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Insuficiência Cardíaca aguda DEFINIÇÕES · Síndrome clínica definida como alteração funcional ou estrutural cardíaca associada a elevação de peptídeos natriuréticos ou evidência de congestão cardiogênica pulmonar ou sistêmica · IC aguda é definida como aparecimento de IC com sintomas agudos em pacientes sem diagnóstico prévio, ou a descompensação aguda dos sintomas em pacientes com IC conhecida · A IC agudamente descompensada (ICAD) pode se apresentar de quatro formas: · IC crônica agudizada · Edema pulmonar agudo · IC direta isolada · Choque cardiogênico ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA E FATORES PRECIPITANTES · A IC é a via final comum da maioria das doenças que acometem o coração · Principais etiologias conforme prevalência: · Isquêmica · Hipertensiva · Cardiomiopatia dilatada · Valvar · Chagas · Miocardite · Secundária a quimioterápicos · Na maioria das formas de IC, a redução do débito cardíaco é responsável pela inapropriada perfusão tecidual (IC com débito cardíaco reduzido) · De início, esse comprometimento do DC se manifesta durante o esforço, e com a progressão da doença evolui até ser observado em repouso · Por outro lado, existem condições nas quais o DC poderá ser normal ou até elevado, como em condições de pós-carga diminuída ou hipermetabolismo, porém inadequado à demanda metabólica tecidual, caracterizando a IC com DC elevado (IC de alto débito) · Sobre a IC em geral (não apenas a descompensada), a maioria dos pacientes apresentam IC de fração de ejeção reduzida (ICFER) e apenas 30% dos pacientes apresentam IC de fração de ejeção preservada (ICFEP) · Na ICFEP há um baixo DC resultado de um ventrículo espessado e rígido, com tempo de relaxamento reduzido e com uma cavidade ventricular pequena · O VE com disfunção diastólica oferece maior resistência ao enchimento e aumento das pressões diastólicas que é transmitido retrogradamente para circulação sistêmica e pulmonar · A FE é considerada normal quando ≥ 50%, reduzida quando ≤ 40% e levemente reduzida quando entre 40 – 50% · Entre 40 – 50% fração de ejeção limítrofe · O primeiro passo na avaliação dos pacientes é determinar a etiologia e o motivo da descompensação: ACHADOS CLÍNICOS · Geralmente se apresentam com alguma combinação de sintomas como dispneia, fadiga, sobrecarga de volume, hipotensão e disfunção de órgãos-alvo · Ortopneia e dispneia paroxística noturna são os achados mais específicos para o diagnóstico · Ao exame físico: · Estertores crepitantes são frequentes, e se ocupam todos os campos pulmonares sugerem congestão significativa · Pode haver sibilância devido a edema peribronquiolar simulando asma · Presença de B3 ou B4 (ritmo de galope) é sinal pouco sensível, mas é bastante específico · Sinais de edema periférico como edema de MMII e estase venosa jugular podem estar presentes · Em casos extremos, os pacientes apresentam hipotensão e má-perfusão de órgãos-alvo com livedo reticular e cianose de extremidades · Para o diagnóstico de IC os pacientes devem apresentar sinais e sintomas típicos corroborados por elevação de peptídeos natriuréticos ou evidência objetiva de congestão pulmonar ou sistêmica EXAMES COMPLEMENTARES · Os exames séricos de maior valor para o diagnóstico são o peptídeo natriurético cerebral (BNP) e o N-terminal pro-BNP (NT-pro-BNP), que podem ser interpretados da seguinte forma: · BNP < 100 ou NT-pro-BNP < 400pg/mL em pacientes sem fibrilação ou flutter atrial tornam o diagnóstico de IC improvável, praticamente excluindo o diagnóstico · BNP > 400 ou NT-pro-BNP > 2000pg/mL em pacientes sem fibrilação ou flutter atrial tornam o diagnóstico provável · A fibrilação e o flutter atrial aumentam os valores dos peptídeos natriuréticos · RX tórax pode ajudar a confirmar o diagnóstico de IC ou identificar os fatores precipitantes · ICT > 0,6 é um achado relativamente específico para o diagnóstico · ICT = A + B/C · Outros achados são área cardíaca aumentada, sinais de congestão pulmonar, derrame pleural · ECG · Um ECG normal tem alto valor preditivo negativo para descartar IC em pacientes com dispneia · Pode mostrar sinais de isquemia miocárdica, sobrecargas ventriculares, arritmias, sinais de pericardite como baixa voltagem etc · Creatinina e ureia avaliam função renal e representam um importante indicador de pior prognóstico quando a creatinina é > 1,5mg/dL · Gasometria arterial e oximetria de pulso pode demonstrar hipoxemia, que é um importante fator prognóstico · Dímero D pode avaliar presença de TEP como fator descompensador · Troponina marcador de lesão miocárdica · Sódio hiponatremia é importante fator prognóstico · Potássio hipercalemia pode ser associada a piora da função renal ou complicação do uso de medicações para IC como IECA ou BRA · Ecocardiograma mensura função sistólica e pode demonstrar acinesia de paredes especificas · Hemograma completo pode demonstrar anemia, que ocorre na IC crônica e disfunção renal associada; pode mostrar leucocitose, que é indicativo de infecção associada image1.png image2.png