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Processo de Execução Civil

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I - NOÇÕES GERAIS (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
1. O cumprimento da sentença consiste em uma fase do processo de conhecimento e se desenvolve com o objetivo de forçar o adimplemento de obrigação reconhecida em uma decisão.
2. Os títulos executivos extrajudiciais estão sujeitos à execução por meio de processo autônomo.
3. Apesar de suas diferenças, o cumprimento da sentença dos títulos executivos judiciais e o processo de execução dos títulos executivos extrajudiciais buscam o mesmo objetivo que é a satisfação do direito do credor pelo adimplemento da obrigação.
4. No processo de execução dos títulos executivos extrajudiciais há a necessidade de se realizar a citação do executado devedor.
5. A execução dos títulos executivos judiciais se desenvolve da mesma forma que a execução dos títulos executivos extrajudiciais.
5. Falso. A execução de títulos executivos judiciais e extrajudiciais possuem procedimentos distintos, com algumas diferenças importantes. O CPC estabelece procedimentos específicos para a execução de títulos executivos judiciais (arts. 523 a 538) e para a execução de títulos executivos extrajudiciais (arts. 585 a 927).
6. Qualquer execução terá como objetivo a constrição do patrimônio do devedor para a satisfação da pretensão do credor.
7. As regras que regulam o processo de execução autônomo apresentam aplicação subsidiária ao cumprimento da sentença dos títulos executivos judiciais.
8. Apesar de se desenvolver no mesmo processo de conhecimento, a fase de cumprimento da sentença exige a citação do devedor para realizar o adimplemento da obrigação.
8. Falso. No cumprimento de sentença, a citação do devedor não é necessária, pois ele já foi intimado da sentença no processo de conhecimento. O art. 346 do CPC dispensa a citação do devedor no cumprimento de sentença, salvo se o executado for revel no processo de conhecimento, conforme art. 513, § 2º, inciso II, do CPC/2015
9. Tanto o cumprimento de sentença como o processo de execução autônomo realizam-se por meios de sub-rogação no sentido de constranger a liberdade do devedor.
9. 1. Falso. Afirmar que tanto o cumprimento de sentença quanto o processo de execução autônomo se realizam por meios de sub-rogação no sentido de constranger a liberdade do devedor é incorreto. A sub-rogação, prevista no art. 526 do CPC, se aplica apenas ao cumprimento de sentença, quando o credor assume a posição do devedor em uma relação jurídica para garantir o pagamento da dívida. Já no processo de execução autônomo, a iniciativa do credor visa diretamente a expropriação dos bens do devedor para satisfazer o crédito.
10. A decisão proferida no processo que tramita no juízo cível que reconhece a exigibilidade de uma obrigação está sujeita ao cumprimento no mesmo processo.
II - PRINCÍPIOS (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
11. Mesmo que comprometa a satisfação do crédito do exequente, o princípio da menor onerosidade deve ser obedecido, sob pena de ofender a própria dignidade da pessoa do devedor.
12. Uma vez que o direito se mostra anteriormente reconhecido não sendo suscetível de discussão, na execução não há razão para o exercício do contraditório.
12. Falso. Afirmar que na execução não há razão para o exercício do contraditório é incorreto. O princípio do contraditório, previsto no art. 5º, LV, da Constituição Federal, garante ao devedor o direito de se manifestar sobre todos os atos do processo, inclusive na fase de execução.
13. Qualquer resultado no processo de execução que não venha a ser a satisfação da pretensão do exequente irá significar uma extinção anômala da execução diante do princípio do desfecho único.
14. Diferentemente do processo de conhecimento, o exequente pode desistir da execução sem a necessidade de anuência do executado mesmo que este já tenha sido citado.
15. Em que pese não ser tão intenso como no processo de conhecimento, o princípio do contraditório está presente na execução, não acerca do direito material anteriormente reconhecido, mas acerca de fatores que o circundam, tais como a avaliação de um bem penhorado.
III - REQUISITOS DA EXECUÇÃO (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
16. O credor, no momento da propositura da execução, deve comprovar que o devedor está inadimplente, uma vez que isso se mostra como requisito da execução.
