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um problema de saúde pública

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Organoclorados: um problema de saúde públicaOrganoclorados: um problema de saúde públicaOrganoclorados: um problema de saúde públicaOrganoclorados: um problema de saúde públicaOrganoclorados: um problema de saúde pública
ARACELI VERÔNICA FLORES *
 JOSELITO NARDY RIBEIRO **
 ANTONIO AUGUSTO NEVES ***
 ELIANA LOPES RIBEIRO DE QUEIROZ ****
INTRODUÇÃO
A história da humanidade é marcada por uma quantidade inacreditável
de prejuízos causados por pragas agrícolas. Relatos bíblicos descrevem grandes períodos
de escassez causados por invasões de gafanhotos. Em tempos mais recentes, na Irlanda,
por volta de 1845, milhares de pessoas morreram de fome em conseqüência da requeima-
da-batata, doença que dizimou os batatais daquela região. Em Bengala, na Índia, a
fome foi causa da morte de inúmeras pessoas devido à doença causada por fungo, que
matou mais de 50% das lavouras de arroz. Em 1870, no Ceilão, hoje Sri Lanka, a
cultura de café foi devastada pela ferrugem e teve que ser substituída pela de chá. O
Brasil presenciou a devastação da cultura de cacau pela vassoura-de-bruxa na região
de Itabuna e Ilhéus, na Bahia, a qual, além de conseqüências econômicas, ocasionou
sérios problemas sociais como o êxodo rural e o desemprego, e ecológicos, como a
destruição de partes da Mata Atlântica (TURK, 1989; MAFFIA & MIZUBUTI, 1999;
ZAMBOLIM, 1999).
Para combater essas pragas agrícolas, como também as que surgiram na
pecuária, e encontrar um novo equilíbrio ecológico, foi introduzido o uso de certos
produtos químicos, cujos número e eficácia não pararam de aumentar (SENENT, 1979).
* Departamento de Química Analítica, Laboratório B200-204, Instituto de Química, Unicamp. E-mail:
araceli@iqm.unicamp.br
** Departamento de Química Analítica, Laboratório B200-204, Instituto de Química, Unicamp. E-mail:
nariber@ig.com.br
*** Laboratório de Química Analítica Ambiental, Departamento de Química – Universidade Federal de Viçosa
– MG. E-mail: aneves@ufv.br
**** Laboratório de Química Analítica Ambiental, Departamento de Química – Universidade Federal de Viçosa
– MG. E-mail: meliana@ufv.br
Recebido em 14/04/2004 – Aceito em 07/08/2004.
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Esses produtos, conhecidos como pesticidas, substâncias usadas em agropecuária e em
saúde pública, abrangem os inseticidas, os herbicidas e os fungicidas (TORRES, 1998).
Existem vários produtos químicos que são utilizados no controle de pragas.
Mais de 300 princípios ativos distribuídos em mais de 2.000 formulações são empregados
nas mais variadas culturas, finalidades e modalidades de uso (LARA & BATISTA,
1992). No entanto, a desmedida aplicação de pesticidas tem originado conseqüências
negativas, como o desaparecimento de algumas espécies de insetos úteis e,
conseqüentemente, aparição de novas pragas. Além disso, muitas espécies de insetos
tornaram-se resistentes a certos inseticidas, o que levou à busca de novos produtos de
maior seletividade (SENENT, 1979). Dos compostos usados em grande escala,
encontram-se, inicialmente, os organoclorados, depois os organofosforados, carbamatos,
piretróides e toda uma série de derivados de triazinas, dentre outros (LARA &
BATISTA, 1992).
Embora o controle químico de pragas tenha reduzido o índice de doenças
para homens e animais e incrementado a produção agrícola, agentes químicos podem
permanecer ativos no meio ambiente por longos períodos, afetando os ecossistemas.
Os efeitos desses agentes ao longo do tempo representam um grande risco para a
saúde pública, sendo necessários o monitoramento e a vigilância desses produtos em
águas, solos, alimentos e ar (JAVARONI et al., 1991).
