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PLANEJAMENTO FAMILIAR E MÉTODOS CONTRACEPTIVOS


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1 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
OBJETIVOS 
1. Analisar o planejamento familiar 
2. Descrever os métodos contraceptivos, destacando 
o mecanismo de ação, indicações e contra 
indicações 
REFERÊNCIAS 
 
GUAZZELLI C.A, SAKAMOTO L.C. Anticoncepcional 
hormonal apenas de progestagênio e 
anticoncepção de emergência. São Paulo: 
Federação Brasileira das Associações de 
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018. 
 
FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações 
de Ginecologia e Obstetrícia. Contracepção 
reversível de longa ação. São Paulo, 2016. 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Direitos sexuais, direitos 
reprodutivos e métodos anticoncepcionais. 
Brasília, 2009. 
 
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
O planejamento familiar é um conjunto de ações 
regulamentadas por lei federal (1996), que 
garantem assistência à concepção e 
contracepção, visando o atendimento integral à 
saúde. 
É um direito sexual e reprodutivo que vai além da 
assistência à concepção e contracepção, deve 
assegurar o acesso ao pré natal, a assistência ao 
parto, ao puerpério e ao neonato, envolve 
também o controle de ISTS e o 
controle/prevenção dos cânceres de colo de 
útero, de mama, de próstata e de pênis. 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 
Anticoncepção corresponde ao uso de métodos 
e técnicas com a finalidade de impedir que o 
relacionamento sexual resulte em gravidez. 
Os métodos anticoncepcionais podem ser 
classificados de várias maneiras. 
Reconhecem-se dois grupos principais: 
I - Reversíveis. 
1 - Comportamentais. 
2 - De barreira. 
3 - Dispositivos intrauterinos. 
4 - Hormonais. 
5 - De emergência. 
II - Definitivos. 
1 - Esterilização cirúrgica feminina. 
2 - Esterilização cirúrgica masculina. 
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 
MÉTODO OGINO-KNAUS (RITMO, CALENDÁRIO OU 
TABELINHA) 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Baseia-se no fato de que a duração da 2ª fase do 
ciclo menstrual (pós-ovulatório) é relativamente 
constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 
16 dias antes do início da próxima menstruação. 
PASSO A PASSO: deve-se calcular o período fértil 
da mulher por meio da análise de seu padrão 
menstrual prévio, durante 6 a 12 meses. 
 
Depois, deve-se verificar a duração de cada 
ciclo, contando desde o 1 dia da menstruação 
até o dia que antecede a menstruação seguinte 
e analisar o ciclo mais curto e o mais longo, 
calculando a diferença entre eles. 
 
Diferença > 10 dias: contraindicação para esse 
método. 
 
Diferença < 10 dias: pode ser utilizado 
determinando a duração do período fértil da 
seguinte maneira: 
 
• Duração do ciclo mais curto – 18 = dia do início do 
período fértil. 
Planejamento Familiar e 
 Métodos Contraceptivos 
 
Problema 06 
 
2 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
• Duração do período mais longo – 11 = dia do fim 
do período fértil. 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
 
Não é indicada após o parto ou durante a 
amamentação, ou para adolescentes e mulheres 
na pré-menopausa que estejam apresentando 
ciclos menstruais irregulares. 
 
Mulheres com ciclos muito curtos (<26 duas) ou 
muito longos (>32 dias) devem evitar estes 
métodos, por sua menor efetividade. 
 
BENEFÍCIOS 
Ausência de efeitos sistêmicos e favorece o 
conhecimento da fisiologia reprodutiva. 
 
TEMPERATURA BASAL CORPORAL 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Antes da ovulação: temperatura basal corporal ↓ 
Após a ovulação: ↑ ligeiramente (0,3-0,8 Cº), 
permanecendo nesse novo nível até a próxima 
menstruação, devido à elevação dos níveis de 
progesterona, que tem um efeito termogênico, 
atuando no centro termorregulador no 
hipotálamo. 
 
