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Capítulo_ Apneia Obstrutiva do Sono

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Capítulo: Apneia Obstrutiva do Sono 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Sintomas: Sonolência ou fadiga diurna. 
• História Clínica: Roncos intensos com testemunho de episódios de apneia. 
• Diagnóstico Definitivo: Polissonografia noturna comprovando episódios de 
apneia com hipoxemia. 
Considerações Gerais 
• Mecanismo: A obstrução das vias aéreas superiores ocorre quando a redução 
do tônus normal da musculatura da faringe permite seu colabamento passivo 
durante a inspiração. 
• Fatores de Risco: Estreitamento anatômico das vias aéreas superiores 
(micrognatia, macroglossia, obesidade, hipertrofia tonsilar), ingestão de álcool 
ou sedativos antes de dormir, obstrução nasal (como no resfriado comum), 
hipotireoidismo e tabagismo. 
• Diagnóstico Diferencial: Deve-se considerar medicamentos utilizados e excluir 
distúrbios convulsivos, narcolepsia e depressão. 
Achados Clínicos 
Sinais e Sintomas 
• Perfil do Paciente: Normalmente homens obesos de meia-idade. Hipertensão 
arterial é comum. 
• Sintomas: Sonolência excessiva diurna, letargia, cefaleia matinal, fadiga diurna, 
disfunção cognitiva, ganho ponderal recente e impotência sexual. 
• História pelo Parceiro: Relata roncos intensos cíclicos, interrupção da 
respiração, apneias, inquietação e movimentos bruscos dos membros inferiores 
durante o sono. 
• Outros Sintomas: Alterações de personalidade, redução da capacidade de 
julgamento, problemas no trabalho, depressão e deterioração intelectual. 
Exame Físico 
• Características: Pode ser normal ou revelar hipertensão arterial sistêmica, cor 
pulmonale e sonolência. 
• Fatores Anatômicos: Orofaringe estreitada por excesso de tecidos moles, 
tonsilas aumentadas, úvula pendular ou língua protuberante. Obstrução nasal 
causada por desvio de septo ou tom de voz anasalado. O chamado “pescoço de 
touro” é comum. 
Achados Laboratoriais 
• Eritrocitose: Pode ser comum. 
• Testes de Avaliação: Incluem avaliação da função tireoidiana. 
Outros Exames 
• Polissonografia Noturna: Monitoramento de vários fatores fisiológicos durante 
o sono. Revela episódios de apneia com duração de até 60 segundos e baixa 
saturação de oxigênio. 
• Outros Achados na Polissonografia: Pode haver bradiarritmias como 
bradicardia sinusal, parada sinusal ou bloqueio atrioventricular durante apneia. 
Após o restabelecimento do fluxo respiratório, taquiarritmias, incluindo 
taquicardia supraventricular paroxística, fibrilação atrial e taquicardia 
ventricular, podem ocorrer. 
• Oximetria de Pulso Noturna: Pode ser usada como exame de rastreamento 
para excluir apneia do sono significativa. 
Tratamento 
• Medidas Iniciais: Perda de peso e restrição total ao consumo de álcool e 
sedativos. 
• Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP): Curativa para muitos 
pacientes. A polissonografia é necessária para determinar o nível de CPAP 
requerido. Cerca de 75% dos pacientes continuam usando CPAP nasal após um 
ano. 
• Outras Abordagens: Dispositivos mecânicos para manter a mandíbula mais à 
frente podem ter efetividade modesta. A uvulopalatofaringoplastia (UPFP) é 
eficaz em 50% dos pacientes. A septoplastia nasal é indicada para correção de 
deformidade do septo. A traqueostomia pode ser considerada em casos graves, 
mas tem muitos efeitos adversos. 
• Tratamento Farmacológico: Geralmente ineficaz para a apneia obstrutiva do 
sono. 
• Suplementação de Oxigênio: Pode reduzir a gravidade da dessaturação 
noturna, mas também pode prolongar a apneia, devendo ser usada com 
cautela. 
• Marca-passo Atrial: Pode ser considerado em casos de bradicardia noturna 
associada à apneia obstrutiva do sono, mas ainda é uma abordagem 
experimental. 
Prognóstico 
• Recorrência: Muitos pacientes apresentam melhora significativa com CPAP ou 
outros tratamentos. A recorrência é menos provável após tratamento bem-
sucedido. 
• Condições Associadas: A apneia obstrutiva do sono pode estar associada a 
riscos de arritmias cardíacas, hipertensão pulmonar, cor pulmonale, entre 
outros problemas. 
• Adesão ao Tratamento: Cerca de 25% dos pacientes não continuam usando 
CPAP nasal após um ano, indicando a importância de estratégias para melhorar 
a adesão ao tratamento. 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
	Capítulo: Apneia Obstrutiva do Sono
	Fundamentos do Diagnóstico
	Considerações Gerais
	Achados Clínicos
	Sinais e Sintomas
	Exame Físico
	Achados Laboratoriais
	Outros Exames
	Tratamento
	Prognóstico

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