Os pesticidas atingem o solo não só pela incorporação direta na superfície,
como também através do tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas, no
controle de fungos patogênicos no solo, ou pela eliminação de ervas daninhas por
herbicidas. Esses compostos podem, ainda, atingir o solo de forma indireta, pela
pulverização das partes verdes dos vegetais e pela queda de frutos ou folhas que
receberam aplicação de agrotóxicos (MUSUMECI, 1992). Uma vez no solo, podem ser
transportados em grandes quantidades, pelas águas das chuvas, que levam a cobertura
vegetal e parte do solo, atingindo, principalmente, águas superficiais como rios e lagos.
Os pesticidas podem também se infiltrar no solo, atingindo as águas subterrâneas e ser
encontrados em poços utilizados para abastecimento de água para uso doméstico ou
para dessedentação de animais. A importância relativa dessas duas formas de transporte
depende, em grande parte, do tipo de solo e do relevo da região (RIGITANO &
BARBOSA, 1994; MOREIRA & CRUZ, 1996).
Hoje, existem evidências de que consideráveis quantidades de pesticidas
atingem o mar. Segundo a Academia de Ciências dos Estados Unidos, cerca de 25%
da produção mundial de organoclorados chega a este ecossistema. Sabe-se que a
principal rota de entrada dos organoclorados no oceano, DDT
(diclorodifeniltricloroetano) e Aldrin, é a atmosfera. Estimativas têm indicado que a
poeira transportada pelos ventos apresenta até 150 mgDDTg-1, enquanto as demais
fontes possíveis de contaminação do oceano, no total, contribuem com apenas
1 mgDDT g-1. Existem, porém, evidências de que quantidades maiores estejam
entrando na cadeia alimentar dos oceanos (TOPOS, 1999).
Estudos têm evidenciado que os pesticidas podem permanecer no ambiente
durante longo tempo, causando grandes mudanças ecológicas e efeito ambiental
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negativo (SOLOMONS, 1989; ANDRÉA, 2004). Exemplo disso são os organoclorados,
em sua maioria persistentes e de ampla aplicação (DORIGATTI, 1987). Esta revisão
destaca os impactos causados no ambiente por esta classe de pesticidas, como também
a busca de soluções para minimizar estes impactos.
HISTÓRICO
Em 1940, Paul Mueller, da companhia suíça GEISY, observou que o DDT,
sintetizado por Zeidler em 1874, era um potente inseticida. A sua pronunciada
propriedade inseticida, aliada à baixa solubilidade em água, alta persistência e sua
forma de ação, desconhecida até aquele momento, propiciou resultados
verdadeiramente notáveis e seu uso rapidamente se expandiu. Durante a Segunda
Guerra Mundial, na Itália, o DDT em pó foi pulverizado na pele da população para
prevenir epidemias de tifo transmitidas por piolhos, que causavam alta mortalidade.
Ele foi usado, também, em grandes áreas do globo terrestre para eliminar o mosquito
vetor da malária (KONRADSEN et al., 2004). Mais tarde, o DDT foi utilizado no
controle de pragas da agricultura, particularmente em colheitas com alto rendimento
econômico (BENN & McAULIFFE, 1981; OTTAWAY, 1982; MARICONI, 1985).
O problema surgiu quando o DDT, à semelhança de todos os
organoclorados, reduziu sua eficácia, obrigando o uso de dosagens cada vez maiores.
Por esse motivo, procurou-se desenvolver, em grandes laboratórios especializados,
fórmulas que se caracterizavam por maior eficácia e maior biodegradabilidade (TURK,
1989).
