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Pneumonia Hospitalar (PAH), Associada à Ventilação Mecânica (PAV) e Associada ao Ambiente de Saúde (PAAS)

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Pneumonia Hospitalar (PAH), Associada à Ventilação 
Mecânica (PAV) e Associada ao Ambiente de Saúde 
(PAAS) 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Pneumonia adquirida em hospital (PAH): Surge mais de 48 horas após a 
admissão em hospital ou outra instituição de saúde, excluindo infecção 
presente no momento da admissão. 
• Pneumonia associada ao ambiente de saúde (PAAS): Ocorre em pessoas fora 
do hospital com extensivo contato com o ambiente de saúde, aumentando o 
risco de infecção por organismos resistentes e virulentos. 
• Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV): Ocorre em pacientes 
submetidos à ventilação mecânica após mais de 48 horas de intubação. 
• Sinais e sintomas comuns: Pelo menos dois dos seguintes: febre, leucocitose, 
escarro purulento. 
• Radiografia do tórax: Revela opacidade nova ou progressiva. 
Considerações Gerais 
A microbiota dos pacientes hospitalizados possui padrões de resistência distintos 
daqueles observados em indivíduos saudáveis da comunidade, com maior risco de 
infecções mais graves. Os três tipos de pneumonia hospitalar (PAH, PAV e PAAS) 
apresentam riscos específicos, sendo as PAHs o segundo tipo mais comum de infecção 
hospitalar e a principal causa de morte por infecções nosocomiais, com taxas de 
mortalidade entre 20% e 50%. 
Fatores de Risco 
Os fatores que aumentam o risco de pneumonia hospitalar incluem: 
• Exposição ao ambiente hospitalar: A permanência prolongada em hospitais e 
outras instituições de saúde pode aumentar o risco de infecção. 
• Ventilação mecânica: Aumenta o risco de infecção nosocomial. 
• Comorbidades: Como doenças pulmonares, desnutrição e idade avançada. 
• Intervenções médicas: Intubação, uso de tubos nasogástricos, ou tratamento 
com antibióticos de amplo espectro. 
Patogênese 
A pneumonia hospitalar ocorre quando há colonização das vias aéreas superiores com 
microrganismos hospitalares, que podem ser transmitidos através de microaspiração, 
contaminação por mãos e equipamentos, ou por uso de antibióticos de amplo 
espectro. A acidez gástrica pode desempenhar um papel na prevenção da colonização 
bacteriana das vias aéreas superiores. 
Microbiologia 
Os microrganismos mais comumente associados à pneumonia hospitalar incluem: 
• Staphylococcus aureus: Tanto sensível quanto resistente à meticilina. 
• Pseudomonas aeruginosa: Um patógeno hospitalar comum. 
• Bastões gram-negativos: Incluindo Enterobacter, Klebsiella pneumoniae, e 
Escherichia coli. 
• Espécies de Acinetobacter: Encontradas especialmente em pacientes com PAV. 
• Bactérias anaeróbias: Possíveis causas de pneumonia em pacientes 
hospitalizados. 
Tratamento 
A antibioticoterapia para PAH, PAV e PAAS é determinada por fatores como o 
ambiente hospitalar, padrões de resistência e estado de saúde subjacente do paciente. 
A escolha do antibiótico deve ser empírica, considerando o ambiente hospitalar e as 
características específicas do paciente. O tratamento deve ser iniciado rapidamente 
para melhorar os resultados clínicos. A duração do tratamento depende da gravidade 
da doença e da resposta à terapia. 
Prevenção 
A prevenção de pneumonias hospitalares envolve a redução do risco de contaminação 
cruzada no ambiente hospitalar e a implementação de práticas de higiene rigorosas 
para prevenir a disseminação de patógenos. A vacinação contra pneumococos e 
influenza é recomendada para pacientes em risco de pneumonia nosocomial. A 
educação dos profissionais de saúde sobre as melhores práticas de prevenção e 
controle de infecções também é essencial. 
Achados Clínicos 
A. Sinais e Sintomas 
Os sinais e sintomas das pneumonias nosocomiais são inespecíficos. No entanto, em 
um estudo, a presença de dois ou mais sinais clínicos (febre, leucocitose, escarro 
purulento) nos pacientes com opacidade pulmonar nova ou progressiva à radiografia 
do tórax foi aproximadamente 70% sensível e 75% específica para diagnóstico de PAV. 
