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PROCESSO AVALIATÓRIO MULTIDIMENSIONAL O processo de avaliação foca na descrição das habilidades e desafios apresentados pela pessoa com deficiência intelectual em cada uma das cinco dimensões, sendo crucial obter dados que possibilitem a criação de um perfil de apoio apropriado. Os avaliadores também devem apontar os suportes necessários para melhorar a funcionalidade do indivíduo, visando promover sua autonomia e independência nos ambientes sociais. Para uma avaliação eficaz, é recomendável considerar os seguintes requisitos: • Garantir a qualidade dos instrumentos de medida, levando em conta a validade dos testes e sua aplicação apropriada. • Certificar-se de que a equipe multidisciplinar seja qualificada para aplicar e interpretar os resultados dos testes utilizados. • Selecionar informantes que sejam legítimos para fornecer dados sobre a pessoa diagnosticada. • Incluir a contextualização ambiental e sociocultural na interpretação dos resultados do processo avaliativo. • Analisar a história clínica e social do indivíduo. • Considerar as condições físicas e mentais associadas que possam influenciar nos resultados da avaliação das habilidades intelectuais. Tecnologia assistiva: ferramentas para inclusão de PCD’s Conforme definido pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) da Secretaria de Direitos Humanos da República, tecnologia assistiva abrange uma área de conhecimento interdisciplinar que incorpora produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços. O seu objetivo é promover a funcionalidade relacionada às atividades e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, com a finalidade de garantir autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Em síntese, a tecnologia assistiva não se limita a dispositivos tecnológicos isolados. Envolve também metodologias e práticas inclusivas que podem e devem ser implementadas nos ambientes de trabalho, visando facilitar a comunicação e permitir a plena realização de atividades por parte de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Segundo uma das principais plataformas de tradução simultânea do país envolvendo Libras (ICOM), segue alguns exemplos de tecnologias assistivas para inclusão de pessoas com deficiência: Adaptação aos ambientes: • No âmbito da acessibilidade, é incumbência do empreendimento investir em ambientes fisicamente inclusivos. A adaptação pode envolver melhorias como a instalação de corrimãos em corredores, banheiros e escadas, considerando a natureza da deficiência de seus colaboradores. É crucial planejar espaços que permitam a locomoção adequada de cadeirantes, pessoas com baixa ou nenhuma visão, assim como aquelas com deficiência auditiva. Ergonomia no mobiliário: • A ergonomia do mobiliário desempenha um papel vital para os funcionários com deficiência física. Portanto, adaptar móveis conforme as necessidades físicas, ajustando a altura da mesa, cadeira, armários e outros elementos, é essencial para proporcionar independência durante a execução de suas atividades. Sinalização visual: • A utilização de sinalização luminosa pode beneficiar os colaboradores com deficiência auditiva ao sinalizar chamadas, intervalos, convocações e outras formas de comunicação. Rampas e Tecnologia Assistiva: • Rampas facilitam a mobilidade de pessoas com limitações de mobilidade ou cadeirantes. Quando a empresa não dispõe de elevadores, a presença de rampas se torna fundamental para garantir a locomoção adequada dessas pessoas nas instalações. Pisos táteis: • Pisos táteis auxiliam funcionários com baixa visão ou cegueira a se movimentarem nos espaços da empresa. Essa adaptação também contribui para a locomoção de possíveis clientes que dependem de tecnologias assistivas para receber atendimento na empresa. Sinalização em braile: • A sinalização em Braile é destinada a funcionários e colaboradores com deficiência visual, desempenhando um papel crucial na identificação de setores de acesso, como botões de elevadores, portas de setores, banheiros, entre outros espaços de uso comum ou necessários para as atividades diárias. Computadores adaptados: • Os computadores devem ser adaptados, considerando aspectos ergonômicos e a aquisição de mouse e teclado adaptados para funcionários com dificuldades motoras no uso do computador convencional. Softwares de leitura: • Softwares de leitura são recursos destinados a funcionários com deficiência visual, proporcionando suporte na leitura de documentos, relatórios e demais materiais necessários para o desempenho de suas atividades. Reflexão sobre a importância contínua da pesquisa na área da inclusão de (PCD’S) Compreender a complexidade das deficiências intelectual e múltipla vai além dos números e das definições legais. A necessidade de criar uma sociedade mais inclusiva, promovendo conscientização e combatendo preconceitos, é vital. A intervenção efetiva requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo estudiosos, pesquisadores e profissionais comprometidos em desafiar os estigmas e melhorar a qualidade de vida dessas comunidades. A promoção da inclusão representa um princípio essencial na sociedade contemporânea, visando assegurar que todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, tenham acesso equitativo a oportunidades e participem plenamente na vida social, econômica e educacional. No âmbito da inclusão, as instituições de ensino desempenham uma função crucial, sendo fundamentais na construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. No caso específico das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, essas instituições têm um papel central em garantir o respeito, apoio e capacitação necessários para que esses indivíduos desenvolvam todo o seu potencial. Com o propósito de promover iniciativas que favoreçam a inclusão social e combatam o preconceito e a discriminação contra pessoas com deficiência, a Federação Nacional das Apaes (FENAPAES) está organizando a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, a ser realizada de 21 a 28 de agosto. Essa semana nacional teve sua primeira celebração em 1964, inicialmente denominada Semana Nacional do Excepcional, destacando o trabalho das Apaes. A meta da federação é sensibilizar governos e comunidades acerca das potencialidades das pessoas com deficiência, destacando suas necessidades tanto para orientar a formulação de políticas públicas quanto para combater o preconceito. A compreensão das complexidades das deficiências intelectuais e múltiplas é crucial para a construção de uma sociedade mais inclusiva. A pesquisa e a abordagem multidisciplinar emergem como instrumentos essenciais nesse processo, visando não apenas números e definições legais, mas também uma compreensão profunda dos desafios enfrentados por esses indivíduos. O Estatuto da Pessoa com Deficiência no Brasil, ao ampliar direitos e garantir inclusão social, representa um avanço significativo, mas o enfrentamento dos desafios vai além da legislação. A implementação efetiva de políticas públicas no Brasil, voltadas para pessoas com deficiência, tem sido marcada por desafios, como fragmentação, descontinuidade administrativa e falta de adaptação do espaço público. A análise histórica revela avanços, especialmente a partir da década de 1980, mas é essencial superar barreiras burocráticas e promover uma abordagem inclusiva que considere as necessidades específicas de cada indivíduo. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto) trouxe inovações, mas a realidade enfrentada por essas pessoas exige um comprometimento contínuo com a implementação eficaz dessas leis. No contexto empresarial, a Lei de Cotas representa um passo importante, mas as empresas têm o papel de ir além do cumprimento legal e promover ambientes verdadeiramente inclusivos. Aadaptação de ambientes, ergonomia no mobiliário, tecnologia assistiva e outras medidas são cruciais para garantir a participação plena no mercado de trabalho. A pesquisa na área da inclusão de pessoas com deficiência desempenha um papel fundamental, fornecendo
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