Com o passar dos anos, no entanto, a promessa de estar livre de insetos foi
quebrada, e o milagre químico, que tinha dado início à era dos pesticidas, não ocorreu
(TURK, 1989). O poder residual considerado como de qualidade decididamente
positiva desses compostos começou a ser encarado como sério inconveniente, o qual
encerrava significado ecológico de extrema gravidade. A ação residual dos
organoclorados era devida à sua estabilidade química, que lhes conferia prolongada
persistência no ambiente. Resíduos de organoclorados haviam contaminado
praticamente todos os ecossistemas, sendo detectados nos mais variados substratos e
tendo provocado a inquietação dos estudiosos do assunto e da população em geral. Na
segunda metade da década de 60, muitos países trataram de intensificar as pesquisas
relativas ao assunto e, ao mesmo tempo, tomaram medidas legais, restringindo ou
proibindo seu emprego (MATUO et al., 1990). No Brasil, a partir de1970, a produção
agrícola sofreu grandes transformações. A política de estímulo do crédito agrícola,
associada às novas tecnologias, impulsionou várias culturas, principalmente destinadas
à exportação. Pacotes tecnológicos ligados ao financiamento bancário obrigavam os
agricultores a adquirir insumos e equipamentos, muitas vezes desnecessários. Entre os
insumos, estavam os pesticidas, que eram recomendados para o controle de pragas e
doenças, como método de resguardar o potencial produtivo das culturas. Esse método
obrigava aplicações sistemáticas de pesticidas, mesmo sem ocorrência das pragas,
resultando em pulverizações excessivas e desnecessárias (RUEGG et al., 1991).
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PERSISTÊNCIA X DEGRADAÇÃO
Os processos de transformação e degradação dos agrotóxicos no solo
dependem tanto das características do próprio solo como das características físico-
químicas das substâncias. Moléculas de alto peso molecular, contendo halogênios e/
ou anéis aromáticos condensados, como é o caso dos agrotóxicos organoclorados, são
mais persistentes (MUSUMECI, 1992; ANDRÉA, 2004). Os solos argilosos, por exemplo,
com alto teor de matéria orgânica, tendem a reter resíduos por maior tempo, facilitando,
assim, a persistência dos pesticidas (MOREIRA & CRUZ, 1996).
A persistência do pesticida no solo depende também da eficiência de
processos físicos de transformação, como evaporação, lixiviação, erosão e absorção
pelas raízes das culturas. Fatores ambientais como temperatura, conteúdo de matéria
orgânica, acidez, umidade e tipo de solo influenciam, também, as taxas de degradação
de pesticidas. Reações químicas, como hidrólise, podem ser pré-requisitos para o ataque
microbiano. Percebe-se, então, que pode haver interação dos agentes físicos, químicos
e biológicos na degradação dos pesticidas (BAILEY & WHITE, 1970; ANDRÉA, 2004).
Muitos compostos organoclorados, oriundos tanto de fontes agrícolas como
industriais, apresentam, freqüentemente, alta resistência à degradação química e
biológica e alta solubilidade em lipídios. A combinação entre a baixa solubilidade em
água e a alta capacidade de adsorção na matéria orgânica leva ao acúmulo desses
compostos ao longo da cadeia alimentar, especialmente nos tecidos ricos em gorduras
dos organismos vivos (TORRES, 1998). O BHC (Hexaclorobenzeno) é um exemplo
de organoclorado que, apesar de ser classificado como de persistência intermediária,
é bastante estável à ação da luz, do calor, do ar e de ácidos fortes, sendo capaz de
permanecer no solo, sem se decompor totalmente, por cerca de cinco anos (BERBERT
& CRUZ, 1984).
CONTAMINAÇÕES
O problema da contaminação por organoclorados tem se agravado e
adquirido proporções dramáticas, tanto pela sua intensificação quanto pela sua extensão
geográfica. Outrora, as zonas contaminadas eram muito reduzidas. Atualmente tendem
a cobrir o planeta inteiro e podemos encontrar DDT até na neve do Alasca (RYAN,
2004).
Os níveis de organoclorados na água dos oceanos têm causado sérios
problemas ecológicos como, por exemplo, o fracasso da reprodução da truta-do-mar,
na Laguna Madre, no Texas, e da águia-marinha, no Báltico (TOPOS, 1999). Além
disso, podem-se encontrar golfinhos contaminados com DDT, desde o litoral paulista
até regiões da Antártida (CAMPANILLI, 2004).
