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Infecções Neurológicas em equinos

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Infecções Neurológicas em equinos.
Estas acometem mais seriamente a medula, mais pode também acometer o encéfalo. As doenças tem caráter econômico, pela possibilidade de surtos e mortes. 
Fechar o diagnóstico rápido, pois os animais podem ficar com muitas sequelas e não conseguir mais fazer as atividades normais, podendo também morrer.
Mieloencefalopatia Equina causada por Protozoário
É infecciosa e acomete o SNC (pode causar: mielite segmentar e mieloencefalite, DEPENDE DE ONDE O PROTOZOARIO VAI ATUAR). Também chamada de EPM ou MEP(mielo encefalite protozoária). O agente era conhecido como o Toxoplasma gondii (Toxoplasmose), mas em 1976 descobriu-se que era na verdade o Sarcocystes neuroma, que é um esporozoário (possui ciclo complexo, intracelular e necessita de vários hospedeiros para fechar o seu ciclo) que precisa de vários organismos para fechar seu ciclo. 
Tem baixa morbidade e acomete os animais de 2 meses até 19 anos a maioria de 4 anos (não tendo predileção de idade). Está relacionado a estresse recente, baixa imunidade (pós castração irresponsável, pós corridas).
O ciclo biológico:
· HD (predador, gambá, guaxinim)
· HI (presa como os ratos)
O HD tem o parasita, defeca com esporocistos (esporozoitos que é a maneira intertinal), o HI come as fezes e ocorre o desenvolvimento dos cistos no músculo. O cavalo é chamado de aberrante pois come o pasto com fezes e essa ingestão de esporocistos, vai para os vasos e leucócitos e ultrapassa a barreira hematoencefálica, entra no SNC e forma cistos. 
A doença está relacionada com a imunidade do animal, que se estiver bem vai eliminá-lo antes de ultrapassar a barreira hematoencefálica do que com a ingestão.
Sinais Clínicos: depende da onde formaram-se os cistos, ou seja, do local da lesão. A gravidade também dependerá da dose infectante), ou seja, quantidade de esporocistos ingeridos, ainda da imunocompetência e estresse do animal.
A sintomatologia é variável (depende de onde se forma o cisto), desde lesão focais, multifocais ou difusas. Podendo ocorrer em substância branca e cinzenta. Em cérebro, tronco e medula (sendo mais frequente nesta).
Diagnóstico
· Immunoblot: é feito através do sangue ou LCR, onde no sangue não é tão confiável pois pode ter tido contato mas não ter ocorrido a passagem pela barreita hematoencefálica. Pode tirar 20 ml de líquor, fazendo 4 coletas de 5 ml, isto para verificar se a análise está contaminada com sangue da coleta, se este anticorpo está no sangue ou no líquor.
Tratamento: corticoide e AINE (DMSO) 
Pirimetamina 
Sulfa/Trimetropim: prolonga-se muito, por 90 dias, por isso deixou de ser muito usado pelo aumento dos efeitos colaterais. 
Diclazuril, Panazuril ou Toltrazuril: desenvolveu-se certa resistência e prolonga-se demais o tratamento. Pode associar sulfa com um destes. 
Tantos as sulfas, quanto os três anteriores podem gerar um quadro de anemia por interferir no metabolismo de ácido fólico. 
Sulfadiazina
No começo do tratamento vai ocorrer piora, pois estará matando os cistos e ocorrerá maior inflamação, mas logo ocorrerá melhora.
Prognóstico depende do tempo de evolução, severidade dos sinais e local da lesão.
Observar: Assimetria dos membros (atrofia muscular), e o animal não manca.
Mieloencefalopatia Equina causada por Hespesvírus
Provoca lesões hemorrágicas difusas ou multifocais. Pode ocorrer surtos ou isolados (dificultando o diagnóstico), e a mortalidade de 0,5 a 40%, onde é mais grave nos animais mais jovens.
A sazonalidade está relacionada ao terço final de gestação, pois acarreta abortos, aumenta o número de casos.
Epidemiologia: Está em todos os ambientes e em vários locais. A eliminação pode ocorrer até 2 semanas depois do tratamento. Fica no ambiente por 14 dias e em pelos e restos de abortos e secreções por 35 a 42 dias.
A contaminação é pelo contato com secreções ou substâncias contaminadas. 
O maior número de quadros neurológicos ocorrem em éguas gestantes (nos dois primeiros trimestres), já no último há maior chance de desenvolver quadro de abortos. Pode ocorrer os dois também. 
Sinais Clínicos: variáveis conforme o local lesionado e a gravidade da lesão. Só pode se desenvolver em substância branca espinhal, começando com febre nos estágios iniciais. O surgimento pode ser agudo ou hiper agudo. São sinais que estabilizam de 1 a 2 dias.
· Membros posteriores com ataxia e paresia, diferencia pois aqui é simétrica e no EPM é assimétrica. 
· Hipotonia de cauda e ânus
· incontinência urinária (esfincter intrno da bexiga perde o tônus)
· cistite por afecção ascendente pelo esfincter aberto
· ereções ou relaxamento do pênis
Diagnóstico
· Sintomatologia variável: analisar que é mais simétrico, mais comum em membros posteriores, porém existem inúmeros diagnósticos diferenciais.
· Portanto geralmente é feito por exclusão. Isolamento viral é raro, nas pode ser feito: com swab do trato respiratório, papa de leucócito e LCR coletado e mandar para cultura.
· Dá para se fazer o PCR também (não se faz muito pois é mais fácil fechar epidemiologicamente).
· Então o diagnóstico é realizado: epidemiologia junto com o histórico de abortos, quadros respiratórios em potros.
Tratamento: isolar pois continua transmitindo, corticoide e AINE (DMSO). 
Geralmente chega com quadro de cistite que nunca é tratada (esfincter voltar prognóstico bom, senão acarretará em eutanásia).
Prognóstico depende do tempo de evolução, gravidade dos sinais e se a cistite é tratável ou não.
Profilaxia: isolamento de animais suspeitos, enterrar produtos de abortos, vacinação anual, sendo que se for a primeira, reforçar. Se for em local comum, vacinar 2 vezes ao ano.

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