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Ventilação Mecânica: Conceitos e Indicações

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Ventilação mecânica 
DEFINIÇÕES 
· Fração inspirada de oxigênio (FiO2) percentual de O2 ofertado (0,21 – 1,0)
· Volume corrente (Vt) volume administrado (que entra no pulmão) durante a inspiração 
· Pode ser imposto manualmente na VCV, ou consequência de uma pressão aplicada 
· 6 – 8ml/kg
· Fluxo inspiratório (V) velocidade com que o Vt entra no pulmão
· Modifica o Tempo inspiratório de forma inversa quanto mais rápido o volume entra no pulmão, menor será o tempo inspiratório 
· Sensibilidade (‘’trigger’’) capacidade do aparelho em perceber o esforço inspiratório do paciente e iniciar uma nova inspiração como resposta 
· Alterações em pressão, fluxo e tempo disparam uma nova inspiração 
· PEEP (pressão expiratória final positiva) mantém os alvéolos abertos na expiração 
INTRODUÇÃO 
· A IRespA, que pode decorrer da falência em ventilar ou em oxigenar, é a principal indicação de VM
· Fisiopatologicamente, resume-se essa condição sindrômica e as consequentes indicações de VM da seguinte forma:
· IRespA I (PaO2 < 60mmHg) associada a esforço respiratório sem melhora após aporte adequado de O2 (cateter nasal, máscara de Venturi, MNR e VNI quando indicada) 
· Caracteriza-se por baixa relação PaO2/FiO2 (P:F) e necessidade de pressão positiva para otimizá-la
· Os principais mecanismos fisiopatológicos da hipoxemia remetem ao distúrbio ventilação-perfusão (V/Q), à redução da pressão alveolar de O2, ao espessamento na barreira de troca e à hipoventilação alveolar 
· O tratamento de suporte, pois, envolve aumentar a FiO2, as pressões de vias aéreas e o recrutamento de segmentos pulmonares com a aplicação de pressão expiratória positiva (PEEP)
· IResp II (PaCO2 > 55mmHg em pacientes não retentores crônicos), em especial quando associada a falência ventilatória e/ou carbonarcose 
· Em retentores crônicos, os níveis de PaCO2 não são acuradamente discriminantes, mas alguns autores apontam para o diagnóstico quando os níveis de PaCO2 aumentam em 10mmHg em relação aos valores basais
· A retenção de CO2 é decorrente da hipoventilação alveolar e/ou aumento do trabalho respiratório até o limite da fadiga muscular 
· O manejo envolve a manutenção da ventilação alveolar (ventilação alveolar = ventilação minuto – ventilação espaço morto; sendo a ventilação minuto o produto do volume corrente pela FR)
· A VM é realizada por métodos não invasivos e, naqueles que não conseguem se manter adequadamente ou que não se beneficiam desse suporte, invasivos
· Não há critérios uniformes na literatura que impõem a necessidade de IOT e instituição da VM invasiva, essa complexa decisão envolve um montante de variáveis que precisam ser interpretadas em conjunto:
· O julgamento clínico é primordial 
· Incapacidade de manutenção de adequada oxigenação (frequentemente considerada SatO2 > 90%), a despeito de O2 suplementar 
· Ventilação espontânea inadequada e/ou intenso trabalho respiratório (objetivamente associado a taquipneia), a despeito de suporte ventilatório não invasivo 
· Incapacidade de proteção de vias aéreas usualmente, todavia não exclusivamente, associad aa rebaixamento do nível de consciência (escala de coma de Glasgow ≤ 8)
· Contraindicações ao uso de VNI:
· Indicação de IOT ou VM invasiva 
· PCR 
· Impossibilidade de proteção das vias aéreas 
· Secreção abundante com risco de aspiração 
· Agitação importante ou recusa do paciente 
· RNC (exceto em paciente com DPOC e hipercapnia)
