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USP Questões comentadas 25 questões de prova para Residência médica de Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Saúde Coletiva da Universidade de São Paulo SUMÁRIO Como é a residência na USP? ...................3 Questões Clínica Cirúrgica ...............................................4 Clínica Médica ..................................................8 Ginecologia e Obstetrícia ........................ 13 Pediatria................................................................16 Saúde Coletiva ................................................20 Gabarito e comentários Clínica Cirúrgica ............................................23 Clínica Médica ...............................................28 Ginecologia e Obstetrícia .......................35 Pediatria..............................................................40 Saúde Coletiva ...............................................46 Como é a residência na USP? A Universidade de São Paulo – USP – é uma das ins- tituições mais tradicionais que oferece Residência médica no país. Ao todo, são 54 programas de treina- mento em áreas reconhecidas pela Comissão Nacio- nal de Residência médica, com processo seletivo anual, com normas divulgadas em edital público. São 60 horas semanais, com cursos ofertados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Para mais informações, acesse: http://fm.usp.br/coreme/portal/apresentacao Neste e-book apresentamos 25 questões seleciona- das de diversas edições do exame da FMUSP, para você testar seus conhecimentos. Em seguida, confira as mesmas questões respondidas e comentadas, para você verificar seu desempenho e aprimorar seus estudos. 3 http://fm.usp.br/coreme/portal/apresentacao http://fm.usp.br/coreme/portal/apresentacao questões comentadas | usp Clínica Cirúrgica 2019 – FMUSP 1. Mulher, 28 anos de idade, sem antecedente cirúrgico, está reali- zando avaliação pré-anestésica para correção de hérnia inguinal. Relata ao anestesista que não sabe se possui alergia a medica- mentos, mas possui alergia a pêssego, kiwi e mandioca. Qual ou- tro tipo de alergia deve ser investigado antes da realização do procedimento? a) lidocaína b) cetorolaco c) látex cirúrgico d) cefazolina 2015 – FMRP-USP 2. Uma mulher de 50 anos, secretária aposentada, queixa-se de tos- se seca e dor no hemitórax direito iniciadas após quadro gripal com febre que cedeu espontaneamente há 2 semanas. A dor é leve e relacionada a mudanças de postura. Ao interrogatório, rela- tou dispneia aos esforços. Nega hemoptise, emagrecimento e ta- bagismo. Ao exame, apresenta-se em bom estado geral, afebril, eupneica, com frêmito toracovocal e murmúrio vesicular abolidos no terço inferior direito, além de macicez à percussão dessa re- gião e da coluna na mesma altura. 4 clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp Qual seria a conduta mais adequada? a) toracocentese para diagnóstico b) drenagem de tórax “em selo d’água” c) tomografia computadorizada de tórax d) broncoscopia para lavado broncoalveolar 2019 – FMRP-USP 3. A higienização das mãos pelos profissionais da saúde nos serviços de saúde é prática essencial para manter a biossegurança dos próprios profissionais e dos pacientes. Analisando os procedi- mentos e as indicações para higienização das mãos segundo re- comendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), assinale a alternativa correta. a) a OMS recomenda que a lavagem das mãos com água e sabo- nete líquido seja usada preferencialmente, resguardando a aplicação de formulação alcoólica para quando não houver pia no local clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp b) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica se- ja usada preferencialmente como complemento da lavagem das mãos com água e sabonete líquido e não como procedi- mento isolado c) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica seja usada preferencialmente resguardando a lavagem das mãos com água e sabonete líquido para situações especiais, como na presença de sujidade das mãos d) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica ou a lavagem das mãos com água e sabonete líquido sejam usa- das indistintamente, para as mesmas indicações 2019 – FMRP-USP 4. Lactente com dois meses de idade apresenta icterícia e colúria há 1 mês. Há 15 dias com hipocolia fecal intermitente, que se tornou mantida há 10 dias. Mantendo bom estado geral, apetite preserva- do, bom desenvolvimento pôndero-estatural. Foi internado há 1 semana para investigação, sendo realizados os seguintes exames: bilirrubina total = 15 mg/dL, bilirrubina direta = 10 mg/dL, TGP = 120 U/L, TGO = 150 U/L; gamaGT = 500 U/L, fosfatase alcalina = 1000 U/L, hemograma sem alteração, urina rotina sem alteração. Sorologias negativas, pesquisa de erros inatos do metabolismo na urina sem anormalidades. Ultrassom abdominal: fígado com “cordão trian- gular” justa cranial à bifurcação da veia porta. Cintilografia biliar com Tc99m; ausência do radioisótopo no intestino. Realizou bióp- sia hepática por agulha: presença de fibrose periportal, colestase intra-hepatocitária, intensa proliferação de ductos biliares em es- paço portal. Baseando-se na principal hipótese diagnóstica, qual o próximo passo para comprovação diagnóstica? clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp a) tomografia de fígado e vias biliares b) colangiorressonância magnética c) colangiografia intraoperatória d) tubagem duodenal 2019 – FMUSP 5. Mulher, 75 anos de idade, refere dor lombar contínua. A radiografia da coluna é apresentada (Imagem). Qual é a condição apresenta- da pela paciente? a) metástase óssea b) perda trabecular c) hipocalcemia d) reabsorção subperiostal questões comentadas | usp Clínica Médica 2018 – FMRP-USP 6. Uma mulher, de 62 anos, queixa-se de fadiga aos esforços há 3 meses, sem outras queixas. Ao exame físico, observam-se FC = 89 bpm, PA = 100x64 mmHg, ritmo cardíaco regular, desdobramen- to de 2ª bulha, com hiperfonese do componente pulmonar, sopro holossistólico (3+/6+) mais intenso no 4º espaço intercostal junto à borda esternal e aumento da intensidade durante a inspiração. Traçados do pulso venoso jugular: Qual desses traçados é o mais representativo do pulso venoso ju- gular dessa paciente? a) a b) b c) c d) d 8 questões comentadas | usp clínica médica 2019 – FMRP-USP 7. Homem de 58 anos apresentou dor súbita e intensa em face an- terior do tórax irradiada para o pescoço com início há 2 horas e com pouca melhora 1 hora após uso de analgésico oral. Foi sub- metido a cineangiocoronariografia para estratificação de doença arterial coronariana aterosclerótica no dia anterior. Refere ser ta- bagista e hipertenso de longa data e nega outras comorbidades. A radiografia de tórax e o eletrocardiograma feitos na sala de emergência do hospital são demonstrados nas figuras a seguir. A pressão arterial é de 160x110 mmHg, e a frequência cardíaca de 98 bpm. Qual a conduta mais adequada? a) angiotomografia de aorta b) fibrinolítico endovenoso c) cateterismo cardíaco d) ecocardiograma transtorácico questões comentadas | usp clínica médica 2018 – FMUSP 8. Um homem de 52 anos procura o pronto-socorro de Clínica Médi- ca com queixa de palpitação há 30 minutos. Foi levado à Emer- gência, onde foi realizado o seguinte eletrocardiograma: Qual é o diagnóstico eletrocardiográfico? a) taquicardia ventricular b) fibrilação atrial c) taquicardia por reentrada nodal d) flutter atrial questões comentadas | usp clínica médica 2017 – FMUSP 9. Uma paciente de 7 meses, sem antecedentes mórbidos, chega ao pronto-socorro com história de agitação e choro estridente há 3 dias. Não apresenta febre ou outros sintomas, trauma ou uso de medicações. Nasceu de parto vaginal não assistido, porém seu pré- -natal materno não foi realizado. A criança não tem nenhuma ava- liação ou seguimento médicoaté o momento. Ao exame clínico, encontra-se irritada e inconsolável, com as mucosas descoradas (+2/4+), icterícia (2+/4+), propedêutica cardíaca com sopro sistólico suave (2+/6+) no foco mitral, FC = 160 bpm e pressão arterial normal para a idade. Observa-se importante edema não depressível das mãos até a altura dos punhos e dos pés até a região dos tornozelos, com hiperemia e aumento de temperatura local. O restante do exame clínico não apresenta alterações. Para elucidação diagnóstica do caso, deve-se solicitar: a) proteinúria de 24 horas b) eletroforese de hemoglobina c) exame de fundo de olho d) radiografia de ossos longos questões comentadas | usp clínica médica 2019 – FMUSP 10. Mulher, 75 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arte- rial sistêmica apresentou há uma hora quadro de instalação súbi- ta de vertigem, diplopia, desequilíbrio e incoordenação motora. Na admissão, a pressão arterial era 165x105 mmHg, frequência cardíaca variava entre 70 e 100 bpm. Presença de bulhas arrítmi- cas e ausência de sopros. O exame neurológico mostrou sonolên- cia, ataxia cerebelar axial e apendicular à esquerda, oftalmopare- sia internuclear à esquerda, hemihipoestesia completa à direita, hemiparesia direita completa e proporcionada e disartria. O exa- me de tomografia de crânio obtido na emergência foi normal. A pontuação na escala de AVC do NIH foi de 14. O eletrocardiogra- ma mostra fibrilação atrial com boa resposta ventricular. Não há outros antecedentes mórbidos relevantes. Qual deve ser a condu- ta neste momento? a) aspirina b) alteplase c) clopidogrel d) heparina questões comentadas | usp Ginecologia e Obstetrícia 2016 – FMRP-USP 11. Uma paciente de 32 anos, G2P0A2 (abortos com 8 e 12 semanas), refere que deseja investigação dos abortos anteriores e nova ges- tação. Nega doenças ou casos semelhantes na família. Durante investigação, a ultrassonografia evidenciou provável anomalia mülleriana (útero com septo longitudinal parcial de 3 cm). Qual é a melhor conduta para esse caso? a) aguardar novas gestações espontâneas para aumento da cavi- dade uterina b) realizar metroplastia uterina para aumentar a cavidade endometrial c) desestimular nova gestação, pois a possibilidade de novos abortos é alta d) realizar tratamento por técnica de reprodução assistida (fertili- zação in vitro) 13 ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 12. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de ciclos menstruais com in- tervalos longos, acne, pele oleosa e dificuldade em perder peso. Recebe indicação para uso de contraceptivo hormonal oral com- binado e apresenta melhora da acne. Qual efeito do contracepti- vo é associável à melhora da ACNE? a) elevação na aromatização de precursores androgênicos b) efeito contínuo do progestagênio c) redução nos níveis sistêmicos de estradiol (E2) d) aumento da globulina carreadora de hormônio sexual (SHBG) 2010 – FMRP-USP 13. Uma paciente de 25 anos refere ausência de menstruação há 3 anos. No início, houve aumento no intervalo dos ciclos, acompa- nhado de fogachos, e ela refere ciclos regulares anteriormente. Ao exame físico: mamas = M5, pelos = P5. Exame especular: paredes vaginais com pregueamento reduzido, mucosa vaginal e de colo pálidas. Os exames para o diagnóstico e a conduta são: a) dosagem de FSH e cariótipo; terapia hormonal b) dosagem de estradiol e progesterona; terapia hormonal c) ultrassonografia pélvica e dosagem de estradiol; contracepti- vos orais combinados d) dosagem de FSH e biópsia da gônada; contraceptivos orais combinados ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 14. Mulher, 26 anos de idade, inicia o pré-natal na 34ª semana, refe- rindo palpitações, principalmente quando faz exercícios tais co- mo andar um pouco mais rápido ou subir um curto lance de es- cadas, com piora progressiva nas duas últimas semanas. Paciente refere que acorda à noite com falta de ar neste período, principal- mente quando dorme em posição supina. Nega doenças prévias. Refere sedentarismo antes de engravidar. Ao exame clínico apre- senta bom estado geral, corada, hidratada, pressão arterial 120 x 80 mmHg, frequência cardíaca 90 bpm, rítmica, sopro sistólico +/6+ em foco aórtico acessório. Edema de membros inferiores ++/4+. Qual é a principal hipótese diagnóstica? a) insuficiência cardíaca congestiva b) anemia fisiológica da gravidez c) alterações normais da gestação d) estenose aórtica reumática 2019 – FMUSP 15. Gestante com 29 semanas é diagnosticada com pré-eclâmpsia grave, restrição de crescimento fetal, insuficiência placentária grave e centralização fetal, com perfil biofísico fetal10. Qual dos mecanismos abaixo melhor se correlaciona com a fisiopatologia da pré-eclâmpsia grave? a) transformação inadequada do cito para o sinciciotrofoblasto b) invasão inadequada da muscular média das arteríolas espiraladas c) alterações na morfologia do crescimento dos sistemas tambores d) dificuldade de transformação de vilos secundários em terciários questões comentadas | usp Pediatria 2017 – FMRP-USP 16. Uma lactente de 1 mês e 15 dias apresenta quadro de icterícia e aumento do volume abdominal há 20 dias, sem edema, diarreia ou vômito. A mãe não sabe referir sobre acolia ou colúria. Foi in- ternado com 20 dias de vida, por provável infecção urinária. En- contra-se em aleitamento materno exclusivo. A gestação não sofreu intercorrências, com sorologias negativas. Nasceu com PC = 3.395 g, 46 cm, Apgar = 9 e 10. Tem história de óbito de irmã com 2 meses de vida, com icterícia e hepatomegalia. Ao exame, apresenta peso = 4.900 g, comprimento = 48 cm e regular esta- do geral. O abdome é globoso, sem circulação colateral, indolor, com ruídos hidroaéreos positivos, normoativos, e “piparote” posi- tivo. O fígado encontra-se a 6 cm do rebordo costal direito, e a hepatimetria é de 8 cm, de consistência firme. O baço não está palpável. O restante do exame físico está sem alterações. Os exa- mes laboratoriais mostram Hb = 7,9, GB = 10.200, plaquetas = 182 mil, TGO = 302 UI/L, TGP = 298 UI/L, gama-GT = 82 UI/L, fosfatase alcalina = 700 UI/L, bilirrubina total = 13,5, bilirrubina direta = 6,2, proteínas totais = 4,4 g/dL, albumina = 3 g/dL, INR = 1,8; urina roti- na normal teste de Benedict (pesquisa de substância redutora) na urina positivo. A ultrassonografia hepática revela aumento difuso da ecogenicidade do parênquima. Qual é a melhor con- duta para esse lactente? a) tratamento de suporte, administração de vitamina K, polivita- mínicos e correção da anemia com sulfato ferroso b) laparotomia exploradora, colangiografia intraoperatória e por- toenterostomia em Y de Roux (cirurgia de Kasai) 16 questões comentadas | usp pediatria c) tratamento com nitisinona (NTBC) oral, dieta com teor baixo ou ausente de fenilalanina, tirosina e metionina d) suspensão do aleitamento materno, introdução de fórmula de soja e solicitação da dosagem da enzima galactose-1-fosfato uridiltransferase 2019 – FMUSP 17. Um recém-nascido de termo adequado para a idade gestacional, com Apgar de 5, 8 e 9 no primeiro, quinto e décimo minutos de vida, é submetido, com 30 horas de vida, ao teste de triagem car- diológica. A saturação de oxigênio do membro superior direito e do membro inferior esquerdo foram de 94% e 96%, respectiva- mente. Sobre este resultado, podemos afirmar que: a) o teste está alterado, devendo ser repetido em 1 hora e, se per- manecer alterado, indicar ecocardiograma b) o teste está normal, sem necessidade de repetir o exame ou fazer qualquer investigação complementar c) o resultado do teste não pode ser levado em consideração, pois foi realizado antes de 48 horas de vida d) o resultado deve ser desconsiderado, pois foi utilizado o mem- bro inferior contralateral em relação ao membro superior questões comentadas | usp pediatria 2019 – FMRP-USP 18. Paciente vem à Unidade deSaúde para consulta de 1 mês de vida com pediatra. É realizado o teste do reflexo vermelho (TRV). Ba- seando-se na foto, qual o resultado da avaliação e conduta imediata? a) reflexo vermelho duvidoso; seguimento na puericultura em 1 mês b) reflexo vermelho normal; seguimento na puericultura em 1 mês c) reflexo vermelho normal; encaminhar para oftalmologista d) reflexo vermelho duvidoso; encaminhar para oftalmologista questões comentadas | usp pediatria 2019 – FMUSP 19. Qual dos seguintes parâmetros é consistente com um cresci- mento normal nos seis primeiros meses de vida? a) aumentar a altura em 10 cm b) dobrar o peso de nascimento c) aumentar o perímetro cefálico em 0,5 cm por mês d) ganho de peso de 10 gramas por dia 2016 – FMRP-USP 20. Um menino de 13 meses, 11 kg, portador de cardiopatia cianótica, é trazido à sala de urgência com história de ter apresentado qua- dro de irritabilidade, piora de cianose preexistente e síncope. Ao exame físico, apresenta-se torporoso, com saturação de 60% em ar ambiente e sopro sistólico em 2/6 em foco pulmonar. O diag- nóstico mais provável é: a) defeito do septo atrioventricular b) tetralogia de Fallot c) atresia tricúspide sem estenose pulmonar d) transposição das grandes artérias questões comentadas | usp Saúde Coletiva 2019 – FMUSP 21. O setor de saúde brasileiro se organiza em subsistemas com forte interrelação e que atuam com formas de financiamento, normas regulatórias, instituições e carteiras de serviços próprias. Profissio- nais, usuários e instituições transitam entre estes subsistemas, com reflexo na assistência ofertada e consequentemente na efetividade do sistema. Qual a afirmativa correta quanto a estes subsistemas? a) mais de 1/4 de tudo que se gasta em saúde no Brasil é relativo a saúde suplementar, que não recebe subsídio ou apoio estatal. Por este motivo é um subsistema dispendioso e que pela forte regulação da Agência Nacional de Saúde (ANS) é obrigado a cumprir com ações de saúde que seriam de responsabilidade pública, tal como transplantes e tratamentos de alto custo b) o SUS é responsável pela saúde de toda a população brasileira. Se contabilizarmos as pessoas que dependem exclusivamente do SUS (57% da população) podemos afirmar que se trata de um sistema com financiamento adequado (principalmente se comparado a países com sistemas universais de saúde) e que só não obtém melhores resultados por problemas de gestão c) contabilizando a renúncia fiscal concedida às operadoras de saúde e o gasto público relativo à compra de planos privados para servidores de estatais, nota-se um forte componente de subsídios públicos aplicados ao setor privado. Esta relação se intensifica se considerarmos a compra de serviços privados pa- ra complementaridade do SUS e a gestão de unidades públi- cas de prestação de serviço por entes privados 20 saúde coletivaquestões comentadas | usp d) o Subsistema público brasileiro, segundo suas normas regula- tórias (Lei 8080), deve ser composto por unidades estatais, ge- ridas pelos governos sub-nacionais, sem qualquer tipo de vin- culação com setor privado, financiado por impostos e acessível a todo e qualquer brasileiro sem diferenciação de raça, cor, classe social ou religião (princípio de universalidade) 2018 – FMUSP 22. A Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu para impor um maior controle sobre os gastos públicos. Ela instituiu um teto de gastos para pagamento de pessoal em todas as esferas de governo, in- cluindo a saúde. Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta um dos efeitos gerados pela Lei de Responsabilidade Fiscal para o setor saúde? a) uma retração na abertura de novas unidades de saúde no Sis- tema Único de Saúde, reflexo da incompatibilidade da Lei com as demandas sociais crescentes b) a ampliação de entes privados (como as Organizações Sociais) na gestão de serviços públicos, evitando gasto direto em pes- soal acima do teto constitucional c) um grande aumento nos programas de demissão voluntária em todo o país, que determinou o fechamento de muitas Uni- dades Básicas de Saúde d) a ampliação das autarquias municipais em larga escala, au- mentando a proporção de contratos regidos pela CLT (sem estabilidade empregatícia), reduzindo os custos saúde coletivaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 23. Qual é a consequência imediata do início de programa de ras- treamento de câncer de colo de útero, num determinado município? a) aumento da incidência b) aumento da letalidade c) aumento do coeficiente de mortalidade d) aumento da mortalidade geral 2019 – FMUSP 24. Qual das estratégias pode ser utilizada para controlar fatores de confusão num estudo epidemiológico transversal? a) aleatorização b) estratificação c) emparelhamento d) cegamento 2019 – FMUSP 25. Qual das características apresentadas é compatível com a reali- zação de um teste diagnóstico num cenário de rastreamento populacional? a) baixa sensibilidade b) alta probabilidade pré-teste c) baixo valor preditivo positivo d) alta especificidade questões comentadas | usp Gabarito e comentários 2019 – FMUSP 1. Mulher, 28 anos de idade, sem antecedente cirúrgico, está reali- zando avaliação pré-anestésica para correção de hérnia inguinal. Relata ao anestesista que não sabe se possui alergia a medica- mentos, mas possui alergia a pêssego, kiwi e mandioca. Qual ou- tro tipo de alergia deve ser investigado antes da realização do procedimento? a) lidocaína Alternativa incorreta. Lidocaína é um anestésico local, um antiarrítmico de classe I, não tendo correlação com alergia a proteínas desses alimentos. b) cetorolaco Alternativa incorreta. Cetorolaco é usado como anti-inflamatório não es- teroidal, além de apresentar potente ação analgésica. Também não há correlação com tais alimentos. c) látex cirúrgico Alternativa correta. O látex da borracha tem mais de 150 substâncias de reconhecido potencial alergênico. Em alguns indivíduos, pode causar até anafilaxia. Alguns antígenos são compartilhados com algumas frutas, como kiwi, abacate e mamão. Por isso, tal menção no enunciado. d) cefazolina Alternativa incorreta. Cefazolina é uma cefalosporina de primeira geração. A pergunta nesse caso seria se o paciente tem alergia a betalactâmicos. 23 clínica cirúrgica clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp 2015 – FMRP-USP 2. Uma mulher de 50 anos, secretária aposentada, queixa-se de tos- se seca e dor no hemitórax direito iniciadas após quadro gripal com febre que cedeu espontaneamente há 2 semanas. A dor é leve e relacionada a mudanças de postura. Ao interrogatório, rela- tou dispneia aos esforços. Nega hemoptise, emagrecimento e ta- bagismo. Ao exame, apresenta-se em bom estado geral, afebril, eupneica, com frêmito toracovocal e murmúrio vesicular abolidos no terço inferior direito, além de macicez à percussão dessa re- gião e da coluna na mesma altura. Qual seria a conduta mais adequada? a) toracocentese para diagnóstico Correta. Trata-se de provável derrame pleural parapneumônico. A condu- ta, nesse caso, é a toracocentese diagnóstica para confirmar (ou refutar) a hipótese diagnóstica. b) drenagem de tórax “em selo d’água” Incorreta. Ainda não está caracterizado empiema, portanto ainda não há indicação de drenagem pleural. c) tomografia computadorizada de tórax Incorreta. Ainda que a tomografia possa quantificar melhor o derrame, dificil- mente ela fornecerá alguma informação nova quanto à etiologia do quadro. d) broncoscopia para lavado broncoalveolar Incorreta. O derrame pleural não pode ser avaliado pelo lavado broncoalveolar. clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp 2019 – FMRP-USP 3. A higienização das mãos pelos profissionais da saúde nos serviços de saúde é prática essencial para manter a biossegurança dos próprios profissionais e dos pacientes. Analisando os procedi- mentos e as indicações para higienização das mãos segundo re- comendações da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), assinale a alternativa correta. a) a OMS recomenda que a lavagem das mãos com água e sabonete líquido seja usada preferencialmente, resguardando a aplicação de formulação alcoólica para quando não houver pia no local Incorreta. A lavagem das mãos deve ser indicada quando elas estiverem visivelmente sujas. Se não estão sujas, o álcool-gel se equivale a lavagem. b) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica se- ja usada preferencialmente como complemento da lavagem das mãos com água e sabonete líquido e não como procedi- mento isolado Incorreta. Não há necessidade de aplicar como complemento. c) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica seja usada preferencialmente resguardando a lavagem das mãos com água e sabonete líquido para situações especiais, como na presença de sujidade das mãos Correta. Se não há sujidade aparente, o uso de álcool em gel é suficiente. Caso haja sujeira evidente, a lavagem de mãos com água e sabonete lí- quido terá que ser realizada. d) a OMS recomenda que a aplicação de formulação alcoólica ou a lavagem das mãos com água e sabonete líquido sejam usa- das indistintamente, para as mesmas indicações Incorreta. O uso depende da situação. Se não houver sujeira evidente, álcool gel está indicado. clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp 2019 – FMRP-USP 4. Lactente com dois meses de idade apresenta icterícia e colúria há 1 mês. Há 15 dias com hipocolia fecal intermitente, que se tor- nou mantida há 10 dias. Mantendo bom estado geral, apetite preservado, bom desenvolvimento pôndero-estatural. Foi inter- nado há 1 semana para investigação, sendo realizados os seguin- tes exames: bilirrubina total = 15 mg/dL, bilirrubina direta = 10 mg/dL, TGP = 120 U/L, TGO = 150 U/L; gamaGT = 500 U/L, fosfatase alcalina = 1000 U/L, hemograma sem alteração, urina rotina sem alteração. Sorologias negativas, pesquisa de erros inatos do me- tabolismo na urina sem anormalidades. Ultrassom abdominal: f ígado com “cordão triangular” justa cranial à bifurcação da veia porta. Cintilografia biliar com Tc99m; ausência do radioisótopo no intestino. Realizou biópsia hepática por agulha: presença de fibrose periportal, colestase intra-hepatocitária, intensa prolife- ração de ductos biliares em espaço portal. Baseando-se na prin- cipal hipótese diagnóstica, qual o próximo passo para compro- vação diagnóstica? a) tomografia de fígado e vias biliares Incorreta: O caso apresentado nos mostra um quadro de síndrome coles- tática persistente do RN, dentre os diagnósticos diferenciais devemos lançar mão da atresia de via biliar. Após a realização do laboratorial e ul- trassonografia (USG), que seria o primeiro exame de imagem, se houver achados sugestivos, devemos partir logo para o procedimento cirúrgico, e não pedir outro exame de imagem. b) colangiorressonância magnética Incorreta: Como já especificado anteriormente, apenas o laboratorial e o USG com sinais sugestivos, “ fígado com cordão triangular” , já nos auto- rizam a realização do procedimento cirúrgico. clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp c) colangiografia intraoperatória Correta: A especificidade do achado ultrassonográfico do sinal do cordão triangular, que consiste em uma massa fibrosa triangular na porção do por- ta hepatis, é elevadíssima. Diante disso o próximo passo é a confirmação, que se dá pelo procedimento cirúrgico, a colangiografia intraoperatória. d) tubagem duodenal Incorreta: não haveria a necessidade, visto a especificidade da USG. 2019 – FMUSP 5. Mulher, 75 anos de idade, refere dor lombar contínua. A radiografia da coluna é apresentada (Imagem). Qual é a condição apresenta- da pela paciente? a) metástase óssea Esta alternativa está incorreta. Metástases ósseas nos mostrariam outros achados à radiografia, como a evidência de lesões líticas ou blásticas b) perda trabecular Esta alternativa está correta. Analisando a questão, percebemos que o caso se refere à uma paciente idosa com dor lombar submetida à exame de imagem para investigação diagnóstica. Antes da avaliação da imagem, devemos pensar em condições que são mais prevalentes na população idosa do sexo feminino que cursam com lombalgia como a a artrose e a osteoporose. Avaliando a radiografia, percebemos que a paciente acima possui rarefação óssea com perda do osso trabecular, além de uma ima- gem compatível com fratura da coluna lombar, achados que correspon- clínica cirúrgicaquestões comentadas | usp dem a alterações relacionadas à osteoporose, patologia frequente nas mulheres no período da pós-menopausa devido ao hipoestrogenismo. c) hipocalcemia Esta alternativa está incorreta. Hipocalcemia é uma condição evidencia- da em exames laboratoriais, apesar de ter relação com a osteoporose. d) reabsorção subperiostal Esta alternativa está incorreta. Reabsorção subperiosteal são achados re- lacionados ao hiperparatireoidismo, não correspondendo ao quadro clíni- co apresentado. 