Buscar

Oclusões Centrais e de Ramo da Artéria Central da Retina

Prévia do material em texto

Oclusões Centrais e de Ramo da Artéria Central da 
Retina 
 
Fundamentos do Diagnóstico 
• Sintomas Principais: Perda de visão monocular súbita, sem dor ou 
vermelhidão. Isso é comum tanto em oclusões centrais quanto de ramos da 
artéria central da retina. 
• Sinais Oftalmoscópicos: Edema pálido disseminado ou setorial da retina, 
geralmente com uma mancha vermelho-cereja na fóvea. As artérias retinianas 
estão atenuadas, e pode-se observar a segmentação do sangue nas veias, 
conhecida como "em vagão de trem". 
• Considerações para Pacientes mais Velhos: Se a idade do paciente for superior 
a 50 anos, é importante considerar a possibilidade de arterite de células 
gigantes. Diabetes, hiperlipidemia e hipertensão sistêmica também devem ser 
considerados em todos os pacientes. 
• Considerações para Pacientes mais Jovens: Para os mais jovens, deve-se 
investigar a possibilidade de enxaqueca, vasculite sistêmica, trombofilia 
congênita ou adquirida, e hiper-homocisteinemia. 
Achados Clínicos 
Sinais e Sintomas 
• Oclusão da Artéria Central da Retina: 
• Apresenta-se como uma perda visual monocular profunda e súbita, com 
acuidade visual reduzida para contagem de dedos ou menos, e campo 
visual restrito a uma pequena área no campo temporal. 
• As veias retinianas podem apresentar segmentação do sangue. Embolos 
podem ser visíveis em algumas situações. 
• O edema retiniano tende a desaparecer ao longo de 4-6 semanas, 
deixando o disco óptico pálido e as arteríolas atenuadas. 
• Oclusão de Ramos da Artéria Central da Retina: 
• A perda visual ocorre se a fóvea estiver envolvida. Caso contrário, a 
queixa inicial pode ser uma perda súbita de campo visual. 
• Sinais fundoscópicos, como edema retiniano e manchas algodonosas, 
estão limitados à área irrigada pela artéria ocluída. 
Características Clínicas Importantes 
• Fatores de Risco para Embolos Cardíacos: Arritmia (especialmente fibrilação 
atrial), valvulopatias cardíacas, e pressão arterial elevada. 
• Sinais de Arterite de Células Gigantes: Claudicação da mandíbula (sintoma 
bastante específico), cefaleia, sensibilidade no couro cabeludo, mal-estar geral, 
perda de peso, polimialgia reumática, sensibilidade ou ausência de pulso nas 
artérias temporais superficiais. 
Achados Laboratoriais 
• Exames para Todos os Pacientes: Devem ser realizados testes para diabetes e 
hiperlipidemia. 
• Arterite de Células Gigantes: A velocidade de sedimentação globular e a 
proteína C-reativa normalmente estão acentuadamente elevadas, mas podem 
ser normais. Exames para outros tipos de vasculite também podem ser 
necessários. 
• Exames para Pacientes mais Jovens: Deve-se considerar testes para anticorpos 
antifosfolipídeos, anticoagulante lúpico, trombofilia herdada e níveis de 
homocisteína. 
Exames de Imagem 
• Ultrassonografia Doppler das Artérias Carótidas: Útil para identificar fontes 
carotídeas de êmbolos ou dissecção da artéria carótida interna. 
• Eletrocardiografia e Ecocardiografia: Importantes para identificar fontes 
cardíacas de êmbolos. Estudos transesofágicos podem ser necessários. 
• Angiografia por Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética 
(RM): Indicadas para verificar a presença de dissecção da artéria carótida 
interna. 
Tratamento 
• Tratamento de Emergência: Se o paciente for atendido nas primeiras horas 
após o surgimento dos sintomas, algumas intervenções de emergência podem 
ser tentadas para influenciar o resultado visual. Elas incluem: 
• Posicionamento do paciente na horizontal. 
• Massagem ocular. 
• Administração de altas concentrações de oxigênio inalado. 
• Acetazolamida intravenosa. 
• Paracentese da câmara anterior. 
• Trombólise Precoce: Pode ser considerada, especialmente em oclusões da 
artéria central da retina não provocadas por arterite de células gigantes. A 
injeção intra-arterial local mostrou bons resultados, mas tem uma alta 
incidência de efeitos adversos. 
• Corticosteroides para Arterite de Células Gigantes: Quando há suspeita de 
arterite de células gigantes, é importante iniciar corticosteroides em altas 
doses (por exemplo, prednisolona 1-1,5 mg/kg/dia por via oral ou doses 
intravenosas de hidrocortisona ou metilprednisolona). Em alguns casos, pode 
ser necessário administrar ácido acetilsalicílico em baixas doses (~81 mg/dia 
por via oral). O tratamento deve ser monitorado de perto para garantir sua 
eficácia e evitar complicações. 
Encaminhamentos e Hospitalização 
• Encaminhamento ao Oftalmologista: Todos os pacientes com oclusão da 
artéria central da retina devem ser encaminhados com emergência ao 
oftalmologista. 
• Encaminhamento para Oclusões de Ramos da Artéria Central da Retina: 
Devem ser tratados com urgência, mas não necessitam de tratamento tão 
emergencial quanto as oclusões centrais. 
• Hospitalização de Emergência: Necessária para pacientes com perda de visão 
causada por arterite de células gigantes, para administração de altas doses de 
corticosteroides e monitoramento. 
Conclusão 
• O diagnóstico de oclusões centrais ou de ramos da artéria central da retina 
requer atenção imediata devido ao risco de complicações como perda de visão 
permanente e riscos associados, como AVC. 
• O tratamento precoce é crucial para otimizar o prognóstico. Em casos de 
arterite de células gigantes, o risco de envolvimento do olho contralateral é 
alto, reforçando a necessidade de intervenção rápida. 
• Encaminhamentos urgentes para oftalmologistas e outros especialistas, bem 
como hospitalizações de emergência, podem ser necessários dependendo da 
gravidade dos sintomas e do diagnóstico diferencial. 
 
REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTO 
	Fundamentos do Diagnóstico
	Achados Clínicos
	Sinais e Sintomas
	Características Clínicas Importantes
	Achados Laboratoriais
	Exames de Imagem
	Tratamento
	Encaminhamentos e Hospitalização
	Conclusão

Continue navegando