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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-65

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seu	 poderoso	 descendente	 Aurangzeb	 transformou	 o	 Império	 Mogol	 em	 um
Estado	mais	exclusivamente	muçulmano,	reprimindo	a	maioria	hindu	e	travando
guerras	contra	os	siques,	cujo	nono	guru	ele	executou.	Assim,	prejudicou	o	senso
de	unidade	imperial	construído	por	Akbar	e,	um	século	após	sua	morte,	em	1707,
o	 poder	 mogol	 foi	 fatalmente	 arruinado,	 permitindo	 que	 os	 europeus
alcançassem	uma	posição	favorável	no	subcontinente.
“A	corte	do	imperador	tornou-se	o	lar	dos	inquiridores	das	sete	regiões,
e	um	local	de	encontro	dos	sábios	de	todas	as	religiões	e	seitas.”
Abul	Fazl,	A	história	de	Akbar	(c.	1590),	apontando
os	benefícios	da	tolerância	religiosa	do	imperador
mogol
Na	Espanha,	os	governantes	muçulmanos	haviam	demonstrado	tolerância	em
relação	 a	 judeus	 e	 cristãos,	 permitindo-lhes	 praticar	 suas	 religiões,	 desde	 que
estivessem	dispostos	a	pagar	impostos	mais	altos.	O	califado	de	Córdoba	(929-
1031)	testemunhou	algo	como	uma	era	de	ouro,	quando	a	cultura	floresceu	e	o
comércio	 se	expandiu.	Mas	a	 tolerância	diminuiu	com	a	dinastia	almôade,	nos
séculos	12-13,	e	desapareceu	depois	que	os	cristãos	espanhóis	completaram	sua
Reconquista	 da	 Península	 Ibérica,	 ao	 tomarem	 Granada	 em	 1492.	 Judeus	 e
muçulmanos	 foram	 forçados	 a	 escolher	 entre	 se	 converter	 ao	 cristianismo	 ou
enfrentarem	 a	 expulsão,	 o	 que	 fez	 com	 que	 muitos	 dos	 mais	 inteligentes	 e
habilidosos	habitantes	deixassem	o	 local	–	exatamente	como	quando	Luís	XIV
se	 voltou	 contra	 os	 protestantes	 franceses	 em	 1685,	 e	 quando	 os	 nazistas
perseguiram	os	judeus	alemães	na	década	de	1930.
A	Reforma	iniciada	nos	primeiros	anos	do	século	16	colocou	os	protestantes
contra	 os	 católicos,	 e,	 nos	 dois	 séculos	 seguintes,	 a	 Europa	 sofreu	 uma	 onda
insana	de	perseguições	e	conflitos.	A	Guerra	dos	Trinta	Anos	(1618-1648)	matou

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