2018 – FMRP-USP 6. Uma mulher, de 62 anos, queixa-se de fadiga aos esforços há 3 meses, sem outras queixas. Ao exame físico, observam-se FC = 89 bpm, PA = 100x64 mmHg, ritmo cardíaco regular, desdobramen- to de 2ª bulha, com hiperfonese do componente pulmonar, sopro holossistólico (3+/6+) mais intenso no 4º espaço intercostal junto à borda esternal e aumento da intensidade durante a inspiração. Traçados do pulso venoso jugular: Qual desses traçados é o mais representativo do pulso venoso ju- gular desse paciente? clínica médica questões comentadas | usp clínica médica a) a Incorreto. Essa é a curva de um pulso venoso normal. b) b Correto. Para a resolução desta questão, deve-se identificar que o sopro é sugestivo de insuficiência tricúspide. O sopro é holossistólico, mais intenso no quarto espaço intercostal próximo ao esterno (foco tricúspide) e apre- senta desdobramento de B2 com hiperfonese do componente pulmonar que evidencia o hiperfluxo do lado direito do coração causado pela insufi- ciência tricúspide e que aumenta ainda mais durante a inspiração. Além disso, deve-se saber avaliar as fases do pulso venoso jugular: imediatamen- te antes da sístole ventricular (antes do QRS), ocorre a sístole atrial, ocasio- nando a onda A. No início da sístole, com a contração do ventrículo (início do QRS), ocorre o pulso carotídeo, que por sua estreita relação com o siste- ma jugular, ocasiona a onda C no pulso jugular. A contração ventricular ocasiona a descida dos átrios e uma queda da pressão venosa central, le- vando ao descenso X da curva do pulso venoso (fim do QRS). Na fase de relaxamento do coração (durante a onda T), com as válvulas fechadas, o enchimento do átrio direito, eleva a pressão venosa central que é transmi- tida para as jugulares, sendo percebida como onda V (após o QRS). Com a abertura da valva tricúspide (antes da onda P de contração atrial) e a saída do sangue dos átrios para os ventrículos, na fase inicial da diástole, a pres- são venosa central volta a cair e observa-se o descenso Y. Nesta alternativa, observa-se a curva de pulso venoso com onda V gigante (onda do enchi- mento atrial) que ocorre na insuficiência tricúspide, pois além de receber o sangue vindo das veias cavas, o átrio também recebe o sangue de regurgi- tação tricúspide durante a contração ventricular. c) c Incorreto. Nesta curva observa-se onda A gigante, (a onda da contração atrial) que ocorre devido ao aumento da pressão diastólica do ventrículo, por exemplo na hipertensão arterial pulmonar, estenose tricúspide ou estenose pulmonar. d) d Incorreto. Observa-se descenso Y profundo que ocorre na pericardite constritiva. Nessa patologia, o enchimento ventricular ocorre de maneira questões comentadas | usp clínica médica abrupta, levando à uma “sucção” do volume sanguíneo presente no AD na fase de enchimento rápido. Contudo, pela restrição mecânica, esse ventrículo não consegue mais acomodar volume, de modo que o colapso “y” volta rapidamentepara a linha de base. 2019 – FMRP-USP 7. Homem de 58 anos apresentou dor súbita e intensa em face an- terior do tórax irradiada para o pescoço com início há 2 horas e com pouca melhora 1 hora após uso de analgésico oral. Foi sub- metido a cineangiocoronariografia para estratificação de doença arterial coronariana aterosclerótica no dia anterior. Refere ser ta- bagista e hipertenso de longa data e nega outras comorbidades. A radiografia de tórax e o eletrocardiograma feitos na sala de emergência do hospital são demonstrados nas figuras a seguir. A pressão arterial é de 160x110mmHg, e a frequência cardíaca de 98 bpm. Qual a conduta mais adequada? a) angiotomografia de aorta Correta. Dor torácica intensa e de início súbito (pico da dor logo no início dos sintomas) sempre sugere o diagnóstico de Dissecção Aguda da Aorta (DAA). Esta dor também costuma ser descrita como “rasgante, cortante ou lascinante”. A Hipertensão Arterial Sistêmica é o principal fator predis- ponente para este tipo de emergência e, além de na história clínica o paciente ter citado esta comorbidade, o ECG evidencia padrão strain em derivações precordiais, sugerindo sobrecarga ventricular esquerda (hi- questões comentadas | usp clínica médica pertrofia de VE) secundário a HAS de longa data. A radiogradia de tórax evidencia alargamento de mediastiano e aumento da área cardíaca, po- dendo estar relacionado a derrame pericárdico associado. Portanto, a angiotomografia de aorta seria o exame mais indicado pois possui alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de DAA. b) fibrinolítico endovenoso Incorreta. O tratamento com fibrinolítico está indicado no casos de IAM com supradesnivelamento de segmento ST. Neste caso, a dor geralmente é pro- gressiva se tornando cada vez mais intensa e o ECG deve apresentar supra- desnivelamento maior ou igual a 1,0 mm no segmento ST (medido no ponto J) em duas ou mais derivações contíguas, sendo que em V2 e V3 esta eleva- ção deve ser maior ou igual a 2,0 mm se homem com mais de 40 anos. c) cateterismo cardíaco Incorreta. Na história clínica do caso é citado que no dia anterior o pacien- te já havia sido submetido à cineangiocoronariografia (cateterismo car- díaco) no dia anterior e, portanto, sua anatomia coronariana já fora recen- temente estudada, o que inclusive ajuda a excluir o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio se coronárias normais. d) ecocardiograma transtorácico Incorreta. O ecocardiograma pode apresentar alterações indiretas e suges- tivas de dissecção aguda de aorta, como dilatação da aorta ascendente, insuficiência da valva aórtica e o derrame pericárdico. Entretanto, possui sensibilidade mais baixa que a angiotomografia para este diagnóstico (75% para dissecção do tipo A e apenas 40% para dissecção do tipo B). 2018 – FMUSP 8. Um homem de 52 anos procura o pronto-socorro de Clínica Médi- ca com queixa de palpitação há 30 minutos. Foi levado à Emer- gência, onde foi realizado o seguinte eletrocardiograma: questões comentadas | usp clínica médica Qual é o diagnóstico eletrocardiográfico? a) taquicardia ventricular Veja o comentário geral na alternativa correta. b) fibrilação atrial Veja o comentário geral na alternativa correta. c) taquicardia por reentrada nodal Correta. O eletrocardiograma mostra uma taquicardia regular de QRS estreito, com uma frequência cardíaca alta (em torno de 160 bpm) com inscrição no final do complexo QRS de um “pseudo R”, principalmente em V1. Esse padrão indica o diagnóstico de taquicardia por reentrada no- dal. Admite-se que o mecanismo responsável pela arritmia seja a reentra- da, que acontece entre 2 vias funcionais (uma rápida e uma lenta) de condução atrioventricular. O diagnóstico é baseado no quadro clínico e no registro do eletrocardiograma durante as crises. O tratamento de es- colha para a maioria dos pacientes com taquicardia por reentrada nodal é a realização de radiofrequência, tendo como alvo a via lenta, que faz parte do circuito da arritmia. d) flutter atrial Veja o comentário geral na alternativa correta. 2017 – FMUSP 9. Uma paciente de 7 meses, sem antecedentes mórbidos, chega ao pronto-socorro com história de agitação e choro estridente há 3 dias. Não apresenta febre ou outros sintomas, trauma ou uso de medicações. Nasceu de parto vaginal não assistido, porém seu pré- -natal materno não foi realizado. A criança não tem nenhuma ava- liação ou seguimento médico até o momento. Ao exame clínico, encontra-se irritada e inconsolável, com as mucosas descoradas (+2/4+), icterícia (2+/4+), propedêutica cardíaca com sopro sistólico suave (2+/6+) no foco mitral, FC = 160 bpm e pressão arterial normal questões comentadas | usp clínica médica para a idade. Observa-se importante edema não depressível das mãos até a altura dos punhos e dos pés até a região dos tornozelos, com hiperemia e aumento de temperatura local. O restante do exame clínico não apresenta alterações. Para elucidação diagnóstica do caso, deve-se solicitar: a) proteinúria de 24 horas Incorreta. A proteinúria de 24 horas é útil para o diagnóstico de síndrome nefrótica que poderia estar relacionada com a presença de edema, po- rém neste caso o inchaço seria inicialmente nas pálpebras e membros inferiores e depois se tornaria generalizado. Também não há icterícia. b) eletroforese de hemoglobina Correta. A figura corresponde a um quadro de dactilite (síndrome mão-pé). Em uma paciente pediátrica, sem histórico de pré-natal, negra, com dacti- lite, anemia e edema de membros, deve-se pensar em anemia falciforme. Inicia-se no 1º ano de vida, quando caem os níveis de hemoglobina fetal (perda do fator protetor, pois tem alta afinidade pelo oxigênio), com conse- quente anemia hemolítica crônica e esplenomegalia (primeiros anos de vida). O quadro clínico é amplo, e a manifestação mais característica é de crise álgica ou vaso-oclusiva, que leva a quadros isquêmicos difusos, com intensa dor e, eventualmente, febre baixa. A dactilite ocorre por vaso-oclu- são. O diagnóstico se faz pela eletroforese de hemoglobina, que revela ní- veis de HbS entre 85 e 98% nos indivíduos SS, além de ausência de HbA1. c) exame de fundo de olho Incorreta. O exame de fundo de olho pode mostrar alterações na retina, sem, contudo, fornecer o diagnóstico etiológico. A suspeita é de anemia falciforme, visto que a dactilite muitas vezes é a primeira manifestação. A eletroforese de hemoglobina pode confirmar o diagnóstico. questões comentadas | usp clínica médica d) radiografia de ossos longos Incorreta. Paciente com suspeita de anemia falciforme sem indicação de radiografia de ossos longos e sim de eletroforese de hemoglobina. A ra- diografia de ossos longos é solicitada na suspeita de sífilis congênita. 