Como os compostos organoclorados são muito lipossolúveis e se acumulam
nas gorduras dos organismos, eles percorrem rapidamente a cadeia alimentar, com
resultados desastrosos para espécies, incluindo o homem, que ocupam o topo desta
cadeia (MATUO et al., 1990).
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Nas aves, o DDE, metabólito do DDT, tem sido indicado como responsável
pela deficiência na formação da casca dos ovos. Como conseqüência, as cascas são
freqüentemente frágeis e não resistem até que ocorra a eclosão natural dos ovos. Esse
efeito diminuiu drasticamente a população de águias, falcões e açores, na década de
80, no ecossistema mundial (SOLOMONS, 1989; TAN, 1994).
Análises de amostras de leite materno têm fornecido dados alarmantes
em várias partes do mundo. Pesquisadores analisaram 60 amostras de leite materno em
mulheres egípcias. Os resultados indicaram a presença de DDE e Lindano em
praticamente todas as amostras. Outros organoclorados, como DDT, Endrin e
Endossulfan I também foram encontrados em níveis elevados em algumas amostras. A
presença destes pesticidas foi atribuída à intensa atividade agrícola na região (SALEH
et al., 1996).
Em um estudo realizado na Espanha, foram analisadas 134 amostras de
tecido adiposo humano, avaliando a possível presença de organoclorados. Dentre os
compostos investigados, o DDE e o BHC apresentaram níveis médios elevados de
1 .870 ,0 µg L –1 e 240 ,0 µg L –1, respectivamente. A elevada concentração
determinada para o DDE pode ser devida ao fato de este composto ser o último e mais
estável metabólito do DDT. Os resultados expostos comprovaram a afinidade dos
pesticidas organoclorados pelas gorduras, mostrando a evidente e crescente
contaminação através da cadeia alimentar (COSTABEBER, 1999).
O câncer gastrintestinal é o terceiro tipo de câncer mais comum nas
regiões de Uttar Pradesh e Bihar na Índia. A principal fonte de água destas regiões é
o Rio Ganges, o qual é altamente poluído com pesticidas agrícolas. Num trabalho
realizado com 60 indivíduos doentes destas regiões, descobriu-se que os mesmos
apresentavam altas concentrações biliares dos organoclorados BHC, DDT, Aldrin e
Endossulfan. Foi sugerido que estas substâncias possam estar implicadas na ocorrência
deste tipo de câncer nestes locais (SHUKLA et al., 2001).
Entre 1993 e 1995 foi realizado, em Hong Kong, um monitoramento dos
níveis de pesticidas organoclorados em amostras de leite de vaca. Em várias amostras,
os níveis de DDE e BHC excederam os limites permitidos pelo Coder Committee on
Pesticide Residues. Apesar da China ter proibido o uso destes pesticidas, desde 1983,
os resultados deste trabalho revelam que tais substâncias ainda persistem no meio
ambiente causando contaminação da cadeia alimentar (WONG & LEE, 1997). O
mesmo pôde ser observado recentemente com populações da área urbana e rural de
Portugal. Apesar de neste país o uso de organoclorados ter sido proibido desde 1988,
estas substâncias foram encontradas em níveis bastante elevados no soro sanguíneo de
vários indivíduos (CRUZ et al., 2003).