· Falência orgânica não respiratória (encefalopatias, arritmias malignas, hemorragia digestiva alta ou instabilidade hemodinâmica)
· Trauma ou deformidade facial 
· Neurocirurgia ou cirurgia facial recente 
· Obstrução de via aérea 
· Anastomose esofágica recente (evitar pressurização acima de 20cmH2O)
· Duas classificações básicas principais da VM invasiva são distinguidas conforme os parâmetros de início do ciclo respiratório e da transição entre a inspiração e a expiração:
· Ventilação controlada por volume (VCV) as ventilações são iniciadas (trigger) pelo paciente ou pelo ventilador, limitadas pelo fluxo e cicladas pelo volume, que se mantém constante 
· Ventilação controlada por pressão (PCV) as ventilações são iniciadas pelo paciente ou pelo ventilador, limitadas pela pressão, cicladas pelo tempo ou pelo fluxo, de modo que a pressão se mantém constante 
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA (VNI)
· Consiste no uso de pressão expiratória final contínua (CPAP) ou dois níveis de pressão (BiPAP) nas vias aéreas por meio de uma interface não invasiva 
· Seu uso pode diminuir taxas de intubação e tempo de internação no PS e na UTI, porém, quando não utilizada de maneira correta, pode acarretar prejuízos ao paciente, incluindo aumento de mortalidade
· Os equipamentos usados envolvem a interface escolhida (máscara facial total, nasal, oronasal, helmet) e o ventilador (ventiladores não invasivos, ventiladores convencionais de suporte invasivo, dispositivos portáteis para homecare)
· Os modos de VNI mais frequentemente usados são:
· CPAP (continuous support ventilation) oferta uma pressão constante ao longo de todo o ciclo respiratório (inspiração e expiração); usado, a princípio, para correção de hipoxemia; obviamente, não pode ser usado em pacientes sem adequada respiração espontânea nem como suporte àqueles sem drive ventilatório 
· BiPAP (bilevel positive airway pressure) trata-se de uma combinação de pressão de suporte e uma pressão positiva contínua nas vias aéreas; as pressões inspiratórias (IPAP) e expiratórias (EPAP) são devidamente ajustadas no aparelho; é um modo adequado para oferecer suporte inspiratório e manter a pressão positiva nas vias aéreas 
· Uma sugestão de configurações inicias da VNI para pacientes com IRespA II seria iniciar com EPAP baixas, por exemplo, de 3cmH2O (caso suspeita da SHO, considerar início com pressões maiores)
· As IPAP também devem ser iniciadas com cautela (3 – 5cmH2O) e gradualmente elevadas com o intuito de se otimizar a tolerância do paciente até se atingir adequados volumes correntes 
· Recomenda-se assegurar uma FR de back up, assim como, no caso de DPOC, uma relação I:E (1:2 e 1:3) e tempo inspiratório (0,8 – 1,2s) permissivos para o adequado esvaziamento do pulmão 
· Todo paciente em VNI deve ser monitorizado clinicamente com frequência 
· A SatO2 deve ser medida com constância (alvos entre 88 – 92%), e PaCO2 e o pH arteriais, acompanhados de maneira intermitente 
· Alguns fatores predizem falência do suporte não invasivo, ressalta-se, porém, que não devem ser encarados como CI ao uso de VNI, e sim como marcadores de gravidade, exigindo, assim, uma monitorização mais próxima e avaliações frequentes quanto à necessidade de IOT:
· Apache II > 29 
· Escala de coma de Glasgow < 11 
· FR > 30irpm 
· pH < 7,25 
· Índice de Tobin (FR/Vt) > 105
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA 
· O entendimento dos componentes da VM demanda a adequada compreensão do ciclo respiratório:
