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HISTOLOGIA DO ESMALTE

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HISTOLOGIA DO ESMALTE 
O esmalte é o tecido mais mineralizado/calcificado do organismo humano. Em sua 
constituição química há aproximadamente 96% de substâncias inorgânicas representadas por 
sais de cálcio (cristas de hidroxiapatita). 
São suas propriedades: dureza, densidade, cor, solubilidade, permeabilidade e 
compressividade. Ameloblastos são as células responsáveis pela sua produção. Essas células 
se originam do epitélio interno do órgão do esmalte, o qual é de origem ectodérmica. O 
esmalte é um tecido avascular, branco, cinza azulado ou ainda amarelado devido a dentina 
subjacente. 
 O esmalte próximo da junção com a dentina é o primeiro esmalte produzido e é do 
tipo aprismático, pode apresentar alterações morfológicas como os penachos e lamelas do 
esmalte (são áreas de hipomineralizações do esmalte). Neste local ocorre a linha festonada, 
com sua concavidade voltada para o esmalte e convexidade para a dentina. 
O esmalte que fica em contato com a saliva, representa a derradeira secreção dos 
ameloblastos, este esmalte é classificado como esmalte aprismático (sem prismas do 
esmalte). O esmalte prismático (maior volume de esmalte) fica localizado entre os dois tipos 
de esmalte aprismático. 
 O processo da amelogênese é centrífugo em relação ao dente. São funções do epitélio 
interno: morfogênica, organizadora, formadora, maturação, protetora e desmolítica. 
As lamelas do esmalte também são áreas de hipomineralização do esmalte, processo 
que ocorre durante a amelogênese. O esmalte recobre a dentina na coroa anatômica, pois, na 
região da raiz anatômica, a dentina é recoberta pelo cemento (acelular próximo ao colo ou 
linha cervical e pelo celular próximo ao forâmen apical). Durante o processo da amelogênese 
surgem as linhas incrementais (de crescimento) do esmalte denominadas de estrias ou linhas 
de Retzius. Essas linhas se formam nos momentos de repouso dos ameloblastos. Utilizando-
se certos tipos de microscópios são observados no esmalte as Faixas de Hunter – Schereger 
(se formam devido a distribuição ondulada dos prismas do esmalte durante a amelogênese). 
 Há relações de localizações entre o esmalte e o cemento na região do colo ou linha 
cervical: algumas vezes o esmalte recobre o cemento, ocorrendo também o contrário, já em 
outras, não há contato entre cemento e esmalte. 
No esmalte, pode-se observar também alguns prolongamentos de túbulos 
dentinários, denominados de fusos do esmalte (se formam no início do processo da 
dentinogênese). Esmalte rico em fusos do esmalte “teoricamente” são dentes mais sensíveis. 
Durante o processo da odontogênese, na amelogênese, pode-se afirmar: quatro células 
ameloblastos colaboram na formação de um único prisma do esmalte; os prismas se 
distribuem de maneira arquitetônica de tal forma, que a cauda de um prisma, fica envolvida 
por quatro cabeças de prismas diferentes. Algumas vezes pode ocorrer o entrecruzamento dos 
prismas, elaborando desta maneira um tipo de esmalte denominado de nodoso (este tipo de 
esmalte é muito resistente). 
 Durante o processo da amelogênese dos dentes decíduos e dos permanentes, se o 
meio onde vive o indivíduo possuir taxas normais de flúor o esmalte, como também outros 
tecidos mineralizados poderão apresentar-se com cristais de flúor apatita (são cristais 
maiores, ocupam mais espaços, reduzindo a penetração de substâncias nocivas ao esmalte). 
 Quando ocorrer altas taxas de flúor, o esmalte será mais “duro” – mais quebradiço. 
Epitaxia é a denominação dada para o crescimento dos cristais sob ação do flúor, os cristais 
durante o crescimento se fundem, promovendo uma melhor acomodação. 
Na odontogênese, alterações na primeira etapa da amelogênese (síntese da fração 
orgânica, representada pelas proteínas “amelogenina e enamelina”, as quais são responsáveis 
por suportar os cristais) acarreta anomalias no esmalte (defeitos). Já alterações na segunda 
etapa da amelogênese (momento de mineralização do esmalte) acarreta hipomineralização 
no esmalte. Como o esmalte é muito inorgânico, ácidos podem causar a sua desmineralização. 
Este tipo de esmalte, descalcificado por ação ácida bacteriana, torna-se de coloração opaca, 
logo, esse esmalte se apresenta desmineralizado. O esmalte bem mineralizado é translúcido 
e deixa transparecer a coloração da dentina que é amarelada – logo, ao se observar coloração 
amarelada da porção vestibular dos dentes anteriores, se conclui que a amelogênese foi 
perfeita. 
 A cárie sem dor, também denominada de primário ou rasa é a que ataca o esmalte. 
Ao atingir a dentina, já surgem os primeiros sintomas de algia – dores, e a denominação passa 
para cárie secundária, pois, envolve o esmalte e a dentina, podendo evoluir e comprometer a 
polpa. Os elementos “fatores” responsáveis pelo processo carioso se interdependem e são 
explicitados pelo chamado Diagrama de Keys modificado. Sabe-se que quando suprimido um 
destes elementos “fatores”, não ocorre à doença (cárie dental). 
 Diagrama de Keys modificado 
 
Ataques ácidos (ácido ortofosfórico) usado na técnica de ortodontia compromete apenas o 
esmalte aprismático. O uso do antibiótico tetraciclina, (uso do antibiótico Tetrex) durante um 
determinado período em que ocorre o processo da amelogênese acarretará alterações 
morfológicas no esmalte e nos demais tecidos dentais. Quando da presença de “bactérias 
cromófilas” no meio bucal – ausência do processo carioso.

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