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Saúde mental Letícia Lima Transtornos alimentares DEFINIÇÕES · Caracterizam-se por inadequações no consumo, no padrão e/ou no comportamento alimentares ocasionando progressiva piora da qualidade nutricional, saúde física ou funcionamento psicossocial · São determinados por uma etiologia multifatorial, envolvendo aspectos socioculturais (como preocupações com peso e forma corporal, padrões de beleza), psicológicos (individuais e familiares), uso de dietas restritivas (que podem dar início a uma cascata de alterações biológicas) e vulnerabilidade biológica (genética e história familiar de transtorno alimentar) · São mais encontrados em mulheres jovens entre 18 e 30 anos e, apesar de menos comum em homens, homossexuais têm maior predisposição que heterossexuais · A mortalidade de pacientes diagnosticados é alta tanto por complicações clínicas como por suicídio ANOREXIA NERVOSA · Transtorno alimentar que se caracteriza por perda de peso voluntária e distúrbios da imagem corporal, acompanhados de medo intenso de ganhar peso · Os comportamentos do indivíduo resultam em peso significativamente baixo e comprometimento físico, psíquico e social EPIDEMIOLOGIA · Cerca de 90% dos pacientes são do sexo feminino e a faixa etária mais atingida é dos 15 aos 25 anos · Algumas profissões apresentam maior chance para o desenvolvimento do quadro, em especial aquelas ligadas à estética e ao corpo, como bailarinas, atletas, profissionais da moda, atrizes a atores, estudantes de nutrição, medicina e psicologia ETIOPATOGENIA · A etiologia está relacionada a interações de fatores ambientais, psicológicos e fisiológicos: a complexa interação entre esses múltiplos fatores predispõe, mantém e perpetua o comportamento alimentar disfuncional · Fatores psicológicos · Alta esquiva ao dano e baixa busca por recompensas · Grande preocupação com a autonomia, a identidade e a separação · Distúrbios perceptuais e da imagem corporal · Preocupação excessiva com o peso · Distúrbios cognitivos (crenças disfuncionais) · Acentuada autocrítica, perfeccionismo, sensibilidade a críticas, baixa autoestima e ansiedade interpessoal aumentada · Abuso físico e sexual na infância · Fatores biológicos as variáveis biológicas participam da patogenia da NA, não como fatores causais, mas precipitantes, como no caso das mudanças hormonais da puberdade, e fatores mantenedores, como o efeito da desnutrição no estado mental dos pacientes · Influência familiar · Taxas entre parentes de 1º grau são 6 – 10 vezes maiores · Rigidez familiar, relações parentais disfuncionais e a grande importância dada às aparências são possíveis fatores · Fatores socioculturais padrões de beleza e de saúde são vinculados à magreza, o que leva a pressões sociais por ideais estéticos esguios e até caquéticos QUADRO CLÍNICO · Inicia-se quase sempre após uma dieta restritiva · Inicialmente são evitados alimentos considerados ‘’proibidos, engordativos’’, e progressivamente o paciente passa a restringir sua alimentação, chegando a abolir a ingestão de grupos alimentares específicos e a minimizar o número de refeições · Apesar da progressiva perda de peso, o paciente continua insatisfeito com o peso ou com algumas partes de seu corpo que segundo ele ainda precisam ser reduzidas · Isso caracteriza a psicopatologia fundamental da AN que é a distorção da imagem corporal apesar do peso significativamente baixo, o indivíduo mantém a restrição alimentar e/ou comportamentos compensatórios e purgativos com intuito de ficar ainda mais magro · Em geral, o quadro clínico é crônico e associado a complicações clínicas decorrentes da desnutrição e dos métodos compensatórios inadequados (indução de vômitos, uso de laxantes e diuréticos, fórmulas para emagrecer, realização de exercício físico excessivo, uso inadequado de insulina e hormônios da tireoide, amamentação com a intenção de perder peso, sangrias autoinfringidas etc) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS · Determinar o subtipo: · Tipo restritivo · Durante os últimos 3 meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas) · Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio da dieta, jejum e/ou exercício excessivo · Tipo compulsão alimentar purgativa · Nos últimos 3 meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa · Especificar a gravidade atual o nível mínimo de gravidade baseia-se, em adultos, no IMC · Leve: IMC ≥ 17kg/m² · Moderada: IMC 16 – 16,99kg/m² · Grave: IMC 15 – 15,99kg/m² · Extrema: IMC < 15kg/m² CURSO E EVOLUÇÃO · Estima-se recuperação completa em torno de 50% dos pacientes · Outros 30% evoluem com alternância entre períodos de melhora e recidiva · O restante apresenta curso grave e refratário, com complicações físicas e psicológicas mais sérias TRATAMENTO · Os objetivos gerais são recuperação de peso e sua manutenção, tratamento de sintomas relacionados ao quadro como distorção de imagem corporal e baixa autoestima, diagnóstico e tratamento de comorbidades clínicas e psiquiátricas · O uso da olanzapina pode favorecer a recuperação de peso na fase aguda, com redução de sintomas obsessivos e ansiosos · Farmacoterapia: · Os antidepressivos mais indicados para tratar comorbidades são os ISRS devido a sua eficácia, melhor perfil de tolerabilidade e baixo risco de toxicidade · Recomenda-se evitar o uso de carbonato de lítio, de antidepressivos tricíclicos e inibidores da MAO em razão do potencial tóxico e do risco de superdosagem facilitados pela perda de peso e desidratação · A bupropiona não é aconselhada por reduzir o limiar convulsivo e aumentar o risco de convulsões · Benzodiazepínicos podem ser usados por seu efeito ansiolítico quando administrados antes das refeições, mas não são recomendados em tratamentos de longo prazo · Agentes que melhoram a motilidade gastrointestinal podem ser considerados no tratamento a fim de minimizar desconforto após refeições · Também se pode avaliar a reposição de estrogênio transdérmica para adolescentes com mais de 15 anos e aumento fisiológico de estrogênio para adolescentes menores de 15 anos · A terapia nutricional deve ser rapidamente iniciada para permitir que o paciente entenda suas necessidades nutricionais e para se ajustar e adaptar o plano alimentar às necessidades clínicas e nutricionais · No início do tratamento, isso pode ser feito de maneira gradual, aumentando-se o aporte calórico para atingir as necessidades · O tratamento psicoterápico deve avaliar fatores como a distorção cognitiva e afetiva, o grave medo de recuperar o peso adequado, a insatisfação com sua imagem corporal, recuperação da autoestima e desenvolvimento de habilidades sociais · Os critérios de internação incluem o baixo peso (IMC < 14, desnutrição grave, desidratação, alterações hidroeletrolíticas, bradicardia, hipotensão, hipotermia, alteração na curva de crescimento e desenvolvimento em crianças e adolescentes, recusa alimentar, falha de tratamento ambulatorial, ideação suicida ou tentativa de suicídio, sintomas psicóticos e automutilação severa BULIMIA NERVOSA · Caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar acompanhados de comportamentos compensatórios inadequados como vômitos autoinduzidos, dietas restritivas, uso de medicamentos (laxantes, diuréticos, inibidores de apetite) e exercícios físicos exagerados · É importante entender que um episódio de compulsão não se define apenas por um exagero alimentar, mas sim uma ingestão de grande quantidade de alimentos – definitivamente maior que a maioria dos indivíduos comeria – em um curto espaço de tempo, acompanhado de sentimentos de perda de controle e incapacidade de parar de comer · Assim como na AN, os indivíduos também apresentam distorção da imagem corporal e os comportamentos objetivam controle de peso EPIDEMIOLOGIA · Prevalência maior no sexo feminino, com cercade 90 – 95% de mulheres para 5 – 10% de homens · O início é mais comum no final da adolescência ou no início da vida adulta e costuma ser um pouco mais tardio do que AN · Atinge diferentes classes sociais e algumas profissões apresentam mais risco como modelos e outros profissionais da moda, jóqueis e atletas ETIOPATOGENIA · Compreende uma complexa interação entre fatores biológicos, psicológicos, socioculturais, familiares e genéticos · Fatores psicológicos apresentam com frequência pensamento dicotômico, perfeccionismo, aversão