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1 Estática – Balança de Pratos Jefferson Hack da Costa Centro Universitário Uninter Polo Itararé – Rua XV de Novembro, 202. – CEP: 18.460-000– Itararé– SP - Brasil Jeferson Hack da Costa RU: 3318103 e-mail: jeff.hacos@gmail.com Resumo. O equilíbrio de um corpo extenso é o estado em que este permanece ou em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, sem aceleração. Neste documento é apresentado o resultado de um experimento virtual e prático com um equipamento de balança de pratos e outro de régua de pesos para avaliar os princípios de equilíbrio de momentos . Nesse foi possível verificar como estimar o valor de massas de balança de pratos a partir do equilíbrio de momentos e testar isso na prática com um modelo análogo de régua de pesos. Palavras chave: Equilíbrio, balança de pratos, momento de forças. Introdução Equilíbrio é a condição que um corpo atinge quando sua aceleração resultante é nula, o que se caracteriza por duas condições: ou estar sem movimento (sem translação e sem rotação) ou estar em movimento retilíneo uniforme. O primeiro caso citado é denominado equilíbrio estático [2]. O equilíbrio estático é verificado quando a resultante de forças (Fres) e a resultante de momentos (Mres) agido sob um corpo é nula [2]: 𝑭𝒓𝒆𝒔 = 𝑭 = 0 𝑴𝒓𝒆𝒔 = 𝑴 = 0 Enquanto forças são interações geradas no contato entre corpos, os momentos são a tendência de giro dessas forças em torno de pontos ou eixos de referência. Nesse caso para cálculo dos somatórios acima é necessário a adoção de uma convenção de sinais para a soma dos vetores de forças e momentos. O usual é considerar forças para cima e para direita como positivas, e momentos anti-horários como positivos. [2] A balança de pratos (Figura 1) é um equipamento ou instrumento que é utilizado para medir a massa de um objeto a partir do equilíbrio de momentos entre a massa desse objeto e a massa de um contrapeso. Em certos modelos de um prato o próprio braço da balança de pratos serve como contrapeso. Nos modelos de dois braços, normalmente a distância entre os pratos é igual, sendo necessário apenas igualar a massa do lado oposto da balança com o do objeto a ser “pesado”, se utilizando de “pesos” padrões devidamente calibrados. Isso decorre porque tendo o braço da balança um ponto central articulado que sustenta as forças verticais, para haver equilíbrio da rotação é necessário que o momento da força peso do objeto a ser medido seja igual ao da força dos pesos padrões, porém com sentido oposto. Nesse caso o somatório de momentos igual a zero a balança de pratos se equilibra sem haver rotação [2]. A Figura 1 abaixo denota de forma prática esse princípio. Figura 1: Esquema teórico das ações sobre uma massa no pêndulo simples [1] Para o caso acima, se o comprimento L2 for de 10cm, p comprimento L1 necessário para haver equilíbrio de rotação com os blocos de massa de 1,5 kg (ou peso de 1,5 kgf) e de 1,95 kg (ou peso de 1,95kgf) seria: 𝑴 = 0 1,5𝑘𝑔𝑓. 𝐿 − 1,95𝑘𝑔𝑓. 10𝑐𝑚 = 0 𝐿 = 13𝑐𝑚 O equilíbrio das forças verticais no caso acima seria garantido pela capacidade mecânica das peças em resistir ao movimento vertical. Procedimento Experimental O experimento foi executado em 3 partes conforme se segue. PARTE I: Com base nas questões orientadoras foi elaborado a fundamentação teórica deste relatório. 2 PARTE II: Foi acessado o laboratório virtual da Algetec – Balança de pratos, em que se manipulou uma balança de um prato e contrapeso de 0,5 kg (m1) de posição ajustável sobre uma régua graduada que tem peso e momento igual ao do prato, assim sendo que o equilíbrio de rotação é dado apenas pelos momentos dos objetos a serem medidos e o do contrapeso. A distância do centro do prato ao eixo articulado é fixa e vale 14,5cm (d1). Como procedimento foi acrescentado algumas massas (m2) sobre o prato e foi ajustado a posição d2 do contrapeso para se equilibrar e nivelar a régua na horizontal. Também foi calculado os momentos M1 e M2 de cada massa respectiva, a partir dos seus pesos (P1 e P2) conforme o equacionamento a seguir: 𝑴 = 0 − 𝑀1 + 𝑀2 = 0 𝑀2 = 𝑀1 𝑃2. 𝑑2 = 𝑃1. 𝑑1 𝑚2. 𝑔. 𝑑2 = 𝑚1. 𝑔. 𝑑1 𝑚2 = 𝑚1. 