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Capítulo_ Pleurite e Derrame Pleural

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Capítulo: Pleurite e Derrame Pleural 
Pleurite 
• Definição: A inflamação aguda da pleura causa dor devido à irritação da pleura 
parietal. 
• Sintomas: Dor localizada, aguda e fugaz, agravada por tosse, espirro, inspiração 
profunda ou movimento. 
• Quando a parte central da pleura parietal diafragmática está irritada, a 
dor pode ser referida ao ombro ipsilateral. 
• Causas Comuns: Nos indivíduos jovens e saudáveis, a pleurite geralmente é 
causada por infecções respiratórias ou pneumonia. 
• Complicações Potenciais: Derrame pleural, espessamento da pleura ou ar no 
espaço pleural. 
• Tratamento: Consiste em tratar a doença subjacente. Analgésicos e anti-
inflamatórios, como indometacina, ajudam a aliviar a dor. 
• A codeína pode ser usada para controlar a tosse associada à dor 
pleurítica, especialmente se a retenção de secreções não for um 
problema. 
• O bloqueio dos nervos intercostais pode ser útil, mas o benefício é 
transitório. 
Derrame Pleural 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Sintomas Comuns: Pode ser assintomático; dor torácica é comum em casos 
com pleurite, traumatismo ou infecção. Dispneia é comum em derrames 
volumosos. 
• Sinais Físicos: Macicez à percussão e redução do murmúrio vesicular sobre a 
região do derrame. 
Exames de Imagem: Evidências radiográficas de derrame pleural. 
• Diagnóstico Definitivo: A toracocentese fornece achados diagnósticos para 
análise. 
Considerações Gerais 
• Fluxo de Líquido Pleural: Há movimento constante de líquido dos capilares da 
pleura parietal para o espaço pleural, absorvido pelos linfáticos da pleura 
parietal. 
• Definição: O derrame pleural é o acúmulo anormal de líquido no espaço 
pleural. 
• Classificação dos Derrames Pleurais: Pode ser por diagnóstico diferencial ou 
fisiopatologia subjacente. 
• Transudato: Resulta do aumento da produção de líquido causado por 
elevação da pressão hidrostática ou redução da pressão oncótica, com 
capilares normais. 
• Exsudato: Resulta do aumento da permeabilidade capilar ou redução da 
depuração linfática. 
• Outros Tipos de Derrame Pleural: Empiema, hemotórax. 
• Causas Comuns de Derrames Exsudativos: Pneumonia bacteriana e câncer. 
• Toracocentese Diagnóstica: Indicada para derrames pleurais sem causa 
evidente. A análise do líquido pleural é crucial para o diagnóstico. 
Achados Clínicos 
• Sintomas Comuns: Dispneia, tosse ou dor torácica associada à respiração. 
• Sinais Físicos: Nos derrames volumosos, pode haver macicez à percussão e 
redução do murmúrio vesicular. Atelectasia compressiva pode produzir 
sonoridade brônquica e egofonia acima do derrame. 
• Outros Achados: Derrames maciços podem causar deslocamento contralateral 
da traqueia e tumefação no espaço intercostal. O atrito pleural indica infarto 
ou pleurite. 
Achados Laboratoriais 
• Análise do Líquido Pleural: O aspecto macroscópico ajuda a identificar 
diferentes tipos de derrame. 
• Empiema: Líquido grosseiramente purulento. 
• Derrame Quiloso: Líquido leitoso com camada de leucócitos. A análise 
do sobrenadante com quilomicra e níveis elevados de triglicerídeos 
confirma o diagnóstico. 
• Derrame Hemorrágico: Mistura de sangue e líquido pleural. Hemotórax 
é definido por líquido completamente hemorrágico. 
• Análise Bioquímica e Microbiológica: Os valores são usados para classificar o 
derrame como exsudato ou transudato. 
• Exsudatos: Têm pelo menos uma das seguintes características 
laboratoriais: 
• Razão entre proteína do líquido pleural e proteína sérica > 0,5. 
• Razão entre LDH no líquido pleural e no soro > 0,6. 
• LDH no líquido pleural é dois terços superior ao limite máximo 
do valor normal sérico. 
• Transudatos: Ocorrem quando a integridade capilar está mantida e 
sugerem ausência de patologia pleural local. 
• Avaliação para Tuberculose Pleural: Toracocentese, biópsia pleural e análise 
de adenosina deaminase ou interferon-γ no líquido pleural podem ser úteis 
para diagnóstico. 
Exames de Imagem 
• Radiografia de Tórax: Pode identificar derrames pleurais com acúmulo de 175-
200 mL no seio costofrênico lateral ou 75-100 mL no seio costofrênico 
posterior. 
