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2 Princípios

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DIREITO 
ADMINISTRATIVO PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
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1. EXPRESSOS NA CF/88 
 
a. Legalidade 
 
Essencial ao estado democrático de direito, representa a submissão do Estado 
à lei, de forma que o agente público pode fazer somente o que ela determina. 
 
• Esse princípio está dividido em duas vertentes, quais sejam a legalidade para 
o particular (lato sensu) e a legalidade para o agente público (estrito sensu); 
 
• O princípio da reserva legal é decorrente deste, pois exige que determinada 
matéria seja regulada por lei em sentido estrito; 
 
• O princípio da juridicidade surge a partir da mutação do princípio da 
legalidade, consistindo no fato de a Administração, além de estar submissa 
à lei (legalidade clássica), dever observar os princípios constitucionais e os 
regulamentos que ela mesma produz, aumentando a possibilidade de 
revisão judicial de seus atos; 
 
b. Impessoalidade 
 
Decorrente do princípio da supremacia do interesse público, consiste no dever 
do administrador de conferir o mesmo tratamento a todos (princípio da 
isonomia), visando ao interesse da coletividade (princípio da finalidade), 
praticando atos de forma objetiva/impessoal (princípio da vedação da 
promoção pessoal). Possui sentido amplo (atendimento do interesse público) 
e sentido estrito (atendimento da finalidade do ato administrativo). 
Ex.: Concurso, Licitação, etc. 
 
Súmula Vinculante nº 13/STF - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em 
linha reta, colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante 
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
 
c. Moralidade 
 
Esse princípio tem por função exigir que os atos praticados pelos agentes 
públicos sejam dotados de ética, bom senso e honestidade. 
 
d. Publicidade 
 
É a divulgação do ato (por meio oficial) para o conhecimento da coletividade 
e sua produção de efeitos, visando que sua transparência (tornar acessível) 
possibilite a atuação dos órgãos de controle (CGU e TCU). 
 
• As garantias adequadas são petição, habeas data e mandado de segurança; 
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e. Eficiência 
 
Último princípio a ser adicionado na CF (EC 19), ele tem a finalidade de fazer 
o agente público buscar o melhor resultado com a melhor relação custo-
benefício (saída do modelo burocrático para o modelo gerencial). 
 
• Além do aspecto de rendimento propriamente dito, possui significado mais 
abrangente, que consiste no direcionamento da atividade ao bem comum; 
 
 
2. IMPLÍCITOS NA CF/88 
 
a. Supremacia do interesse público sobre o privado 
 
Indica que o interesse público deve prevalecer quando estiver em conflito 
com o particular, gerando uma relação de verticalidade decorrente de 
prerrogativas especiais. 
 
b. Indisponibilidade do interesse público 
 
O agente público só pode atuar quando autorizado por lei, sendo vedada a 
prática de atos que possam gerar a renúncia de direitos pelo Poder Público, 
gerando, dessa forma, restrições. 
 
c. Razoabilidade e Proporcionalidade 
 
Busca a adequação entre os meios e fins para evitar restrições ou abusos da 
Administração. A razoabilidade é o bom senso; a proporcionalidade, a medida. 
 
• Adequação e exigibilidade da conduta estatal são fundamentos do princípio 
da proporcionalidade; 
 
d. Motivação 
 
É a indicação do fato ou motivo que determinou a prática do ato, possuindo 
ligação direta com a teoria dos motivos determinantes. 
 
e. Contraditório e Ampla Defesa 
 
É a garantia que cada parte tem de se manifestar contra fato lhe imputado e 
usar todos os recursos legais disponíveis para garantir o seu interesse. 
 
• Ao contrário do Processo Penal, a ausência de defesa técnica em processo 
administrativo disciplinar não ofende sua legalidade: 
 
Súmula Vinculante nº 5/STF - A falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
 
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f. Tutela 
 
É a fiscalização que a Administração Direta exerce sobre a Indireta para garantir 
que esta atue conforme sua finalidade, não havendo relação de hierarquia, mas 
somente de vinculação (controle finalístico). 
 
g. Autotutela 
 
É o controle que a Administração exerce controle sobre seus próprios atos 
revogando-os por conveniência e oportunidade (mérito administrativo) ou 
anulando-os quando eivados de vício de legalidade. 
 
Lei 9.784/99, art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados 
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos. 
 
Súmula nº 473/STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados 
de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, 
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
h. Segurança jurídica 
 
Salvo má-fé, a Administração possui 5 anos para anular seus atos. Passado esse 
tempo, o particular constitui direito adquirido e não mais poderá ser anulado o 
ato, ainda que ilegal. 
 
• Possui a função de resguardar a estabilidade das relações jurídicas, 
impedindo a aplicação retroativa de nova interpretação, ainda que para 
atender o interesse público; 
 
i. Continuidade dos serviços públicos 
 
Os serviços essenciais não devem sofrer interrupção, exceto quando em 
situação de emergência ou após prévio aviso e por razões de ordem técnica 
ou inadimplemento do usuário; 
 
j. Confiança 
 
Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico, consiste na crença do 
administrado de que os atos administrativos serão lícitos e, portanto, seus 
efeitos serão mantidos e respeitados pela própria administração pública. 
 
k. Subsidiariedade 
 
O Estado só deve atuar quando o particular não tiver condições de atuar 
sozinho, devendo abster-se quando este possuir condições de exercer suas 
atividades por sua própria iniciativa e com seus próprios recursos. 
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EXPRESSOS IMPLÍCITOS (Lei 9.784/99) 
L Legalidade S Segurança Jurídica 
I Impessoalidade E Eficiência 
M Moralidade RA Razoabilidade 
P Publicidade 
E Eficiência F Finalidade 
 A Ampla Defesa 
 C Contraditório 
 I Interesse Público 
 L Legalidade 
 
 PRO Proporcionalidade 
 MO Motivação 
 MO Moralidade

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