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Clareamento dental externo (Dentística integrada – Aula 1) o Clareamento dental É um tratamento farmacológico, dose- dependente, de uso tópico, aplicado sobre a superfície do esmalte de dentes vitalizados ou diretamente sobre a dentina em dentes despolpados. Além disso: Peróxido de hidrogênio é somente em clareamento externo; Aplicado em superfície de esmalte; Na dentina somente se ele for um dente desvitalizado, a dentina é sensível e repleta de túbulos; Precisa ser feito por um profissional apto; Mais importante do que saber o protocolo é saber e lidar com os efeitos adversos; A sensibilidade do clareamento se tornou algo comum e não é dessa forma, se acontece é porque alguma coisa não foi controlada no início; Tratamento de clareamento muito sério; Gel clareador que pode ser deglutido. o Diagnóstico Anamnese; Exame clínico; Exame radiográfico. o Etiologia das alterações de cor Manchamento extrínseco; Manchamento intrínseco; - endógeno - exógeno Causa alimentar: açaí, fumo, hábitos. Problema na formação de dentina/esmalte: amelogênese imperfeita. *É necessário descobrir a causa para resolver o problema. o Manchamento extrínseco Adquirida do meio, após a erupção dental. Precipitação de corante de alimentos; Nicotina; Lesões cariosas; Percolação marginal de restaurações; Bactérias cromógenas. *Características estruturais (superficiais ou instrínsecas) do esmalte podem favorecer o manchamento. *Manchamento por cigarro: o clareamento não vai resolver, pois clareia o dente e não a mancha. *Deve-se buscar a etiologia da cor. o Remoção de pigmentação extrínseca Dentifrícios (contém abrasivos); Profilaxia profissional periódica. *A remoção dos pigmentos extrínsecos é essencial para a manutenção da cor dos elementos dentais e é sempre o primeiro cuidado a ser realizado (tanto pelo paciente como pelo profissional). *Paciente que fuma muito: creme dental mais abrasivo. o Manchamento intrínseco (endógeno) Qualquer alteração no período de formação (odontogênese) Amelogênese imperfeita – amarelo amarronzado; Hipoplasia do esmalte – manchas brancas; Fluorose dental – manchas brancas com estrias; Alteração por tetraciclina – castanho acinzentado, marrom ou amareladam com ou sem estria. Dentinogênese imperfeita – violácea opaca. o Manchas por tetraciclina Grau 1 ou leve – responde bem ao clareamento; Grau 2 ou moderada – responde bem ao clareamento, mas exige mais tempo; Grau 3 ou severa – não responde ao clareamento, pois as estrias são resistentes; Grau 4 ou muito severo – resiste a todos os tipos de clareamento. *Objetivo: amenizar a mancha. Normalmente se responde muito bem e melhora a aparência. o Manchamento intrínseco (exógeno) Fenômenos decorrentes da necrose pulpar. Calcificação distrófica da polpa (causa totalmente interna); Hemorragia pulpar pós-traumatismo; Decomposição do tecido pulpar; Materiais obturadores à base de iodofórmio; Iatrogenias durante o tratamento endodôntico: lavagem inadequada da câmara pulpar; abertura coronária insuficiente; restos de materiais obturadores e dentina cariada na câmara pulpar. o Itens importantes para observação pré-clareamento Etiologia do escurecimento dental; Idade do paciente; Hábitos alimentares; Hábitos de higiene dental; Consumo de medicações; Existência de patologia sistêmica; Condição periodontal; Presença de lesões cariosas; Presença de trincas na estrutura dental; Relato de HD em tratamentos anteriores; Presença de restaurações estéticas; Expectativa e colaboração do paciente. OBS: *Adolescente de 12-13 anos não faz! *Suplemento alimentar pigmenta: principalmente ferro. *Antes de fazer qualquer tratamento estético precisa remover cálculo. Precisa saber higienizar. *Bom exame clínico: primeiro uma boa iluminação, foco na boca do paciente, utilizar a seringa tríplice para secar o elemento dentário, pois não consegue investigar o esmalte com o dente molhado. *Hipersensibilidade: perguntar ao paciente. *Observar as restaurações de resina ou se tem cerâmicas. * Não clareia molar nem lentes de resina, muito menos de porcelana. o Contra – indicações Dentes com comprometimento pulpar; Dentes com restaurações inadequadas; Hipersensibilidade ao material utilizado; Crianças e jovens com câmara pulpar ampla; Problemas periodontais; Paciente xerostômico – evita usar o clareamento caseiro, pois a mucosa fica ressecada e pode ficar descamando; Hipoplasias com alta exposição dentinária; Gestantes e lactantes – nenhum comitê de ética aprovou isso, pois não tem estudos. o Diagnóstico da hipersensibilidade dentinária Teste de hipersensibilidade: todo paciente que vai fazer clareamento vai fazer o mesmo teste de exame clínico; Seca dente um por um direcionando o ar justamente na cervical do dente. No bordo cervical é onde o paciente pode ter relato de sensibilidade, pois é uma região em que o esmalte é mais delgado e a chance de ter dentina exposta é maior. Não contra indica mas precisa ter cuidado, pois ás vezes o cemento não cobre a dentina; Teste obrigatório na vestibular; Pode utilizar a sonda e o ar; Dor provocada / incomoda. o