16. Falso. O CPC não exige a comprovação da inadimplência para a propositura da execução. O art. 523 do CPC estabelece que a execução pode ser iniciada a partir de diversos títulos executivos.
17. O ônus da prova quanto à exigibilidade do título executivo é do credor.
18. A exigibilidade do título executivo se mostra como condição essencial para a sua execução.
19. A declaração de inconstitucionalidade de lei a qual o juiz se baseou para constituir o título executivo judicial afeta a sua exigibilidade.
20. O título executivo consiste no fato jurídico de reconhecimento de um direito comprovado por meio de um documento.
21. A liquidez do título extrajudicial não retira a viabilidade de sua execução, desde que no curso do processo se realize a sua liquidação.
Falso. proc conhec
22. Um título executivo que apresenta uma condição suspensiva somente será exigível quando tal evento futuro e incerto ocorrer.
23. Um título subordinado a uma condição suspensiva não pode ser executado em razão da ausência de certeza.
IV -	TÍTULOS	EXECUTIVOS	(Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
24. O trânsito em julgado é condição essencial para que a sentença penal condenatória seja considerada título executivo judicial. (Art. 515, VI)
25. A falta de liquidez do título extrajudicial impede o sucesso da execução, não impedindo, todavia, que o credor proponha uma ação de conhecimento para ver seu direito reconhecido.
26. O formal de partilha é título executivo judicial inclusive contra terceiros que não participaram do inventário.
26. Falso. só 515, iv Somente em relação ao inventariante, herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
27. Somente as decisões de natureza condenatória podem ser consideradas títulos executivos judiciais.
27. Falso. O Código de Processo Civil (CPC) prevê que diversas decisões judiciais, além das condenatórias, podem ser consideradas títulos executivos judiciais. O artigo 515 do CPC define os títulos executivos judiciais. 515 I
28. Um contrato garantido por hipoteca prescinde de testemunhas para ser considerado título executivo. Art. 784, V, CPC
29. A sentença arbitral está sujeita a instauração de processo de execução, uma vez que constitui um título executivo extrajudicial. 
29. Falso. Não é judicial ? 515, VII, CPC
30. A sentença que reconhece a obrigação de fazer não pode ser considerada título executivo.
30. Falso. A sentença que reconhece a obrigação de fazer pode ser considerada título executivo judicial, de acordo com o CPC.O art. 515, inciso I, do CPC define como título executivo judicial a sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de fazer.
31. A sentença estrangeira depende da homologação para constituir um título executivo judicial com força executiva no Brasil. Art. 515, VIII
32. Crédito do perito judicial constitui título executivo judicial, desde que homologado pelo juiz. Art. 515, V
33. O crédito documentalmente comprovado de despesas do condomínio, para ser exigido do condômino, deve ser reconhecido por sentença em processo de conhecimento.
33. Falso. O crédito documentalmente comprovado de despesas do condomínio não precisa ser reconhecido por sentença em processo de conhecimento para ser exigido do condômino.O CPC, em seu artigo 784, inciso X, prevê que as contribuições condominiais são títulos executivos extrajudiciais. Isso significa que o condomínio pode cobrar o débito diretamente do condômino, sem a necessidade de um processo judicial.
34. O documento público depende da assinatura de, pelo menos, duas testemunhas para configurar título executivo. (art. 784, III, doc part)
34. Falso. A assinatura de duas testemunhas não é necessária para que um documento público configure título executivo.O CPC, em seu artigo 515, inciso I, define como título executivo judicial a escritura pública, independentemente da assinatura de testemunhas.
35. A sentença arbitral é considerada título executivo judicial, desde que homologada pelo Poder Judiciário.
35. Falso. Não precisa ser homologada. O CPC, em seu artigo 515, inciso VII
36. A certidão de dívida ativa está sujeita ao cumprimento da sentença.
36. Falso. Não é necessário, já que é Tit Exec extrajud ??? 784 IX
37. Compete ao juízo cível processar o cumprimento de sentença penal condenatória e de sentença arbitral que reconheçam a obrigação de pagar quantia. Tais processos sujeitam-se a distribuição e podem ser impugnados pelos executados nos mesmos moldes das sentenças condenatórias provenientes do juízo cível.