 PASSO A PASSO 
 
A partir do 1º dia do ciclo menstrual, verificar 
diariamente a temperatura basal, pela manhã, 
antes de realizar qualquer atividade e após um 
período de repouso de no mínimo 5 horas, 
utilizando um termômetro comum para a medida 
da temperatura (por via oral, retal ou vaginal). 
 
Obs: Uma vez escolhida a via de verificação da 
temperatura, esta deve ser mantida durante todo 
o ciclo. 
 
O período fértil termina na manhã do 4° dia em 
que for observada a temperatura elevada. 
 
CRÍTICAS 
 
-Vários fatores podem interferir com a 
temperatura basal, como estados infecciosos, 
insônia, estresse, etc. 
 
-A aferição diária acarreta ansiedade. 
 
-O método não permite prever a ovulação, 
dificultando a contracepção nos dias que a 
precedem. 
 
MUCO CERVICAL OU BILLINGS 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
Baseia-se na identificação do período fértil por 
meio da auto-observação das características do 
muco cervical e da sensação por ele provocada 
na vulva, sob influência do estrogênio e da 
progesterona ao longo do ciclo menstrual. 
 
O muco cervical, no início da primeira fase do 
ciclo, é imperceptível. Com o passar do tempo, a 
mulher começa a percebê-lo espesso, grumoso, 
dificultando a ascensão dos espermatozóides 
pelo canal cervical. 
 
À medida que a ovulação se aproxima, o muco 
vai se tornando transparente, escorregadio e 
elástico, comparável a uma clara de ovo. 
 
Além disso, o muco cervical, sob ação 
estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de 
umidade e lubrificação, indicando o tempo da 
fertilidade, momento em que os espermatozóides 
têm maior facilidade de penetração no colo 
uterino. 
 
O período de abstinência vai da percepção do 
muco elástico, ou sensação de lubrificação 
vaginal, até o 4º dia após a percepção máxima 
de umidade. 
 
CRÍTICAS 
 
Este método envolve vários fatores subjetivos. A 
presença de uma infecção vaginal, por exemplo, 
influencia a percepção das características do 
muco. 
Além disso, apresenta índices de falha de até 39 
em 100 mulheres por ano. 
 
MÉTODO SINTO-TÉRMICO: 
É a combinação entre as observações da 
temperatura basal + muco cervical + sinais 
indicativos (dor pélvica – dor do meio, 
enxaqueca, etc). 
 
EJACULAÇÃO EXTRAVAGINAL 
 
 
3 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
CRÍTICAS E RISCOS 
A interrupção da relação sexual antes da 
ejaculação requer grande controle por parte do 
homem, o que nem sempre acontece. 
 
Além disso, a ejaculação é precedida de 
liberação de muco que pode conter 
espermatozoides. 
 
Elevado índice de falha. 
 
INDICAÇÕES 
É indicado quando a crença do casal condene 
outros métodos. 
MÉTODOS DE BARREIRA 
PRESERVATIVO MASCULINO 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Consiste em um envoltório de látex que deve ser 
colocado no pênis ereto, antes do início do ato 
sexual que retém o esperma por ocasião da 
ejaculação impedindo o contato com a vagina. 
 
O usuário deve retirar o pênis da vagina após a 
ejaculação para evitar que o seu conteúdo saia 
do reservatório com a diminuição da ereção. 
 
VANTAGENS 
É um método que, além de evitar a gravidez, 
reduz o risco de transmissão do HIV e de outras ISTs, 
 
É barato e de fácil acesso. 
 
DESVANTAGENS 
Requer motivação, manipulação durante o ato 
sexual, pode ocorrer rupturas/vazamento e 
reações alérgicas (homem látex e mulher na 
fricção). 
 
Taxa de falha: 3% 
 
PRESERVATIVO FEMININO 
 
O preservativo feminino é um tubo de poliuretano 
com uma extremidade fechada e a outra aberta, 
acoplado a 2 anéis flexíveis também de 
poliuretano. 
 