• TC do Tórax: Capaz de identificar até 10 mL de líquido pleural. 
• Ultrassonografia: Útil para direcionar a toracocentese, especialmente em 
derrames menores. 
• Loculação do Líquido Pleural: Pode resultar em coleções incomuns ao longo da 
parede lateral do tórax ou nas fissuras pulmonares. 
• Derrames Massivos: Opacificação completa do hemitórax pode indicar câncer, 
tuberculose ou outras doenças. 
Capítulo: Tratamento do Derrame Pleural e Pleurite 
A. Tratamento do Transudato Pleural 
• Definição: O transudato pleural ocorre em situações em que não há patologia 
pleural subjacente. 
• Tratamento Geral: O tratamento é dirigido à causa subjacente, como 
insuficiência cardíaca congestiva ou doença hepática. 
• Toracocentese Terapêutica: Pode ser usada para aliviar a dispneia intensa, mas 
geralmente oferece apenas alívio transitório. 
• Pleurodese e Toracostomia: Raramente indicadas para transudatos pleurais. 
B. Tratamento do Derrame Pleural Maligno 
• Opções de Tratamento: Quimioterapia e radioterapia podem oferecer controle 
temporário, mas nem sempre são eficazes para derrames malignos, exceto no 
câncer de pequenas células. 
• Toracocentese Terapêutica: Indicada para pacientes sintomáticos. Se o 
derrame retornar, as opções incluem toracocenteses seriadas, tentativa de 
pleurodese ou colocação de cateter de longa permanência para drenagem 
domiciliar. 
• Fatores a Considerar: A escolha do tratamento depende da taxa de acúmulo de 
líquido, estado funcional, tolerância ao desconforto e expectativa de vida do 
paciente. 
• Consulta com Cirurgião Torácico: Recomendada para orientação sobre as 
opções de tratamento. 
C. Tratamento do Derrame Pleural Parapneumônico 
• Definição: Derrames pleurais parapneumônicos são exsudatos associados a 
pneumonias bacterianas. 
• Categorias de Derrames Parapneumônicos: 
• Simples ou Não Complicados: Exsudatos estéreis de fluxo livre e 
pequeno volume. Melhoram com antibioticoterapia sem necessidade 
de drenagem. 
• Complicados: Tendem a ser mais volumosos, com evidências de reação 
inflamatória como níveis baixos de glicose, pH baixo ou sinais de 
loculação. Podem requerer drenagem por toracostomia. 
• Empiema: Infecção grave do espaço pleural indicada por culturas ou 
esfregaços positivos. Requer drenagem imediata para evitar fibrose 
pleural e encarceramento do pulmão. 
• Indicadores de Drenagem por Toracostomia: Glicose inferior a 60 mg/dL (3,3 
mmol/L) ou pH inferior a 7,2. Níveis intermediários (pH entre 7,2 e 7,3 ou LDH 
acima de 1.000 unidades/L) também podem indicar necessidade de drenagem. 
• Dificuldades na Drenagem: A presença de loculações pode dificultar a 
drenagem. A combinação intrapleural de ativador do plasminogênio tecidual 
(tPA) e desoxirribonuclease (DNase) pode melhorar os desfechos clínicos em 
comparação com placebo ou agentes usados isoladamente. 
D. Tratamento do Hemotórax 
• Definição: O hemotórax é a presença de sangue no espaço pleural, geralmente 
após trauma ou instrumentação do tórax. 
• Tratamento do Hemotórax Pequeno: Se estiver estabilizado e apresentando 
melhora nas radiografias do tórax, pode ser conduzido com observação 
próxima. 
• Tratamento do Hemotórax Maior: Requer inserção imediata de um tubo de 
grande calibre para: 
• Drenar o sangue e coágulos existentes. 
• Quantificar o volume de sangramento. 
• Reduzir o risco de fibrotórax. 
• Permitir a aposição das superfícies pleurais para reduzir a hemorragia. 
• Indicações para Toracotomia: Para controle da hemorragia, remoção de 
coágulos e tratamento de complicações como formação de fístula 
broncopleural. 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
	Capítulo: Pleurite e Derrame Pleural
	Pleurite
	Derrame Pleural
	Fundamentos do Diagnóstico
	Exames de Imagem: Evidências radiográficasde derrame pleural.
	Considerações Gerais
	Achados Clínicos
	Achados Laboratoriais
	Exames de Imagem
	Capítulo: Tratamento do Derrame Pleural e Pleurite
	A. Tratamento do Transudato Pleural
	B. Tratamento do Derrame Pleural Maligno
	C. Tratamento do Derrame Pleural Parapneumônico
	D. Tratamento do Hemotórax

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