No Brasil, o problema não é diferente! Recentemente, foram encontrados
resíduos de pesticidas organoclorados persistentes (POPs) em amostras de sangue de
várias pessoas que vivem e trabalham na área urbana do Rio de Janeiro (DELGADO
et al., 2002). Na Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ, uma antiga
fábrica de inseticidas do Ministério da Saúde, desativada na década de 50, abandonou
ao ar livre quantidade elevada de inseticida, que tinha como principal constituinte o
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BHC. O poluente atingiu o solo e a vegetação. Foram encontrados traços de veneno
até na água de coco do local, e escavações comprovaram que o lençol freático também
está contaminado (OLIVEIRA & ADEODATO, 1997). Também no Brasil, estudantes
do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que não
tinham exposição direta a inseticidas organoclorados, tiveram seu sangue analisado,
constatando-se a presença de DDE e BHC (OLIVEIRA et al., 1987). Foram
investigados, também, os níveis de organoclorados em águas e sedimentos da bacia do
Rio Piracicaba, na região central do Estado de São Paulo. Esta região abriga uma
população de aproximadamente 2.960.000 habitantes e abrange cerca de 61 municípios
(CETESB, 2002). A utilização da água nesta região baseia-se em abastecimento público,
recepção de efluentes domésticos e industriais, abastecimento industrial e irrigação
de plantações (CETESB, 1998). Os resultados da investigação revelaram que esta
baciaapresenta alto comprometimento devido à presença significativa de alguns
organoclorados. Nos municípios de Santa Bárbara d‘Oeste, Sumaré e Campinas, por
exemplo, foram encontradas quantidades do fungicida BHC bem acima do limite
estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, que é de 10,0 ng L-1 (DEL GRANDE
& REZENDE, 2003).
Entre 1997 e 1999, foi realizado um estudo sobre a contaminação por
DDT em solos, sedimentos e ovos de aves domésticas em área peridomiciliar de uma
região endêmica de leishmaniose, localizada na cidade do Rio de Janeiro. A última
aplicação conhecida de DDT, nesta área, foi realizada em 1990, com o objetivo de
combater o vetor da leishmaniose. Os resultados desta investigação acusaram
contaminação em todas as matrizes estudadas. No entanto, o resultado mais preocupante
foi aquele que revelou a contaminação dos ovos, os quais são consumidos pela população
local (VIEIRA et al., 2000).
Um estudo realizado pelo nosso grupo (FLORES, 2000), na cidade de
Viçosa, interior de Minas Gerais, revelou a presença dos organoclorados BHC e DDT
em sedimentos do Ribeirão São Bartolomeu. Nas amostras de águas, deste mesmo
ribeirão, encontrou-se a presença de Heptacloro epóxido, Endrin e DDT. Os
organoclorados, encontrados nas águas haviam sido detectados anteriormente em outro
estudo, também realizado pelo nosso grupo, neste mesmo local, porém em níveis
superiores (CHAGAS et al., 1999).
Um relatório escrito pela Secretaria de Saúde de Paulínia-SP, sobre exames
médicos de 181 moradores do bairro Recanto dos Pássaros, contaminado por uma
indústria química, indicou que 86% destes moradores apresentaram pelo menos um
produto tóxico acima dos índices recomendados. De acordo com o documento, os
exames revelaram que quatro pessoas tinham BHC acima dos níveis recomendados,
28 tinham Heptacloro (seis crianças), 20 tinham Aldrin (cinco crianças), sete tinham
Endrin (quatro crianças), duas tinham Endossulfan e 44 tinham DDT (17 crianças).
O relatório apontou, também, incidência de tumores hepáticos e de tireóide, benignos
e malígnos, alterações neurológicas, típicas de exposição aos organoclorados, alto índice
de dermatoses, de rinites alérgicas, disfunções gastrointestinais, pulmonares e
hepáticas. Ainda, segundo o documento, 35% das crianças apresentavam distúrbios
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neurocomportamentais que podem, inclusive, afetar sua capacidade de aprendizado
(GUAIUME, 2001).
VIAS DE ABSORÇÃO PELO ORGANISMO HUMANO
Os pesticidas clorados podem ser introduzidos no organismo através das
vias cutânea, digestiva e respiratória (MARICONI, 1985).
A eficiência da absorção dermal é variável. Os hexaclorocicloexanos,
incluindo o Lindano, e ciclodienos, como Aldrin, Dieldrin, Endrin e Endossulfan, são
eficientemente absorvidos quando em contato com a pele. No entanto, a maior
introdução no organismo de produtos, como o DDT e Dicofol, ocorre através dos
alimentos, principalmente com os que contêm elevada quantidade de gordura. Além
dos alimentos, a absorção dos pesticidas pode ocorrer através da via respiratória, que
absorve as partículas de pó de pesticidas que estejam no ar (FERNÍCOLA, 1985;
CHEREMISINOFF & KING, 1994).