𝑑1 𝑑2 Os pesos foram calculados considerando g = 9,81m/s². Foram realizados 3 ensaios com arranjos diferentes. PARTE III: Nessa parte foi utilizado o Kit Polo de Física mecânica, conforme lista de materiais abaixo: •1 fixador magnético; •1 presilha para fixar o dinamômetro; •1 conjunto de massas aferidas 50 g com gancho; •1 painel magnético 500x650 mm; •2 hastes 400 mm fêmea; •2 hastes 400 mm macho; •2 tripés tipo estrela com manípulo e sapatas; •1 dinamômetro de 5,0 N; •1 carretel de linha; •1 pino para pendurar o transferidor/travessão; •1 travessão com régua milimétrica. Primeiramente foi medido o peso do travessão com um dinamômetro, para verificar sua influência no equilíbrio caso fosse utilizado um ponto de articulação que não coincidisse com seu centro de massa. Depois disso foi fixado o travessão com pino articulado sobre o painel e magnético com tripés, e se posicionou a esquerda uma quantidade de massas de 50g padronizadas e calibradas (m1) com distância d1. No lado direito, a uma certa distância d2 foram posicionadas um conjunto de massas de 50g que equilibrasse o sistema (m2). Esses valores foram registrados para se verificar o mesmo sequenciamento de cálculos da parte II. Foram realizados 3 ensaios com arranjos diferentes. Análise e Resultados Nesta seção são apresentados os dados e resultados obtidos nas etapas ou partes segundo o roteiro de estudo. Nesta seção estão respondidas por extenso e de forma coesa/conectada nos parágrafos todas as perguntas solicitadas. As tabelas foram montadas apenas com os símbolos dos parâmetros que já foram apresentados anteriormente. PARTE I: Foi respondida na fundamentação teórica deste relatório. PARTE II: Nas Figuras 2, 3 e 4, bem como na Tabela 2 abaixo são denotados os resultados do ensaio. Figura 2: Primeiro ensaio do laboratório virtual Figura 3: Segundo ensaio do laboratório virtual Figura 4: Terceiro ensaio do laboratório virtual 3 Tabela 2: Resultados do laboratório virtual m1 (kg) P1 (N) d1 (m) M1 (N.m) d2 (m) P2 (N.m) m2 (kg) M2 (N.m) 0,50 4,905 0,151 0,741 0,145 5,108 0,52 - 0,741 0,50 4,905 0,122 0,598 0,145 4,127 0,42 - 0,598 0,50 4,905 0,078 0,383 0,145 2,639 0,27 - 0,383 Como verificado, tendo equilibrado a balança de pratos e conhecendo a distância de giro do contrapeso, a massa do contrapeso e a distância de giro do prato da balança é possível calcular a massa do objeto medido. Nesse caso sobre a escala da régua as distâncias seriam substituídas por uma escala de massas obtidas por esse cálculo. Para d1 em metros, a escala em quilogramas (ou kgf em termos de peso) seria: 𝑚2 = 𝑚1. 𝑑1 𝑑2 = 0,500𝑘𝑔𝑓. 𝑑1 0,145𝑚 = 3,4483 𝑘𝑔𝑓 𝑚 . 𝑑1 Calculando os momentos de cada lado da balança também foi percebido que seus valores resultam iguais, porém sendo de sentidos opostos acabam se compensando e denotando o equilíbrio de rotação para a posição original da régua ou travessão (horizontal). PARTE III: Nas Figuras 5, 6, 7 e 8, bem como na Tabela 3 abaixo são denotados os resultados do ensaio. A massa do travessão foi registrada, mas se utilizando o com ponto central, sua massa não influencia no cálculo de equilíbrio. Figura 5: Massa do travessão graduado Figura 6: Primeiro ensaio com kit Figura 7: Segundo ensaio com kit Figura 8: Terceiro ensaio com kit 4 Tabela 3: Resultados com uso do kit Polo de Física Mecânica m1 (kg) P1 (N) d1 (m) M1 (N.m) d2 (m) P2 (N.m) m2 (kg) M2 (N.m) 0,05 0,491 0,2 0,098 0,1 0,981 0,1 -0,098 0,2 1,962 0,05 0,0980,2 0,490 0,05 -0,098 0,3 2,943 0,05 0,148 0,15 0,981 0,1 -0,148 Semelhante ao procedimento virtual se verificou ser possível estimar uma massa em função da outra se conhecendo as distâncias de giro, bem como se verificou por cálculos o equilíbrio de momentos. Como o travessão foi articulado no seu centro de massa ou peso, o seu peso não exerceu influência nesse cálculo. Conclusão Diante do analisado nas práticas e comparando com a fundamentação teórica se pode atestar que para um sistema de corpos extensos estar em equilíbrio é necessário dispositivos mecânicos que garantam restrição tanto ao movimento de translação (deslocamento vertical e horizontal) quanto ao de rotação. Nesse caso as condições que esses dispositivos devem atender é que a resultante de forças sobre o sistema seja nula e que a resultante de momentos em torno de qualquer ponto ou eixo de referência de giro, também seja nula. Esse princípio é utilizado para construir uma balança analógica de prato. Conhecendo o a distância do prato, a distância de um contrapeso e sua massa, se pode descobrir a massa do objeto medido. Como equacionado nos resultados essa massa do objeto medido é inversamente proporcional a sua distância até o eixo de articulação e diretamente proporcional à distância do contrapeso. Referências [1] F. Fonseca. ROTEIRO DO EXPERIMENTO BALANÇA DE PRATOS – ESTÁTICA. Uninter, 2024. [2x] Hibbeler, R. C. Estática. 12ª ed., São Paulo: Pearson Brasil, 2011.
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