Um anel fica solto dentro do tubo, serve para 
ajudar na inserção e na fixação de preservativo 
no interior da vagina. 
 
O segundo anel serve como um reforço externo 
do preservativo que, quando corretamente 
colocado, cobre parte da vulva. 
 
VANTAGENS 
Serve como um receptáculo ao esperma, 
impedindo seu contato com a vagina, reduzindo 
o risco de ISTs e gravidez. 
Pode ser colocada na vagina imediatamente 
antes da penetração ou até 8 horas antes da 
relação sexual. 
 
DESVANTAGENS 
Pouco estética, maior custo, provoca ruídos, etc. 
 
Taxa de falha: 5% - 21% 
 
DIAFRAGMA 
 
É um anel flexível, coberto no centro com uma 
membranade látex ou silicone em forma de 
cúpula que se coloca na vagina cobrindo 
completamente o colo uterino e a parte superior 
da vagina, impedindo a penetração dos 
espermatozoides no útero e trompas. 
 
Para maior eficácia do método, antes da 
introdução, deve-se colocar, na parte côncava, 
creme espermicida (nonoxinol-9 a 2%). 
 
O dispositivo poderá ser inserido até 2 horas antes 
da relação sexual e sua remoção só deverá ser 
efetuada 6 a 8 horas após o sexo, para garantir 
maior tempo de exposição do espermatozoide ao 
espermicida. 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
 
Alergia a látex, história de síndrome de choque 
tóxico, história de doença valvular cardíaca 
complicada, pacientes virgens, ou com infecções 
vaginais ou DIP. 
 
Pacientes com prolapso uterino, cistocele, 
retocele, retroversão uterina fixa e nos casos de 
alterações anatômicas. 
 
Taxa de falha: 6-16% 
 
VANTAGENS 
 
4 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
Protege contra algumas DSTs, reduzindo 50% do 
risco pela oclusão do colo, embora não proteja 
contra HIV. 
GELEIA ESPERMICIDA 
São substâncias químicas que recobrem a vagina 
e o colo do útero, impedindo a penetração dos 
espermatozoides no canal cervical e, 
bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os 
espermatozóides. 
Devem ser aplicados antes da relação sexual com 
auxílio de um aplicador. São efetivos por 2 horas. 
 
DESVANTAGENS 
 
Pode gerar reação alérgica em ambos. 
 
O produto espermicida a base de nonoxinol-9 (N-
9) a 2% é o mais amplamente utilizado no Brasil e 
no mundo. Entretanto, o uso de alguns métodos 
contraceptivos contendo N-9 podem aumentar o 
risco de transmissão sexual do HIV e outras DST, 
devido ao N-9 provocar lesões 
(fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, 
dependendo da frequência de uso e do volume 
aplicado. 
 
Não deve ser utilizado isoladamente, por não 
conferir proteção adequada. 
 
Restrições: História recente de infecção genital, 
baixa ou alta e existência de DST/AIDS. 
 
Taxa de falha: 18-29%. 
 
ESPONJA 
 
A esponja constitui-se de poliuretano 
acompanhada de espermicida. É descartável e 
de fácil colocação. 
 
Pode ser utilizada por 24hrs. 
 
DESVANTAGENS 
Tem como principal limitação ao uso o custo 
(produto importado). 
 
As contraindicações são as mesmas para o 
diafragma 
 
Taxa de falha é de 9-32%. 
 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS 
São artefatos de polietileno, com ou sem adição 
de substancias metálicas ou hormonais, que 
exercem efeito anticonceptivo quando 
colocados dentro da cavidade uterina. 
 
Podem ser classificados em duas categorias: 
 
DIUs não medicados: não contêm ou liberam 
substancias ativas, sendo unicamente de 
polietileno. 
 
DIUs medicados (ativos): além do polietileno, 
contêm substancias como metais (cobre) ou 
hormônios), que exercem ação bioquímica local, 
↑ a eficácia anticonceptiva. 
 