TOXIDADE E SINTOMAS
As intoxicações do homem podem ocorrer de duas formas. Se o organismo
absorve, numa única dose, elevada quantidade de pesticida, ele reage rapidamente,
indicando os sintomas, que podem ser fatais ou permanecer por certo tempo.
Dependendo do produto e da dose introduzida no organismo, o estado clínico pode ser
reversível. Esse tipo de intoxicação é denominado intoxicação aguda. Outra forma de
intoxicação é a crônica, a mais preocupante, pois não tem manifestação imediata e é
resultante do acúmulo gradual do defensivo no organismo, sendo irreversível
(CAVERO, 1976).
Os inseticidas do grupo do DDT agem nos canais de sódio dos insetos,
mantendo-os abertos por um período mais longo. Com isso, ações repetitivas são
desencadeadas, uma vez que ocorre transmissão contínua do impulso nervoso. Os
insetos eventualmente morrem devido a hiperexcitação (ETO, 1990; GUEDES, 1999).
Em aves, a assimilação destes inseticidas provoca diminuição na fertilidade, devido a
alterações no metabolismo do cálcio e inibição da enzima anidrase carbônica, que
atua na formação da casca do ovo, tornando-a fina e quebradiça (PINHEIRO &
MONTEIRO, 1992).
No homem, os organoclorados atuam basicamente no sistema nervoso
central e no sistema de defesa do organismo. Os organoclorados causam sérias lesões
hepáticas e renais. Alguns produtos desse grupo lesam o cérebro, outros os músculos
do coração, a medula óssea, o córtex da supra-renal, o DNA etc. A atividade
estrogênica, estimulando a testosterona e propiciando a puberdade precoce, foi
comprovada para o DDT. Alguns estudos têm evidenciado a atividade imunossupressora
de certos produtos desse grupo e as alterações na conduta dos indivíduos (GUERRA
& SAMPAIO, 1991; PINHEIRO & MONTEIRO, 1992). Casos de câncer em órgãos
do aparelho digestivo, pulmão e rim foram registrados em pessoas contaminadas com
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BHC (OLIVEIRA & ADEODATO, 1997). Estudos, realizados na Califórnia, indicaram
que mulheres com altos níveis de DDE no corpo, possuem um risco quatro vezes maior
de contrair câncer de mama (FALCH et al., 1992; WOLFF et al., 1993).
Os jovens em fase de desenvolvimento são particularmente sensíveis à
exposição aos organoclorados. A exposição pré-natal a organoclorados persistentes,
além de poder prejudicar o sistema reprodutivo, durante a fase de desenvolvimento,
pode causar uma série de outros efeitos adversos à saúde, como: óbito fetal e aborto
espontâneo, diminuição de peso e tamanho do recém-nascido, depressão do sistema
imunológico e redução da resistência óssea (GREENPEACE, 1996).
MEDIDAS POLÍTICAS
É de grande importância o controle rigoroso dos efeitos não intencionais
dos pesticidas sobre diversas formas de vida, incluindo o homem e o meio ambiente.
Em vários países, foram sendo fixados padrões e limites máximos de tolerância desses
resíduos (DORIGATTI, 1987). No início da década de 70, os Estados Unidos, através
da EPA (Environmental Protection Agency), proibiram o uso de alguns organoclorados
como DDT, Aldrin, Heptacloro e Clordano (HODGES, 1977; TURK, 1989). Em
Portugal, no ano de 1988, foram proibidos pela Portaria n° 660/88 os organoclorados
Aldrin, Clordano, Dieldrin, DDT, Endrin, BHC, Heptacloro, Hexaclorobenzeno e
Canfeno clorado (LINO & SILVEIRA, 1990). No Brasil, a comercialização, distribuição
e uso desses produtos foram proibidos em 3 de setembro de 1985 (BRASIL, 1985).