Limitações Dentes com exposição e/ou hipersensibilidade dentinária; Manchamento severo; Fumantes; Presença de muitas restaurações em resina e/ou porcelana. *Pacientes fumantes precisam mudar o hábito e fazer manutenção. OBS: somente após as doenças cárie e periodontal estarem controladas é que os demais procedimentos restauradores estéticos terão início. o Como funciona o clareamento? O gel de peróxido se decompoe em água, oxigênio e radicais livres; Os radicais livres quebram as macromoléculas orgânicas de pigmento, gerando moléculas menores que são eliminadas dos tecidos dentais por difusão, clareando os dentes; Devido ao baixo PM, os radicais de oxigênio se movem em todas as direções dentro da estrutura mineralizadas dos dentes. *Peróxido quebra os pigmentos. *P.M.: peso molecular. *A gente aplica o peróxido no esmalte e ele penetra entre os prismas e pode chegar na dentina que é mais aberta. *Não é atoa que hoje já se faz clareamento no final de tratamento ortodôntico - vários estudos. o Difusão Interação com a matéria orgânica (pigmento); Alteração de cor; Ponto de saturação – 3 a 4 semanas (significa que o dente não pode ficar mais branco). → Momento em que não se deve interromper o clareamento; → Acompanhamento semanal; →A partir do ponto de saturação os pigmentos não são mais clareados e o agente clareador começa a atuar em outros compostos que apresentam cadeias de carbono, como as proteínas da matriz do esmalte e da dentina. Nesse período pode ocorrer a perda de estrutura dental. OBS: Por isso, deve-se tirar fotos, utilizar escala de cor para observar, acompanhar semanalmente e não dar as bisnagas de uma vez para o paciente, para que possa voltar ao atendimento e não use tudo de vez. *Peridoxil atua nos macrófagos. o Processos transitórios Desidratação (depende do tipo e características do gel); Densidade mineral subsuperficial reduzida; Redução da translucidez do esmalte; *Processos que podem acontecer no clareamento: Acontece mas passa… O dente fica exposto isolado 1 hora o dente fica desidratado “clareamento” boa parte dele pode tá acontecendo. Por isso, pode ocorrer um clareamento falso; Densidade mineral reduzida: redução de micro dureza muito microscópico – temporário, a própria saliva remineraliza; Canino super saturado é comum - ele passa mais tempo clareando / outros dentes comuns são os incisivos inferiores; Canino e pré tem mais dentina! Clareia ate o 2º pré; Utiliza-seescalas diferentes para incisivos e caninos; O tratamento clareador é totalmente individualizado. o Clareamento caseiro Gel de peróxido de carbamida (ureia 65% + PH 35%); Gel de peróxido de hidrogênio; 10% de PC = 3,5 – 4% de PH 16% de PC = 5,5% de PH 20 – 22% de PC = 7 – 7,5 de PH Considerada mais branda por usar peróxidos em menor concentração; Carbamida: porcentagem menor; O caseiro é mais suave – os dois chegam no mesmo ponto final; Peróxido de carbamida a 10% (caseiro supervisionado) apresenta um resultado de efetividade de clareamento similar a géis de maiores concentrações, com menor risco de intensidade de sensibilidade. o Clareamento caseiro supervisionado Registros da cor inicial (fotos e escala de cor); Moldagem das arcadas e obtenção dos modelos; Confecção da placa de acetado; Adaptação na boca do paciente; Instrução ao paciente sobre o uso; Consultas de acompanhamento; Registro de cor final (fotos e escala de cor); Orientações para manutenção do clareamento. o Controvérsias no recorte da moldeira Fazer ou não alivio nos modelos; Tesoura amolada para não danificar a moldeira; Extensão da moldeira: cortar o molar/ moldeira sem envolver os molares adaptação é melhor ainda. o Clareamento de consultório Gel de peróxido de hidrogênio: 35 a 38%; Sessões clínicas de aproximadamente uma hora; Evolução dos materiais: presença de cálcio na composição para evitar alteração na densidade mineral do dente; géis mais alcalinos; O gel é mais concentrado; Isolamento com top dam; Abridor de boca é fundamental; *Existem materiais mais neutros (menos ácido); Os resultados de eficácia de clareamento e de sensibilidade não forma influenciados pela luz, independente da concentração de gel utilizada; Todos os protocolos utilizados, com ou sem o uso de fontes de luz, foram efetivos no clareamento dental. OBS: Clareamento a laser não existe! o Clareamento em consultório: passo a passo Profilaxia; Registro da cor inicial (fotos e escala); Isolamento absoluto ou relativo (afastador e barreira gengival); Aplicação do produto clareador, conforme instruções; Registro de cor final (fotos e escala); Se necessário, repetir o procedimento 1 semana após, até obter o resultado desejado (máximo 3 sessões); Na última sessão: polimento do esmalte + aplicação de flúor + orientações. *É raro fazer só o de consultório. *Material neutro acaba deixando o paciente livre de hipersensibilidade. Por fim, na hora de remover o excesso remove com sugador direto na face vestibular do dente do paciente, depois fazer a lavagem e se tiver sensibilidade aplicar dessensibilizante antes e depois (protocolo) paciente pra não sentir dor (10 min antes e 10 min depois).