Outros achados comuns em pacientes hospitalizados com sinais de infecção 
respiratória incluem taquipneia, taquicardia e dessaturação de oxigênio. O diagnóstico 
diferencial para esses sinais e sintomas em pacientes hospitalizados inclui insuficiência 
cardíaca congestiva (ICC), atelectasia, aspiração, síndrome do desconforto respiratório 
agudo (SDRA), tromboembolismo pulmonar, hemorragia pulmonar e reações 
medicamentosas. 
B. Achados Laboratoriais 
A investigação diagnóstica para suspeita de pneumonia nosocomial deve incluir 
hemocultura, com amostras coletadas de dois locais diferentes. As hemoculturas 
podem identificar o patógeno em até 20% dos casos de pneumonia nosocomial. O 
hemograma e a bioquímica sanguínea ajudam a avaliar a gravidade da doença e a 
identificar possíveis complicações. A avaliação da oxigenação por gasometria arterial 
ou oximetria de pulso é fundamental para definir a necessidade de ventilação 
assistida. Nos pacientes com derrame pleural, a toracocentese deve ser considerada 
para analisar o líquido pleural. 
O exame do escarro tem limitações. A coloração pelo Gram e a cultura de escarro 
podem não ser sensíveis nem específicas para o diagnóstico de pneumonia 
nosocomial. Mesmo assim, esses exames podem fornecer informações úteis sobre 
padrões de sensibilidade a antibióticos, orientando a terapia empírica. 
C. Exames de Imagem 
Os achados radiográficos em casos de pneumonia nosocomial são inespecíficos e 
podem ser confundidos com outras condições, como atelectasia, ICC e SDRA. A 
radiografia do tórax é a ferramenta diagnóstica inicial, mas pode ser necessário usar 
técnicas de imagem mais avançadas para esclarecer o diagnóstico. 
D. Exames Específicos 
A aspiração endotraqueal usando um cateter estéril ou a fibrobroncoscopia com 
lavado broncoalveolar ou escovado brônquico com cateter protegido podem ser 
utilizadas para obter amostras do trato respiratório inferior para análise. As culturas de 
aspirados endotraqueais podem ser úteis para o diagnóstico de PAV, mas têm um valor 
preditivo positivo limitado. A broncoscopia com culturas quantitativas de lavados 
broncoalveolares ou escovados brônquicos protegidos em pacientes com suspeita de 
PAV pode ser útil para reduzir o uso de antibióticos desnecessários e melhorar o 
tratamento. 
Tratamento 
O tratamento da pneumonia nosocomial é geralmente empírico, com a escolha de 
antibióticos baseada na gravidade do caso e no risco de infecções por patógenos 
multirresistentes. A antibioticoterapia deve ser iniciada rapidamente após a suspeita 
de pneumonia, pois a demora pode aumentar a mortalidade. 
Antibióticos Recomendados 
• Para pacientes com baixo risco de patógenos multirresistentes, recomenda-se 
ceftriaxona, fluoroquinolonas, ampicilina-sulbactam, piperacilina-tazobactam 
ou ertapenem. 
• Para pacientes com maior risco de patógenos multirresistentes, deve-se utilizar 
uma combinação de agentes, incluindo cobertura para Pseudomonas 
aeruginosa e Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). 
• A cobertura antipseudomonas pode incluir cefepima, ceftazidima, imipenem, 
meropenem ou piperacilina-tazobactam. Uma segunda cobertura 
antipseudomonas pode ser necessária, com gentamicina, tobramicina ou 
amicacina. 
• A cobertura para MRSA pode incluir vancomicina ou linezolida. 
Após os resultados das culturas de escarro, sangue ou líquido pleural, a terapia pode 
ser ajustada para focar no patógeno específico e nos padrões de resistência. A duração 
da antibioticoterapia deve ser individualizada com base no patógeno, gravidade do 
quadro clínico e resposta ao tratamento. Estudos sugerem que uma duração de oito 
dias de antibioticoterapia pode ser tão eficaz quanto 15 dias, exceto em infecções 
causadas por Pseudomonas aeruginosa. 
Para detalhes sobre antibióticos específicos, consulte o capítulo 30. 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO 
	Pneumonia Hospitalar (PAH), Associada à Ventilação Mecânica (PAV) e Associada ao Ambientede Saúde (PAAS)
	Fundamentos do Diagnóstico
	Considerações Gerais
	Fatores de Risco
	Patogênese
	Microbiologia
	Tratamento
	Prevenção
	Achados Clínicos
	A. Sinais e Sintomas
	B. Achados Laboratoriais
	C. Exames de Imagem
	D. Exames Específicos
	Tratamento
	Antibióticos Recomendados

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