Nos últimos anos, uma série de órgãos internacionais tem se manifestado
a respeito da contaminação com organoclorados. Em 1989, a Conferência Circumpolar
fez um apelo internacional para o controle da contaminação tóxica do Ártico. Em
1992, a Comissão Mista dos Grandes Lagos, formada por cientistas dos Estados Unidos
e Canadá, para tratar da contaminação dos lagos fronteiriços aos dois países,
recomendou a seus governos a eliminação do cloro como matéria-prima industrial.
Neste mesmo ano, a Comissão de Paris, formada por 13 países da região do Atlântico
Norte e da União Européia, concordaram em eliminar as descargas de substâncias
tóxicas, persistentes e biocumulativas, particularmente os organoclorados. No ano
seguinte, em 1993, a Conferência do Mar do Norte, adotou o acordo da Comissão de
Paris, assim como as metas prévias para a redução em 50% de vários organoclorados.
Ainda em 1993, a Convenção de Barcelona, que reuniu 21 nações do Mar Mediterrâneo,
concordou em eliminar a descarga de substâncias tóxicas. Dois anos depois, em 1995,
os países participantes da Conferência do Mar Norte reuniram-se mais uma vez com o
objetivo de fechar um acordo para eliminar a descarga de substâncias perigosas no
mar. No dia 06 de dezembro de 2000 o Greenpeace devolveu, na Argentina, parte do
lixo tóxico para uma indústriaquímica. A ação da organização ambientalista faz parte
da campanha mundial do Greenpeace contra a poluição tóxica. Os resíduos foram
coletados no maior depósito de lixo tóxico do país, localizado num vilarejo com menos
de 100 moradores, na província de Santiago del Estero. Vinte ativistas do Greenpeace,
incluindo voluntários da Argentina e Inglaterra, devolveram o lixo tóxico para a
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indústria, em San Lorenzo, exigindo que a empresa se responsabilizasse pelos resíduos
tóxicos e descontaminasse a área. Análises de laboratório indicaram a presença de
Lindano, DDT, Aldrin, Dieldrin, Clordano e Heptacloro (GREENPEACE, 2000).
Durante uma reunião da UNEP (United Nations Environment
Programme), ocorrida em maio de 2001, em Estocolmo na Suécia, representantes de
90 países, incluindo o Brasil, assinaram a Convenção sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes, que visa proibir a produção e o uso de 12 substâncias orgânicas tóxicas.
Os 12 poluentes, conhecidos também como “dúzia suja” são: Aldrin, Clordano, Mirex,
Diedrin, DDT, Dioxinas, Furanos, Endrin, Heptacloro, BHC e Toxafeno (NASS &
FRANCISCO, 2002).
A Finlândia, um dos poucos países que se preocupa com o meio ambiente,
não tem poupado esforços para minimizar as descargas de produtos nocivos, como os
organoclorados, para o Mar Báltico. Em abril de 2002, o governo finlandês aprovou um
novo programa que visa ao melhoramento do estado atual do Báltico e da sua vida
marinha. Segundo este programa, as emissões de poluentes serão reduzidas à metade
nos próximos 10 a 15 anos. Em maio de 2002, o World Wildlife Fund distinguiu o
governo finlandês pelo seu programa de proteção do Báltico, com o distintivo Gift to
the Earth, que é o mais alto reconhecimento concedido por este fundo internacional
para a conservação da natureza (HALLANARO, 2003).
MEDIDAS TÉCNICAS
Processos físicos, biológicos, oxidativos avançados, eletroquímicos e outros
têm sido estudados, na tentativa de se diminuir os impactos causados por organoclorados
no meio ambiente (FREIRE et al., 2000).
Os processos físicos baseiam-se no tratamento de efluentes industriais,
através da filtração, sedimentação, evaporação etc. Alguns organoclorados podem ser
eliminados, por exemplo, através da retenção dos mesmos em carvão ativado, utilizado
como filtro (STREAT et al., 1995).