· Fase inspiratória (1) o ventilador realiza a insuflação pulmonar, conforme as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório 
· Ciclagem (2) transição entre a fase inspiratória e a fase expiratória 
· Fase expiratória (3) abertura da válvula expiratória, levando à queda passiva da pressão do sistema respiratório e ao equilíbrio com a pressão expiratória final determinada no ventilador (PEEP)
· Disparo (4) mudança da fase expiratória para a fase inspiratória 
· Os componentes da VM incluem as seguintes variáveis:
· Variável de controle trata-se do objetivo ventilatório, definida por volume ou pressão 
· Variável de trigger fator que iniciar a inspiração, como alteração na pressão/fluxo ou um tempo definido 
· Variável limite valor máximo durante a inspiração, fluxo em VCV e pressão em PCV 
· Variável de ciclagem fator que encerra a inspiração 
· Outro conceito básico fundamental para a individualização do ajuste dos parâmetros do ventilador mecânico remete à mecânica ventilatória 
· Resistência das vias aéreas (Rva) dada pela variação de pressão no sistema respiratório em razão do fluxo do ar [Rva = Ppico – Pplatô/fluxo]– valores normais entre 4 – 8cmH2O/L/s em VM 
· Complacência estática (Cst) dada pela variação do volume pulmonar em razão da variação de pressão alveolar [Cst = volume corrente/(Pplatô – PEEP)] – valores normais entre 50 – 80mL/cmH2O
· Constante de tempo resistência x complacência estática (são necessárias 3 – 5 constantes de tempo para esvaziamento alveolar adequado)
· O cálculo adequado da mecânica ventilatória exige (1) modo ventilatório volume controlado; (2) curva de fluxo quadrada, com unidades convertidas para L/s; (3) ausência de esforço muscular respiratório, de preferência com sedação e bloqueio neuromuscular; (4) pausa inspiratória de 2 – 3s (sem vazamento no sistema)
MODOS VENTILATÓRIOS BÁSICOS 
· Assisto-controlados
· Pressão (PCV) melhor controle das pressões de pico e de platô (o volume corrente é consequência da mecânica ventilatória e dos ajustes das pressões)
· Volume (VCV) melhor controle do volume corrente (pressões são consequência da mecânica ventilatória e do volume corrente)
· Espontâneos 
· Pressão de suporte (PSV) o paciente necessita ter drive respiratório (iniciar precocemente, sempre que possível) 
ALVO DE OXIGENAÇÃO
· Sabe-se que a administração conservadora de O2 com alvo de SatO2 94 – 98% pode reduzir a mortalidade e complicações em pacientes admitidos na UTI, se comparada a alvos de 97 – 100%
· As recomendações do British Medical Journal para oxigenioterapia em pacientes críticos seguem pragmáticas e adequadas para aplicação à beira-leito:
· Recomendada SatO2 alvo ≤ 96% (grau de recomendação forte)
· Em geral, use a mínima quantidade de oxigênio para:
· Alvo SatO2 90 – 94% é razoável para a maioria dos pacientes 
· Alvo SatO2 88 – 92% para aqueles sob risco de IRespA II
ASSINCRONIAS 
· São associadas a aumento do trabalho respiratório e prolongamento da VM 
· Assincronias de disparo 
· Disparo ineficaz 
· Identificação clinicamente e nas curvas do ventilador, o paciente realiza o esforço inspiratório, porém o ciclo ventilatório não é fornecido pelo ventilador 
· Resolução diminuição da sensibilidade do disparo (I)
· Cuidados evitar autodisparo e identificação de fatores de confusão, principalmente auto-PEEP
· Duplo disparo 
· Identificação clinicamente e nas curvas do ventilador, o paciente realiza dois ciclos consecutivos 
· Resolução:
· VCV aumentar o fluxo e/ou V1 
· PCV aumentar o tempo inspiratório e/ou a pressão 