DIU DE COBRE 
 
É feito de plástico, com filamento de cobre 
enrolado em sua haste vertical. 
 
Entre os DIUs de cobre, o mais utilizado é o Tcu 
380A, com duração de 10 anos. 
 
No primeiro ano de uso, as taxas de falha variam 
de 0,6 a 1,4%. Nos anos subsequentes é ainda 
menor. 
 
Não há necessidade de período de descanso 
entre a troca de DIUs. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
Esse DIU depende uma reação de corpo estranho 
para sua ação contraceptiva, pois se trata de 
reação inflamatória estéril que produz lesão 
tecidual mínima, porém suficiente para ser 
espermicida. 
 
A presença de um corpo estranho e de cobre na 
cavidade endometrial causa mudanças 
bioquímicas e morfológicas no endométrio, além 
de produzir modificações no muco cervical 
afetado o transporte de esperma de modo a 
prevenir a fertilização. 
Os íons de cobre também têm um efeito direto na 
motilidade espermática, reduzindo a capacidade 
de penetração no muco cervical. 
 
A ovulação não é afetada em usuárias do DIU de 
cobre. 
 
5 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
 
DESVANTAGENS 
Pode causar alterações no sangramento 
menstrual, como sangramento de escape, 
aumento do fluxo ou cólicas. 
 
VANTAGENS 
 
Longa duração, muito eficaz, não interfere nas 
relações sexuais, não apresentam efeitos 
colaterais do uso de hormônios. 
 
É imediatamente reversível (a mulher pode 
engravidar imediatamente), pode ser inserido 
logo após o parto, não interage com outras 
medicações, etc. 
 
SIU COM LEVONORGESTREL 
 
O sistema intrauterino de levonorgestrel consiste 
numa matriz de plástico em forma de T, contendo 
um reservatório de 52 mg de levonorgestrel, que 
libera 20 mcg do progestágeno diariamente, 
diminuindo de forma gradual: 15mcg no 2º ao 5º 
ano e 12 mcg do 6º ao 7º ano. 
 
Sua taxa de falha é de 0,1% no primeiro ano de 
uso. 
 
Seu efeito contraceptivo perdura por 5 a 7 anos. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
• Efeitos endometriais: devido aos níveis ↑ de 
levonorgestrel na cavidade uterina, ocorre 
inibição da síntese do receptor de estradiol no 
endométrio e efeito antiproliferativo, com atrofia 
endometrial e inibição da passagem do 
espermatozoide através da cavidade uterina. 
 
• Muco cervical: ↓ a produção e aumenta a 
viscosidade do muco cervical, inibindo a 
migração espermática. 
 
OBS: mantém a produção estrogênica, o que 
possibilita uma boa lubrificação vaginal. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
• Inibição da ovulação: produz anovulação em 
aproximadamente 25% das mulheres. 
• Pode ocorrer sangramento irregular. 
• Muitas mulheres ficam em amenorreia por atrofia 
endometrial (20% no primeiro ano e 50% nos cinco 
anos). 
• Possiveis efeitos colaterais: cefaleia, náuseas, 
depressão, ganho de peso, acne, mastalgia. 
 
BENEFÍCIOS 
↓ a quantidade de fluxo menstrual, previne 
anemia relacionada à menstruação, não altera a 
PA, promove o controle de menorragia. 
 
INTERCORRÊNCIAS COM O USO DO DIU: 
- Perfuração uterina (raro) 
- Expulsão: mais frequente no primeiro mês após a 
colocação em multíparas. 
- Doença inflamatória pélvica: devido a infecções 
pré existentes ou à técnica inadequada. 
 
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS 
São constituídos estrogênio + progesterona 
sintéticos ou somente progesterona. 
 
MECANISMO DE AÇÃO: 
 
Combinados: promovem a anovulação através 
do bloqueio do eixo hipotálamo-hipofisário. Assim, 
suprimem o LH (progesterona inibe) e FSH 
(estrógeno inibe) basais e ↓ a capacidade da 
hipófise de secretar gonadotrofinas quando 
estimulada pelo GnRH. Além disso, tornam o muco 
cervical espesso, e provocam alterações no 
endométrio. 
 