Os processos biológicos utilizam microorganismos que possuem a
capacidade de transformar organoclorados em espécies menos tóxicas e posteriormente
em CO2, H2O ou CH4 e H2O. Este tem sido o processo mais utilizado e que apresenta
um custo menor (FREIRE et al., 2000).
Os processos oxidativos avançados são baseados na geração do radical
hidroxila que, através do seu alto poder oxidante, promove a degradação de compostos
poluentes (HIRVONEN et al., 1996; VINODGOPAL et al., 1998). O radical hidroxila
pode ser gerado pelo ozônio, peróxido de hidrogênio (ORMAD et al., 1997), oxalato
de ferro/peróxido de hidrogênio (NOGUEIRA & GUIMARÃES, 2000) e fotocatálise
(ZIOLLI & JARDIM, 1998). Esta última, além do radical hidroxila, pode produzir
radical superóxido e oxigênio singlete que por sua vez atacam poluentes (ZIOLLI &
JARDIM, 1998).
O processo eletroquímico pode oxidar e reduzir compostos organoclorados
(STREAT et al., 1995), utilizando elétrons como reagentes ao invés de compostos
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químicos que podem, também, poluir o meio ambiente (BOUDENNE &
CERCLIER, 1999).
CONCLUSÃO
Pouco adiantou o alerta dado por Rachel Carson, em seu livro “Primavera
Silenciosa”, publicado em 1962, sobre os perigos dos organoclorados. Hoje, estas
substâncias contaminam praticamente todo o planeta, colocando em risco a
sobrevivência de várias espécies e gerando graves problemas de saúde para o homem.
Infelizmente, muitos países ainda permitem a aplicação desmedida destes pesticidas e
mesmo em alguns países, onde estas substâncias estão proibidas, é possível encontrá-
las no mercado clandestino. As medidas, restritivas ou proibitivas, tomadas nas últimas
décadas por vários governos, são um grande passo para se tentar diminuir o impacto
negativo destas substâncias no meio ambiente. No entanto, há muito ainda a se fazer
para que a situação não se agrave ainda mais.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Capes e à FAPEMIG pela realização desta revisão
e pelo financiamento do estudo sobre a contaminação do Ribeirão São Bartolomeu
localizado em Viçosa-MG. Gostaríamos de agradecer, também, ao Departamento de
Química da Universidade Federal de Viçosa, por tornar possível este trabalho.
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ABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOS
ARACELI VERÔNICA FLORES
JOSELITO NARDY RIBEIRO
ANTONIO AUGUSTO NEVES
ELIANA LOPES RIBEIRO DE QUEIROZ
ORGANOCLORADOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
Resumo: A descoberta do poder inseticida do DDT, primeiro inseticida
orgânico sintético, além de render a Paul Mueller o prêmio Nobel de Fisiologia e
Medicina, em 1948, deu início à era dos pesticidas organoclorados. A partir do DDT,
foram surgindo números cada vez maiores de pesticidas. Apesar dos benefícios, o uso
indiscriminado desta classe de substâncias gerou graves problemas ecológicos. Hoje,
estima-se que a porcentagem de seres vivos, vegetais e animais, não contaminados,
seja relativamente baixa. Este artigo de revisão focaliza os graves problemas de
contaminação e saúde gerados pelos organoclorados, bem como a busca de soluções
para minimizar tais problemas.
Palavras -chave: Organoclorados, persistência, contaminação, toxicidade
ORGANOCHLORIDE: A PUBLIC HEALTH PROBLEM
Abstract: The discovery of DDT, the first synthetic organic insecticide,besides giving Paul Mueller, in 1948, the Nobel Prize of Physiology and Medicine,
started the age of organochlorine pesticides. After the appearance of DDT, there has
been an ever increasing number of pesticides available on the market. Despite the
benefits, the indiscriminate use of this substance created serious ecological problems.
Currently it is estimated that the percentage of living beings, vegetables and animals,
that remain uncontaminated, is relatively low. This article focuses on the serious
problem of contamination created by organochlorides, as well as the attemps to solve
these problems.
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