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Distúrbios de Retina Associados a Doenças Sistêmicas

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Distúrbios de Retina Associados a Doenças 
Sistêmicas 
 
Retinopatia Diabética 
Fundamentos do Diagnóstico 
• A retinopatia diabética é uma complicação comum do diabetes, presente em 
cerca de 40% dos pacientes diagnosticados com diabetes. 
• Cerca de 20% dos pacientes com diabetes tipo 2 já têm retinopatia no 
momento do diagnóstico. 
• A retinopatia diabética pode ser classificada em duas formas principais: não 
proliferativa e proliferativa. 
• Retinopatia não proliferativa: caracteriza-se por anormalidades 
retinianas leves, como microaneurismas e hemorragias retinianas, 
geralmente sem perda visual significativa. 
• Retinopatia proliferativa: há crescimento anormal de novos vasos 
sanguíneos (neovascularização), que podem causar hemorragias vítreas 
e descolamento da retina. 
• A maculopatia diabética envolve edema, exsudatos ou isquemia macular, 
podendo afetar a visão central. 
Achados Clínicos 
• A retinopatia não proliferativa geralmente não causa perda visual significativa, 
manifestando-se por microaneurismas, hemorragias retinianas, exsudatos 
duros e dilatação das veias retinianas. 
• A retinopatia proliferativa, por sua vez, é caracterizada por neovascularização e 
pode causar hemorragias vítreas, descolamento tracional da retina e perda 
visual severa. 
• A maculopatia é a causa mais comum de cegueira legal no diabetes tipo 2, 
manifestando-se por edema e exsudatos envolvendo a mácula. 
Rastreamento e Tratamento 
• O rastreamento é essencial para prevenir complicações. Pacientes diabéticos 
devem realizar exames anuais do fundo de olho com dilatação da pupila. 
• O tratamento da retinopatia diabética inclui controle rigoroso da glicose, 
pressão arterial, função renal e lipídeos séricos. 
• O tratamento para edema macular pode incluir fotocoagulação a laser, 
corticosteroides ou inibidores do fator de crescimento endotelial 
vascular (VEGF). 
• A retinopatia proliferativa pode ser tratada com pan-fotocoagulação a 
laser ou injeção de inibidores do VEGF. 
• Casos graves de hemorragia vítrea ou descolamento tracional da retina 
podem necessitar de vitrectomia. 
Quando Encaminhar 
• Pacientes diabéticos com perda súbita de visão, retinopatia proliferativa ou 
maculopatia devem ser encaminhados com urgência ao oftalmologista. 
• A retinopatia pré-proliferativa ou diminuição inexplicada da acuidade visual 
também requer encaminhamento precoce. 
Retinocoroidopatia Hipertensiva 
Fundamentos do Diagnóstico 
• A hipertensão arterial sistêmica pode afetar a circulação da retina e da coroide. 
O grau e a velocidade do aumento da pressão arterial influenciam as 
manifestações clínicas. 
• As manifestações clínicas mais exuberantes ocorrem em pacientes jovens com 
elevações abruptas da pressão sanguínea, como em casos de feocromocitoma 
ou hipertensão maligna. 
• A hipertensão crônica pode levar a alterações nos vasos retinianos, como 
tortuosidade e estreitamento, aumentando o risco de oclusões venosas. 
Achados Clínicos 
• Hemorragias retinianas em forma de chama de vela, manchas algodonosas e 
exsudatos podem ocorrer devido à hipertensão aguda. 
• O edema retiniano, associado a um padrão estrelado na mácula, é 
característico de elevações agudas da pressão arterial. 
• A vasoconstrição coroidal e isquemia podem resultar em descolamento seroso 
da retina e infartos do epitélio pigmentar retiniano. 
• A neuropatia óptica isquêmica, causada pela compressão dos vasos retinianos, 
pode resultar de elevações agudas da pressão arterial. 
Tratamento e Considerações 
• A crise hipertensiva com retinopatia requer tratamento de emergência para 
evitar danos permanentes à retina, à coroide ou ao nervo óptico. 
• A redução muito rápida da pressão arterial pode exacerbar os danos na retina. 
Discrasias Sanguíneas 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Trombocitopenia ou anemia grave podem causar hemorragias retinianas e da 
coroide. 
• Hemorragias retinianas de centro branco (manchas de Roth) podem ocorrer em 
pacientes com leucemia, endocardite bacteriana e outras condições. 
Achados Clínicos 
• A retinopatia falciforme é comum em hemoglobinopatia SC, mas também pode 
ocorrer com outras variantes da hemoglobina S. 
• Pode manifestar-se por hemorragias intrarretinianas (black sunbursts), 
hemorragias "mancha salmão" pré-retinianas e neovascularização. 
• A pan-fotocoagulação a laser pode ser necessária para reduzir a 
frequência de hemorragias vítreas devido à neovascularização. 
• Em casos graves, a cirurgia pode ser necessária para remover hemorragias 
vítreas persistentes ou tratar descolamento tracional da retina. 
Infecção pelo HIV/Aids 
Fundamentos do Diagnóstico 
• A retinopatia por HIV é a anormalidade oftálmica mais comum na infecção pelo 
HIV, manifestando-se por manchas algodonosas, hemorragias retinianas e 
microaneurismas. 
• A retinite por citomegalovírus (CMV) ocorre em pacientes com contagem de 
CD4 abaixo de 50/μL. 
• Caracteriza-se por zonas branco-amareladas de opacificação retiniana 
acompanhadas por hemorragias retinianas. 
Tratamento e Considerações 
• A terapia inicial para retinite por CMV inclui valganciclovir, ganciclovir, 
foscarnet ou cidofovir, administrados por via oral, intravenosa ou intravítrea. 
• A terapia de manutenção pode ser feita com doses menores ou tratamento 
intravítreo. 
• A reconstituição imune após terapia antirretroviral pode causar síndrome 
inflamatória de reconstituição imune (IRIS), com risco de uveíte de recuperação 
imune. 
• Outras manifestações oftálmicas em pacientes com AIDS incluem retinite por 
herpes simples, retinocoroidite por toxoplasma, herpes-zóster oftálmico, entre 
outras. 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
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	Rastreamento e Tratamento
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	Retinocoroidopatia Hipertensiva
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	Tratamento e Considerações
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	Infecção pelo HIV/Aids
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	Tratamento e Considerações

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