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RENASCIMENTO E REFORMA Entre os séculos 14 e 16, a Europa sofreu uma revolução cultural. Na filosofia e nas artes, o Renascimento refletiu um despertar de interesse nas realizações dos pensadores, artistas e autores clássicos, pré-cristãos. Na religião, a Reforma Protestante questionou a autoridade da Igreja Católica Romana e sua alegação de ter domínio exclusivo sobre a alma das pessoas. Durante séculos, o ensino e a aprendizagem na cristandade ocidental ficaram restritos aos mosteiros e tinham como foco principal as questões teológicas. A maior parte do esforço intelectual centrava-se em questões de doutrina religiosa, e a pintura e a arquitetura também estavam em grande parte a serviço da Igreja, um dos patrocinadores mais ricos. Os textos dos antigos cientistas e filósofos gregos ficaram perdidos no Ocidente até o século 12, quando Gerard de Cremona começou a traduzir para o latim versões em árabe de textos gregos. Em seguida, escritores como Tomás de Aquino tentaram integrar a filosofia aristotélica à teologia cristã, que ainda era considerada o auge da realização intelectual humana. A partir do século 14, um grupo de eruditos italianos, inspirados pelo poeta Petrarca, propôs um novo programa educacional baseado na literatura clássica, que eles chamaram de studia humanitatis. Esse programa era composto de cinco temas principais – retórica, poesia, gramática, história e filosofia moral –, e a teologia não fazia parte dele, embora os humanistas (como ficaram conhecidos esses estudiosos) não chegassem a rejeitar a doutrina cristã. Em vez disso, mudaram a ênfase: o debate sobre como uma pessoa deveria servir a Deus foi substituído pelo debate de como o homem virtuoso deveria agir.