· PSV aumentar a pressão ou reduzir a % do pico de fluxo inspiratório utilizado para ciclagem 
· Autodisparo 
· Identificação FR maior que a ajustada no ventilador com ciclos ventilatórios não precedidos pelo esforço inspiratório do paciente 
· Resolução:
· Retirar condensado no circuito 
· Correção de vazamentos
· Aumentar a sensibilidade do disparo (trigger)
· Assincronias de fluxo 
· Fluxo insuficiente
· Identificação ocorre frequentemente no modo VCV, quando o fluxo fornecido pelo ventilador é menor que a demanda do paciente, e este apresenta sinais de desconforto inspiratório (uso de musculatura acessória)
· Resolução:
· Corrigir febre, dor, ansiedade e acidose 
· Aumentar o fluxo em VCV 
· Trocar modo ventilatório para PCV ou PSV 
· Fluxo excessivo 
· Identificação:
· VCV pico de pressão precoce 
· PCV ou PSV pressão ultrapassa o limite ajustado 
· Resolução:
· VCV reduzir o fluxo 
· PCV ou PSV diminuição da velocidade do fluxo inspiratório (rampa, rise time ou slope)
· Assincronias de ciclagem 
· Ciclagem prematura
· Identificação interrupção precoce do fluxo inspiratório, podendo apresentar clinicamente dupla ciclagem; pode ser visualizada concavidade em direção à linha de base na curva de fluxo durante a fase expiratória 
· Resolução:
· VCV reduzir o fluxo e/ou aumentar V1 
· PCV aumentar o tempo inspiratório e/ou a pressão 
· PSV aumentar a pressão ou reduzir a % do pico de fluxo inspiratório utilizado para ciclagem (semelhante ao duplo disparo)
· Ciclagem tardia 
· Identificação observado prolongamento do tempo inspiratório 
· Resolução:
· VCV aumentar o fluxo e diminuir o V1, em caso de valor excessivo 
· PCV diminuir o tempo inspiratório 
· PSV aumentar a % do pico de fluxo inspiratório utilizado para ciclagem
VM NA IRESPA HIPERCÁPNICA 
· Existem algumas nuances na VM de pacientes obstruídos graves (asma e DPOC) que devem ser levadas em consideração 
· Manejo ventilatório desse perfil de paciente:
· Minimizar a hiperinsuflação dinâmica durante a ventilação controlada com o prolongamento do tempo expiratório (I:E ≥ 1:3) e baixa frequência respiratória (10 – 15ipm); níveis de sedação mais profunda podem ser necessários 
· Em pacientes com obstrução grave ao fluxo aéreo, a estratégia de hipercapnia permissiva (pH entre 7,2 – 7,25) é adequada para se evitar elevadas pressões e consequente VILI (ventilator induced lung injury)
· Nesses pacientes, principalmente em DPOC exacerbada, convêm alvos de SatO2 conservadores entre 88 – 92%
· Recomenda-se iniciar ventilações espontâneas assim que possível, porém a hipercapnia crônica e a fraqueza de musculatura respiratória podem requerer VM controlada por mais tempo, eventualmente até que a resistência das vias aéreas seja reduzida 
· Em asma exacerbada, sugere-se primeiramente tratar a hiperinsuflação dinâmica e, em segundo plano, as anormalidades nas trocas gasosas 
· Para tanto, requer-se frequente monitorização da PEEP intrínseca 
· Sugerem-se:
· Vt = 6-8ml/kg
· FR = 8-12ipm (individualizado pela mecânica ventilatória)
· Volume minuto = 8-10L/min 
· Relação I:E = 1:3-1:4
· Fluxo inspiratório elevado (níveis tão altos quanto 100L/min, desde que Pplatô < 30cmH2O no intuito de se minimizar o risco de barotrauma)
· PEEP extrínseca = 5-10cmH2O
· A hipercapnia costuma ser bem tolerada, mesmo em níveis que atinjam até 100mmHg de PaCO2, desde que o pH seja > 7,2
· Quanto à DPOC exacerbada, a estratégia é semelhante
· A VM foca na correção da hipoxemia, ao passo que evita a hiperinsuflação e permite o adequado tempo para a resolução da condição respiratória 