Apenas progestogênios: promovem atrofia do 
endométrio e tornando o muco cervical mais 
espesso, alterando a motilidade tubária, inibem a 
ovulação em 15 a 40% dos casos. 
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS (ACOs) 
COMBINADO: existem 3 tipos de formulações 
contendo doses variadas de hormônios: 
• Monofásicas- mantêm a mesma dose hormonal 
durante todo o ciclo 
• Bifásicas ou trifásicas- variações na quantidade 
hormonal tentando mimetizar o ciclo. 
 
MODO DE USO: 
A primeira cartela deve ser iniciada no 1º dia da 
menstruação. Existem cartelas com 21 (pausa de 
7 dias), 22 (pausa de 6 dias), 24 (pausa de 4 dias) 
e 28 (uso ininterrupto- os 4 últimos comprimidos são 
 
6 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
placebos). Durante a pausa ocorre o 
sangramento por privação hormonal. 
 
Em caso de esquecimento de 1 pílula: tomar a 
pílula esquecida assim que lembrar, tomar a pílula 
seguinte no horário regular, tomar o restante das 
pílulas regularmente, uma a cada dia. 
 
Em caso de esquecer 2 ou + pílulas: uso de 
preservativo ou evitar relações sexuais nos 
próximos 7 dias. Tomar uma pílula imediatamente. 
Contar quantas pílulas restam na cartela: 
 
-se restam >7: tomar o restante como de costume. 
 
-se restam <7: tomar o restante como de costume 
e iniciar uma novacartela no dia seguinte após a 
última pílula da cartela, neste caso, a 
menstruação pode não ocorrer naquele ciclo. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 
Progestogênios: acne, ganho ponderal, 
depressão, ↓ da libido, etc. Estrogênios: náuseas, 
vômitos, mastalgia, cefaleia, edema, etc. 
 
BENEFÍCIOS 
Regularizam o ciclo, promovem alivio da TPM, ↓ o 
risco de DIP, ↓ dismenorreia, previnem 
endometriose. 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
• Mutações trombogênicas 
• Amamentação < 6 meses pós parto 
• CA de mama 
• Uso de rifampicina ou anticonvulsivantes 
(fenitoína, carbamazepina, topiramato etc). 
• Tabagismo 
• Diabetes 
• Histórico de trombose venosa profunda ou 
tromboembolismo pulmonar 
• Histórico de AVE, IAM, cardiopatia valvar 
• Enxaqueca com aura em qualquer idade 
• Enxaqueca sem aura > 35 anos 
• Hepatite viral aguda 
• Cirrose 
• Tumor hepático 
 
MINIPÍLULAS 
Contêm apenas progestogênio em baixas doses. 
A ausência do componente estrogênico permite 
sua utilização em algumas situações em que há 
contraindicação ao uso desse esteroide: durante 
amamentação, HAS, coagulopatias e 
cardiopatias valvares, tabagista. 
 
São os anticoncepcionais orais mais indicados 
para a mulher que amamenta (a partir de 6 
semanas pós-parto), uma vez que sua eficácia 
menor pode ser compensada pelo efeito 
anticoncepcional da lactação. 
 
MODO DE USO: contínuo. 
 
INJETÁVEIS 
MENSAIS: são combinados, a primeira injeção 
deve ser tomada até o 5º dia do início da 
menstruação e as seguintes, devem ser 
administradas a cada 30 dias. O retorno da 
fertilidade ocorre cerca de 4 meses após a 
interrupção do método. 
 
TRIMESTRAIS: exclusivamente de progestogênios. 
Administrar no 5º dia do início da menstruação e 
repetir a cada 3 meses. Neste caso, a mulher não 
menstrua. O retorno da fertilidade ocorre cerca de 
6 meses após a interrupção do método. 
 