38. O cumprimento da sentença penal condenatória exige a instauração do processo no juízo cível por meio de petição inicial.
39. Uma dívida documentalmente comprovada de aluguel permite a instauração de ação de execução autônoma para se exigir as prestações não pagas. (TEEJ) 784, VIII
40. O acordo extrajudicial consiste em título executivo extrajudicial mesmo que homologado em juízo.
Falso. É titulo jud - 515 III tit jud
41. Uma decisão interlocutória pode configurar um título executivo judicial desde que reconheça a exigibilidade de uma obrigação.
42. A certidão de dívida ativa, para ser considerada como título executivo, deve ser referendada pelo Poder Judiciário.
42. Falso. A certidão de dívida ativa não precisa ser referendada pelo Poder Judiciário para ser considerada TEEJ, 784, IX, do CPC.
V - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
43. A decisão judicial que depende da apuração dos cálculos para se chegar ao valor devido depende de liquidação pelo procedimento comum.
43. Falso. A decisão judicial que depende da apuração dos cálculos para se chegar ao valor devido depende de liquidação por arbitramento. Conforme previsto nos artigos 509, § 2º CPC.
44. A dependência de fato novo para a apuração do valor da condenação exige a liquidação de sentença seguindo o procedimento comum.
45. A liquidação consiste no procedimento para conferir ao título judicial liquidez através de
um arbitramento ou seguindo o procedimento comum.
46. Para o cálculo dos juros de mora impostos por uma sentença condenatória não há a necessidade de se efetivar a sua liquidação.
47. Nada impede que, para a apreciação dos fatos novos na liquidação, seja reapreciada questão que foi objeto da fase cognitiva.
48. Via de regra os processos de conhecimento exigem a fase de liquidação de sentença para a realização do seu cumprimento.
48. Falso. A fase de liquidação de sentença não é necessária em todos os processos de conhecimento para o seu cumprimento. Se a sentença for líquida, o credor pode exigir o seu cumprimento diretamente, sem a necessidade de liquidação.
49. Caso o juiz criminal não tenha imposto o valor da indenização devida pelo acusado, o credor poderá instaurar diretamente o cumprimento da sentença para que o juiz faça o arbitramento da importância devida.
49. Falso. O título não tem liquidez. Tem que fazer a liquidação.
50. Decisões judiciais subordinadas à condição suspensiva estão sujeitas à liquidação de sentença.
50. Falso. A execução de sentença remete a obrigação certa, líquida e exigível. Art. 786, CPC.
51. A liquidação da sentença que condena o réu a pagar o valor correspondente a 10% da remuneração do autor por um período de cinco anos deverá ser realizada por arbitramento.
52. Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a sentença condene B em quantia ilíquida, a liquidação poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, sendo certo que se dará pelo procedimento comum quando houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.
53. A decisão do juiz que resolve a liquidação de sentença apresenta natureza jurídica de decisão interlocutória.
54. Uma liquidação de sentença realizada pelo procedimento comum não poderá dar o resultado zero, uma vez que ofenderia a coisa julgada.
54. Falso. Uma liquidação de sentença realizada pelo procedimento comum pode dar o resultado zero, caso se comprove que o devedor não deve quantia alguma ao credor. Em diversas ocasiões, o STJ reconheceu a possibilidade de liquidação zero, indicando-se, por todos, o Recurso Repetitivo REsp 1347136 (Temas 613 e 733 do STJ), que analisa diversos precedentes da Corte Cidadã que reforçam a sua aplicação no direito processual brasileiro.
VI - LEGITIMIDADE	(Julgue os itens a seguir justificando os falsos)
55. Para que o novo devedor tenha legitimidade passiva para a execução há a necessidade que a assunção de dívida se aperfeiçoe com a anuência da parte credora.
56. O sub-rogado apresenta legitimidade para prosseguir na execução no mesmo polo em que se encontrava enquanto devedor. ele troca de Polo
56. Falso. Ele troca de polo. O sub-rogado não pode prosseguir na execução no mesmo polo em que se encontrava enquanto devedor. Ele deve ingressar no polo ativo da execução. O sub-rogado deve notificar o devedor da sub-rogação e o devedor pode opôr ao sub-rogado as mesmas exceções que poderia opor ao credor originário.
