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AVALIAÇÃO HEPÁTICA, HEMATOLÓGICA E NEUROLÓGICA PRÉ-OPERATÓRIA

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AVALIAÇÃO HEPÁTICA, HEMATOLÓGICA E 
NEUROLÓGICA PRÉ-OPERATÓRIA 
Avaliação do Paciente com Doença Hepática 
• Pacientes com doença hepática grave têm risco aumentado de 
morbidade e mortalidade perioperatória. 
• Avaliação pré-operatória requer consideração dos efeitos da anestesia e 
cirurgia sobre a função hepática e das complicações associadas à 
doença hepática preexistente. 
• Efeitos da Anestesia e Cirurgia na Função Hepática 
• Elevação pós-operatória dos níveis séricos de aminotransferase 
é comum, geralmente transitória e não indica disfunção 
hepática. 
• Agentes anestésicos gerais podem causar deterioração da 
função hepática por redução do fluxo sanguíneo hepático ou 
hepatotoxicidade. 
• Agentes utilizados para anestesia regional podem ter efeitos 
semelhantes no fluxo sanguíneo hepático, contribuindo para 
lesão hepática. 
• Hipotensão, hemorragia e hipoxemia intraoperatórias também 
podem contribuir para a lesão hepática. 
• Avaliação do Risco em Pacientes Cirúrgicos com Doença Hepática 
• Cirurgia em pacientes com doença hepática grave está associada 
a várias complicações e alta taxa de mortalidade. 
• Limitações na interpretação dos dados incluem dificuldade em 
determinar a contribuição específica da doença hepática para as 
complicações observadas. 
• Hepatite aguda aumenta o risco cirúrgico, enquanto a cirurgia 
eletiva deve ser adiada até a resolução do episódio agudo. 
• Pacientes com cirrose têm taxas de complicação correlacionadas 
com a gravidade da disfunção hepática. 
• Modelos de Avaliação de Risco 
• Escore de Child-Turcotte-Pugh tradicionalmente usado para 
avaliar gravidade da disfunção hepática. 
• O Model for End-Stage Liver Disease (MELD) prediz mortalidade 
cirúrgica e supera o Child-Turcotte-Pugh em alguns estudos. 
• Calculadora de avaliação de risco online pode prever 
mortalidade perioperatória e em longo prazo. 
• Estratégias Pré-Operatórias 
• Redução da gravidade da ascite, encefalopatia e coagulopatia 
antes da cirurgia eletiva. 
• Cuidado ao usar sedativos e analgésicos devido ao risco de 
piorar a encefalopatia hepática. 
• Administração de vitamina K e possível transfusão de plasma 
para pacientes com coagulopatia. 
 
Avaliação Hematológica Pré-Operatória 
• Três situações clínicas comuns: anemia preexistente, avaliação do risco 
de sangramento e conduta perioperatória da anticoagulação oral. 
• Anemia Pré-Operatória 
• Determinar a necessidade de avaliação diagnóstica pré-
operatória e transfusão. 
• Anemia pré-operatória é comum, associada a maior morbidade 
e mortalidade. 
• Correção da anemia pré-operatória com transfusões ou agentes 
estimulantes eritropoietina não demonstrou melhorar desfechos 
clínicos. 
• Necessidade de transfusão deve considerar outros fatores além 
do nível de hemoglobina. 
• Avaliação do Risco de Sangramento 
• História clínica direcionada para episódios de sangramento é 
crucial. 
• Exames laboratoriais dos parâmetros hemostáticos geralmente 
não são necessários em pacientes sem histórico de sangramento 
anormal. 
• Quando a história é inconclusiva, avaliação formal da 
hemostasia é indicada antes da cirurgia. 
• Anticoagulação Oral Pré-Operatória 
• Interrupção da terapia com varfarina para procedimentos 
invasivos associada a risco tromboembólico baixo. 
• Anticoagulação ponte pode ser necessária em pacientes de alto 
risco, mas está associada a risco substancial de sangramento. 
• Inibidores diretos da trombina orais devem ser suspensos antes 
da cirurgia, sem antídoto para reversão do efeito anticoagulante. 
• Recomendações para Tratamento Perioperatório com Anticoagulação 
• Quadro 3-5 apresenta recomendações baseadas no risco 
tromboembólico do paciente. 
• Risco tromboembólico baixo: interromper varfarina antes da 
cirurgia, sem ponte com anticoagulantes parenterais. 
• Risco tromboembólico alto: interromper varfarina antes da 
cirurgia, iniciar heparina não fracionada ou de baixo peso 
molecular, considerar ponte com anticoagulantes parenterais. 
• Quadro 3-6 mostra recomendações para manejo pré-operatório 
de inibidores diretos da trombina orais, baseadas na depuração 
de creatinina. 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Neurológica 
• Delirium Pós-Operatório 
• Ocorre em até 30-60% dos pacientes após cirurgias de grande 
porte, especialmente fraturas de quadril e cirurgias 
cardiovasculares. 
• Associado a complicações cardíacas e pulmonares, má 
recuperação funcional, demência subsequente e mortalidade 
aumentada. 
• Fatores de risco incluem idade, comprometimento cognitivo ou 
funcional pré-operatório, uso de drogas psicotrópicas e 
distúrbios da bioquímica sérica. 
 
 
 
• Intervenções de Redução de Delirium 
• Cuidado geriátrico focalizado reduziu o risco de delirium pós-
operatório em estudo controlado randomizado. 
• Manutenção do hematócrito acima de 30%, minimização do uso 
de benzodiazepínicos e anticolinérgicos, função intestinal regular 
e interrupção precoce de sondas urinárias são intervenções 
comuns. 
• Uso de neurolépticos em doses baixas é raro e baseado em 
dados limitados. 
• Acidente Vascular Encefálico (AVE) Pós-Operatório 
• Complica menos de 1% de todos os procedimentos cirúrgicos, 
mas pode atingir 1 a 6% dos pacientes em cirurgias cardíacas ou 
da artéria carótida. 
• Metade dos AVEs pós-cirurgia cardíaca ocorre dentro do 
primeiro dia de pós-operatório, associados a alta mortalidade. 
• Fatores de risco incluem idade acima de 60 anos, sexo feminino, 
cirurgia de urgência, diabetes, doença renal, doença vascular 
periférica e disfunção sistólica. 
• Estenose da Artéria Carótida e AVE 
• Estenose carotídea sintomática está associada a alto risco de 
AVE em cirurgias cardíacas. 
• Sopros carotídeos e estenose carotídea assintomática têm pouco 
ou nenhum aumento de risco de AVE em pacientes cirúrgicos. 
• Endarterectomia carotídea profilática em pacientes 
assintomáticos é improvável de ser benéfica e pode aumentar 
riscos. 
 
REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO

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