ou hidralazina Dislipidemias Na prevenção primária, somente pacientes idosos com boa saúde que, na ausência de um evento coronariano, têm um prognóstico bom de sobrevida com boa qualidade de vida devem ser considerados para o tratamento da dislipidemia. → Em muitas situações, não haverá indicação para um tratamento. Esses casos seriam: pacientes com doenças concomitantes graves, como quadrosdemenciais; neoplasia maligna; doença cerebrovascular grave; insuficiência cardíaca grave e pacientes terminais. Epidemio ● Hipercolesterolemia em idosos é mais prevalente em mulheres e entre 65-74 anos→ depois dos 75 declina Tratar ou não? Pacientes com manifestações clínicas de DAC já apresentam risco elevado de eventos coronarianos subsequentes. → Para esse tipo de paciente, aconselha-se modificação intensiva dos fatores de risco. Decisão terapêutica da prevenção primária ● Uso de escore de risco global → chance de eventos coronários, cerebrovasculares, de doença arterial obstrutiva periférica ou de insuficiência cardíaca congestiva, fatais ou não fatais em 10 anos, e avaliação clínica, para decidir quando iniciar estatinas em idosos sem manifestações clínicas de doença coronariana. ● Naqueles com idade superior a 75 anos que não foram incluídos nos escores de estimação de risco cardiovascular, a avaliação clínica global torna-se o instrumento norteador para recomendar ou não o uso de estatinas nesta faixa etária. 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Estratificadores de risco (ER) ● Idade > 49 anos para homens ou > 56 anos para mulheres ● Duração do diabetes superior a 10 anos (válido para pacientes com início do diabetes após os 18 anos de idade) ● História familiar de doença arterial coronariana prematura ● Presença de SM ● Hipertensão arterial tratada ou não tratada ● Tabagismo vigente ● Taxa de filtração glomerular estimada abaixo de 60 mL/min/1,73 m² ● Albuminúria > 30 mg/g de creatinina ● Neuropatia autonômica ● Retinopatia diabética Estatinas ● Alto potencial de diminuir morbimortalidade, a partir de 1 ano de uso, no mínimo ● Ausência de idosos com mais de 75 anos na maioria dos estudos ( individualizar a conduta) ● Efeitos colaterais : mialgia, aumento das transaminases, aumento da glicemia, confusão mental ○ Mialgia → pernas principalmente → dosar CPK para ver lesão muscular ○ Pequenos aumentos de transaminases ñ contraindicam ● Não apresentam síndrome de retirada Tireoide Diagnóstico de alterações em idosos→ desafio ● Linha tênue entre alterações fisiológicas e patológicas. Mudanças anatômicas ● Pode aumentar, diminuir ou se manter→ na maioria das vezes aumenta em decorrência do bócio nodular. ● Nódulos podem estar associados a períodos de privação de iodo. ● Microscopicamente ○ Infiltração linfocítica ○ Fibrose ○ Redução do tamanho folicular ○ Achatamento do epitélio 🚨 Nem sempre que o idoso tiver alguma dessas alterações estará doente. Mudanças funcionais ● Redução na taxa de captação do iodo pela tireoide e pelo rim após os 60 anos. ● Excreção urinária de iodo reduz após os 80 anos. ● Diminuição da produção total de iodo ● Diminuição na degradação de T4 ● Manutenção da concentração sérica de T4 ● Manutenção da concentração sérica de TBG ● Menor concentração de T3 ● Menor variação diurna do TSH Hipotálamo→ menos TRH Pesquisa de doença tireoidiana no idoso: Deve-se estar atento a idosos portadores de doenças crônicas ou consumptivas → Por definição, não são portadores de doenças de tireoide. Função tireóidea é afetada por medicamentos: ● ↓ secreção TSH→ dopamina, glicocorticóides; ● ↑ secreção T4→ iodo, amiodarona, interferon-alfa; ● ↓ secreção T4→ lítio, iodo, amiodarona; ● ↓ absorção T4 → cálcio, colestiramina, hidróxido de alumínio, sucralfato, sulfato ferroso. ● ↑ metabolismo hepático de T3 e T4 → fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, sertralina. Associação Americana de Tireoide→ dosar hormônios a cada 5 anos após os 35 anos. Hipotireoidismo Muitos sinais e sintomas do hipotireoidismo estão presentes em idosos: ● Pele seca ● Reflexos profundos alentecidos ● Ginecomastia ● Bradicardia ● Hipertensão ● Fadiga muscular ● Perda de cabelos 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Apetite diminuído ● Constipação intestinal ● Intolerância ao frio ● Depressão ● Diminuição de libido Lembrar que nem sempre os idosos apresentam manifestações clássicas das doenças! ● No hipotireoidismo prevalece fadiga e fraqueza. ● Depressão ● Aumento de quedas ● Aumento do CT, LDL e TG→ diminuem com reposição de tiroxina. Como é feito o diagnóstico?→ Valores elevados de TSH. ● Em fases iniciais T3 e T4 podem estar dentro dos valores de referência. ● Posteriormente, TSH se eleva e T3 e T4 caem ● Subclínico→ TSH elevado sem declínio de T4. ○ Prevalência de sintomas inespecíficos ○ Dosagem de anticorpos anti tireoideanos é útil. E como é feito o tto? ● Começar com dosagens menores de tiroxina → nunca maiores que 25mg/dia→ + progressão lenta. ○ Elevação de 25 ng/mês, mas se portador de doença coronariana aumenta a metade (12,5) ○ Dose de manutenção menor tbm ● Subclínico só é indicado tratar se TSH > 10mU/mL→ se depressão, antecipa uso, ou se presença de anticorpos antitireoideanos. ○ Fatores determinantes → Considera tbm a possibilidade de velocidades maiores de progressão de aterosclerose, com maior risco de doença coronariana, piora da dislipidemia, disfunção de VE e osteoporose. Má absorção pode ser observada em idosos com ICC direita descompensada ou em uso de AL(OH)3 , FeSO4, CaCO3, sequestradores de ácido biliar. 🚨 Em pcts em uso de corticoesteróides, suspende antes de medicar! Hipertireoidismo A prevalência do hipertireoidismo subclínico, caracterizado por um valor baixo de TSH com concentrações normais do hormônio tireoidiano, varia de modo significativo no idoso. Quais as principais causas? ● Doença de Graves ○ Pode ser evidente por bócio difuso e oftalmopatia. ○ Tireoide pode ñ ser palpável. ○ Trab mais sensível para diagnóstivo ● Bócio multinodular tóxico → maior responsável pelos casos de tireotoxicose. ● Hipertireoidismo secundário a tiroidite subaguda ○ Suspeita se pct se queixa do aumento de temperatura e dor cervical + sintomas virais ou de IVAS. ○ Diagnóstico confirmado com VHS e baixa captação de iodo na cintilografia. ○ Fármacos antitireoidianos não fazem efeito!!! ● Induzido por amiodarona ○ Diminui conversão periférica de T4 em T3 ○ TSH pode permanecer normal, aumentar ou diminuir Difícil diagnóstico→ quando não? ● Sinais e sintomas clássicos ausentes ● Hipertireoidismo apático→ maiores achados: ○ Letargia ○ Pseudodemência ○ Perda de peso ○ Humor depressivo E como é feito o tto? ● Metimazol ou propiltiouracila→ tireotoxicose ○ Inibição da organificação do iodo e síntese de T3 e T4 ○ Metimazol → 20 a 30mg/ 1x/ dia → opção inicial! ○ Propiltiouracila→ 2x/dia→ 200mg/dia ○ Maybe precise de dose mais alta no inicio do tto ○ Testar T4 livre 4-6 semanas após começar terapia→ ajustar dose se necessário ○ Efeitos colaterais são raros→ agranulocitose + grave ● Graves→ iodo radioativo ● Subclínico → tratar quando TSH < 0,1 mU/L → fazer mais de uma dosagem antes de tratar 15
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