2019 – FMUSP 10. Mulher, 75 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arte- rial sistêmica apresentou há uma hora quadro de instalação súbi- ta de vertigem, diplopia, desequilíbrio e incoordenação motora. Na admissão, a pressão arterial era 165x105 mmHg, frequência cardíaca variava entre 70 e 100 bpm. Presença de bulhas arrítmi- cas e ausência de sopros. O exame neurológico mostrou sonolên- cia, ataxia cerebelar axial e apendicular à esquerda, oftalmopare- sia internuclear à esquerda, hemihipoestesia completa à direita, hemiparesia direita completa e proporcionada e disartria. O exa- me de tomografia de crânio obtido na emergência foi normal. A pontuação na escala de AVC do NIH foi de 14. O eletrocardiogra- ma mostra fibrilação atrial com boa resposta ventricular. Não há outros antecedentes mórbidos relevantes. Qual deve ser a condu- ta neste momento? a) aspirina Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. O uso de antia- gregantes plaquetários na fase aguda do acidente vascular isquêmico deve ocorrer nos casos em que há contraindicação para trombólise. Após trombólise, deve-se aguardar 24 horas para o início da antiagregação. b) alteplase Correta.A alteplase corresponde a um trombolitico (fator de ativação do plasminôgenio tecidual). A paciente apresenta critêrios de inclusão para trombólise venosa (AVC isquêmico em qualquer território encefálico; pos- sibilidade de se iniciar a infusão do rt-PA dentro de 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas; tomografia computadorizada do crânio ou ressonân- questões comentadas | usp clínica médica cia magnética sem evidência de hemorragia; idade superior a 18 anos). A paciente não apresenta contra-indicações para trombólise (uso de anti- coagulantes com RNI > 1,7; uso de heparina nas últimas 48 horas com TTPa elevado; AVC isquêmico ou traumatismo crânio-encefálico grave nos últi- mos 3 meses; história pregressa de alguma forma de hemorragia intracra- niana ou de malformação vascular cerebral; TC de crânio com hipodensi- dade precoce igual ou maior do que um terço do território da artéria cerebral média; PA sistólica 185 mmHg ou PA diastólica 110 mmHg – em 3 ocasiões, com 10 minutos de intervalo – refratária ao tratamento antihi- pertensivo; melhora rápida e completa dos sinais e sintomas no período anterior ao início da trombólise; déficits neurológicos leves sem repercus- são funcional significativa; cirurgia de grande porte ou procedimento inva- sivo dentro das últimas 2 semanas; hemorragia geniturinária ou gastroin- testinal nas últimas 3 semanas; punção arterial em local não compressível na última semana; plaquetas < 100000/mm3; glicemia < 50 mg/dl; evidên- cia de endocardite ou êmbolo séptico). c) clopidogrel Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. O uso de antia- gregantes plaquetários na fase aguda do acidente vascular isquêmico deve ocorrer nos casos em que há contraindicação para trombólise. Após trombólise, deve-se aguardar 24 horas para o início da antiagregação. d) heparina Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. A heparina em dose plena em geral não esta indicada na fase aguda do acidente vascu- lar isquêmico. A heparina profilática pode ser iniciada 24 horas após trombólise. 2016 – FMRP-USP 11. Uma paciente de 32 anos, G2P0A2 (abortos com 8 e 12 semanas), refere que deseja investigação dos abortos anteriores e nova ges- tação. Nega doenças ou casos semelhantes na família. Durante investigação, a ultrassonografia evidenciou provável anomalia ginecologia e obstetrícia ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp mülleriana (útero com septo longitudinal parcial de 3 cm). Qual é a melhor conduta para esse caso? a) aguardar novas gestações espontâneas para aumento da cavi- dade uterina Incorreta. O útero septado tem redução da vascularização no local do septo, dificultando a nidação e o desenvolvimento placentário, redução do volume cavitário e possível associação a incompetência istmocervical. Assim, caso a paciente engravide novamente, há risco de nova perda ges- tacional. É necessária a correção cirúrgica do septo antes de nova gestação. b) realizar metroplastia uterina para aumentar a cavidade endometrial Correta. Como comentado na alternativa “a”, o útero septado cursa com dificuldade de nidação, redução do volume da cavidade uterina (endo- metrial) e possível incompetência istmocervical. Assim, é mandatória a correção cirúrgica do septo longitudinal parcial uterino antes de novas gestações (metroplastia uterina). A septoplastia pode ser realizada pela via abdominal ou histeroscópica, sendo esta minimamente invasiva e com menor morbidade para a paciente e o seu útero. c) desestimular nova gestação, pois a possibilidade de novos abortos é alta Incorreta. Como a possibilidade de novos abortos é elevada, deve-se rea- lizar a correção cirúrgica do septo longitudinal parcial uterino antes de novas gestações. Não se devem desestimular novas gestações, e sim es- timular a correção cirúrgica da anomalia. d) realizar tratamento por técnica de reprodução assistida (fertili- zação in vitro) Incorreta. A técnica de reprodução assistida não resolverá o problema porque a alteração se dá na cavidade uterina com redução da vasculari- zação uterina no local do septo, dificultando a nidação e a redução do volume cavitário uterino. ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 12. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de ciclos menstruais com in- tervalos longos, acne, pele oleosa e dificuldade em perder peso. Recebe indicação para uso de contraceptivo hormonal oral com- binado e apresenta melhora da acne. Qual efeito do contracepti- vo é associável à melhora da ACNE? a) elevação na aromatização de precursores androgênicos Alternativa incorreta. Não há elevação da conversão de androgênios em estrogênios pelos anticoncepcionais orais (ACO). b) efeito contínuo do progestagênio Alternativa incorreta. Embora o progestagênio, nos seus diferentes tipos, atue em diferentes níveis para prevenir a produção de testosterona, bio- disponibilidade ou conversão em di-hidrotestosterona, não é seu efeito contínuo que justifica a melhora da acne, e sim sua ação em cada um dos mecanismos descritos anteriormente. c) redução nos níveis sistêmicos de estradiol (E2) Alternativa incorreta. Os mecanismos de melhora dos sintomas da acne foram descritos anteriormente e os níveis de E2 não têm relação direta com eles. d) aumento da globulina carreadora de hormônio sexual (SHBG) Alternativa correta. Um dos mecanismos de ação relacionados à melhora da acne é a diminuição da biodisponibilidade da testosterona pelo au- mento da SHBG, que se ligará com a testosterona, diminuindo sua fração livre no sangue. 2010 – FMRP-USP 13. Uma paciente de 25 anos refere ausência de menstruação há 3 anos. No início, houve aumento no intervalo dos ciclos, acompa- nhado de fogachos, e ela refere ciclos regulares anteriormente. Ao exame físico: mamas = M5, pelos = P5. Exame especular: paredes ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp vaginais com pregueamento reduzido, mucosa vaginal e de colo pálidas. Os exames para o diagnóstico e a conduta são: a) dosagem de FSH e cariótipo; terapia hormonal Correta. Aparentemente, há sinais clínicos de hipoestrogenismo (redução do pregueamento mucoso vaginal, palidez de mucosa ou colo). A princi- pal etiologia para explicar o processo é a falência ovariana prematura ou menopausa precoce, cujo diagnóstico é firmado por meio da dosagem de hormônio folículo-estimulante acima de 40 mU/mL. Como a paciente é muito jovem e seu quadro se iniciou aos 22 anos, é importante a pesqui- sa do cariótipo para afastar mosaicismos e anomalias ligadas ao braço curto ou longo do cromossomo X, também relacionados à falência ovaria- na precoce. O tratamento é a terapia hormonal de reposição, sempre in- dicada em casos de menopausa precoce para evitar os prejuízos da falên- cia ovariana prematura. b) dosagem de estradiol e progesterona; terapia hormonal Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. c) ultrassonografia pélvica e dosagem de estradiol; contracepti- vos orais combinados Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. d) dosagem de FSH e biópsia da gônada; contraceptivos orais combinados Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. 2019 – FMUSP 14. Mulher, 26 anos de idade, inicia o pré-natal na 34ª semana, refe- rindo palpitações, principalmente quando faz exercícios tais co- mo andar um pouco mais rápido ou subir um curto lance de es- cadas, com piora progressiva nas duas últimas semanas. Paciente refere que acorda à noite com falta de ar neste período, principal- ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp mente quando dorme em posição supina. Nega doenças prévias. Refere sedentarismo antes de engravidar. Ao exame clínico apre- senta bom estado geral, corada, hidratada, pressão arterial 120 x 80 mmHg, frequência cardíaca 90 bpm, rítmica, sopro sistólico +/6+ em foco aórtico acessório. Edema de membros inferiores ++/4+. Qual é a principal hipótese diagnóstica? a) insuficiênciacardíaca congestiva Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. b) anemia fisiológica da gravidez Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. c) alterações normais da gestação Correta. Na gestação o débito cardíaco aumenta, a princípio rapidamen- te, depois de forma mais lenta, atingindo seu máximo antes da 20ª sema- na. Esse aumento na frequência e no débito cardíaco contribui para a elevação de 30 a 40% no rendimento cardíaco (volume/minuto). Notam- -se, ao exame físico, desdobramento da 1ª bulha e sopro sistólico paraes- ternal em 90% dos casos, decorrente da hipercinesia própria da gravidez. O útero aumentado comprime a veia cava inferior, dificultando o retorno venoso e aumentando a pressão venosa nos membros inferiores. Isso pode acarretar o aparecimento de edemas e varizes nesses membros. d) estenose aórtica reumática Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. 