(Art. 778, parágrafo 1o., inciso IV do CPC) 
57. Os herdeiros apresentam legitimidade passiva limitada ao quinhão hereditário que possam receber.
58. O cessionário somente apresenta legitimidade para suceder o credor originário no processo de conhecimento caso a parte contrária assim consinta, salvo se tal sucessão se der na fase de cumprimento da sentença. (Art. 109, parágrafo 1o. c/c Art. 778, parágrafo 1o., inciso III e parágrafo 2o. do CPC)
59. O fiador, por não ser o devedor principal indicado no título executivo, não pode figurar no polo passivo de uma execução sem que a dívida tenha sido exigida inicialmente do devedor originário.
59. Falso. O fiador é parte legítima para figurar no polo passivo da execução, sem que a dívida tenha sido exigida inicialmente do devedor originário, porque responde solidariamente com o devedor (Art. 779, IV do CPC)
60. O herdeiro apresenta legitimidade ativa ordinária superveniente para prosseguir na execução proposta pelo credor que veio a óbito. Podendo, também, instaurar o processo de execução se este não o realizou.
61. O credor apresenta legitimidade ordinária primária para a propositura da execução.
62. O fiador não apresenta legitimidade para ocupar o polo passivo no cumprimento da sentença se este não participou da fase de conhecimento. (súmula nº 268)
63. O Ministério Público somente apresenta legitimidade extraordinária para a execução nos casos previstos em lei.
64. O responsável tributário apresenta legitimidade ativa para exigir do devedor o adimplemento da obrigação tributária.
64. Falso. 779 leg pass
65. A legitimidade ativa ordinária superveniente está restrita à propositura da execução, não podendo substituir o exequente nos processos já instaurados.
65. Falso. A legitimidade ativa ordinária superveniente não se restringe à propositura da execução. O sucessor do credor pode substituir o exequente nos processos já instaurados. 
VII - RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL (Julgue os itens a
seguir justificando os falsos)
66. Os bens do devedor quando em poder de terceiros apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
66. Falso. É primária. Os bens do devedor em poder de terceiros não apresentam responsabilidade patrimonial secundária, mas sim primária. Conforme art. 790, III, do CPC: "São suscetíveis de penhora todos os bens do devedor, inclusive os que se encontram em poder de terceiro."
67. Os materiais utilizados para o exercício da profissão não estão sujeitos à penhora.833, VII
68. Em geral, o alcance do patrimônio dos sócios ou responsáveis depende da desconsideração da personalidade jurídica.
69. Os materiais de construção de uma obra podem ser penhorados, mesmo que o imóvel seja impenhorável.
69. Falso. Os materiais de construção de uma obra não podem ser penhorados se o imóvel for impenhorável. Conforme Art. 833, VII, do CPC: " Art. 833. São impenhoráveis,VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
70. 
71. Bens dos sócios apresentam responsabilidade patrimonial secundária naqueles casos previstos em lei.
72. Bens alienados em fraude contra credores apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
72. Falso. É primária.
73. Os bens do cônjuge apresentam responsabilidade patrimonial secundária pelas dívidas contraídas à bem da família.
74. Valores superiores a quarenta salários mínimos estão sujeitos à penhora para pagamento de dívida.
75. Os bens do devedor respondem pelo adimplemento de suas obrigações, salvo nos casos em que a lei afasta tal responsabilidade primária.
76. Os bens do fiador apresentam responsabilidade patrimonial secundária.
76. Falso. É primária.
77. Os bens dos sócios respondem pelas dívidas da empresa, salvo nos casos previstos em lei.
77. Falso, Art. 790. São sujeitos à execução os bens:, II - do sócio, nos termos da lei;
78. Dívidas para a aquisição do bem de família não podem acarretar em sua penhora.
78. Falso, Art. 790. São sujeitos à execução os bens:, IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
79. Em prol da dignidade da pessoa humana o salário consiste em verba impenhorável para pagamento de dívidas de natureza alimentícia.