· Visa-se:
· Vt = 5-7ml/kg 
· Pplatô < 30cmH2O
· Sobremaneira nesse grupo, alvos de SatO2 entre 88 – 92% estão associados a menor ou, ao menos, mesma mortalidade quanto uma estratégia liberal com alvo entre 97 – 100% é utilizada 
· A estratégia de hipercapnia permissiva foca na prevenção da hiperinsuflação pulmonar, mais importante que a própria normalização da ventilação alveolar 
· Níveis crônicos de PaCO2 entre 75 – 100mmHg são tipicamente bem tolerados caso se evitem quedas substanciais na SatO2 
· A hiperinsuflação dinâmica resulta em auto-PEEP, retenção de CO2 e instabilidade hemodinâmica por conta do aumento da pressão pleural 
· Durante a fase expiratória, a curva de fluxo não toca a linha de base antes de um novo disparo do ventilador 
· Pode-se realizar uma pausa expiratória no ventilador e verificar que a PEEP aferida pelo equipamento é maior que a PEEP regulada (extrínseca)
· Como estratégias adicionais, recomenda-se realizar a intubação com cânulas mais calibrosas sempre que possível, a diminuição do espaço morto não fisiológico e o aumento do tempo expiratório 
· Observações:
· Não é necessário o ajuste do valor de CO2 da gasometria arterial para valores fisiológicos; pode-se tolerar hipercapnia se o pH estiver em valores aceitáveis 
· Em caso de rápida deterioração clínica e hemodinâmica, deve ser excluída a hipótese de pneumotórax hipertensivo secundário a barotrauma 
SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA)
· A VM sabidamente pode contribuir para a lesão pulmonar, portanto, almeja-se adequar a troca gasosa, e não propriamente normalizá-la, mantendo-se sempre o norte de minimizar a lesão induzida pela VM 
· A VM protetora no paciente com SDRA é uma das pedras fundamentais de seu tratamento, com o objetivo de permitir a recuperação adequada do pulmão e a prevenção de lesão pulmonar induzida por ventilação (VILI)
· A VM na SDRA pode exigir sedação profunda ou mesmo bloqueio muscular, caso a sedoanalgesia isoladamente não seja suficiente para garantir a sincronia ventilatória e parâmetros seguros deVM 
· Pelos critérios de Berlim, a classificação de SDRA se dá pela relação PaO2/FiO2, com PEEP ≥ 5cmH2O:
· Leve: 201 – 300
· Moderada: 101 – 200
· Grave: ≤ 100
· Nas primeiras 48 – 72h de VM, recomenda-se o uso de modos controlados (PCV e VCV)
· As recomendações para VM em SDRA orientam:
· Limitar o volume corrente (4 – 8ml/kg de peso corporal predito) e as IPAP (Pplatô < 30cmH2O)
· Evitar o uso de ventilação oscilatória de alta frequência em pacientes com SDRA moderada ou grave 
· Utilizar a posição prona por mais de 12h em SDRA grave 
· Considerar manobras de recrutamento alveolar 
· Otimização da VM:
· Diminuição do espaço morto não fisiológico 
· Pacientes inicialmente com relação PO2/FiO2 < 150 apresentam benefícios em bloqueio neuromuscular para otimização da ventilação protetora durante 48h 
· A titulação da PEEP, segundo recomendações recentes, deve utilizar os valores elevados no caso de SDRA moderada ou grave 
· Essa estratégia se justifica por algumas evidências apontarem o potencial de redução de mortalidade com a utilização de PEEP mais elevada em pacientes com SDRA moderada/grave 
VENTILAÇÃO EM POSIÇÃO PRONA 
· A posição prona é uma estratégia adjuvante com alguns benefícios fisiológicos otimização do recrutamento alveolar em áreas dorsais; redução do shunt pulmonar; melhora da mecânica respiratória; maior drenagem de secreções; melhora na distribuição das forças mecânicas lesivas 