a conflitos, medo de abandono, baixa autoestima, autoavaliação negativa, obesidade na infância, provocações e bullying relacionados ao peso e dificuldade em verbalizar sentimentos · Fatores biológicos · Foram detectadas alterações nos neurotransmissores cerebrais, como serotonina e noradrenalina, e também nos peptídeos YY, na leptina e na colecistoquinina · Há maior prevalência de episódios depressivos e de TA em familiares de 1º grau de indivíduos afetados pela doença · Influência familiar · Relatos de conflitos intrafamiliares, alterações nas relações interpessoais e sistêmicas, dificuldade de comunicação com seus parentes, distanciamento afetivo e falta de coesão no núcleo familiar · Comentários negativos pelos pais a respeito do peso dos filhos · Fatores socioeconômicos o estereótipo idealizado da mulher feminina e de sucesso gera uma busca desenfreada pela beleza e estética corporal QUADRO CLÍNICO · O paciente geralmente descreve grande preocupação com seu peso e sua forma corporal previamente ao início do quadro, embora seu peso esteja normal ou discretamente elevado · Não é incomum que o transtorno comece após um período de dieta restritiva, mas sem haver a restrição desenfreada observada em pacientes com AN · Em determinado momento o paciente sente uma vontade grande de comer e apresenta um descontrole, ingerindo uma grande quantidade em curto espaço de tempo (por exemplo, cerca de 2 horas) · Esses episódios podem levar à ingestão de até 14 mil kcal, compondo-se de alimentos doces e salgados, frios ou à temperatura ambiente, e que muitas vezes não são sequer mastigados · Logo após a ingesta, o paciente se sente culpado pela quantidade ingerida, induzindo o vômito ou utilizando outro mecanismo compensatório, para evitar engordar e aliviar a sensação de desconforto físico e emocional · Esse comportamento faz com que ele se volte novamente á dieta e estabelece-se um ciclo vicioso, seguido de novos episódios compulsivos e mecanismos compensatórios · Além dos vômitos autoinduzidos, outros mecanismos compensatórios são frequentemente utilizados por esses pacientes uso abusivo de laxantes, diuréticos, hormônios tireoidianos, inibidores de apetite, cafeína, maconha e até cocaína, tanto para ‘’facilitar’’ o gasto calórico quanto para inibir o apetite · Inúmeras complicações clínicas podem ocorrer nos pacientes com BN e normalmente estão relacionadas com o tipo e frequência do método purgativo utilizado · Complicações dermatológicas xerose cutânea, lanugo, queda de cabelo, acne, unhas fracas, prurido, sinal de Russell (presença de calos ou feridas na face dorsal do dedo usado para induzir vômitos; pode estar presente também em pacientes com AN subtipo purgativo) · Complicações dentárias erosão (tipicamente na face lingual dos dentes maxilares), diminuição de salivação, cáries, hipersensibilidade, xerostomia, gengivite · Distúrbios hidroeletrolíticos hipopotassemia, desidratação, hipocalemia · Complicações gastrointestinais esvaziamento gástrico retardado, disfunção motora, dilatação gástrica, gastrite, esofagite, RGE, sensação de fome e saciedade prejudicadas, atraso no trânsito intestinal e constipação, aumento da glândula paratireoide · Complicações cardiovasculares arritmia cardíaca, hipotensão, prolongamento do intervalo QT CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS · Especificar se: · Em remissão parcial depois de todos os critérios para BN terem sido previamente preenchidos, alguns, mas não todos os critérios, foram preenchidos por um período de tempo sustentado · Em remissão completa depois de todos os critérios para BN terem sido previamente preenchidos, nenhum dos critérios foi preenchido por um período de tempo sustentado · Especificar a gravidade atual o nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência dos comportamentos compensatórios inapropriados; o nível de gravidade pode ser elevado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional · Leve média de 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana · Moderada média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana · Grave média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana · Extrema média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados CURSO E EVOLUÇÃO · Bastante variável · Uma recuperação favorável é vista em cerca de 50% dos casos e cerca de 30% dos pacientes mantém quadros subsindrômicos TRATAMENTO · Deve ser feito por uma equipe multiprofissional com pelo menos três profissionais médico psiquiatra, nutricionista e psicológico · Os objetivos são a regularização do padrão alimentar, a suspensão de medidas compensatórias restritivas e purgativas e a orientação nutricional · Farmacoterapia: · O uso de antidepressivos, em especial a fluoxetina, favorece a redução do número de episódios compulsivos, promovendo um maior controle de comportamentos purgativos e compensatórios · Doses a partir de 60mg promovem mais benefícios do que doses menores · Outros ISRS e ISRSN também se mostram moderadamente eficazes para o tratamento, diminuindo compulsões, vômitos autoinduzidos e possíveis sintomas depressivos · O uso do topiramato vem mostrando resultados eficazes também · A TCC é a que tem demonstrado melhores resultados com os pacientes · O local recomendado para tratamento é ambulatorial, a não ser em condições especificas como presença de ideação suicida, falha de tratamento ambulatorial e complicações clínicas TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR · É caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar, na ausência de comportamentos compensatórios inadequados para promover a perda ou evitar o ganho de peso EPIDEMIOLOGIA · Os índices podem chegar a cerca de 32% dos pacientes com sobrepeso e 36% dos pacientes com obesidade · É mais comum em mulheres do que em homens, com proporção aproximada de 2:1 · É mais prevalente em indivíduos que buscam tratamento para emagrecer ETIOPATOGENIA · Considera-se uma etiologia multifatorial, composta por aspectos biológicos, psicológicos, socioculturais, familiares e genéticos · Fatores psicológicos autoavaliação negativa, experiências traumáticas na infância (abuso físico e sexual; obesidade na infância) · Fatores biológicos · As taxas de herdabilidade e contribuição genética para TCA são estimadas em 57% · Exames de neuroimagem demonstram uma relação entre severidade dos sintomas e déficits nos processos autorregulatórios de atividade frontoestriatais · Influência familiar presença de sintomas depressivos nos pais; problemas de comunicação e relacionamento familiar; exposição recorrente a comentários negativos de familiares relacionados ao peso, forma corporal ou comportamento alimentar; presença de obesidade nos pais QUADRO CLÍNICO · Caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar, ao menos uma vez por semana, no período dos últimos 3 meses · Os indivíduos não se envolvem em mecanismos compensatórios para promover a perda ou evitar ganho de peso · É importante caracterizar um episódio de compulsão alimentar ocorre ingestão, em um período determinado de tempo (normalmente menor que 2 horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um mesmo período e circunstância · É preciso que esse episódio seja acompanhado da sensação de perda de controle · Os pacientes descrevem a incapacidade de evitar comer ou parar de comer depois de começar, ou aindadescrevem que desistiram de tentar controlar a ingestão · Alguns descrevem uma qualidade dissociativa durante, ou depois de, episódio de compulsão alimentar · Esses episódios geram sofrimento psíquico significativo para os pacientes · As sensações, sentimentos e percepções que acompanham a compulsão alimentar também fazem parte dos critérios diagnósticos · Durante a compulsão, esses indivíduos descrevem ao menos 3 dos seguintes aspectos: · Comer muito mais rapidamente do que o normal · Comer até se sentir desconfortavelmente cheio · Ingerir grandes quantidades de alimento sem estar com sensação física de fome · Comer sozinho por vergonha do quanto come · Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS · Especificar se: · Em remissão parcial depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do TCA, a hiperfagia ocorre a uma frequência média inferior a um episódio por semana por um período de tempo sustentado · Em remissão completa depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do TCA, nenhum dos critérios é mais satisfeito por um período de tempo sustentado · Especificar a gravidade atual o nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência de episódios de compulsão alimentar; o nível de gravidade pode ser ampliado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade funcional · Leve 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana · Moderada 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana · Grave 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana · Extrema 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana CURSO E EVOLUÇÃO · O desenvolvimento do TCA ocorre de várias maneiras, porém o excesso de peso geralmente precede a dieta e os episódios de compulsão alimentar · Em geral, o quadro se inicia na adolescência ou na idade adulta jovem, mas pode ter início posteriormente, na idade adulta · Indivíduos com TCA que buscam tratamento costumam ser mais velhos do que aqueles com AN ou BN que buscam tratamento · As taxas de recuperação e desfecho positivo tanto em estudos do curso natural quanto nos de tratamento são maiores do que na BN e AN TRATAMENTO · A psicoterapia sozinha ou em combinação com ferramentas de autocontrole pode ser considerada a 1ª linha de tratamento, especialmente se os sinais e sintomas forem leves e não houver comorbidades psiquiátricas clinicamente significativas · Recomenda-se também que todos os pacientes com TCA devam receber treinamento psicoeducacional · TCC, terapia interpessoal e, com menor evidência, terapia comportamental dialética são as psicoterapias especificas que têm se mostrado eficazes · O objetivo da TCC é promover a conscientização sobre os comportamentos alimentares através de automonitoramento e registro diário de sua rotina alimentar e comportamentos associados · Nos casos moderados e graves, a farmacoterapia deverá ser considerada preferencialmente em associação com intervenções psicológicas e nutricionais · É especificamente focada para a redução da impulsividade alimentar, a frequência de episódios de compulsão e de sentimentos negativos associados · Até o momento, o único medicamento que possui aprovação regulatória para o tratamento do TCA é a lisdexanfetamina (LDX), sendo especificamente aprovada para o tratamento de adultos com TCA moderada a grave · Dose diária recomendada entre 50 – 70mg/dia · Os antidepressivos são os medicamentos mais amplamente estudados e aplicados no tratamento, mostrando eficácia na redução da impulsividade alimentar, psicopatologia geral e alimentar, além de reduzir sintomas de ansiedade e depressivos associados · Os ISRS em altas doses demonstraram eficácia na redução da compulsão a fluoxetina é a mais prescrita; sertralina e fluvoxamina mostraram resultados semelhantes · A bupropiona mostrou eficácia · Entre os medicamentos antiepilépticos, o topiramato promove uma significativa redução de episódios de impulsividade alimentar, mas não demonstra eficácia no tratamento dos sintomas psicopatológicos TRANSTORNO DE RUMINAÇÃO · Se caracteriza pela regurgitação repetida de alimento depois de ingerido · O alimento é trazido de volta à boca sem náusea aparente, ânsia de vômito ou repugnância · Ele pode ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido · A regurgitação deverá ser frequente, ocorrendo pelo menos várias vezes por semana, em geral todos os dias · Nesse caso, o comportamento não é mais bem explicado por uma condição gastrinstestinal ou outra condição médica associada PICA · É a ingestão persistente de uma ou mais substâncias não nutritivas, não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de 1 mês · O transtorno inclui uma lista grande de possíveis substâncias ingeridas, entre elas papel, sabão, fósforos, cimento, cinza de cigarro, fezes, terra ou argila, pedras, giz, talco, gelo, tinta, cabelos/pelos, detergente, metal, carvão vegetal ou mineral, cinzas · O diagnóstico depende do relato individual que muitas vezes não aparece na primeira entrevista psiquiátrica, por vergonha e medo do julgamento image4.png image5.png image6.png image1.png image2.png image3.png
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