79. Falso. Conforme art. 833, IV, do CPC: " São impenhoráveis: IV - ..., os salários, ..., ressalvado o § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem,”
VIII -	FRAUDE	A	EXECUÇÃO	(Julgue	os	itens	a	seguir justificando os falsos)
80. É exigida a propositura de ação pauliana para se alcançar o bem alienado em fraude contra credores.
81. A alienação em fraude contra credores deixa o negócio jurídico anulável.
82. Para se alcançar o bem objeto de uma fraude à execução não há a necessidade da propositura da ação pauliana.
83. A alienação em fraude à execução deixa o negócio anulável.
83. Falso. É fraude contra credores
84. De acordo com o Novo CPC, o ônus de provar a boa-fé é do terceiro, quando o bem não está sujeito a registro.792, § 2º
85. A alienação em fraude à execução se mostra válida, todavia sem eficácia ao credor. 792, § 1º
86. Mesmo demonstrada a boa-fé do terceiro, o bem alienado após a citação do devedor poderá ser alcançado pelo credor.
86. Falso. É má-fé
87. A averbação da demanda no registro do imóvel faz com que se presuma a fraude de execução de sua alienação após tal ato.
88. Se a alienação ocorre antes do devedor ser devidamente citado, tal ato não configura fraude à execução.
89. O bem alienado em fraude à execução apresenta responsabilidade patrimonial secundária.
89. Falso. Não
IX - QUESTÕES DA OAB/ENAD/CONCURSOS:
1. Magno ajuizou ação de execução em face de Maria, alegando ser credor da quantia de R$ 28.000,00. A obrigação está vencida há 50 dias, não foi paga e está representada por contrato particular de mútuo, regularmente originado em país estrangeiro, assinado pelos contratantes e por duas testemunhas, estando indicada, para cumprimento da obrigação, a cidade de Salinas/MG. Após despacho positivo proferido pelo Juiz da Vara Cível de Salinas/MG, Maria foi citada, bem como houve penhora eletrônica de quantia existente em caderneta de poupança de titularidade da devedora, sendo a quantia suficiente para suportar 80% da dívida executada. A quantia penhorada foi depositada na caderneta de poupança 10 dias antes do ajuizamento da execução, sendo que Maria possui dois veículos que poderiam ter sido penhorados. 
A partir dos elementos do enunciado, considerando as regras do CPC/15, assinale a afirmativa correta.
A) Antes do ajuizamento da ação de execução, exige-se que Magno proceda à homologação do título executivo originado em país estrangeiro.
B) Maria poderá alegar a inexistência de título executivo extrajudicial apto a instruir a ação de execução.
C) A penhora recaiu sobre quantia impenhorável.
D) O juiz deve manter a penhora sobre a quantia depositada e seus rendimentos.
Validade do título executivo:
O contrato particular de mútuo, mesmo originado em país estrangeiro, configura título executivo extrajudicial válido no Brasil, desde que:
Fundamentos Legais:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. 
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
Art. 833. São impenhoráveis:
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos [40*1412 = 56.480];
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
IV - veículos de via terrestre;
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
Ronaldo tem um crédito de R$ 20.000,00 com Celso. O referido crédito foi proveniente de contrato de mútuo celebrado entre as partes, subscrito por duas testemunhas. Apesar do vencimento da obrigação, Celso não cumpre o avençado. Ronaldo propõe ação de execução para o adimplemento da obrigação, restando evidenciado que Celso efetivamente doou seus dois únicos bens (automóveis) para Jorge antes da propositura da ação.
De acordo com as informações constantes no caso, responda aos itens a seguir:
A) É possível identificar algum vício na doação dos bens (automóveis)?
B) Indique o instrumento processual do qual Ronaldo pode se valer para permitir que os bens doados possam ser expropriados na execução proposta. Fundamente a resposta com os dispositivos legais pertinentes.
Resposta:
A) Nessa situação, é possível reconhecer a fraude contra credores, conforme disposto nos artigos 158 e 159 do Código Civil, já que a transferência dos bens ocorreu antes da instauração da ação de execução.
B) Para que o credor lesado consiga recuperar os bens transferidos fraudulentamente, deverá utilizar a Ação Pauliana, conforme previsto no Art. 161 do Código Civil.
2. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer, para a efetivação da tutela específica, o juiz poderá,
a) de ofício ou a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
b) desde que a requerimento da parte, determinar busca e apreensão de pessoas e coisas, cujo mandado será cumprido por um oficial de justiça.
c) de ofício ou a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o levantamento imediato do valor, independentemente do trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
d) desde que a requerimento, impor multa, em decisão passível de cumprimento provisório, permitindo-se o levantamento imediato do valor, independentemente do trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
e) desde que a requerimento da parte, impor multa que será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento, até a prolação da sentença.
Justificativa:
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
XII- QUESTÕES SUBJETIVAS
1. O MM Juiz condenou o réu a pagar pelas despesas médicas que o autor terá em seutratamento. Transitada em julgado a decisão, o autor instaurou a liquidação de sentença sendo que, após a apresentação das provas para comprovar os fatos novos trazidos ao processo, o juiz proferiu decisão considerando que o valor devido seria igual a zero. Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
A decisão do juiz de considerar o valor devido como zero na liquidação de sentença pode estar correta ou não, dependendo das circunstâncias específicas do caso.
Uma liquidação de sentença realizada pelo procedimento comum pode dar o resultado zero, caso se comprove que o devedor não deve quantia alguma ao credor. Em diversas ocasiões, o STJ reconheceu a possibilidade de liquidação zero, indicando-se, por todos, o Recurso Repetitivo REsp 1347136 (Temas 613 e 733 do STJ), que analisa diversos precedentes da Corte Cidadã que reforçam a sua aplicação no direito processual brasileiro.
2. O MM Juiz condenou o réu a pagar as prestações, cujo valor unitário é de R$ 1.000,00, vencidas durante o processo de conhecimento, além de atualização monetária e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação. Condenou ainda o réu a pagar o valor correspondente a 20% da remuneração mensal líquida do autor dos anos de 2011 e 2012 de acordo com os demonstrativos de pagamento presentes nos autos. Transitada em julgado a decisão, o autor instaurou cumprimento da sentença sendo que, após a análise da petição autoral, o juiz indeferiu a instauração do cumprimento alegando que havia a necessidade de se apurar o valor devido por meio de liquidação. Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
A decisão do juiz de indeferir o cumprimento de sentença e determinar a liquidação está incorreta, pois art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor e § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
3. Fulano propôs ação indenizatória pleiteando a condenação de Ciclano a pagar o valor de R$ 2.000.000,00, demanda esta capaz de reduzir o réu a insolvência. Ao final da fase cognitiva o juiz proferiu sentença julgando totalmente procedente o pedido. Transitado em julgado e instaurado o cumprimento da sentença, na busca de bens do devedor, Fulano descobriu que o réu alienou um bem móvel não sujeito a registro a Beltrano no curso do processo em questão onde já havia completada a relação processual. Diante de tal fato Fulano peticionou ao juiz no sentido de alcançar o referido bem de propriedade de Beltrano. Intimado a falar acerca do pedido de Fulano, Ciclano afirmou que não havia irregularidade no referido negócio, uma vez que não estava insolvente à época da transação e que a venda foi realizada a um valor de mercado, mesmo Beltrano sendo irmão. Beltrano intimado reforçou as argumentações de Ciclano. O juiz indeferiu o pedido autoral por não estar configurada a fraude à execução porque Fulano não se desincumbiu do ônus de provar a má-fé de Beltrano e, também, argumentando que, em que pese a nulidade presente na alienação, o móvel seria de propriedade de Beltrano que não é devedor no processo. Diante disso, para conseguir alcançar o bem, haveria a necessidade de se anular o negócio jurídico realizado por meio da propositura de uma ação pauliana. Agiu corretamente o juiz? Justifique sua resposta:
O juiz agiu de forma incorreta ao indeferir o pedido de Fulano.
Justificativa:
Segundo o Art. 792, II e IV, do CPC, a alienação do bem será ineficaz e considerada fraude à execução se, ao tempo da aquisição, tiver sido averbado, no registro do bem, eventual constrição ou mesmo se tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência.
No mesmo sentido, a Súmula 375 do STJ dispõe que: ‘O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente’.”
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