· Deve ser considerada em pacientes com manutenção de relação PaO2/FiO2 ≤ 150 após 12 – 24h de ventilação protetora adequada 
· Quando instituída, em caso de melhora de relação P/F, deve-se manter o paciente na posição por pelo menos 16 horas (recomenda-se realizar manobra somente caso a equipe assistencial esteja familiarizada com o procedimento)
MANOBRAS DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR 
· Consistem no aumento transitório da pressão transpulmonar com o intuito de recrutar áreas colapsadas e reduzir atelectasias 
ÓXIDO NÍTRICO INALATÓRIO 
· O NO é um vasodilatador natural que, quando administrado por via inalatória, dilata de maneira seletiva a vasculatura pulmonar 
· Seu início de ação é rápido e a duração de seu efeito é efêmera, por conta de sua curta meia-vida (15 – 30s)
· Sua administração é feita por sistemas pressurizados em mistura com O2, cujas concentrações são adequadamente reguladas por válvulas 
· Sua indicação se respalda em pacientes com hipertensão pulmonar grave agudamente hipoxêmicos ou hemodinamicamente instáveis, porém, por limitadas evidências, acaba sendo utilizado como terapia de resgate no contexto de hipoxemia refratária 
· O NO inalatório também é raras vezes utilizado em pacientes com hipoxemia grave ou instabilidade hemodinâmica sem alteração primária da circulação pulmonar 
· O racional envolve a melhora da relação ventilação/perfusão com a vasodilatação de áreas adequadamente ventiladas e a redução da fração de shunt
· Em pacientes com SDRA, o NO inalatório demonstrou melhora de parâmetros de oxigenação sem, contudo, otimizar a sobrevida 
ECMO VENOVENOSA 
· ECMO (extracoporeal membrane oxygenation é utilizada com o intuito de suporte hemodinâmico e/ou respiratório em casos refratários à terapia convencional, com a qual se retira o sangue pelo sistema venoso, oxigena-o artificialmente e o retorna por uma via venosa (ECMO venovenosa [VV]) ou arterial (ECMO venoarterial [VA]) 
· A ECMO-VV é utilizada unicamente para suporte respiratório, enquanto a ECMO-VA, para suporte cardíaco associado ou não ao respiratório 
· A sobrevida reportada em adultos com indicação respiratória primária é de 56%
SEDAÇÃO DURANTE A VM 
· As diversas sociedades de medicina intensiva se posicionam contra a utilização de sedação profunda, a menos que haja indicação específica, uma vez que o abuso de sedativos claramente prolonga a duração da VM 
· Há recomendação, inclusive, para tentativas de redução na dose ou mesmo interrupção de sedativos na ausência de contraindicações, conhecidas como protocolo de despertar diário 
· Interrupções diárias na infusão de sedativos potencialmente estão associadas à redução de mortalidade e de outros eventos adversos (tempo para extubação e alta hospitalar) em pacientes submetidos à VM por mais de 72h
· A comparação de protocolos de sedação com o cuidado usual não protocolar resultou, em favor do primeiro, em menor mortalidade, menor risco de traqueostomia, menor tempo de internação em UTI e hospitalar 
· Algumas evidências apontam para desfechos favoráveis no que concerne à redução da duração da VM e da internação na UTI ao se utilizar alfa-2agonistas (dexmedetomidina e clonidina) em comparação aos sedativos tradicionais (midazolam, propofol, lorazepam), e apontou redução do tempo de VM e de internação na UTI, porém maior incidência de bradicardia 
COMPLICAÇÕES 
· Os eventos adversos associados à VM aumentam a mortalidade, a duração da VM e da internação na UTI e a necessidade de uso de antimicrobianos 
· As complicações em ordem de prevalência são:
· Pneumonia por aspiração 