2019 – FMUSP 15. Gestante com 29 semanas é diagnosticada com pré-eclâmpsia grave, restrição de crescimento fetal, insuficiência placentária grave e centralização fetal, com perfil biofísico fetal10. Qual dos mecanismos abaixo melhor se correlaciona com a fisiopatologia da pré-eclâmpsia grave? ginecologia e obstetríciaquestões comentadas | usp a) transformação inadequada do cito para o sinciciotrofoblasto Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. b) invasão inadequada da muscular média das arteríolas espiraladas Correta. Na gestante com pré-eclâmpsia, a invasão do tecido trofoblásti- co nas artérias espiraladas é incompleta ou mesmo ausente, e, conse- quentemente, não há vasodilatação sistêmica. Simultaneamente, a do- minância da ação das prostaglandinas não se desenvolve, e, como consequência, há queda dos níveis de PGI2 na circulação materna e au- mento da ação do TXA2, resultando em aumento da reatividade vascular. A expansão do volume plasmático, que deve ultrapassar 50% na gestante normal, é menor ou inexistente nas gestantes com pré-eclâmpsia. O nú- mero de glóbulos vermelhos não se altera, e, consequentemente, o he- matócrito é elevado. O débito cardíaco, quando comparado ao da gestan- te normal, é aumentado, normal ou diminuído. A resistência vascular periférica está aumentada, e medidas de fluxo de vários órgãos mostram diminuição de perfusão. Os achados hemodinâmicos na pré-eclâmpsia demonstram baixo volume, alta pressão e alta resistência, ao contrário da gestante normal. c) alterações na morfologia do crescimento dos sistemas tambores Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. d) dificuldade de transformação de vilos secundários em terciários Incorreta. Veja o comentário geral na alternativa correta. 2017 – FMRP-USP 16. Uma lactente de 1 mês e 15 dias apresenta quadro de icterícia e aumento do volume abdominal há 20 dias, sem edema, diarreia ou vômito. A mãe não sabe referir sobre acolia ou colúria. Foi in- ternado com 20 dias de vida, por provável infecção urinária. En- contra-se em aleitamento materno exclusivo. A gestação não sofreu intercorrências, com sorologias negativas. Nasceu com pediatria questões comentadas | usp pediatria PC = 3.395 g, 46 cm, Apgar = 9 e 10. Tem história de óbito de irmã com 2 meses de vida, com icterícia e hepatomegalia. Ao exame, apresenta peso = 4.900 g, comprimento = 48 cm e regular esta- do geral. O abdome é globoso, sem circulação colateral, indolor, com ruídos hidroaéreos positivos, normoativos, e “piparote” po- sitivo. O fígado encontra-se a 6 cm do rebordo costal direito, e a hepatimetria é de 8 cm, de consistência firme. O baço não está palpável. O restante do exame físico está sem alterações. Os exa- mes laboratoriais mostram Hb = 7,9, GB = 10.200, plaquetas = 182 mil, TGO = 302 UI/L, TGP = 298 UI/L, gama-GT = 82 UI/L, fosfatase alcalina = 700 UI/L, bilirrubina total = 13,5, bilirrubina direta = 6,2, proteínas totais = 4,4 g/dL, albumina = 3 g/dL, INR = 1,8; urina ro- tina normal teste de Benedict (pesquisa de substância reduto- ra) na urina positivo. A ultrassonografia hepática revela aumen- to difuso da ecogenicidade do parênquima. Qual é a melhor conduta para esse lactente? a) tratamento de suporte, administração de vitamina K, polivita- mínicos e correção da anemia com sulfato ferroso Incorreta. As medidas referidas são todas indicadas, no entanto, neste momento, é necessário iniciar investigação para o diagnóstico do possí- vel erro inato do metabolismo que acomete a lactente. b) laparotomia exploradora, colangiografia intraoperatória e por- toenterostomia em Y de Roux (cirurgia de Kasai) Incorreta. Esta alternativa corresponde à possibilidade de atresia de vias biliares (AVB), que se manifesta clinicamente com icterícia, colúria e aco- lia fecal. A cirurgia de Kasai é realizada a pacientes com AVB para manter a drenagem da bile para o intestino, transpassando os ductos ocluídos. Para fazer o diagnóstico de AVB, é necessário realizar biópsia hepática, que pode ser feita guiada por ultrassonografia e, a partir daí, indicar o tratamento cirúrgico. Na maioria dos casos, o paciente não se apresenta com comprometimento do estado geral, e a pesquisa de substâncias re- dutoras na urina é negativa. questões comentadas | usp pediatria c) tratamento com nitisinona (NTBC) oral, dieta com teor baixo ou ausente de fenilalanina, tirosina e metionina Incorreta. O quadro clínico apresentado poderia sugerir tirosinemia here- ditária tipo 1, onde a nitisinona (NTBC) associada a dieta isenta de fenilala- nina, tirosina e metionina é o tratamento de escolha. No entanto, o diag- nóstico é feito ao serem identificadas altas concentrações de succinilacetona no sangue ou na urina e não há positividade no teste de Benedict. d) suspensão do aleitamento materno, introdução de fórmula de soja e solicitação da dosagem da enzima galactose-1-fosfato uridiltransferase Correta. A galactosemia é um erro inato do metabolismo da galactose de herança autossômica recessiva, mais comumente associado à defi- ciência da enzima GALT (galactose-1-fosfatouridiltransferase), o que leva ao aumento da galactose no sangue. Os sintomas se iniciam após a in- gesta de leite e podem ser icterícia, vômitos, hepatomegalia, baixo ga- nho de peso e má aceitação alimentar. Os achados laboratoriais in- cluem aumento da galactose sérica, disfunção hepática, anemia hemolítica e galactosúria, que é evidenciada no teste de Benedict. O exame padrão ouro para o diagnóstico da galactosemia clássica é a do- sagem da atividade enzimática da galactose-1-fosfato uridiltransferase. O tratamento deve ser iniciado assim que houver a suspeita clínica com dieta isenta de galactose. A fórmula à base de soja é a opção mais segura. 2019 – FMUSP 17. Um recém-nascido de termo, adequado para a idade gestacional, com Apgar de 5, 8 e 9 no primeiro, quinto e décimo minutos de vida, é submetido, com 30 horas de vida, ao Teste de triagem car- diológica. A Saturação de oxigênio do membro superior direito e do membro inferior esquerdo foram de 94% e 96%, respectiva- mente. Sobre este resultado, podemos afirmar que: questões comentadas | usp pediatria a) o teste está alterado, devendo ser repetido em 1 hora e, se per- manecer alterado, indicar ecocardiograma Correta. O teste é alterado quando a saturação em algum dos membros é inferior a 95% ou diferença maior ou igual a 3% entre os membros. Nes- tes casos o exame deve ser repetido após 1 hora, e se mantiver alterado está indicada a realização de ecocardiograma nas próximas 24 horas. b) o teste está normal, sem necessidade de repetir o exame ou fazer qualquer investigação complementar Incorreta. O teste é alterado quando a saturação em algum dos membros é inferior a 95% ou diferença maior ou igual a 3% entre os membros. Nes- tes casos o exame deve ser repetido após 1 hora, e se mantiver alterado está indicada a realização de ecocardiograma nas próximas 24 horas. c) o resultado do teste não pode ser levado emconsideração, pois foi realizado antes de 48 horas de vida Incorreta. O teste do coraçãozinho deve ser realizado entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. d) o resultado deve ser desconsiderado, pois foi utilizado o mem- bro inferior contralateral em relação ao membro superior Incorreto. O teste é realizado aferindo-se as saturações no membro supe- rior direito e qualquer um dos membros inferiores. 2019 – FMRP-USP 18. Paciente vem à Unidade de Saúde para consulta de 1 mês de vida com pediatra. É realizado o teste do reflexo vermelho (TRV). Basean- do-se na foto, qual o resultado da avaliação e conduta imediata? questões comentadas | usp pediatria a) reflexo vermelho duvidoso; seguimento na puericultura em 1 mês Incorreta. O reflexo vermelho da paciente é duvidoso. Criança deve ser encaminhada imediatamente para avaliação oftalmológica. b) reflexo vermelho normal; seguimento na puericultura em 1 mês Incorreta. O reflexo na imagem apresenta assimetria e, por isto, não está normal. Necessita de avaliação oftalmológica de imediato. Se estivesse normal, a conduta seria seguimento habitual de puericultura. c) reflexo vermelho normal; encaminhar para oftalmologista Incorreta. Reflexo vermelho duvidoso. Se fosse normal, o encaminhamen- to para o especialista não seria necessário. d) reflexo vermelho duvidoso; encaminhar para oftalmologista Correta. O reflexo na imagem é duvidoso, pois apresenta assimetria com- parando ambos os olhos. A presença de estrabismo acarreta reflexo bri- lhante e mais claro no olho esquerdo estrábico. Na presença de reflexo ausente em um ou ambos os olhos ou duvidoso, a criança deverá ser en- caminhada imediatamente ao oftalmologista para ao exame oftalmoló- gico completo (biomicroscopia, retinoscopia, e mapeamento de retina) para elucidar o diagnóstico e assegurar a conduta necessária. 