IMPLANTES SUBCUTÂNEOS 
Bastão de progestogênio, inserido no subcutâneo 
da face interna do braço. Duração de 3 anos (a 
mulher não menstrua). Liberação de microdoses 
diárias. Não há necessidade de períodos de 
“descanso” para inserir novo implante após a 
mulher ter usado o anterior por 3 anos. Inibe a 
ovulação, além de alterar o muco cervical. 
 
ADESIVOS TRANSDÉRMICOS 
3 adesivos 1 por semana. Fazer pausa na 4ª 
semana, quando ocorre o sangramento de 
escape. Pode ser colocado no braço, na barriga, 
nas costas ou nas nádegas, não deve ser 
colocado próximo à mama. 
 
ANEL VAGINAL COMBINADO 
Deve ser colocado dentro da vagina até o 5º dia 
do ciclo menstrual e lá permanecer por 3 
semanas, fazer pausa de 1 semana e colocar 
outro anel. Possui mesmo mecanismo de ação e 
contraindicações dos ACOs orais, porém menos 
efeitos adversos. 
 
DISPOSITIVO INTRAUTERINO 
Aparelho pequeno e flexível que é inserido dentro 
do útero, com ou sem adição de substancias 
 
7 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
metálicas ou hormonais. Podem ser classificados 
em duas categorias: 
 
DIUS NÃO MEDICADOS: não contêm ou liberam 
substancias ativas, sendo unicamente de 
polietileno. 
 
DIUS MEDICADOS (ATIVOS): além do polietileno, 
contêm substancias como metais (cobre) ou 
hormônios), que exercem ação bioquímica local, 
↑ a eficácia anticonceptiva. 
 
Antes da inserção do DIU deve-se realizar um 
exame ginecológico detalhado e ultrassom 
endovaginal, afim de descartar a possibilidade de 
contraindicações. Após a inserção deve-se 
realizar o acompanhamento anual com 
ultrassonografia. 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
Infecção ginecológica ativa, anormalidades 
anatômicas do útero, suspeita de gravidez, 
câncer de colo de útero ou de endométrio, SUA, 
48h a 3 semanas após o parto. 
OBS: CA de mama e de ovário são 
contraindicações para o SIU com levonorgestrel. 
 
A DIP associada ao DIU ocorre pouco tempo após 
a inserção, por conta de infecções preexistentes 
não diagnosticadas ou devido à técnica 
inadequada. 
 
DIU DE COBRE 
É feito de plástico, com filamento de cobre 
enrolado em sua haste vertical. Entre os DIUs de 
cobre, o mais utilizado é o Tcu 380A, com duração 
de 10 anos. Não há necessidade de período de 
descanso entre a troca de DIUs. É disponibilizado 
no SUS. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
A presença de um corpo estranho e de cobre na 
cavidade endometrial causa uma reação 
inflamatória no endométrio, causando mudanças 
bioquímicas e morfológicas no endométrio, com 
aumento da produção de prostaglandinas e 
inibição das enzimas endometriais, além de ter um 
efeito direto na motilidade espermática, 
reduzindo a capacidade de penetração no muco 
cervical. 
A melhor época para inserção é no período 
menstrual. 
A ovulação não é afetada em usuárias do DIU de 
cobre. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
Pode causar alterações no sangramento 
menstrual, como sangramento de escape, 
aumento do fluxo ou cólicas. 
 
BENEFÍCIOS 
Longa duração, muito eficaz, não interfere nas 
relações sexuais, não apresentam efeitos 
colaterais do uso de hormônios, imediatamente 
reversível (a mulher pode engravidar 
imediatamente), pode ser inserido logo após o 
parto; 
 
SIU COM LEVONORGESTREL 
O sistema intrauterino de levonorgestrel consiste 
numa matriz de plástico em forma de T, contendo 
um reservatório de levonorgestrel, que libera 
progestágeno diariamente, diminuindo de forma 
gradual. Seu efeito contraceptivo perdura por 5 a 
7 anos. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Devido aos níveis ↑ de levonorgestrel na cavidade 
uterina, ocorre inibição da síntese do receptor de 
estradiol no endométrio e efeito antiproliferativo, 
com atrofia endometrial e inibição da passagem 
do espermatozoide através da cavidade uterina. 
 