· Edema pulmonar, derrame pleural ou IC 
· Atelectasia 
· SDRA
· Sepse ou infecção extrapulmonar 
· Distensão abdominal ou síndrome compartimental 
· Evento neurológico agudo 
· Embolia pulmonar 
· Pneumotórax 
· Rolha de secreção 
· Todos os pacientes ventilados mecanicamente estão sob risco de VILI, que se mostra como uma lesão pulmonar aguda de apresentação inespecífica (edema pulmonar, SDRA, pneumotórax, pneumomediastino, disfunção orgânica múltipla); os mecanismos principais dessa condição são:
· Barotrauma induzido por elevadas pressões transpulmonares 
· Volutrauma causado por sobredistensão alveolar, intimamente relacionado ao barotrauma 
· Atelectrauma resultado de tensão de cisalhamento (shear stress) decorrente da abertura e colapso cíclicos de espaços alveolares recrutáveis 
· Biotrauma estímulos proinflamatórios induzidos localmente pela VM que se associam, em última instância, a lesão local e extrapulmonar, inclusive disfunção multissistêmica 
· A disfagia pós-extubação é uma condição também frequente e associada a aumento de mortalidade em 28 dias e 90 dias em pacientes admitidos na UTI em VM
· VM por 7 dias ou mais é fator de risco para disfagia moderada a grave pós-extubação e, consequentemente, maior permanência hospitalar e riscos de pneumonia nosocomial, reintubação e óbito 
· Uma avaliação simplificada de rastreio à beira do leito por enfermeiro ou médico pode ser realizada caso o paciente esteja alerta, consiga sentar-se e não tenha fatores de risco para disfagia (VM prolongada, múltiplas intubações)
· O paciente é orientado a ingerir 90mL de água 
· O teste é considerado falho quando ele não consegue ingerir toda a quantidade sem interrupções, apresenta tosse até 1 minuto após ingestão ou vocalização úmida, borbulhante ou rouca
· Nessas condições, a avaliação fonoaudiológica é indicada, caso contrário, progride-se à dieta oral
DESMAME E RETIRADA DO PACIENTE DA VM 
· Deve ser preconizada a retirada do paciente da VM o mais rápido possível quando clinicamente viável 
· Em geral, esse processo é realizado no ambiente de terapia intensiva, porém pode ser feito na emergência em vigência de avaliação criteriosa das indicações e da passagem do paciente pelo teste de respiração espontânea (TRE)
AULA PRÁTICA 23/04/2024
CONCEITOS EM VM 
· Variável de controle parâmetro ajustado pelo usuário que o controlador multiprocessado objetiva atingir 
· Volume volume corrente que vai entrar na VA do paciente 
· Pressão inspiratória 
· PEEP pressão positiva que permanece nas unidades alveolares após o término da fase expiratória 
· Evitar que o alvéolo colabe 
· Limite variável que vai controlar a amplitude do fluxo aéreo durante a entrega do fluxo
· Pode ser controlado por fluxo ou volume
· Fluxo quantidade de ar que entra na VA em determinado período de tempo (L/min)
· Disparo
· Momento que dá início a fase inspiratória
· Transição entre a fase expiratória e a fase inspiratória
· Pode ser desencadeada pelo ventilador (modo controlado) ou pelo paciente (modo assistido)
· Variável de controlesensibilidade 
· Inspiratória
· Insuflação dos pulmões pelo ventilador 
· Válvula de fluxo aberta
· Válvula exalatória fechada 
· Pressão de pico pressão exercida no início da fase inspiratória é a máxima pressão 
· Pressão platô pressão exercida para manter as unidades alveolares abertas pressão atingida nas vias aéreas quando o ar se distribui 
· Ciclagem
· Transição da fase inspiratória para fase expiratória 
· Expiratória 
TERMINOLOGIA EM VM 
· 
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