2019 – FMUSP 19. Qual dos seguintes parâmetros é consistente com um cresci- mento normal nos seis primeiros meses de vida? a) aumentar a altura em 10 cm Incorreta. No 1º semestre de vida o lactente cresce 15 cm. b) dobrar o peso de nascimento Correta. O lactente dobra o peso de nascimento nos primeiros 6 meses de vida e triplica o peso do nascimento com 1 ano de idade. c) aumentar o perímetro cefálico em 0,5 cm por mês Incorreta. O perímetro cefálico aumenta 2 cm/mês no 1º trimestre, 1 cm/ mês no 2º trimestre e 0,5 cm/mês no 2º semestre. questões comentadas | usp pediatria d) ganho de peso de 10 gramas por dia Incorreta. O lactente tem ganho ponderal de 20 a 30 gramas por dia du- rante o primeiro trimestre, de 15 a 20 gramas por dia durante o segundo trimestre, de 10 a 15 gramas por dia durante o terceiro trimestre e de 5 a 10 gramas por dia durante o quarto trimestre. 2016 – FMRP-USP 20. Um menino de 13 meses, 11 kg, portador de cardiopatia cianótica, é trazido à sala de urgência com história de ter apresentado qua- dro de irritabilidade, piora de cianose preexistente e síncope. Ao exame físico, apresenta-se torporoso, com saturação de 60% em ar ambiente e sopro sistólico em 2/6 em foco pulmonar. O diag- nóstico mais provável é: a) defeito do septo atrioventricular Incorreta. O defeito do septo atrioventricular é uma cardiopatia com hi- perfluxo pulmonar, não ocasionando crise cianótica. b) tetralogia de Fallot Correta. A tetralogia de Fallot é caracterizada por estenose pulmonar in- fundibular, cavalgamento da aorta, hipertrofia do ventrículo direito e co- municação interventricular. Essa cardiopatia possui shunt intracardíaco importante que sofre influência do grau de estenose pulmonar, além de fatores hemodinâmicos como resistência vascular periférica e pressão pulmonar. Dessa forma, alterações nesses fatores hemodinâmicos po- dem levar a crise cianótica, como a apresentada pelo paciente. c) atresia tricúspide sem estenose pulmonar Incorreta. A atresia tricúspide sem estenose pulmonar é uma cardiopatia com hiperfluxo pulmonar, não cursando com crise cianótica. d) transposição das grandes artérias Incorreta. A transposição das grandes artérias é uma cardiopatia com cir- culações pulmonar e sistêmica não conectadas. São necessários shunts questões comentadas | usp pediatria intracardíacos (como comunicação interatrial) e extracardíacos (como o canal arterial) para permitir a mistura de sangue arterial e venoso entre as 2 circulações. Não é um tipo de doença que cursa com crises cianóti- cas. Quando há piora da saturação, esta representa, na verdade, uma re- dução da mistura de sangue arterial e venoso, com necessidade de inter- venção terapêutica para reabertura de shunt. 2019 – FMUSP 21. O setor de saúde brasileiro se organiza em subsistemas com forte interrelação e que atuam com formas de financiamento, normas regulatórias, instituições e carteiras de serviços próprias. Profissio- nais, usuários e instituições transitam entre estes subsistemas, com reflexo na assistência ofertada e consequentemente na efetividade do sistema. Qual a afirmativa correta quanto a estes subsistemas? a) mais de 1/4 de tudo que se gasta em saúde no Brasil é relativo a saúde suplementar, que não recebe subsídio ou apoio estatal. Por este motivo é um subsistema dispendioso e que pela forte regulação da Agência Nacional de Saúde (ANS) é obrigado a cumprir com ações de saúde que seriam de responsabilidade pública, tal como transplantes e tratamentos de alto custo Alternativa incorreta. Por meio da dedução do imposto de renda das pes- soas que utilizam o sistema suplementar (concedida às pessoas físicas e jurídicas em razão dos gastos com médicos, dentistas, laboratórios, hos- pitais e planos de saúde), verificam-se, de forma indireta, o apoio estatal para a saúde suplementar. Soma-se a isso a renúncia fiscal concedida às operadoras (como isenções conferidas às instituições sem fins lucrativos) e o próprio gasto estatal com o pagamento de planos privados para ser- vidores públicos, indicando a presença de um forte apoio e subsídio do Estado para as atividades das operadoras de saúde. Por fim, diversos pro- cedimentos, de acordo com a Lei 9.656/98, não são obrigatoriamente co- bertos pelas operadoras de planos de saúde, como os transplantes (com saúde coletiva saúde coletivaquestões comentadas | usp exceção dos de córnea e rim e medula óssea, que constam do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde - 2018 da Agência Nacional de Saúde Suplementar). b) o SUS é responsável pela saúde de toda a população brasilei- ra. Se contabilizarmos as pessoas que dependem exclusiva- mente do SUS (57% da população) podemos afirmar que se trata de um sistema com financiamento adequado (princi- palmente se comparado a países com sistemas universais de saúde) e que só não obtém melhores resultados por proble- mas de gestão Alternativa incorreta. O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente considerando sua universalidade, é inadequado e insufi- ciente. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 70% da população brasi- leira depende exclusivamente do SUS. Ainda que 3 em cada 4 pessoas residentes no Brasil contem com o SUS, menos de 50% das despesas com saúde incorrem na esfera pública. É interessante notar a discrepância dos valores investidos nesses 2 casos. O SUS investe cerca de R$ 103 bilhões por ano e atende 75% da população brasileira; já a saúde suplementar, que atende apenas 25% dos cidadãos, investe R$ 90,5 bilhões. Isso signifi- ca que os gastos por paciente são, em média, 3 vezes mais altos na saúde suplementar do que na saúde pública. c) contabilizando a renúncia fiscal concedida às operadoras de saúde e o gasto público relativo à compra de planos privados para servidores de estatais, nota-se um forte componente de subsídios públicos aplicados ao setor privado. Esta relação se intensifica se considerarmos a compra de serviços privados pa- ra complementaridade do SUS e a gestão de unidades públi- cas de prestação de serviço por entes privados Alternativa correta. Conforme expostono próprio enunciado da ques- tão, há intensa relação entre os subsistemas de saúde no Brasil, que se dá em termos de subsídios, alocação de serviços, trânsito dos usuários (é habitual que usuários do SUS e da rede suplementar utilizem servi- ços em comum), e mesmo em relação à prestação de serviços. No setor saúde coletivaquestões comentadas | usp privado, o financiamento público ocorre de forma indireta, por meio de renúncias fiscais, da utilização de serviços públicos para os quais pode- ria caber ressarcimento de planos e seguros de saúde e de outros me- canismos de incentivos públicos ao setor privado. As renúncias incluem isenções concedidas às instituições sem fins lucrativos, deduções do imposto de renda concedidas a pessoas físicas e jurídicas em razão de gastos com médicos, dentistas, laboratórios, hospitais e planos de saú- de e desoneração tributária de determinados medicamentos. Além disso, o sistema realiza a compra de serviços privados para comple- mentar sua prestação de serviços à população usuária do SUS e para realizar a gestão de seus equipamentos de saúde. Vale lembrar que toda a sociedade arca com o custo indireto da renúncia fiscal às opera- doras de saúde, visto que esse dinheiro deixa de ser arrecadado e inves- tido em serviços. d) o Subsistema público brasileiro, segundo suas normas regula- tórias (Lei 8080), deve ser composto por unidades estatais, ge- ridas pelos governos sub-nacionais, sem qualquer tipo de vin- culação com setor privado, financiado por impostos e acessível a todo e qualquer brasileiro sem diferenciação de raça, cor, classe social ou religião (princípio de universalidade) Alternativa incorreta. O SUS é um sistema único e universal, com dife- rentes responsabilidades entre as esferas de poderes municipal, esta- dual e federal, cada qual com as suas competências específicas na gestão do sistema. A Constituição de 1988 instituiu a formação do SUS e, concomitantemente, definiu participação livre à iniciativa privada, de forma complementar, na execução de serviços de saúde no Brasil, permitindo e prevendo a vinculação entre os sistemas público e priva- do. Também de acordo com a Lei Orgânica da Saúde (LOS) 8.080, de 1990, a iniciativa privada pode participar do SUS em caráter comple- mentar, ou seja, quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determina- da área, o SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. saúde coletivaquestões comentadas | usp 2018 – FMUSP 22. A Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu para impor um maior controle sobre os gastos públicos. Ela instituiu um teto de gastos para pagamento de pessoal em todas as esferas de governo, in- cluindo a saúde. Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta um dos efeitos gerados pela Lei de Responsabilidade Fiscal para o setor saúde? a) uma retração na abertura de novas unidades de saúde no Sis- tema Único de Saúde, reflexo da incompatibilidade da Lei com as demandas sociais crescentes Incorreta. A Lei de Responsabilidade Fiscal não impede que novas unida- des de saúde do SUS sejam abertas, desde que não ultrapassem o teto de gastos estabelecidos pelo Governo. b) a ampliação de entes privados (como as Organizações Sociais) na gestão de serviços públicos, evitando gasto direto em pes- soal acima do teto constitucional Correta. Um dos efeitos esperados da Lei de Responsabilidade Fiscal é um aumento da necessidade de entes privados para a gestão de serviços públicos, de modo que não seja ultrapassado o teto de gastos. c) um grande aumento nos programas de demissão voluntária em todo o país, que determinou o fechamento de muitas Uni- dades Básicas de Saúde Incorreta. O limite de gastos não implica corte de gastos e de pessoal, pois o limite estabelecido será considerado o quanto foi gasto no ano anterior. d) a ampliação das autarquias municipais em larga escala, au- mentando a proporção de contratos regidos pela CLT (sem estabilidade empregatícia), reduzindo os custos Incorreta. Não faz parte da Lei de Responsabilidade Fiscal a ampliação de autarquias municipais. saúde coletivaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 23. Qual é a consequência imediata do início de programa de rastrea- mento de câncer de colo de útero, num determinado município? a) aumento da incidência Alternativa correta. O aumento da detecção do número de casos novos, a partir do programa de rastreamento, resultará em aumento da incidência. Caso isso ocorra, provavelmente a incidência anterior da condição ou doença nesse local estava subestimada em razão de um viés de detecção. b) aumento da letalidade Alternativa incorreta. A letalidade é definida como o número de óbitos por determinada doença sobre o total de casos da mesma doença em um dado local e período (geralmente apresentada em % - percentual). Não é esperado que o rastreamento aumente o número de óbitos entre os doentes; ao contrário, se o programa de rastreamento for bem realiza- do, poderá diminuir a letalidade, tanto por redução dos óbitos (uma vez que a detecção precoce da doença auxiliaria a melhorar o seu prognósti- co) quanto pelo aumento do número de doentes no denominador do in- dicador da letalidade (haja vista o aumento da incidência provocado pelo rastreamento). c) aumento do coeficiente de mortalidade Alternativa incorreta. O rastreamento não deverá ter como consequência aumento no coeficiente de mortalidade, mas sim redução nesse coefi- ciente. O rastreamento é a realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou pessoas assintomáticas, com a finalidade de diagnós- tico precoce (prevenção secundária) ou de identificação e controle de riscos, tendo como objetivo final reduzir a morbidade e mortalidade da doença, o agravo ou o risco rastreado. d) aumento da mortalidade geral Alternativa incorreta. O rastreamento precoce, se indicado em conformi- dade com os princípios para bons programas de rastreamento, não deve resultar em aumento da mortalidade da condição rastreada, pelas razões explicitadas nas alternativas anteriores. Também não há nenhuma razão para ter impacto em outras condições que elevem o coeficiente de mor- saúde coletivaquestões comentadas | usp talidade geral. A detecção precoce pode salvar vidas, reduzir a morbidade associada ao curso da doença e diminuir os custos do sistema de saúde relacionados ao tratamento das doenças. 2019 – FMUSP 24. Qual das estratégias pode ser utilizada para controlar fatores de confusão num estudo epidemiológico transversal? a) aleatorização Alternativa incorreta. A aleatorização (ou randomização) não pode ser realizada em estudos transversais por não serem estudos de intervenção. Nesses últimos, sim, é possível alocar 2 ou mais grupos randomizados (constituídos por meio de sorteio aleatório) para realizar uma interven- ção. Assim, a aleatorização é uma estratégia de controle de fatores de confusão utilizada nos ensaios clínicos randomizados. O procedimento de randomização (ou aleatorização) consiste em alocar os indivíduos aleatoriamente (ao acaso) nos grupos a serem comparados. Com isso, busca-se constituir grupos com características muito semelhantes, com exceção das intervenções que se deseja avaliar. Com a distribuição equi- tativa de fatores de risco ou de prognóstico, pode-se atribuir as diferenças observadas entre os grupos às intervenções que estão sendo comparadas. b) estratificação Alternativa correta. A estratificação é uma estratégia analítica (ou seja, realizada na etapa da análise dos dados) cujo objetivo é o controle de fa- tores de confusão. É a separação de um grupo em subgrupos ou estratos, em razão de determinadas características que se queira analisar com mais detalhes. A análise estratificada possibilita verificar a associação en- tre uma exposição e uma doença, neutralizando o efeito de outra exposi- ção, suspeita de estar confundindo a associação. No caso dos estudos transversais,pode ser aplicada para se obter uma medida de associação (por exemplo, odds ratio [OR]) ajustada ao fator de confundimento, em que os pacientes com e sem o desfecho de interesse são separados em estratos de acordo com níveis de variáveis de confundimento e o cálculo da OR é realizado separadamente para cada estrato. Se a OR for seme- saúde coletivaquestões comentadas | usp lhante nos estratos, uma única medida sumária poderá ser produzida (média ponderada das ORs nos estratos = OR de Mantel-Haenszel [ORMH]). Essa medida sumária é a OR ajustada à variável de confundi- mento. Mas como saber se uma variável é mesmo de confundimento? A maneira operacional mais simples de se avaliar é comparando a OR ajus- tada com a OR não ajustada (bruta). Se houver diferença na OR bruta em relação à ajustada, conclui-se que há a situação de confundimento. c) emparelhamento Alternativa incorreta. O emparelhamento (ou pareamento) é uma técnica que pode ser realizada em estudos de caso-controle (e mais raramente em estudos de coorte) cuja finalidade é selecionar um ou mais controles individuais similares aos casos em uma ou algumas variáveis específicas, com exceção do fator de risco sob investigação. Em estudos transversais, não é possível fazer pareamento, pois não se definem, a priori, casos e controles nem expostos e não expostos, mas sim uma população (geral- mente uma amostra) em que se verifica se os fatores de exposição e os desfechos de interesse estão presentes ou ausentes. Não havendo um grupo de controle, não se tornará possível realizar o emparelhamento (ou pareamento). Quando se calculam as medidas de associação (razões de prevalência ou odds ratio) nos estudos transversais, estas são feitas de acordo com a população prevalente naquelas condições, sem a possibili- dade de realizar emparelhamento. d) cegamento Alternativa incorreta. O cegamento (ocultamento, mascaramento) é apli- cado para que algum membro integrante da pesquisa (seja o participan- te, o avaliador, o analista de dados ou vários desses componentes) não saiba qual participante terá a presença ou não do fator em estudo, inter- venção ou desfecho. Trata-se de uma estratégia para minimizar vieses de aferição (informação), e não vieses (ou fatores) de confusão. Apesar de ser uma técnica bastante comum nos estudos experimentais individuados (ensaios clínicos randomizados), pode também ser aplicada em estudos observacionais. Nesse caso, é possível “cegar”, por exemplo, os pesquisa- dores na revisão dos registros dos pacientes ou cegá-los quanto a hipóte- ses sob investigação. saúde coletivaquestões comentadas | usp 2019 – FMUSP 25. Qual das características apresentadas é compatível com a reali- zação de um teste diagnóstico num cenário de rastreamento populacional? a) baixa sensibilidade Alternativa incorreta. Esse é o indicador mais desejado para um teste de rastreamento. A sensibilidade é a capacidade de um teste ou instrumen- to de identificar corretamente os verdadeiros positivos em relação ao to- tal de doentes. Portanto, um teste de rastreamento deve ser altamente sensível; caso contrário, deixará passar despercebidos muitos indivíduos com a condição que se deseja rastrear. Com testes de alta sensibilidade, conseguimos excluir os não doentes com base nos resultados negativos, que são bastante confiáveis, visto que testes altamente sensíveis apre- sentam baixa probabilidade de falso-negativos. b) alta probabilidade pré-teste Alternativa incorreta. A probabilidade pré-teste é a prevalência da doen- ça, agravo ou condição. A maioria das doenças possui baixa prevalência (probabilidade pré-teste) em cenários de rastreamento, pois estes são feitos em populações assintomáticas, em que se busca detectar as doen- ças em estágio assintomático, precoce e com boas chances de cura. c) baixo valor preditivo positivo Alternativa correta. O valor preditivo positivo (VPP) é a probabilidade de um caso identificado com um determinado teste ou instrumento ser, de fato, positivo. O VPP somente será 100% se um teste tiver 100% de especi- ficidade. Um teste de rastreamento populacional dificilmente terá um alto valor preditivo positivo, pois esse indicador dependerá da especifici- dade (que geralmente não é tão alta nos testes de rastreamento, pois priorizam-se testes com alta sensibilidade) e da prevalência, ou probabili- dade pré-teste (que já discutimos ser baixa nos cenários de rastreamento). saúde coletivaquestões comentadas | usp d) alta especificidade Alternativa incorreta. Ao selecionar um exame de rastreamento, a carac- terística mais importante é a sensibilidade, que deve ser muito alta, a fim de render uma baixa taxa de falso-negativos e detectar todos os positivos (ou a maior parte destes). A confirmação da doença e a exclusão dos fal- so-positivos virão por meio de um exame confirmatório, que será o se- gundo passo na cadeia de um programa de rastreamento, este sim, ne- cessariamente, com alta especificidade. Conheça nossos cursos 2020 e saiba porque a Medcel APROVA 2x MAIS Os melhores cursos para você ser aprovado na prova de Residência médica, com materiais atualizados, questões comentadas e professores altamente qualificados. Reunimos educação de qualidade, praticidade e tecnologia em cursos online para você ter a flexibilidade de estudar onde, como e quando quiser! 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