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Insuficiência Respiratória Aguda Introdução • Definição: A insuficiência respiratória aguda é uma disfunção respiratória que resulta em alterações na oxigenação ou na ventilação (eliminação de CO2) suficientemente intensas para ameaçar o funcionamento de órgãos vitais. • Critérios Gasométricos: Geralmente definidos como PO2 abaixo de 60 mmHg (7,8 kPa) ou PCO2 acima de 50 mmHg (6,5 kPa). • Causas: Pode acompanhar diversos distúrbios, tanto pulmonares quanto não pulmonares. Achados Clínicos • Sinais e Sintomas de Hipoxemia: Dispneia é o principal sintoma. Outros sinais incluem cianose, inquietação, confusão mental, ansiedade, delirium, taquipneia, bradicardia ou taquicardia, hipertensão arterial, arritmias cardíacas e tremores. • Sinais e Sintomas de Hipercapnia: Dispneia e cefaleia são os principais sintomas. Outros sinais incluem hiperemia periférica e conjuntival, hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, redução do nível de consciência, papiledema e asterixe. • Gasometria Arterial: Usada para confirmar a suspeita de insuficiência respiratória aguda. Tratamento O tratamento da insuficiência respiratória aguda inclui: A. Suporte Respiratório • Aspectos Não Ventilatórios: • O principal objetivo é assegurar oxigenação adequada aos órgãos vitais. • A concentração de oxigênio inspirado deve ser o valor mínimo necessário para manter a saturação de hemoglobina arterial igual ou acima de 90% (PO2 ≥ 60 mmHg). • Nos casos de hipercapnia crônica, a administração de oxigênio deve ser feita com cautela para evitar acidemia respiratória progressiva. • A administração de oxigênio com baixo fluxo por cânula nasal (1-3 L/min) ou máscara de Venturi (24-40%) geralmente é suficiente para corrigir a hipoxemia em pacientes com doença obstrutiva das vias aéreas. Pacientes com SDRA ou outras doenças parenquimatosas podem precisar de maiores concentrações de oxigênio. • Aspectos Ventilatórios: • Ventilação com Pressão Positiva Não Invasiva (VPPN): Usada como primeira linha para pacientes com DPOC com insuficiência respiratória hipercapneica. O modo BiPAP é o mais comumente usado. • Intubação Traqueal: Indicada em casos de hipoxemia persistente, obstrução das vias aéreas superiores, incapacidade de proteção das vias aéreas, acidose respiratória ou fadiga progressiva. A posição do tubo deve ser confirmada com radiografia do tórax. • Ventilação Mecânica: Indicada em casos de apneia, hipercapnia aguda, hipoxemia grave ou fadiga progressiva. A ventilação mecânica controlada (VMC) e a ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV) são formas de ventilação que fornecem respirações mínimas a cada minuto. A ventilação mecânica deve ser usada com cautela para evitar barotrauma e outras complicações. • PEEP (Pressão Positiva Expiratória Final): Útil para melhorar a oxigenação em casos de doença difusa do parênquima pulmonar. • Complicações da Ventilação Mecânica: Podem incluir barotrauma, migração do tubo endotraqueal, hipotensão, pneumonia associada ao respirador, entre outras. B. Cuidados Gerais de Suporte • Nutrição Adequada: É vital manter a nutrição adequada. A nutrição parenteral deve ser usada apenas quando métodos convencionais de nutrição enteral não forem possíveis. • Hipopotassemia e Hipofosfatemia: Devem ser evitadas, pois podem agravar a hipoventilação. • Medicação e Sedação: Hipnóticos, sedativos e analgésicos devem ser usados com cautela para evitar sedação excessiva. • Prevenção de Complicações: Cuidados para evitar úlceras de decúbito, infecções associadas ao tubo endotraqueal e outras complicações. • Prevenção de Tromboembolismo Venoso (TVP/EP): Pode ser reduzida com administração de heparina subcutânea ou uso de dispositivo para compressão sequencial dos membros inferiores. Evolução e Prognóstico • Prognóstico: Varia de acordo com a doença subjacente. A insuficiência respiratória aguda causada por overdose não complicada de sedativos ou narcóticos tem bom prognóstico. Por outro lado, a SDRA associada à sepse tem um prognóstico muito ruim. • Taxas de Sobrevivência: Os adultos com insuficiência respiratória aguda que precisam de ventilação mecânica apresentam taxas de sobrevivência de 62% para desmame, 43% para alta hospitalar e 30% um ano após a alta. REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Insuficiência Respiratória Aguda Introdução Achados Clínicos Tratamento A. Suporte Respiratório B. Cuidados Gerais de Suporte Evolução e Prognóstico
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