Torna o muco cervical espesso e hostil à 
penetração dos espermatozoides, inibindo a sua 
motilidade no colo, no endométrio e nas tubas 
uterinas, prevenindo a fertilização. 
 
Impede a resposta ao estradiol circulante. 
 
Mantêm a produção estrogênica, o que possibilita 
uma boa lubrificação vaginal – ação local 
 
EFEITOS ADVERSOS 
Sangramento irregular, amenorreia, cefaleia, 
náuseas, depressão, acne, mastalgia, ganho de 
peso. 
 
BENEFÍCIOS 
↓ a quantidade de fluxo menstrual, previne 
anemia relacionada à menstruação, não altera a 
PA, promove o controle de menorragia. 
 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 
 
8 
MÓDULO II: SAÚDE DA MULHER 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
1ª fase do ciclo menstrual (antes da ovulação): 
altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo 
a ovulação ou a retardando por vários dias. 
 
2ª fase do ciclo menstrual (após ovulação): altera 
o transporte dos espermatozoides e do óvulo nas 
trompas; modifica o muco cervical, tornando-o 
espesso e hostil, impedindo ou dificultando a 
migração dos espermatozoides. 
 
MÉTODO DE LEVONORGESTREL: 1 cp de 1,5mg ou 2 
cps de 0,75mg de uma só vez, até 5 dias após a 
relação sexual. 2ª opção: 1 cp de 0,75mg de 12/12 
horas, no total de 2 comprimidos até 5 dias após a 
relação sexual. 
 
MÉTODO DE YUZPE: Pílula combinada em 2 doses a 
cada 12h. Deve ser tomado em até 5 dias após 
relação. 
 
INDICAÇÕES 
• Relação sexual sem uso de anticoncepcional 
 
• Falha ou esquecimento do uso de algum método: 
ruptura do preservativo, esquecimento de pílulas 
ou injetáveis, deslocamento do DIU ou do 
diafragma. 
 
• No caso de violência sexual, se a mulher não 
estiver usando nenhum método 
anticoncepcional. 
 
EFEITOS SECUNDÁRIOS 
 Náuseas, Vômitos, Cefaleia, Mastalgia, Diarreia, 
Dor abdominal, Irregularidade menstrual. 
 
MÉTODOS CIRÚRGICOS 
Por serem métodos contraceptivos de caráter 
definitivo, deve-se levar em consideração a 
possibilidade de arrependimento da mulher ou do 
homem e o pouco acesso das pessoas às técnicas 
de reversão da cirurgia. 
 
Somente é permitida a esterilização voluntária nas 
seguintes situações: 
 
I – em homensou mulheres com capacidade civil 
plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo 
menos, com 2 filhos vivos, desde que observado o 
prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da 
vontade e o ato cirúrgico, período no qual será 
propiciado à pessoa interessada acesso a serviço 
de regulação da fecundidade, incluindo 
aconselhamento por equipe multidisciplinar. 
 
II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro 
concepto, testemunhado em relatório e assinado 
por 2 médicos. 
 
LAQUEADURA TUBÁRIA 
Pode ser feita por via abdominal, (por laparotomia 
ou videolaparoscopia) ou via vaginal (por 
colpotomia ou histeroscopia). A esterilização 
cirúrgica feminina durante os períodos de parto ou 
aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou aborto, é 
proibida por lei, exceto nos casos de comprovada 
necessidade. Essa restrição visa à ↓ da incidência 
de cesárea para procedimento de laqueadura. 
 
VASECTOMIA 
Consiste no bloqueio dos ductos deferentes, 
interrompendo o fluxo de espermatozoides. 
Realiza-se um espermograma após 3 meses do 
procedimento ou após 20 ejaculações, para 
avaliar a sua efetividade.